Membros da comunidade escolar de Três Corações elogiaram o modelo cívico-militar em uma reunião da Comissão de Esportes, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na Câmara de Vereadores na última sexta-feira (24/10). 
Os convidados, especialmente os ligados à Escola Estadual Olímpia de Brito, a primeira do município a adotar o modelo, afirmaram que houve melhoria no desempenho dos alunos, com reflexos positivos nos indicadores do estabelecimento.
O deputado Coronel Henrique (PL), presidente da comissão, solicitou a audiência e destacou Três Corações como referência no tema, por contar com a E.E. Olímpia de Brito e com a Escola de Sargentos das Armas (ESA) do Exército Brasileiro.
Dirigentes da Escola Estadual Olímpia de Brito relataram que, antes da adoção do novo modelo, a unidade enfrentava graves problemas de violência, tráfico e indisciplina. O vice-diretor João Marcelo de Souza afirmou que o estabelecimento chegou a ser invadido por facções criminosas e que a escola "saiu do inferno direto para o céu" após a mudança. Ele ressaltou que os bombeiros militares atuaram dando acolhimento aos estudantes em situação de vulnerabilidade social.
A diretora Adenir de Carvalho destacou a aprovação de 96% da comunidade escolar ao novo sistema. A superintendente regional de ensino de Varginha, Eliane dos Reis Dias, desmistificou a ideia de autoritarismo, ressaltando que a gestão e os funcionários permanecem os mesmos, e os militares são contratados para atuar em áreas como disciplina e acolhimento.
O tenente bombeiro militar José Edson Alves da Costa, gestor militar da E.E. Olímpia de Brito, mencionou que os militares buscam motivar os alunos para aprender e respeitar os colegas, ensinando o canto do Hino Nacional e o hasteamento da bandeira. Um aluno do Colegiado da escola, Cauê Ribeiro de Assis, apontou que a taxa de aprovação dos estudantes nas Escolas Cívico-militares (ECMs) é de 80%, e que o programa contribui para o desenvolvimento de disciplina e liderança.
Em âmbito estadual e federal, o modelo foi criado em 2020, na gestão do então presidente Jair Bolsonaro. Em 2023, o presidente Lula encerrou o projeto em nível federal, cabendo aos estados a decisão de continuidade. Minas Gerais determinou a substituição dos militares do Exército por bombeiros militares, limitando o número a cinco por escola. O modelo foi questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) por PT e PSOL, e uma liminar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) paralisou uma consulta estadual sobre a adoção.
Um vídeo apresentado com o coronel do Exército Gilson Passos, consultor da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, citou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) que indicam melhorias após a adoção do programa:
    - Aumento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 5%.
- Redução das taxas de abandono em média de 80%.
- Melhoria da relação entre alunos e professores da ordem de 80%.
O coronel apontou que a melhor organização da rotina escolar e a introdução da nota comportamental trazem maior comprometimento do aluno com a vida escolar. A vice-prefeita de Três Corações, Flávia Machado Pereira, divulgou o compromisso do plano de governo de criar uma escola cívico-militar municipal até o fim do mandato.