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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Sonhos; Profissionalismo...
29/08/2012
 
Sonhos

A campanha eleitoral em Varginha segue disputada e cheia de obstáculos no caminho dos candidatos. Nada que desanime os quatro candidatos a prefeito ao sonho de administrar uma cidade pólo no estado e com um orçamento que vai ultrapassar um bilhão de reais em quatro anos! Nada mal, não é mesmo? Ainda mais se levarmos em conta que uma campanha eleitoral em Varginha deve ficar em torno de um milhão e meio de reais. Não digo que o candidato “gasta um milhão para ganhar” um bilhão. Porém na prática, o futuro prefeito de Varginha vai levantar cerca de um milhão e meio de reais junto a empresários e partidos e depois terá o peso político e a credibilidade administrativa de indicar vários cargos e ainda gerenciar mais de um bilhão de orçamento em 4 anos. A quem sonhe em ocupar esta confortável e politicamente poderosa cadeira de prefeito de Varginha!

Profissionalismo

Como disse a coluna anteriormente, o melhor que o dinheiro pode comprar o prefeito e candidato a reeleição Eduardo Corujinha está tendo em sua campanha eleitoral. É nítido o profissionalismo e gabarito de sua agência de propaganda. Seus programas eleitorais têm boa qualidade visual e percebe-se que a produção dos programas de rádio e televisão são de nível nacional. Nada mal pelo salgado preço pago aos marqueteiros contratados pelo PT a peso de ouro. Alias, neste buchicho financeiro eleitoral, dizem que o aluguel da casa na Avenida Rui Barbosa, sede do comitê eleitoral da reeleição, pode ter saído por “dolorosos” R$ 30 mil pagos a vista, até o final da eleição.

Como já era esperado, não está faltando recursos nas principais campanhas majoritárias, a exceção do PSOL, que como foi falado está “beliscando azulejo” a caça de recursos para a campanha. Na produção do material eleitoral de rádio e televisão, onde a agência do PT tem dado show, os candidatos Antônio Silva e Renato Paiva não estão tão mal, mas percebe-se que poderiam melhorar na produção técnica dos programas.

Na campanha do PT o que não tem ajudado muito é mesmo o governo e o próprio candidato. Mesmo com os apegos emocionais levados a efeito pelo PT, com depoimentos de Geisa Teixeira, viúva de Mauro Teixeira, e depoimentos sobre a origem humilde e história dos candidatos, é fato que oratória não é o forte de Corujinha, ainda mais em contraponto a Antônio Silva.

Profissionalismo 2

Também é necessário dizer que o que foi realizado pelo governo Corujinha é pouco para preencher todo o programa eleitoral do PT e que as propostas do PT para um eventual futuro governo são fracas. É preciso que o candidato à reeleição busque, principalmente na área de saúde, educação e segurança pública, melhores propostas e tenha o aval político de grandes personalidades políticas como Lula ou Dilma, que ainda estão ausentes na campanha de Corujinha. Ademais, o candidato a reeleição precisa fazer um recall em sua imagem de gestor público junto ao povo, que não o vê como um administrador competente, embora Corujinha seja visto como um prefeito honesto.

Vale ressaltar que a prova de fogo do candidato será nos debates entre candidatos, principalmente aqueles com temas e perguntas livres entre os postulantes a prefeitura, que ainda não aconteceram, mas que já causam ansiedade no povo.

Por certo, Corujinha vai precisar ter muita sorte e preparação nestes embates. No “mercado negro eleitoral” as apostas são de 4 por 1 que Antônio Silva irá “jantar” o candidato petista nos debates, devido a sua oratória e habilidade política. O que “sobrar” de Corujinha será duramente criticado por Renato Paiva e até mesmo Kiko do PSOL, que não vão perder as poucas oportunidades que terão em debate para se sobressaírem nos embates eleitorais.

