A cúpula nacional do PT está empenhada no esforço de tentar empurrar o julgamento no STF do mensalão mineiro para 2014, com o objetivo único e exclusivo de desgastar o PSDB eleitoralmente. Na mira está o presidenciável tucano Aécio Neves, que pode ser “manchado politicamente”, caso aliados e tucanos mineiros sejam condenados no caso. Fernando Henrique Cardoso já defende abertamente mais agilidade do STF no caso do mensalão mineiro. Ele entende que, a julgar a ação envolvendo tucanos, é preferível que a Corte o faça ainda em 2013, e não em 2014, ano eleitoral.

A contradita

O último suspiro político do governo petista em 2012 foi elaborar um “contra-relatório” para contradizer o relatório final elaborado pela equipe de transição que analisou como seria entregue a prefeitura pelo governo Corujinha. No relatório, os petistas contradizem os números da dívida apresentados pela equipe de transição e contestam pontos como o desgaste da frota, e outros pontos polêmicos na educação, administração, patrimônio e setor previdenciário da Prefeitura de Varginha. Por certo, não será agora que saberemos a real situação do Executivo municipal, nem será por agora que veremos a solução das dívidas do governo.

Esporte e esforço

O novo secretário municipal de Esportes – SEMEL, Antônio Carlos Reis Gonçalves, trabalhava junto com o deputado federal e atual secretário estadual de Esportes, Eros Biondini e terá livre acesso ao ex-chefe e secretário estadual. Traduzindo em miúdos, a SEMEL só não receberá verbas e apoio da secretaria estadual de esportes, se não houver esforço e boa vontade, de ambos os secretários, é claro!

A preferida

Entre as obras inacabadas da gestão petista, uma em especial “corrói o coração” de um líder político no novo governo. Há um motivo especial para isso, pois a obra, que é relativamente barata, teria sido propositalmente postergada pela gestão petista por anos a fio em virtude de beneficiar diretamente um dos “cabeças pensantes” e opositores ao PT. Trata-se do trevo e rotatória que leva à Cidade Universitária do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS. A obra foi empurrada entre DER, Prefeitura e o próprio Unis e ainda não foi concluída. Para o novo governo o desejo dos petistas era atrasar ao máximo as obras na cidade universitária, que não era vista como uma “obra com rendimentos políticos para o PT”.

Falando nelas

Também no rol das obras inacabadas está o Ginásio do Melãozinho, que embora conte com verbas federais ainda espera anos se arrastando na fase de obras. Outra obra inacabada, porém mais barata, é o Parque dos Dinossauros, no fundo do Bairro Padre Vitor, atrás do Estádio do Melão. A julgar pelo perfil do último governo Antônio Silva, que gostava de cuidar de praças, é bem provável que agora o Parque dos Dinossauros seja concluído. Mesmo porque a obra depende exclusivamente dos recursos da prefeitura e resolveria a situação de calamidade, sujeira e insegurança que a obra inacabada gera nos moradores da região.

Ele sabia da derrota

Fontes da coluna confirmaram o que já foi revelado neste espaço. A oposição ao novo governo na Câmara já sabia que perderia a eleição para presidente do Legislativo. E o candidato da oposição, vereador Rômulo Azevedo, já sabia da derrota quando aceitou ser candidato. O edil queria mesmo é “marcar presença em sua estreia no Legislativo”. Além disso, ficou claro para a oposição que para “marcar presença e conhecer a lealdade do grupo” precisavam mesmo lançar um candidato próprio, mesmo que fosse para perder.

Petistas maleáveis

Essa informação também veio pelas fontes da coluna, e serve para aqueles que vivem acusando os petistas de serem intransigentes e duros. Na negociação entre os vereadores da oposição e os vereadores ligados ao PP do deputado federal Dimas Fabiano, o PT estava disposto a unir-se ao grupo de Leonardo Ciacci e ceder os dois primeiros anos de comando do Legislativo ao PP, em troca do comando nos dois últimos anos da atual legislatura. O acordo caminharia bem pelo PT, não fosse a “forte e intransponível” oposição feita ao nome de Leonardo Ciacci por dois outros vereadores de partidos ligados ao PT, que participam da oposição. A coluna ainda não conseguiu identificar precisamente quem são estes dois que nos bastidores “batem o pé contra” Ciacci. Mas esta dupla vai aparecer logo, já que Ciacci tornou-se o novo presidente do Legislativo. De qualquer maneira, o posicionamento negociador e flexível dos dois vereadores do PT mostra que a habilidade dos petistas em negociar está melhorando. Não era pra menos, pois agora o partido perdeu o poder e precisa aprender a “viver na dificuldade”. É a encarnação do velho ditado: a necessidade faz o sapo pular!

