O sorriso franco das baianas no Carnaval de Salvador |
A dança do Boto em Belém do Pará |
Uma homenagem a Cora Coralina: a mais nobre das espécies vegetais |
- Acordei indisposto. Dormi mal, preocupado com o horário e com minha viagem para Roraima.
- Bobagem. Hoje o dia está espetacular. Frio, chuva miúda e persistente, ares de cidade serrana nessas alturas da Serra do Mar.
Paula, uma fotógrafa guerreira que registra a morte da Transamazônica |
- Pois é meu caro. Dentro de poucas horas enfrentarei 35 graus centígrados e estarei próximo das fronteiras brasileiras com a Venezuela e a Guiana. Como serão as mulheres por lá?
- Brasileiras! Roraima tem recebido povos de todas as partes do Brasil e abriga uma cultura étnica autêntica através dos povos indígenas dessa região das Américas. Há belíssimas índias naquelas porções de terra fértil.
- Será? Como você definiria a mulher brasileira?
No Hotel do Pelourinho, a exuberância soteropolitana |
- Pergunta difícil que merece uma resposta complexa. Vamos lá. Preciso lembrar-me das mulheres que conheci pelo país afora. A baiana, por exemplo...
- É meiga, brincalhona, solta, sensual e arisca não é mesmo?
- Depende do segmento social ou cultural ao qual esteja se referindo. A mulher baiana do povo, essa sim é extremamente educada e carrega em si o brilho de sua origem africana. As demais...
Pequenas representantes das etnias paranaenses | Deolinda em Jequitibá, durante uma autêntica festa popular |
- Calma. Sem julgamentos, apenas com apreciações. Continue tentando definir o que é a mulher brasileira.
Irmãs gêmeas no coração de Minas |
- Está bem. Imaginemos a heróica Paula Freire que reside em Belém do Pará e que há décadas registra fotograficamente o surgimento, a decadência e a morte da rodovia Transamazônica. Essa sim é uma mulher especial, uma brasileira à parte.
- E a nossa querida Deolinda? Com seu instinto materno aflorado e a curiosidade explicita feminina, ela tem se debruçado de maneira profunda na difusão e no resgate da cultura popular mineira. Festas religiosas e pagãs, espalhadas por todo território de Minas Gerais, são objeto de seu estudo e paixão pela proporia terra.
Sob a Linha do Equador, em Macapá | 12 de Outubro, dia de Nossa Senhora de Aparecida |
- É interessante, não é mesmo? À medida em que buscamos em nossos cérebros e em nossas lembranças por onde se encontram esses seres encantadores, mulheres brasileiras, vamos nos recordando das preciosas criaturas com as quais nos deparamos nessas andanças continuas pois terminamos por amá-las, todas elas: as ingênuas gêmeas da Minas histórica, a dançarina paraense, que percorre as águas da Baía do Guajará em um pequeno barco turístico, as menininhas educadas nos moldes tradicionais de sua cultura européia no Paraná, a pequena mulata de olhos verdes que no litoral paulista protege a orquídea que batizamos de Cora Coralina...
- Em quem mais você pensaria ao referir-se à mulher brasileira?
Imaginação popular em produto doméstico |
- Tive alguns amores, poucas paixões e diversas admirações. As minhas avós, por exemplo, são mulheres especiais. Doces frutos do Sul de Minas, elas são alicerce de minha educação. Cada qual com seu jeitinho: uma assando fornadas de pães de queijo (avó, tia, mãe, esposa e amiga exemplar), a outra, curiosa, leitora voraz, graciosa, bem informada e uma grande incentivadora para o meu conhecimento de vida.
- Viu como é difícil definir a mulher brasileira? Mas todas têm algo em comum, não é mesmo?
- São maravilhosas!
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