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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Estratégia e Renovação
25/07/2012
 
Estratégia e Renovação

A campanha liderada pelo Democratas na disputa pela prefeitura precisa ser marcada pela Estratégia e Renovação. Estas duas virtudes precisam se destacar na campanha de Renato Paiva. Não poderia ser diferente, afinal, estratégia é fundamental para Renato vencer um ex-prefeito experiente nas urnas e um candidato à reeleição que tem o apoio da máquina e pretende gastar muito dinheiro. Além disso, renovação é o que Renato propõe ao povo quando lança seu nome nesta disputa pelo Executivo.

Em relação à primeira virtude: a Estratégia, Renato começa bem sucedido, pois o próprio lançamento de sua candidatura já foi uma vitória da estratégia da política aplicada. Quem participou dos bastidores do nascimento da candidatura do Democratas, sabe que a criação da terceira via foi uma via crucis! Por muito pouco, a terceira via política não teria vingado! Tanto Antônio Silva quanto Corujinha lutaram até o último minuto para engolir a candidatura de Renato Paiva e somar o apoio de seu grupo. Sem dúvida dois nomes foram esteios da candidatura democrata em Varginha. O primeiro deles é o deputado federal Dimas Fabiano (PP), sem o qual a candidatura não teria se mantido em pé, e o segundo nome é o empresário Jordálio Oliveira, presidente do Partido Verde em Varginha, sem o qual a candidatura de Renato Paiva, não teria se viabilizado eleitoralmente. Daquele momento das negociações ainda prevalece um mistério, não descoberto ou esclarecido! Porque o PP não ocupou a vice de Renato Paiva? Afinal tinham nomes, interesse, compromisso e força para tal! Mas isso é uma outra história.

Vamos voltar à candidatura da terceira via, encabeçada por Renato Paiva. Percebe-se que o lançamento da candidatura Democrata é mais que uma simples tática política, mas é a criação oficial de um novo e forte grupo político em Varginha! Daí a idéia de renovação com viabilidade pregada por Renato Paiva em sua campanha.

Muito mudou nestes poucos meses de negociações políticas em Varginha. Num cenário político visto a pouco tempo atrás, onde existia claramente a separação entre governo e oposição, algo aconteceu para que hoje possamos dizer que existe realmente uma terceira via disputando poder na cidade.

Percebam que há pouco tempo atrás os dois grupos políticos estabelecidos na cidade eram: PT no governo, juntamente PSD (Deputado Diego Andrade), PV, PDT, PRB, PRTB e timidamente o PMDB. Já do outro lado tínhamos o PTB e PP, como líderes da oposição, tendo como agregados políticos de destaque DEM e PSDB, seguidos ainda por PSB, PR, PSC etc. Com a separação política do deputado Dimas Fabiano (PP) do deputado Dilzon Melo (PTB), (já antecipada pela coluna) e com o forte enfraquecimento do governo municipal petista junto ao povo, transformações profundas aconteceram no xadrez político local, nos últimos meses. O grupo governista liderado pelo PT perdeu apoiadores oficialmente e nos bastidores, o mesmo aconteceu com a oposição e uma terceira via política foi construída com estes dissidentes e insatisfeitos. Essa terceira via é que dá hoje base e sustentação para a campanha de Renato Paiva.

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Quem é esta terceira via? E Como ficaram governo e oposição depois deste rearranjo político? Vejam bem, comecemos pelo governo, que perdeu oficialmente o PV que foi para a terceira via, oferecendo o vice ao Democratas. Alguns poucos verdes continuam no apoio ao governo, mas é minoria. Coisa semelhante aconteceu com o PMDB no governo, que agora esta oficialmente na base do PT, mas que por “questões políticas mal conduzidas”, na prática não apóia o vice escolhido para Corujinha. Vale ressaltar que parte do PMDB ligada ao senador peemedebista, e simpática ao deputado federal e sobrinho de Clésio Andrade, obviamente orientada por superiores, migrou para o apoio velado ao PTB, porém mantendo a aparente solidariedade a candidatura petista, que tem um peemedebista na vice. A outra parte da base do PMDB esta entre a resignação com os desígnios do partido e o apoio a Renato Paiva, o que também ajudou a engordar a terceira via. Permaneceram, em tese, no governo PT, PMDB, PRB, PRTB, PSL, PSD, PDT, que são justamente os partidos que, oficialmente, apóiam a reeleição, muito embora como dissemos existam “baixas dissidentes e descontentes”. Quem mais ganhou com esta nova formatação da base do governo foi a terceira via de Renato Paiva, que ganhou um novo partido, o PV e dissidentes de quase todos os setores do governo petista.

