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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Troca de farpas; Contraditório; Sabor do abandono
31/01/2013
 
Troca de farpas

Não será por falta de “rabos a puxar” que o novo governo vai esquecer da última gestão petista. Já na semana passada a assessoria de imprensa do Executivo divulgou release informando sobre o estado de “abandono e risco” em que se encontram milhares de pneus inservíveis deixados pela administração anterior e que hoje representam problema para o novo governo e risco de contágio a Dengue na cidade. A nota dizia que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMEA iria “dar o destino correto para as toneladas de pneus inservíveis deixados pela administração passada em um galpão da cidade”. O novo secretário da SEMEA Joadylson Ferreira disse “A preocupação maior neste período é com a Dengue, considerando as ultimas chuvas que caíram em Varginha. Todos nos sabemos que pneus usados, abandonados da forma como aconteceu pela administração passada, sem nenhum cuidado, são locais propícios para o mosquito da Dengue, e não podemos permitir que um descaso do passado coloque em risco vidas”. A coluna tentou falar com o vereador e ex-secretário de Meio Ambiente, Rômulo Azevedo, que inclusive atuou a época, para tentar dar fim ambientalmente correto aos pneus. Pelo que relata a recente nota do governo, parece que o ex-secretário não foi bem sucedido! Porém nos bastidores, uma fonte da coluna, ligada ao antigo governo informou que foi realizado um trabalho em relação aos pneus inservíveis, sendo que milhares deles foram doados a empresa especializada na reutilização deste material e que os pneus recolhidos próximo ao Lixão, na gestão passada, receberam tratamento e armazenamento específico para evitar a proliferação do mosquito transmissor da Dengue. Politicamente, o atual secretário de Meio Ambiente, Joadylson Ferreira, bem como o vereador e ex-secretário de Meio Ambiente da gestão petista, Rômulo Azevedo, cumprem seu papel de defenderem seu grupo político e “puxarem a sardinha para o seu lado”, mas o fato é que problemas ambientais reais como o não funcionamento do aterro sanitário e as contaminações pelo atual lixão, próximo ao bairro Corcetti continuam, e não foram resolvidos por qualquer gestão municipal ou órgão como o Ministério Público, Feam ou Codema.

Contraditório

A coluna buscou saber a versão do ex-secretário de Meio Ambiente da gestão petista, Rômulo Azevedo, e suas declarações a respeito das declarações do atual secretário Joadylson Ferreira, e sobre os pneus inservíveis. Rômulo afirmou que nenhum pneu inservível foi deixado em local inapropriado pela administração passada, os pneus foram estocados em local seguro, coberto, seco, fechado e sem riscos. Segundo Rômulo, na sua passagem pela secretaria foi equacionada a questão e passaram a destinar corretamente os pneus inservíveis, com o apoio dos membros da COOPERET e da RECICLEWEL, pois a Cooperet ajudava a receber, higienizar os pneus e armazenar-los. A Reciclewel fazia a retirada dos pneus da cidade e destinava à indústria para servir como combustível. Os demais secretários que sucederam Rômulo Azevedo, Leão Miranda e Flávio Prado, deram sequência ao mesmo trabalho e ainda avançaram mais, elaborando em 03/10/2012, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, a partir dos dados levantados pela Secretária Municipal de Meio Ambiente – SEMEA. Visando atender às exigências da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e da Lei nº18.031, de 13 de janeiro de 2009, que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos, apontando e descrevendo as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos produzidos no município de Varginha/MG, desde a sua geração até a disposição final, ambientalmente adequada. Também o último ex-secretário da SEMEA da gestão petista Flávio Prado disse que manteve todos os serviços regularmente e nunca houve destinação incorreta de pneus inservíveis em sua gestão. Vale ressaltar que a alegação de que a administração passada abandonou pneus, não corresponde à realidade, pois sempre houve armazenamento e destinação correta dos mesmos, sendo que, ao final do governo petista, os pneus estavam armazenados em local adequado localizado no Distrito Industrial Miguel de Lucca. Contradizendo o atual secretário, Rômulo Azevedo disse que, o novo Secretário Municipal Joadylson, se contradiz, pois Varginha não registrou nenhum caso de Dengue nos últimos anos, não havendo, portanto, causa, nem consequencia negativa por parte da existência de pneus na nossa cidade. Pelo que se vê, alguém não entende do que esta falando ou esta falando apenas para fazer marketing político! Coisas inerentes a troca de governo e vaidades políticas...

Atenção especial

Nos bastidores dos “interesses municipais ambientais e políticos” todas as atenções estariam voltadas à renovação do contrato com a Copasa, para exploração do abastecimento de água e esgoto em Varginha. È dada como certa a renovação com a Copasa, o assunto é negociado primeiro nos bastidores, depois em público com discussão na Câmara, para então depois celebrar o contrato de exploração por mais 30 anos. Comenta-se que os valores envolvidos nesta negociação giram em torno de R$ 50 milhões, daí a “atenção e cuidado” do novo governo com a causa, que ainda não saiu dos bastidores para a discussão aberta e transparente.

