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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Sem voos para a capital; Cuidado com a língua; Nomeação
27/03/2013
 
Sem voos para a capital

Depois de muita discussão e troca de acusações sobre a perda dos voos de Varginha para Belo Horizonte e Guarulhos/SP, a direção do aeroporto de Varginha divulgou nota informando que o aeroporto volta a receber voos comerciais a partir do dia 1º de abril, (e isso não é mentira, é 1º de abril mesmo!). Mas Varginha perdeu com todas estas mudanças, pois não teremos mais os voos para Belo Horizonte. Além disso, os voos são restritos a cidade de Campinas, aeroporto de Viracopos, que fará a conexão com outras regiões. Suspensos desde o dia 20 de fevereiro, os voos das linhas comerciais da empresa Azul/Trip linhas áreas tem previsão de retorno marcada para o dia 1º de abril. As vendas das passagens já começaram na sexta-feira, 22 de março e agora faltam apenas os ajustes nas rotas de voo para que o aeroporto de Varginha volte a operar normalmente de domingo a domingo. Em contrapartida a Varginha ter perdido os voos para BH, a cidade ganhou voos para Campinas aos sábados e domingos, desta forma o aeroporto terá partidas e decolagens durante toda a semana.

Cuidado com a língua

Já nas primeiras visitas de empresários ao prefeito Antônio Silva, sua assessoria se apressa em dizer que empresas vão realizar investimentos na cidade e gerar novos empregos. O governo precisa ficar atento a “língua”, pois o antigo governo petista foi penalizado nas urnas pela “conversa fiada de que teria dezenas de empresas na manga para investir e gerar empregos em Varginha”. As ditas empresas nunca apareceram e nem mesmo as que já estavam na cidade realizaram os investimentos prometidos. Experiente que é, Antônio Silva já deve saber que “em empresários e políticos, só se confia depois de cumprida a promessa. Ainda mais em se tratando de investimentos”. Muitos dos empresários que procuram os governos alegam novos investimentos apenas para ganhar incentivos fiscais, terrenos etc, ou só mesmo para alegrar os prefeitos. Já os empregos e investimentos, depois de anunciados pelas assessorias, precisam chegar logo, do contrário quem se queima são os governos que não usaram de “prudência e caldo de galinha, que não faz mal a ninguém”.

Nomeação

Leitor e eleitor deste governo mandou e-mail à coluna especulando possível “aliciamento político do governo na nomeação de um parente do presidente do Legislativo”. Oras, o presidente do Legislativo hoje faz parte da base governista, e foi eleito presidente da Câmara com votos do governo. A nomeação não tem cara de “aliciamento e sim de prestígio do edil junto ao governo ao qual tem ajudado muito nas votações do plenário. Estranho mesmo seria ver o governo nomear parentes do líder do PT da Câmara! Isso sim teria cara de aliciamento”.

Imagem

A Prefeitura de Varginha em parceira com o Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS, esta ministrando palestras aos servidores públicos municipais para “estimular e capacita-los a atender e se comunicar melhor, melhorando assim a imagem da Prefeitura”. É bem provável que a medida ajude, mas melhores salários, planos de carreira e estrutura melhores também teriam o mesmo efeito, só que sairiam bem mais caro, não é mesmo!

Mais do mesmo

Sete integrantes da Guarda Municipal de Varginha que prestam serviço no Aeroporto Municipal participaram na cidade de Resende/RJ, do Curso de Formação de APAC – Agente de Proteção da Aviação Civil, com um total de 60 horas de aulas teóricas e práticas. O curso visa consolidar a competência técnica básica necessária às atividades de Proteção da Aviação Civil contra Atos de Interferências Ilícitas nas dependências do Aeroporto. A aprovação neste curso é pré-requisito para a participação na Banca de Exames da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC). Não deixa de ser importante o investimento em preparação e capacitação dos agentes da Guarda Municipal. Porém deve ser lamentável para a Guarda Municipal e para o contribuinte, ter uma instituição municipal de segurança para atuar num aeroporto que ainda não pode receber voos comerciais, como é o caso de Varginha. Da mesma forma que deve ser constrangedor para a Guarda Municipal, ver que suas atribuições no trânsito, por exemplo, foram reduzidas enquanto muitas de suas tarefas estão sendo passadas à Polícia Militar ou simplesmente, não são realizadas, mesmo Varginha possuindo uma Guarda Municipal tão empenhada.

Pelo bolso

O Executivo municipal celebrou convênio com a Polícia Militar que autoriza a instituição a fiscalizar o trânsito nas vias públicas do município e aplicar penalidades, nos termos dos artigos do Código de Trânsito Brasileiro. O convênio foi uma forma encontrada pela Administração Municipal, para suprir a impossibilidade da Guarda Municipal de Varginha, de fiscalizar o trânsito local. Como se sabe, o impedimento se dá por força de liminar judicial proferida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e até que se tenha uma solução definitiva sobre a competência da referida Guarda, não pode o trânsito local ficar à deriva, como de fato esta desde o governo anterior, o que justificaria a imediata parceria com a Polícia Militar. Embora para alguns policiais da Guarda Municipal a “entrega do trânsito para a PM seja o começo do desmonte da Guarda e acirramento das vaidades entre as duas instituições de segurança, o Governo Municipal foi convencido pelo bolso a deixar o trânsito com a PM, que agora ganha mais poder e atribuições”. A parceria com a Policia Militar custará aos cofres públicos a importância de R$ 60.000,00 ano, ou seja, R$ 5 mil por mês, uma quantia pequena se comparada aos gastos da Guarda, que embora vá continuar tendo sua dotação, gastaria mais para fazer a tarefa. “No fritar dos ovos o cidadão tem seu ganho, pois, o trânsito não podia ficar esquecido como estava, mas sabemos que isso não era “a maior das preocupações dos governos municipais, tanto que deixaram a questão de lado por muito tempo”. Com a nova responsabilidade da PM volta a fiscalização do trânsito e o restabelecimento normal da área azul. O Executivo disse que não está abrindo mão da municipalização do trânsito, apenas formatando uma ação que venha a organizar e fiscalizar o trânsito de veículos nas vias públicas, afastando a possibilidade de um caos que já se evidencia. Entre os Guardas Municipais segue o receio da perda de atribuições da Guarda, que já começou com o trânsito e pode se seguir com a entrega, para a PM, do sistema de segurança e vídeo monitoramento conquistado pela Guarda Municipal na gestão passada. O sistema de vídeo monitoramento custou mais de R$ 1 milhão e ainda não esta pronto, mas já causa polêmica pela forma como esta sendo elaborado e ainda não se sabe se ficará a cargo da GM. Atualmente, “para não dizer que esta atoa” a Guarda Municipal prossegue fazendo a guarda de prédios públicos, escolas e parques municipais, e auxiliando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente em suas atividades, além da presença dos agentes no Aeroporto Municipal, no Terminal Rodoviário e na UPA.

Aproximação

A nomeação de um coronel aposentado para o comando da Guarda Municipal tem cumprido seu primeiro objetivo: “aproximar o Executivo, particularmente a Guarda Municipal, da Polícia Militar”. A escolha do prefeito para ministrar, no 24º Batalhão da Polícia Militar, uma palestra no curso nacional de promotor de polícia comunitária foi um indicador desta aproximação entre Executivo municipal e PM. O prefeito falou sobre o tema "Município e Policia Melhor qualidade de vida para promover a cidadania” e destacou a importância da união entre os órgãos de segurança, o município e a comunidade. Estiveram presentes na palestra o Comandante do 24º BPM, Tenente Coronel Edilson Valério, o Comandante da Guarda Municipal de Varginha, Comandante Gilmar Couto , o Diretor da Guarda Municipal, Tenente Jair Gabriel e diversas autoridades locais, além dos alunos do curso.

Mão a palmatória

Depois de tripudiar em cima da antiga gestão petista, alegando diversas falhas na condução da negociação da dívida do município com o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais – INPREV, a atual gestão, juntamente com técnicos do INPREV chegou a decisão que a melhor forma do município acertar suas contas junto ao instituto de previdência é a Segregação de massa, forma já apontada pela gestão petista e muito atacada por este governo, que agora dá a mão á palmatória. “Na apresentação do relatório atuarial do INPREV (com os representantes deste governo municipal) ficou patente que a opção mais viável para o Município de Varginha, para equacionamento do déficit técnico apontado é a SEGREGAÇÂO DA MASSA, fato que será analisado pelos Gestores do INPREV, juntamente com a Administração Municipal e submetido a deliberações do Legislativo Municipal” diz a nota enviada à imprensa.

Sintonia ou estratégia

A julgar pela confiança e delegações de destaque dadas pelo prefeito a seu vice, hoje muito atuante, não a dúvidas de que Verdi Melo (PSDB) tem chances reais de ser o escolhido pelo chefe do Executivo para sucede-lo em 2016. Mas, em se tratando de política, e tendo em vista que teremos uma eleição em 2014, não é impossível que o vice esteja sendo prestigiado agora para tentar “vôos maiores” em 2014 com o apoio do prefeito. Se ganhasse as eleições em 2014, Verdi já poderia seguir seu caminho e deixa Antônio Silva livre para escolher seu futuro sozinho em 2016, mas se perder, Verdi queimaria sua chance eleitoral e desobrigaria o prefeito de qualquer apoio ou compromisso em 2016. De qualquer modo, Antônio Silva ganha e poderia escolher sozinho o que faria em 2016. O tempo dirá!

Prestação de contas ou campanha antecipada

A Assembleia Legislativa de Minas –ALMG realizou em Varginha no dia 25/03 um dos 17 encontros com o fim de “apresentar o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos em cada região de Minas e colher sugestões” para este último biênio desta legislatura. O encontro, embora tenha “missão nobre e reúna autoridades regionais e parlamentares importantes” vem com muito tempo de atraso, pois não é novidade que o distanciamento entre o cidadão e os deputados estaduais é cada dia maior. Prova disso é o constante aumento de salários, regalias e troca de favores entre a Assembleia Legislativa e o governo, em desfavor do cidadão mineiro que paga por um dos Legislativos estaduais mais caros do Brasil. E como se esperava na antevéspera das eleições, somente agora, os deputados retornam as bases. Como era de se esperar o encontro foi palco para dois parlamentares em especial: Diniz Pinheiro, presidente da ALMG, que tenta “ganhar mídia” para emplacar sua candidatura a vice-governador e do deputado estadual Dilzon Melo, 1º secretário da ALMG, que tem base política em Varginha, embora não seja visto com frequência na cidade. As autoridades presentes, meio intimidadas para cobrar a atuação do Legislativo estadual, saíram do encontro sem respostas de quando o governo estadual vai cumprir sua palavra e construir o centro de eventos em Varginha e concluir a duplicação da avenida do contorno, no trecho estadual entre o trevo para Elói Mendes e o trevo para Três Pontas. Os deputados estaduais Dilzon Melo (PTB) e Dalmo Ribeiro (PSDB), inclusive, são testemunhas e fiadores políticos da promessa das obras feita pelo então candidato a reeleição Antônio Anastasia e o então candidato a senador Aécio Neves. Será que eles esqueceram das promessas? Ou pretendem voltar a pedir votos em Varginha, mais uma vez, sem antes cumprir o que prometeram a anos e anos sem honrar?

 
 
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