E a oposição, como ficou? Bem a oposição dividiu-se perigosamente em duas, tendo cada bloco como líder municipal os candidatos Antônio Silva e Renato Paiva. Já como líderes maiores destes grupos temos os mesmos deputados da oposição ao PT, Dilzon Melo e Dimas Fabiano, agora separados, cada um sustenta seu candidato ao governo municipal. Especificamente a terceira via, que é o nosso foco hoje, liderada por Renato Paiva e reforçada por dissidentes de outras legendas, tem tudo para ser inovadora e apresentar uma nova cara política para a cidade. Assim já começou, pois Renato não é visto como “político profissional” porém tem experiência administrativa incontestável. A bem da verdade, para uma considerável e jovem parcela da cidade, Renato Paiva ainda é um nome a se construir, mas de leve e fácil construção. Daí a viabilidade e crescimento da candidatura do Democratas!

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Renato Paiva é um empresário capacitado, tem um grupo político fiel, e uma base de apoio variada, tem condições de conseguir penetração em todos os setores importantes do eleitorado. Será fundamental para o candidato um discurso e atuação inovadora nesta campanha, sem descuidar dos setores conservadores que apóiam seu nome. Deve começar por sua estrutura e imagem. Não ficará bem para Renato mostrar publicamente em sua campanha assessores ou políticos que relembrem o modo tradicional ou antigo de fazer política, muito embora Renato tenha diversos políticos tradicionais em seu novo grupo.

O ideal seria que Renato Paiva utilizasse novas lideranças sociais em sua campanha, reservando os políticos e assessores “das antigas” nos trabalhos pontuais internos e de bastidores e planejamento político da disputa. Renato Paiva ainda não se valeu de todo o seu contingente de seguidores para estruturar e dar imagem para sua campanha nas ruas. O povo precisa ver em Renato Paiva um empresário simples, maduro e bem sucedido, preparado e com experiência e relacionamento político para administrar Varginha de modo competente e socialmente responsável.

Nomes importantes da sociedade civil como o advogado Gustavo Chalfun, que exemplifica bem a imagem de modernidade política local, o empresário Jordálio Oliveira, que representa a área empresarial competitiva no apoio ao democrata, além de promotores culturais, artistas, médicos entre outros que apóiam abertamente o nome de Renato Paiva para prefeito. Também vale ressaltar que a criatividade, inovação e “conhecimento político específico da cidade” apresentado pelo PT nas últimas campanhas, leia-se Alexandre (Realize Publicidade e Propaganda) e sua equipe, nesta eleição, estará a favor de Renato Paiva, e isso é um detalhe pequeno que faz diferença em uma campanha onde cada apoio, cada espaço conquistado, fará a diferença entre vencidos e vencedores. E o mais importante, a grande maioria dos eleitores de Antônio Silva, não rejeita a idéia de votar em Renato Paiva, ainda mais se for para evitar a reeleição do PT. Já no lado dos eleitores do PT, os anos de brigas entre PT e seus aliados com Antônio Silva, Dilzon Melo e seu grupo, asseguram que parte considerável dos eleitores de Corujinha, têm como segundo possível candidato, o empresário Renato Paiva. Tudo isso para impedir que o PT perca o poder justamente para seus adversários diretos representados por Antônio Silva e seu grupo, que administrou a cidade a 12 anos atrás. Ou seja, Renato Paiva é a segunda escolha da maioria dos eleitores de Antônio Silva e Corujinha, de tal forma que tropeços de Antônio Silva ou Corujinha ou ainda o medo de ver o desafeto político direto ganhar, pode levar eleitores e apoiadores de Antônio Silva e Corujinha a votarem em Renato Paiva.