Adesista

As muitas manifestações de “amor e carinho” da cúpula municipal do PSD para com o novo governo não espantam a coluna, embora estejam gerando discussão no mundo político, tendo em vista que as mesmas lideranças municipais do PSD também prometeram “lealdade e fidelidade eterna” a antiga administração petista. Como disse a coluna, mesmo antes das eleições, o ex-prefeito e líder do PSD municipal Eduardo Ottoni, já mantinha contato com o então candidato Antônio Silva e, por pouco, o grupo de Eduardo Ottoni não apoiou o PTB em 2012. Em que pese os eventuais interesses por cargos ou favores que possam implicar este “repentino apreço e apoio” do PSD municipal ao novo governo, “esquecendo seu passado de amor com o PT”, a realidade é que o PSD de Varginha esta passando por grandes transformações na cidade e não se pode dar como certa a “lealdade e fidelidade” da legenda e de seus líderes, inclusive deputados!

Sabor do abandono

Filiado ao PP, partido aliado no plano federal a Dilma Roussef, o vice-governador de Minas, Alberto Pinto Coelho reafirma sua opção por apoiar Aécio, do PSDB, em 2014. Na verdade o vice-governador de Minas fica incomodado com o apoio de seu partido ao governo petista de Dilma. Alberto queria mesmo é que o PP apoiasse Aécio Neves, seu candidato a presidência em 2014. Mas como diz o ditado, chumbo trocado não dói e Alberto Pinto Coelho vai sobreviver, e bem, se o PP, vier mesmo a apoiar a reeleição de Dilma em 2014. Caso semelhante aconteceu em 2012, quando o PP de Varginha tinha como candidato a prefeito o empresário Renato Paiva e o vice-governador, contrariando os pepistas locais, veio a Varginha declarar apoio ao candidato Antônio Silva, do PTB. O PP local continuou apoiando Renato Paiva e ficaram “P” da vida com o vice-governador. Agora parece que o Alberto Pinto Coelho vai experimentar um pouco do próprio “veneno”, pois tudo caminha para que o PP de Minas fique sozinho no apoio a Aécio, e o restante da legenda apóie mesmo a reeleição de Dilma Roussef (PT). Acho que quando isso acontecer vai haver muita risada e satisfação de alguns pepistas locais, que mesmo odiando o PT, queriam ver Pinto Coelho sentir na pele o “sabor do abandono”.

Perguntar não ofende

Quando vão começar a discutir publicamente, na Câmara, os termos da renovação ou não do contrato para abastecimento e tratamento de água e esgoto em Varginha?

Quando começará a funcionar o novo aterro sanitário municipal?

Porque o Ministério Público Estadual, em Varginha, parou de cobrar solução para os problemas do lixão e do zoológico municipal?

Onde é tratado o esgoto gerado no bairro Condomínio Lagamar? A quem cabe cobrar providências a respeito?

Qual o destino da falada usina de asfalto, supostamente doada pela Copasa à Prefeitura de Varginha?

Quem vai ganhar a queda de braço entre o grupo político de Eduardo Ottoni e o deputado federal Diego Andrade no PSD local? O partido com certeza não será!

Primeira baixa!

A coluna sabe dos correntes comentários sobre a esperada saída de Júlio dos Reis Cazelato da Secretaria Municipal de Bem Esta Social. Júlio Cazelato é ex-vereador do PMDB, mas entrou no primeiro escalão na cota pessoal do prefeito Antônio Silva, de quem é amigo a muitos anos. Júlio Cazelato estaria desmotivado do trabalho na secretaria que ganhou muitas atribuições, desde a última vez quando esteve no posto na segunda gestão de Antônio Silva. Além disso, Julio Cazelato estaria priorizando sua saúde, depois de anos dedicados ao mundo político como vereador, secretário municipal e liderança partidária. O secretário está bem, mas sua idade e saúde já não permitem os excessos e desdobramentos de anos atrás! Antônio Silva ainda não sabe quem vai ocupar a vaga de Julio, que deve permanecer no cargo por mais algum tempo, mas sem perspectiva de terminar este mandato no primeiro escalão. A baixa era inesperada pelo governo, mas previsível nos bastidores da política, que sabiam dos últimos embates de Júlio Cazelato no PMDB, onde houve muito desgaste para a escolha do comando partidário municipal, até hoje a legenda sofre com incertezas!

Aumento salarial

O problema existe no Executivo, mas não pode nem ser mencionado em público! E não será, por agora, mas no futuro vai precisar ser discutido com a sociedade. Ocorre que os baixos salários de secretário são mesmo um problema para a contratação de bons profissionais. O prefeito Antônio Silva sabe dos salários pagos na iniciativa privada aos bons executivos, que precisam ficar 24 horas a disposição do trabalho, como se espera dos secretários municipais. Além disso, é difícil conseguir um bom profissional para áreas técnicas do governo como administração, saúde, educação, segurança pública etc, com baixas remunerações. O prefeito “deu sorte” por conseguir profissionais da área como Mario Ariake e Gilmar Couto, por exemplo, que conhecem a área onde atuam, mas, se não estivessem aposentados, dificilmente, deixariam suas carreiras para atuar no poder público municipal, que não tem “salários competitivos”, facilitando assim para que as indicações político/partidárias crescem ou que a “dedicação 24 horas” dos servidores nomeados seja prejudicada. Vale ressaltar que a remuneração dos secretários municipais “é vista pelo Legislativo como atrelada ao salário dos vereadores”, ou seja, no futuro quando o Executivo desejar aumentar o salário do primeiro escalão, deverá também pensar num aumento para os vereadores. Já que “tradicionalmente” secretários e vereadores ganham “valores semelhantes”, muito embora de modo geral, um vereador não trabalhe, dedique-se ou tenha o mesmo conhecimento ou responsabilidade que um secretário.

 
 
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