A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (10) a segunda fase da Operação J´Adoube, que investiga o esquema de desvio e lavagem de dinheiro da Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), de Três Corações. Durante esta fase, foi preso o ex-presidente da Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE), que mantém a Instituição de Ensino Superior.
Com o avanço das investigações, foi constatado que o grupo continuava em atividade. Sendo cumpridos duas ordens de busca e apreensão, uma medida cautelar específica e um mandado de prisão preventiva. Os investigados responderão por crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 22 anos de reclusão.
De acordo com a Polícia Federal, Leandro Rodrigues de Souza é apontado como o chefe do esquema. Ele foi preso em Belo Horizonte e encaminhado ao presídio de Varginha. Estima-se que o grupo criminoso tenha desviado ao longo de três anos aproximadamente R$ 52 milhões da instituição de ensino, que possui cursos de graduação e especialização em várias cidades, inclusive em Belo Horizonte.
Na primeira fase da operação, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Varginha, Três Corações, Conceição do Rio Verde, Contagem, Nova Lima e Belo Horizonte, além de outras ordens judiciais de apreensão específicas.
J´Adoube
Em março foi deflagrada a primeira fase da operação, onde foi investigado que a Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE) possuía cerca de R$ 92 milhões em débitos tributários e previdenciários com a União e também dívidas trabalhistas de processos judiciais que não foram pagos. Ao longo de três anos, cerca de 52 milhões foram desviados das mensalidades dos cursos de graduação e especialização da Universidade. O dinheiro deveria ter sido ingressado nas contas da FCTE para o pagamento de dívidas.
O nome da operação é uma referência a termo utilizado no jogo do xadrez que significa “eu arrumo”, para indicar que os dirigentes daquela instituição de ensino criavam (arrumavam/arranjavam) empresas para desvio de valores e consequente lavagem de ativos.