O Índice Municipal de Preços ao Consumidor de Varginha (IMPC) apresentou uma desaceleração em seu ritmo de crescimento no mês de abril, registrando uma alta de 0,23% em comparação com o mês de março. Este resultado sucede um período de quatro meses consecutivos com elevações mais expressivas. Apesar da recente moderação, o acumulado da inflação na cidade nos últimos doze meses continua significativo, alcançando a marca de 9,83%.
O IMPC é um indicador calculado por uma parceria entre o Instituto Federal do Sul de Minas (Campus Carmo de Minas), o Departamento de Pesquisa do Unis e o GEESUL. A metodologia envolve a coleta de aproximadamente 500 preços de 44 itens, que são distribuídos em cinco grandes grupos de despesas: Alimentação, Habitação, Transporte, Educação e Comunicação.
No detalhamento por grupos, o setor de Habitação foi o que exerceu a maior pressão inflacionária em Varginha durante o mês de abril, com um aumento de 0,59%. Dentro deste grupo, os produtos de limpeza geral para residência se destacaram com uma alta de 3,12%, seguidos pelos itens de higiene pessoal, que subiram 0,22%. Em contrapartida, houve uma queda no custo da energia elétrica, com recuo de -0,82%.
O grupo Alimentação registrou uma elevação de 0,26%. Entre os produtos que mais encareceram estão a batata, com um expressivo aumento de 49,33%, a cebola, que subiu 23,63% devido à desaceleração nas safras, e o café em pó, com alta de 7,52%, ainda refletindo as cotações elevadas. Por outro lado, alguns alimentos apresentaram recuo nos preços, como o tomate (-31,03%), os ovos (-12,16%) e o feijão carioquinha (-6,55%), resultado de avanços na oferta e aumento dos estoques.
Após um período de estabilidade no mês anterior, o grupo Transporte apresentou um leve recuo de -0,13% em abril. Essa queda foi influenciada principalmente pela diminuição nos preços do diesel (-0,30%) e do etanol (-0,22%). O grupo Comunicação também registrou uma variação negativa, de -0,48%, onde os planos básicos de telefonia móvel tiveram um aumento de 2,39%, enquanto os planos básicos de internet apresentaram uma redução de -1,93%. O grupo Educação permaneceu estável no período.
Em âmbito nacional, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do Brasil, também demonstrou uma desaceleração, com alta de 0,43% em abril. Observou-se uma convergência nos resultados dos grupos habitação, alimentação e transporte entre os indicadores local e nacional.
A difusão inflacionária, que mensura a proporção de produtos pesquisados com aumento nos preços médios, atingiu 48% em Varginha no mês de abril. Este percentual é superior ao registrado em março, que foi de 36%. A amplitude das variações, que representa a diferença entre o produto com a maior alta e aquele com a maior queda, alcançou 80,36 pontos percentuais.
A previsão de desaceleração da inflação varginhense, indicada no relatório anterior, confirmou-se integralmente. Fatores como a melhoria na oferta de alguns produtos alimentícios, a queda nos valores de determinados serviços e a estabilidade nos preços dos combustíveis explicam o resultado de abril. Para o próximo mês, a expectativa é que tanto a inflação local quanto a nacional continuem em trajetória de desaceleração. Essa projeção se baseia na intensificação da safra de inverno dos produtos hortifrutigranjeiros e na melhoria da oferta e previsibilidade de produção para itens como café, arroz e feijão carioquinha, além da estabilidade esperada nos setores de serviços e transporte.