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Notícias | Economia

As finanças descentralizadas e as tradicionais lutaram entre si, mas falharam

Por Da redação | 27/01/2022 - 16:36:09

Já estamos no ano de 2022, e o sistema bancário tradicional permanece firme, apesar de décadas de previsões assustadoras feitas por entusiastas das criptomoedas. O único com potencial para alterar esse cenário parece ser o novo roadmap do Ethereum 2.0, que Vitalik Buterin divulgou no final do ano passado. 

Mesmo que com esse roadmap a indústria de criptomoedas mude para melhor, 2021 nos mostrou que a criptomoeda não destruiu nem feriu os bancos centrais, assim como os bancos tradicionais não mataram a criptomoeda. Por quê?
Para ser justo, a briga foi igualmente brutal nos dois lados. Muitos entusiastas de criptomoedas alardeavam o apocalipse do sistema financeiro mundial e descreviam um futuro brilhante para as criptomoedas logo em frente, no qual qualquer item poderia ser comprado com Bitcoin (BTC). Por outro lado, os banqueiros correram para defender o papel tradicional do sistema bancário, acusando a tecnologia blockchain de baixo desempenho e falta de regulamentação.
Ambas as partes estavam erradas em suas previsões.

Um jogo equilibrado

Felizmente, nem as criptomoedas nem os bancos tradicionais foram destruídos, embora um desejasse a morte do outro. Por um lado, nenhum dos principais projetos de criptomoedas afastou-se de uma integração mais estreita com os bancos. O Kraken, exchange de criptomoedas com sede nos Estados Unidos, recebeu uma licença bancária, e o processo de IPO da Coinbase fala por si, pois seguiu um jogo que está 100% dentro das regras do sistema bancário/financeiro. A maioria dos principais projetos usa os serviços de alguns poucos bancos: Signature, SilverGate, Bank Frick – que concentram a liquidação e impõem princípios bancários ao negócio com criptomoedas.
Por outro lado, a comunidade bancária criou ecossistemas internos para projetos de criptomoedas. A Visa introduz serviços de consultoria em criptomoedas para ajudar seus parceiros a navegar por esse mundo. A Amazon Web Services (AWS) quer ser a “AWS das criptomoedas”. A Suíça oferece serviços bancários para quem trabalha com criptomoedas. O SolarisBank ainda oferece uma API para projetos de criptomoedas. Os maiores bancos e exchanges americanas estão lançando serviços relacionados a criptomoedas. Em El Salvador, o Bitcoin é reconhecido como meio de pagamento, o que (teoricamente) leva à necessidade de organizações financeiras internacionais estarem prontas para realizar uma liquidação em Bitcoin com El Salvador.

O que impediu as criptomoedas de destruírem os bancos?

Ao longo de toda a história da espécie humana, muitas novas tecnologias não puderam ficar imunes ao controle pelas autoridades estatais, direta ou indiretamente, por meio de corporações. Rádio, TV, internet, redes sociais – tudo começou com a divulgação gratuita de informações e acabou esbarrando nos tentáculos do controle total. A mesma história ocorre agora com a blockchain, e não há chance alguma de que isso mude futuramente.
Na maioria das vezes, as pessoas acabam exagerando os riscos e minimizando as chances de um resultado positivo. Esse é o motivo que acabou impedindo – e continua a impedir – as pessoas de aceitarem criptomoedas. Mas, como já dissemos, essa forma de pensar faz parte da natureza humana.
Ainda assim, por que a centralização supera a descentralização? Levou algum tempo para que os governos entendessem que a tecnologia blockchain poderia ser não apenas um problema, mas uma ferramenta poderosa para realizar interesses políticos. Assim, o blockchain, projetado originalmente como uma ferramenta poderosa de liberdade, teve uma implementação totalmente inversa, transformando-se em uma ferramenta de controle do dinheiro com grau impensável anteriormente. Assim como a tecnologia nuclear, nós a utilizamos tanto para fins pacíficos quanto para fins de estado. Ou seja, a blockchain tem aplicação positiva e, também, negativa.

Longe de ser uma derrota

À primeira vista, as criptomoedas tiveram que dar um passo atrás de sua posição inicial – em que jogavam no ataque. Em troca, elas receberam amplo reconhecimento, capilarização e um número considerável de usuários em todo o mundo – o que parece ser uma recompensa justa e uma vitória sobre quem previa um fim iminente.
O crescimento significativo das tecnologias Regtech, projetadas para acelerar os processos de conformidade e realizar todas as verificações possíveis, levou à aceitação das criptomoedas pelas finanças tradicionais. Os projetos com soluções para a realização de Know Your Customer (KYC) e Anti-Money Laundering (AML) significaram uma resposta das criptomoedas para os bancos. Empresas como Chainalysis e Onfido podem criar operações de KYC com maior eficiência, mantendo total legalidade sobre esses processos.
As novas startups não puderam seguir o caminho dos bancos em relação ao compliance de baixa eficiência, o que é uma ruptura em praticamente qualquer processo. Ainda assim, para conduzir negócios de forma legítima, desenvolveram sua tecnologia de conformidade por conta própria – e de forma mais eficiente.
Mas as CBDCs destruirão as criptomoedas? Devemos parar de falar sobre a destruição de qualquer coisa, mas sim pensar sobre os futuros em potencial. As moedas digitais do banco central (CBDCs) têm problemas a serem resolvidos, principalmente em relação a questões de interoperabilidade. Com a incompatibilidade das CBDC emitidas em diferentes países, a possibilidade de convertê-las mutuamente e a lentidão de diversos processos relacionados ao governo, não podemos falar em uma solução rápida para essas questões.

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