Corujinha precisará ser municiado com detalhes minuciosos de sua gestão, coisa que incrivelmente ainda não sabe! Além de se inteirar de números e dados das gestões de Mauro Teixeira e do próprio Antônio Silva. Estas informações poderão ser decisivas para a defesa e ataque do candidato na TV e nos debates.

Profissionalismo 3

Já o candidato Antônio Silva precisa explorar politicamente seus números e obras de gestões passadas, além de profissionalizar seus programas de rádio e televisão, que embora não estejam péssimos, também não passam do mediano, e a média não é bom sinal para o programa de quem quer vencer! O candidato do PTB tem apresentado boas propostas de governo, fruto de um trabalho de ouvir as bases e partidos aliados. Ideias boas e inovadoras do programa de Antônio Silva parecem terem sido retiradas das propostas levadas à coligação pelo PSB e PSDB, bem como outros aliados da campanha. Antônio Silva tem boa oratória e conhece a cidade, mas precisa se apresentar mais moderno e humanizado ao eleitor. O vice Verdi Melo possui boa capilaridade social que ainda não foi devidamente explorada. “É preciso que os eleitores tomem conta do programa”, depoimentos simples e sinceros de pessoas humildes, sobre a competência e seriedade de Antônio Silva, bem como registros da origem humilde dos candidatos pegariam bem neste momento da campanha.

Antônio Silva deve estimular o trabalho intenso de corpo a corpo dos seus candidatos a vereadores e aliados junto ao eleitorado, principalmente nos bairros. É importante “não subir no salto”, pois a campanha não está ganha, e Antônio Silva carrega o estigma de ser “um alazão na saída e um pangaré na chegada”. Além disso, com a candidatura de Renato Paiva, o candidato do PTB não pode se apresentar como o “novo e renovador” nesta campanha, bandeira que já ficou para o democrata Renato Paiva. Mas o candidato do PTB pode se mostrar como o nome da competência e seriedade, sem se esquecer do social. Afinal, o candidato do PTB não é visto pelo povo com a mesma preocupação social do principal concorrente, Eduardo Corujinha.

Profissionalismo 4

Antônio Silva precisa adaptar-se e dar espaço aos muitos simpatizantes eleitorais que hoje “orbitam” as candidaturas de Corujinha e principalmente de Renato Paiva. Alias o grupo político que hoje se abriga no “guarda chuva eleitoral” de Renato Paiva tem carisma ao nome de Antônio Silva, e qualquer desgaste com o candidato Democrata ou mesmo com líderes de seu grupo, podem dificultar uma futura e necessária aproximação com o afunilar da disputa eleitoral e a chegada do chamado “voto útil”.

Ninguém sabe o que se passa realmente na cabeça de Antônio Silva em dois pontos específicos. O primeiro deles é qual seriam o papel e peso político dos aliados num eventual governo petebista chefiado por Silva. Comenta-se sobre a criação de um conselho político que hoje “orienta” a campanha, mas que dificilmente se sustentaria em um eventual governo municipal. Sabe-se que é “hábito de Antônio Silva não aceitar pitacos em sua administração”. O segundo ponto do pensamento de Antônio Silva, que ninguém ainda sabe, e dependendo do resultado eleitoral pode ser muito útil, é saber: quem é hoje o grupo pessoal de Antônio Silva? Aqueles que estariam com ele em sua “cota pessoal”. Sabe-se que muitos dos que apoiam Silva nutrem esperanças futuras, talvez por isso o candidato não adiante o assunto. Medo de perder apoios!

A eleição não esta ganha, mas pode ser muito difícil para Antônio Silva manter a equipe unida até o resultado eleitoral, se não existir uma renovação nos aliados diretos de um eventual governo petebista. Os nomes que anteriormente seguiam de perto Antônio Silva como Julio Cazelato, Marçal Figueiredo, Luiz Fernando Alfredo etc, possuem resistências que o próprio candidato não pode enfrentar, e a mínima dúvida da volta de nomes já enterrados pelo povo no passado, poderia fazer com que Antônio Silva perdesse votos e apoios essenciais. Desta feita, fica a pergunta cuja resposta pode ser de grande valor: Quem seriam os “bispos de um papado” de Antônio Silva?