Prioridade ou balela

A coluna está de prontidão para ver alguns movimentos administrativos deste novo governo e saber mais o que é realidade e o que se trata de engodo político no Executivo. Em cerca de um mês teremos as festas de Carnaval, que devido ao esquecimento e pouca preparação e planejamento das escolas de samba e toda a “cadeia do setor carnavalesco local” não atrai muita gente aos eventos em Varginha nesta época do ano. Na verdade, o varginhense não tem muito prazer nos eventos promovidos pela prefeitura para o Carnaval. O certo seria que as escolas de samba realizassem eventos e arrecadassem fundos para fazer uma bela festa, ao invés de ficarem mendigando recursos públicos que possuem outras prioridades na cidade. Pois bem, o cerne da questão é: Se o novo governo sabe que existem prioridades emergenciais a resolver como saúde, segurança, etc, além disso, alega ter herdado uma dívida que chegaria a R$ 111 milhões, não seria prudente nem inteligente socialmente gastar uma pequena fortuna de dinheiro público em festas de Carnaval. Ou esta história de dívida e planejamento público é papo furado e o novo governo quer mesmo é investir no famoso pão e circo? Veremos a resposta deste problema em breve!

Entrevistado do mês

A entrevista do ex-prefeito Eduardo Corujinha (PT), uma das últimas concedidas quando o político ainda era o prefeito, será publicada na semana que vem. São muitos os “eufóricos” para saber o que disse e “desabafou o político”. Aliás, a coluna deseja falar também com o prefeito eleito Antônio Silva. Saber do novo chefe do Executivo qual sua análise da máquina pública e da real situação herdada do PT, bem como seus projetos para a cidade. A equipe da Gazeta, com a ajuda deste colunista, elaborou uma série de perguntas ao empresário Luiz Fernando Alfredo, novo presidente da Fundação Hospitalar de Varginha – FHOMUV, que administra a rede pública municipal de saúde, um dos maiores problemas apontados pelo cidadão. A rede pública municipal de apoio social e atenção ao cidadão que envolve a Fundação Hospitalar e Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social estão a cargos de dois homens de confiança e escolhidos pessoalmente pelo prefeito. Trata-se de Luis Fernando Alfredo, na FHOMUV e Júlio dos Reis Cazelato, na Secretaria de Assistência Social. Ambos são leais ao prefeito e sabem como o chefe pensa e age. A coluna ainda terá tempo de falar diretamente com todos os “homens do Chefe” deste novo governo.

Perguntar não ofende

Os espiões do antigo governo petista agora se tornaram chefes de setor neste governo. Mas agora surgem novos espiões do governo eleito. Quem são eles? A quem vão delatar as falhas e mazelas do novo governo?

Este ano vamos ter Carnaval bancado com dinheiro público na Praça da Fonte? Ou vamos priorizar áreas como a saúde, educação e segurança pública?

Quais as ligações das empresas que instalam as câmeras de vídeo-monitoramento e fazem as mudanças no trânsito com secretários do antigo governo municipal?

Quem será o deputado federal aliado do governo municipal e defensor da vinda de recursos públicos federais para Varginha? Será que este parlamentar terá prestígio junto ao governo federal para garantir a efetiva execução de obras na cidade que é vista como adversária política do PT em Brasília?

Quando serão julgados os casos de compra de votos e irregularidades eleitorais comprovados nas eleições de 2012? Porque o Ministério Público perdeu a pressa nas ações político/eleitorais depois da derrota do PT?

FRASES

“Ele (Antônio Silva) reuniu um grupo de secretários quase que praticamente técnicos! Não há que se dizer que não são preparados para as funções. A equipe é muito boa! O negócio é ver se terão autonomia e recursos para trabalhar” – Empresário ligado a classe política local, sobre os nomes escolhidos para o primeiro escalão do governo

“Os salários de primeiro escalão são baixos, fica difícil encontrar quem tenha competência técnica para o cargo, que, aliás, é de dedicação integral às necessidades da cidade” – Um dos líderes da oposição revelando à coluna sobre a defasagem salarial do secretariado municipal.

“O difícil é dizer à população que o salário de secretário precisa aumentar para que se possa achar gente capacitada para o cargo. Do contrário ficaram apenas as indicações políticas sem competência só para cabides de emprego! Quem vai querer se queimar junto à opinião pública para defender o aumento salarial?” – Um dos líderes da oposição sobre a necessidade do aumento do salário dos secretários, que também poderia implicar no aumento do salário dos vereadores.

“Eles vetaram o nome do Leonardo (Ciacci), não aceitaram de jeito nenhum! Além disso, queríamos mudar drasticamente os nomes dos cargos de confiança no Legislativo, bem como a forma como são escolhidas as pessoas que ocupam as vagas” - Vereador que participou das negociações para a composição da mesa diretora da Câmara, falando sobre dois colegas (não petistas) que combateram com veemência, nos bastidores, a reeleição de Leonardo Ciacci para o comando da casa.