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O candidato democrata precisa ter estratégia para mostrar sua campanha à nova geração do eleitorado, que ainda possui poucas informações sobre sua pessoa e plano de governo. O Democratas precisa lançar mão destas novas personalidades e apoiadores para apresentar um candidato com “cara e imagem de renovação e progresso” livre dos ranços antigos da política local e da ineficiente e inchada gestão petista que emperra a máquina pública. De igual modo, Renato Paiva também não pode desprezar uma ala tradicional e conservadora da política local que o apóia. Além disso, deve valorizar apoios leais da cafeicultura, ex-vereadores e pepitas históricos e tradicionais, ligados ao conservadorismo político local, que também compõe sua base. Ou seja, veja que questão difícil, Renato Paiva tem apoio de representantes das oligarquias políticas e concomitantemente a isso, também tem o apoio de ícones da modernidade e dos defensores da renovação política. Como isso é possível? O que parece bom, no entanto na prática, é difícil de explicar. Pois no discurso pode soar demagógico ou enganador ter o apoio de “opostos”. Mas os tradicionalistas e conservadores da política que apóiam Renato Paiva devem ser discretos e garantir sustentação política ao democrata junto aos setores conservadores da sociedade. Já os politicamente modernos e renovadores devem ir para as ruas e defender abertamente o nome de Renato Paiva como alternativa de mudança política sem, no entanto, provocar um enfrentamento entre conservadores e renovadores modernistas, e sim a “união entre conservadores e renovadores pela mudança na forma de administrar Varginha”, porque os grupos políticos, mesmo antagônicos, habitam o “guarda chuvas político” do Democratas e estão convivendo bem juntos!

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Mesmo com a forte presença de conservadores no grupo liderado pelo Democratas, os ditos “renovadores e modernos” serão o “tempero que falta” para verdadeiramente dar a imagem de mudança e de terceira via à candidatura Democrata. E é bem possível que este grupo de estreantes políticos da campanha de Renato Paiva tenham mesmo espaço e poder, caso o democrata vença as eleições. Isso permitiria que Renato Paiva implemente várias mudanças num eventual governo. Mudanças como a “meritocracia”, com cargos eminentemente técnicos, que deverão ser ocupados exclusivamente por quem conhece o assunto e sabe o que fazer, independente de filiação partidária ou imposições políticas. Muito embora saibamos que, mesmo com a luta para valorização dos cargos de carreira e “meritocracia”, qualquer que seja eleito em outubro terá porcentagem de compromisso com as famigeradas “nomeações políticas”, algo difícil de acabar. Mas esta forma de colocar aliados sem capacidade no poder pode se reduzir muito, dependendo de quem vença a disputa das urnas.

A direção da campanha Democrata deverá mostrar que a eleição de Renato Paiva pode ser a solução salomônica para quem teme desagradar governo estadual ou federal quanto a conquista de recursos e obras dos governos Anastásia e Dilma. Pois, em tese, a eleição de Renato Paiva não desagradaria o PSDB do senador presidenciável Aécio Neves e o governador Anastásia, que até tem simpatia pelo grupo de Renato Paiva. Vale dizer que, da mesma forma, tendo em vista que o PP do deputado federal Dimas Fabiano, e o PV do deputado federal Fabio Ramalho e o PSC do deputado estadual Antônio Carlos Arantes, que são base da candidatura de Renato Paiva, também fazem parte da base de Dilma Roussef em Brasília. E tanto o PP quanto o PV, possuem deputados federais, (Dimas Fabiano e Fabio Ramalho) com ligações e prestígio para bater as portas de qualquer ministério federal.

Porém ainda mais importante é dizer que Renato Paiva, acima de brigas políticas protagonizadas pelos governos estadual e federal, esta politicamente e tecnicamente capacitado para resolver problemas comuns e não menos importantes do dia-dia do varginhense, como trânsito, segurança pública, educação etc. Tudo isso sem prometer milagres, ou lotear o governo, mas apenas realizando uma boa gestão a frente da prefeitura. Afinal, está comprovado que Varginha tem péssima aplicação e gestão dos recursos municipais, e também não pode negar que, uma gestão municipal austera e rígida nos gastos e aplicações, daria maior progresso e desenvolvimento a cidade. Renato Paiva tem mais que condições para realizar estas mudanças, o democrata tem o apoio de quem já realiza isso com competência na iniciativa privada e já paga as contas por um governo não eficiente. Falta ao democrata, com simpatia e inovação, convencer o povo que sua eleição será o fim das disputas políticas que ai estão e a solução dos problemas simples, mas persistentes no dia-dia do varginhense, que não foram resolvidos com promessas messiânicas desta gestão petista.

 
 
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