Profissionalismo 5

Quem tem acompanhado a campanha do Democrata Renato Paiva vê o entusiasmo e garra que Renato e Carlão estão andando pela cidade e o pequeno, mas contínuo crescimento do candidato democrata a cada dia. Ocorre que o tempo é cada dia mais curto, o que não significa que surpresas não ocorram até o final da disputa. Majoritariamente, o setor rural e cafeeiro apoiam Renato Paiva, pesos pesados do empresariado local também estão com Renato Paiva. Quem conhece o candidato e as propostas de Renato Paiva e Carlão, entram na fila de apoio do democrata. Ocorre que o ritmo deste crescimento precisa aumentar. Há quem diga que Renato Paiva já estaria em segundo lugar na disputa, o que não é difícil de acreditar, tendo em vista a resistência de alguns setores em apoiar Antônio Silva e a rejeição ao atual governo petista. Mas Renato Paiva precisa fazer ajustes urgentes em sua campanha para dar aos índices eleitorais o crescimento necessário para uma vitória em outubro.

O programa eleitoral de Renato Paiva ainda está fraco, é preciso melhorar a produção do programa e as propostas apresentadas. O candidato precisa explorar mais o fato de ser a verdadeira renovação nesta disputa eleitoral. Além disso, o candidato precisa melhorar sua oratória e propostas apresentadas. Talvez closes focando o rosto carismático do candidato e um falar direto e sincero ao eleitor tenham efeito rápido e dêem intimidade do eleitor com o candidato! O Democrata precisa ousar mais nas propostas e deixar registrado que os principais postulantes ao cargo de prefeito de Varginha já tiveram suas oportunidades.

Vale registrar que Renato Paiva também não registrou junto ao eleitorado sua experiência administrativa e competência profissional. Renato deve explorar mais e expor o que já realizou por Varginha, seja na área agrícola que ainda gera muitos empregos na cidade, seja na área industrial onde participou ativamente na conquista da fábrica da Walita para a cidade. Os marqueteiros do Democratas precisam apresentar o candidato como homem simples, acessível ao povo, que pode ser encontrado nos lugares comuns da cidade. Alguém que optou pela política, por vocação e como forma de melhorar Varginha e não por “carguismo político, questões financeiras ou não ter outra alternativa de futuro”, como alias acontece com muitos dos políticos no Brasil, que não tem outra alternativa de sustento a não ser viver as custas de dinheiro público.

A situação financeira confortável de Renato Paiva deve ser encarada de frente, como uma virtude, e não como um problema a ser escondido. Ninguém quer votar em um derrotado, que não soube erguer a própria vida! Ademais, Renato Paiva se faz pela competência empreendedora de empresário de sucesso, e ainda assim, antes das eleições sempre esteve envolvido em questões maiores pelo bem da cidade, sempre com a mesma humildade e carisma! O fato de ser rico não tira de Renato Paiva a condição de conhecedor das necessidades dos pobres locais, Renato nunca foi pobre, mas tem sensibilidade social para construir um governo que ampare os pobres. Isso precisa ser mostrado e dito! O povo se alegra de ter um governante rico e humilde, que se destaca pela competência e trabalho, ao invés de um governante incompetente e pobre, que não soube cuidar da própria vida e, no poder, tem maiores chances de “cair em tentações financeiras e ensoberbecer”.

Perguntar não ofende

Renato Paiva está em segundo lugar nas pesquisas?

Pelo voto útil, quem é Corujinha, pode virar Renato Paiva no futuro?

A juventude vai mesmo eleger um candidato para trazer de volta a Feira da Paz?

 
 
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