EUA revogam visto de Moraes, familiares e ''aliados na Corte''

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira, 18 de julho, a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de "aliados na Corte". A determinação não especifica quais outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seriam afetados.

A medida foi divulgada horas após a Polícia Federal (PF) realizar uma operação que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, com buscas e apreensões, além de determinar o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno entre 19h e 6h. Rubio declarou que o ministro Moraes tem perseguido Bolsonaro e promovido censura. Segundo ele, "a política de caça às bruxas de Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura que viola os direitos dos brasileiros e também atinge os americanos". O STF, procurado pela Agência Brasil, ainda não se manifestou sobre a revogação dos vistos.

As medidas cautelares aplicadas a Bolsonaro foram determinadas no âmbito de um inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal, por sua atuação junto ao governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A investigação apura a suposta tentativa de promover retaliações contra o governo brasileiro e ministros do Supremo, além de tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista. Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro pediu licença do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, alegando perseguição política, com sua licença prevista para terminar neste domingo, 20 de julho.

Em resposta à ação norte-americana, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou solidariedade e apoio aos ministros do STF. Em nota, Lula afirmou que "a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações". Ele concluiu dizendo estar certo de que "nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito".