O prefeito eleito de Varginha, Antônio Silva (PTB), divulgou parte do secretariado para os próximos quatro anos de governo em Varginha. Ainda faltam definir alguns secretários e diretores da Guarda Municipal entre outros cargos importantes na administração municipal. A coluna acertou quando disse que nomes como Luiz Fernando Alfredo, Carlos Honório Ottoni Junior, Julio Cazelato, entre outros estariam na relação. Somente após todas as nomeações a coluna vai comentar sobre cada um dos nomeados para o primeiro escalão do governo municipal. Por hora, o que se pode afirmar é que muitos dos nomes já são conhecidos no meio político local, sendo que no quesito “renovação” o prefeito eleito deixou a desejar, porém há que se dizer que entre os nomes escolhidos por Antônio Silva existem mais técnicos que o primeiro secretariado escolhido por essa administração petista.
Possíveis de 2014
Os eleitos em outubro nem tomaram posse ainda e já começam as especulações sobre a disputa de 2014 pelo governo de Minas Gerais. Entre alguns possíveis candidatos já cotados – como o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PSDB), o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o ministro de Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), e o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), surge uma novidade: Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, falecido ano passado. Sua candidatura contaria com a simpatia e o dedo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Atualmente Josué administra o império têxtil construído pelo pai, José Alencar, que sempre nutriu o desejo de ser governador de Minas. Alencar disputou o cargo em 1994 pelo PMDB, mas acabou em terceiro lugar. Nas eleições de 2010, o nome do ex-vice-presidente foi cotado para o governo do estado, com o aval do então presidente Lula, mas problemas de saúde fizeram com que ele desistisse da disputa. As articulações para convencer o empresário a topar a empreitada vêm sendo feitas.
O presidente do PMDB, Antônio Andrade, disse que já ouviu conversas a respeito das articulações em torno do nome de Josué, mas segundo ele o partido já tem candidato ao Palácio da Liberdade: o senador Clésio Andrade, recentemente filiado à legenda, mas que ainda “não contagiou a militância”. O ex-secretário-geral do PMDB Armando Costa disse que Josué ainda não é filiado, mas que o convite para que ele entre para o PMDB, partido do coração de seu pai, já foi feito. “Ele teria todas as condições de ser candidato a qualquer cargo”, defende Costa, que foi fiel escudeiro de Alencar durante todo o tempo em que ele era filiado ao PMDB. O secretário-geral do PSB, Mário Assad, que também era próximo de Alencar, disse ter sido pego de surpresa por essa possibilidade. Para ele, ainda é muito cedo para discutir 2014. Apesar disso, as conversas em torno da possível candidatura de Josué não descartam a hipótese de ele, se aceitar entrar na disputa, também disputar pelo PSB. Empresário de sucesso, dirigente na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), parecido com o pai no semblante e no timbre de voz, Josué poderia ser o nome para unir PT e PMDB e se contrapor ao candidato que será apoiado pelo senador Aécio Neves (PSDB), provável adversário de Dilma na disputa pela Presidência da República em 2014.
Em entrevista no início do mês passado à revista Isto É Dinheiro, Josué Gomes admitiu a possibilidade de ingressar na política. “Não há atividade mais nobre que a política. Se algum dia eu tiver condições de prestar algum serviço na política, o farei com orgulho e honra”, disse.
Rumo a 2014: Aposentadoria irregular e Mensalão mineiro
Antes de ser empossado presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa liberou para pauta de julgamento do plenário o processo movido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que contesta o pagamento de aposentadoria vitalícia a ex-governadores e sinalizou que esse deve ser um dos primeiros casos de repercussão na Corte na nova gestão.
A ação é referente ao estado de Rondônia, ajuizada em março de 2011, e de uma série que envolve 12 estados que a OAB apresentou ação para sustar o pagamento a ex-chefes de Executivos estaduais país afora. O escândalo pelos pagamentos já existe há muitos anos. Revelou-se que cerca de 60 ex-chefes de Executivo estadual recebiam o pagamento vitalício, alguns por mais de 20 anos. Em Minas apenas os ex-governadores Newton Cardoso e Aécio Neves recusaram o recebimento, porém os ex-governadores Eduardo Azeredo, Francelino Pereira entre outros receberam a aposentadoria.
O novo presidente do STF terá pela frente em seu mandato de dois anos grandes temas da Justiça e questões políticas para enfrentar na sua gestão. Além da aplicação das penas do mensalão e os recursos dos condenados, Barbosa deverá passar por novas sessões históricas.
Estão para ser julgados casos como o do mensalão mineiro, em que o deputado federal e ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) é acusado de desvio de dinheiro público para sua candidatura a reeleição de governador de Minas em 1998. Neste caso do Mensalão mineiro, que poderá ir a julgamento próximo das eleições de 2014, o PSDB pode ser o maior prejudicado, tendo em vista que o partido do presidenciável Aécio Neves em Minas é acusado de desvio de dinheiro público para fazer caixa dois para a reeleição em 98, além de beneficiar outros políticos ligados a Aécio Neves. O STF analisará ainda o depoimento do empresário Marcos Valério, que pediu delação premiada com acusações a Lula e ao ex-ministro Antonio Palocci.
Tesoura afiada
Corre a boca pequena que não só a prefeitura estaria fazendo cortes nas despesas “sociais” neste tempo de “vacas magras”. Sabedora de que vai enfrentar “negociações duras” pela frente, a empresa que detém a concessão de transporte urbano coletivo em Varginha, se prepara para renovar o passe escolar e outras gratuidades no transporte, no início de 2013. A ordem é fazer um “pente fino” nas gratuidades e restringir ao máximo os benefícios, visando “cortar despesas” com o benefício social que pesa na elaboração da tarifa que é apresentada anualmente para o Executivo. Tanto no governo que sai quanto no que entra, existe o “sentimento secreto de que é preciso colocar um limite no passe livre para estudantes, idosos etc” afim de não onerar demais a tarifa paga pelo trabalhador que usa o transporte coletivo, que tem enfrentado dificuldades em fazer novos investimentos em Varginha. A empresa não vê com bons olhos a quantidade de “passes livres” dado pelo governo a idosos e estudantes, tudo isso reduz os lucros e desestimula investimentos no transporte coletivo urbano, e o que é ainda pior, encarece a tarifa paga pelos demais usuários do transporte. O novo governo sabe que precisa ser duro nas negociações com a empresa, talvez traga até uma segunda empresa para concorrer no mesmo serviço. Neste jogo de interesses que movimenta milhões e dá emprego a centenas de trabalhadores, a empresa quer reduzir gastos e cortar benefícios, contando com a “vista grossa” do governo municipal. Ainda não se sabe se a economia buscada no corte de eventuais benefícios ou redução de gastos vai significar novos investimentos futuros ou fim de uma era de gordos lucros com o monopólio de uma única empresa no setor.
Tesoura afiada 2
O aperto de cinto no final do governo petista continua forte. Na verdade o governo não está com “dó dos servidores ou algumas classes” afetadas por estes cortes. Sabe-se que muita regalia foi cortada, viagens, diárias etc, ainda assim, são muitos os credores do governo. Não fosse a derrota do PT nas urnas, haveria uma “maquiagem nas contas” e nada desse “desgoverno” seria conhecido. Mas uma coisa os “comandantes do PT” estão gostando: estão sem motivo algum para poupar os “infiéis, ingratos e potenciais inimigos políticos no funcionalismo”, antes tolerados por causa da eleição. Agora sem esperança de continuar mais quatro anos no poder, os “comandantes petistas em cargos de chefia, brigam, xingam e distribuem patadas com generosidade”, sem se incomodar em perder votos.
Dinheiro em caixa
Não se sabe a certeza da afirmação, mas “expoentes do governo” que deixa o poder em 31 de dezembro, afirmam que o PT municipal vai deixar em “convênios assinados com o governo federal e emendas” cerca de R$ 50 milhões em obras para serem realizadas em Varginha. Tal informação se for verdade, não imuniza o governo municipal pelo total desconhecimento de onde foi parar o orçamento municipal para investimentos nestes quatro anos em que só governo estadual e federal realizaram grandes obras na cidade. Lado outro, aumenta a responsabilidade do governo que chega em 2013, para que mantenha ou aumente a vinda de recursos federais para a cidade. No que depender de deputados federais “desejosos em ser a porta de entrada de Varginha no governo federal” o novo governo só fica fora do orçamento da União se quiser, ou se for privilegiar a atuação do deputado A ou B, favorecendo o deputado federal que for alinhado politicamente com o governo municipal. No que depender dos deputados federais do PP, PT, PSB, PSD e PMDB, “Varginha terá a porta dos gabinetes sempre aberta em Brasília”.
Entrevistado do mês
A Coluna Fatos e Versões vai voltar a fazer as entrevistas mensais com personalidades políticas locais e estaduais. As entrevistas voltarão em dezembro e o titular da coluna já trabalha para pesquisar e contactar nomes para serem entrevistados em dezembro e janeiro. Entre os nomes mais desejados pelos leitores estão o prefeito que sai, Eduardo Corujinha, e o prefeito que entra, Antônio Silva.
Os leitores de Fatos e Versões também podem participar enviando, pelo e-mail da coluna (rodrigogazeta@bol.com.br), sugestões de nomes para serem entrevistados.
Perguntar não ofende
“Os contornos” do contrato entre a Copasa e a Prefeitura de Varginha já começaram a ser discutidos em gabinetes da Capital?
Depois do ressurgimento do empresário Luis Fernando Alfredo, fica a dúvida, onde andam os empresários Jerônimo Neves, Mauro Sérgio Brito, Samuel Maganha Filho, Jordálio Oliveira e Beto Coutinho? Quando será que vão escrever suas memórias e contar os segredos do tempo em que foram “íntimos do poder”?
Novas lideranças
A coluna noticia a vitória do advogado Ubirajara Rodrigues na disputa pela OAB em Varginha e da reeleição de Luiz Cláudio Chaves no comando da OAB Minas Gerais, tendo como membros do Conselho Estadual os advogados Gustavo Oliveira Chalfun, Vicente Lima Loredo e Taciana Naia. A coluna aproveita a ocasião e parabeniza os vencedores, que por suas trajetórias e trabalho além das fronteiras da OAB, figuram entre as novas lideranças municipais, aptas e responsáveis também, por melhorar nossa cidade nos desafios que ainda devem ser enfrentados nos próximos anos.
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