O pequeno PSOL lançará novamente candidato na disputa majoritária em Varginha. Como disse a coluna na semana passada, vamos aqui, iniciando oficialmente a discussão sobre os candidatos a Prefeitura de Varginha. Semana passada falamos sobre a coligação que trouxe a reeleição de Corujinha. Hoje, vamos falar do combativo PSOL, que mesmo pequeno já começa mostrando a muitos partidos grandes como PSDB e PMDB que é possível lançar candidatura própria, para quem deseja ser diferente e mostrar autenticidade.
O PSOL lançou chapa puro sangue, tendo o assistente social Antônio Martins “Kiko” como candidato a prefeito e o chileno, naturalizado brasileiro, Victor Manuel Correa Espinoza “Chileno” como candidato a vice-prefeito. O Partido Socialismo e Liberdade - PSOL é marcado em Varginha por seu radicalismo e separação das demais legendas, mesmo as de esquerda como PC do B, que sempre esteve mais próxima do PT em Varginha. Ainda assim o PSOL possui bons quadros na legenda e tem condições de apresentar boas propostas de governo para a cidade, embora seja evidente que, em caso de vitória, o partido dificilmente teria quadros locais para preencher as nomeações da equipe de uma eventual administração PSOL no município.
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Os candidatos a prefeito Antônio Martins “Kiko” e Victor Manuel “Chileno” são desconhecidos do grande público de Varginha, mas terão ampla exposição na mídia para poderem mostrar que podem conseguir know-how e estrutura para administrar uma cidade do porte de Varginha. Muito embora seja difícil uma repentina vitória do PSOL nas urnas, Kiko e Chileno poderão construir o caminho para eventuais futuras vitórias do PSOL, ou passar por mais essa eleição como “meros esquerdistas que pouco contribuíram para o processo eleitoral”. O que vai determinar isso será o tipo de candidatura e campanha que o PSOL irá apresentar.
Muitos esperam que o PSOL apresente uma campanha ilusória, com promessas irreais, que visem uma ideologia socialista libertária que despreze a realidade da situação financeira da cidade e ou “entraveis burocráticos da democracia”, que não permite que façamos um governo imaginário, e sim possível.
Acreditam outros que o PSOL poderá ser “a metralhadora giratória” com críticas pontuais a todas as demais chapas, principalmente a reeleição do PT. Alias, não faltam no PSOL pessoas com “gosto de sangue na boca”, ávidas por relatar a forma “desastrosa que teria sido a gestão petista local”. Porém os mais centrados, acreditam que o PSOL mire realmente em uma campanha basicamente propositiva, porém pontuando fortemente as falhas da chapa encabeçada pelo PT.
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Se construída com estratégia e planejamento, mesmo que com poucos recursos, a candidatura do PSOL pode sim fazer a diferença nestas eleições, contribuindo fortemente para determinar quem será o vencedor das eleições majoritárias. Além disso, a eleição de um vereador pode ser um sonho mais fácil de realizar pelo PSOL local, mesmo porque, tendo um candidato a prefeito com boas propostas, os candidatos ao Legislativo pela pequena legenda, terão um bom puxador de votos e poderão inovar elegendo o primeiro vereador da sigla em Varginha. Convenhamos, uma proposta mais possível e por si só uma vitória importante para o partido de esquerda que sempre costuma passar despercebido pelas eleições.
O candidato Kiko e seu vice Chileno aparentam ser boa gente e devem conseguir facilmente a simpatia do povão, se tiveram propostas realistas e inovadoras, mesmo que pequenas, podem conseguir notável votação, e assim, garimpar maior espaço no mundo político local. Não é mistério pra ninguém que o fator financeiro será um grande entrave para o candidato Kiko e o vice Chileno. Os candidatos informaram a Justiça Eleitoral que pretendem gastar cerca de R$ 150 mil reais, campanha modesta perto dos demais concorrentes que gastaram na casa dos milhões.
Porém o PSOL terá a seu favor um fator importante e de difícil construção nas outras siglas, o PSOL terá uma militância gratuita e aguerrida, coisa difícil nos dias de hoje! Mesmo que em pequeno número, os militantes do PSOL, a exemplo de outras eleições prometem fazer barulho. E realmente vão fazer, ainda mais se os candidatos majoritários, estiverem em sintonia com os candidatos a vereador, que vão capilarizar a campanha por toda a cidade.
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O PSOL não possui deputados estaduais ou federais na região, nem tão pouco possui prefeitos ou vereadores na região, para que possam exemplificar uma administração do partido. Porém a legenda vai contar com o forte descontentamento da população com o atual quadro político local e nacional, o que vai aumentar os eleitores que votarão na “mudança radical”, por protesto! Desta forma favorecendo a bandeira do pequeno partido.
O candidato a prefeito Kiko disse que a principal bandeira do PSOL será a transparência. “Governo com participação popular de verdade e transparência, para mostrar para a população os gastos da prefeitura e pedir sugestões para o governo. Será uma administração participativa de fato, não apenas no papel”, disse Kiko, que concorre pela primeira vez à Prefeitura de Varginha.
“Varginha hoje é a terceira cidade no Sul de Minas, queremos imprimir crescimento com qualidade de vida. Vamos incentivar o pequeno empresário, sem fechar espaço para a grande indústria. Para o candidato a prefeito do PSOL, a máquina administrativa da Prefeitura de Varginha está obesa. “É inadmissível a prefeitura gastar R$ 270 mil para uma empresa de fora fazer um estudo de 15 páginas, o plano de cargos e salários. Em reunião com educadores, incluímos várias emendas e concluímos que não precisava de uma empresa de fora para fazer um plano incompleto”, disse o candidato Kiko, que é ligado a setores do funcionalismo.
O candidato do PSOL disse que terá uma campanha modesta, com uma pequena produtora que fará os programas de TV e rádio. “Chegamos como alternativa para a população que está cansada com a atual administração. O nosso compromisso é com a ética na gestão pública” disse.
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A candidatura de Kiko e Chileno, se for bem assessorada, vai caminhar na serenidade de apresentar propostas simples e exequíveis, sem planos mirabolantes ou promessas socialistas ou libertárias ligadas as origens do partido e que não são identificadas com Varginha ou região. Ademais, o PSOL deve sim destacar seu perfil radical, mas com inteligência e perspicácia, pois de nada adiantaria apenas bater no PT ou na chapa de reeleição sem apontar saídas reais para os problemas enfrentados pelo governo. Mas é importante e inteligente que o PSOL pontue suas diferenças com o PT e seu governo, bem como a chapa que o representa, sem deixar de destacar que as demais chapas carregam em seu âmago, traços de continuísmo e/ou permanência dos atuais grupos dominantes da cidade. É importante destacar que a única opção partidária que representaria uma guinada total nos nomes e na forma de atuar no Executivo seria o PSOL, muito embora seja importante destacar que nem todos querem 100% de mudança na prefeitura, mas sim na cúpula petista dominante. Talvez pregar uma mudança total no governo seja bom, mas uma mudança total nos nomes, não seja vantagem, tendo em vista que alguns poucos servidores de carreira tenham chego a cargos de chefia, por falta de quadros petistas, e interessa ao PSOL agradar o funcionalismo.
Vale lembrar também que interessa ao PSOL desmistificar a ideologia e possível governo do partido à população. Explicar que um governo da legenda não será um governo “socialista ou anarquista ao modo como conhece a sociedade, imaginando transformar Varginha numa espécie de Cuba municipalizada”. Talvez a apresentação de projetos sérios e realizáveis possa dar a sociedade a idéia e segurança de que o PSOL tem maturidade política para assumir um governo do quilate de Varginha. Ao modo do medo que rondava os eleitores de Varginha, quando da primeira vitória do PT, o PSOL tem como primeira meta, um longo caminho a percorrer para provar que tem boas idéias e bons quadros para governar Varginha. Depois disso, o foco para entrar para vencer uma concorrida e trabalhosa eleição municipal. Quem sabe, talvez o pequeno e combativo partido possa fazer as duas lições numa única eleição. Ao estilo do PT com Mauro Teixeira, que a revelia e espanto de todos, ensinou aos “grande e ricos” que o que ganha eleição é carisma e boas idéias, e isso pode estar sim ao alcance do PSOL de Varginha!
Perguntar não ofende
Agora proibiram de conversar de política na Câmara Municipal? Ou apenas uma chapa que tem esse direito?
Renato Paiva(DEM) e Antônio Silva (PTB) lutam contra o mesmo mal ou lutam cada um pelo seu bem?
Esperança, humildade, sorte, inteligência ou milagre, do que mais carece a candidatura de Corujinha?
Aumentar o próprio salário a três meses da eleição é burrice, ingenuidade, ganância ou falta de assessoria competente?
Quais são os dois deputados que correm com “dois cavalos” nesta disputada eleição municipal?
FRASES
“Candidato a vice-prefeito não precisa ajudar nem aparecer, mas tem obrigação de não atrapalhar e saber quando agir” – articulador político local sobre a atuação dos candidatos a vice em Varginha
“No começo do mês o senador vai a Varginha. Até lá, vamos saber mais do quadro eleitoral. Vamos levar a esperança de que ainda existe chance de vitória ou a condolência e sentimento de pesar e despedida para uma possível natimorta candidatura mal preparada e finalizada” – assessor parlamentar sobre uma visita de seu chefe no início de agosto a Varginha.
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