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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Lixo da Discórdia; Transporte coletivo; Mais um voo de galinha?; Galinha cargueira
15/05/2013
 

Lixo da Discórdia

A briga pela concessão do Aterro Sanitário de Varginha e o controle da política de resíduos sólidos na cidade continua, e já abriu a primeira séria crise no governo. De camarote, o PT assiste a disputa e engorda o caldo a favor da maior discussão em torno do projeto, afinal, tratasse do futuro da cidade e bem estar da população. Na semana passada, quando um e-mail do prefeito, direcionado aos secretários, vazou para o público com diversas acusações contra a bancada de vereadores do Partido Progressista e seu deputado federal, o “caldo ferveu” no Legislativo. E a pergunta que todos se fazem é a mesma: A quem interessa que o Legislativo aprove, sem questionamentos ou salvaguardas ao município, a milionária concessão do aterro sanitário, por 26 anos à Copasa? A pergunta é simples e a resposta, para quem “esta dentro do jogo político”, parece óbvia!  Mas politicamente falando, parece que o Executivo municipal, com o deputado e “mentor legislativo estadual” Dilzon Melo, estão se precipitando em antecipar a briga com o PP.

A coluna já havia dito no início da “parceria política” entre PTB e PP, no início do governo, que a união era temporária e restrita aos assuntos prioritariamente municipais. E que, em 2014, PP e PTB iriam tomar rumos diferentes com o natural distanciamento entre as lideranças destas legendas. Os articulistas só não esperavam que, por descuido do governo municipal, o “incomodo e adversidade” entre PP e PTB fosse aflorar tão cedo. O Executivo municipal precisa meditar sobre o tamanho da briga, pois sem o PP, não terá como garantir a governabilidade e “mostrar serviço” para pleitear votos nas eleições de 2014. Já o PP sabe que não pode confiar no governo, porém unir-se a bancada oposicionista para formar maioria, por si só não resolve, pois o PP também não pode confiar no PT, mas pode fazer valer a briga entre petistas e o governo para somar forças com a oposição e continuar no controle do Legislativo. Se o Executivo for “esticar a corda” pode perder sua base. O melhor mesmo é governar com transparência e “mostrar as vísceras” do projeto do aterro, que para o leigo povo é mais um custo com o lixo, mas para outros mais espertos, pode significar uma polpuda grana mensal!   

 

Transporte coletivo

A Câmara Municipal realizará amanhã, quinta-feira (16), às 18h30, uma Audiência Pública sobre o Transporte Coletivo Urbano. O assunto tem sido sempre destaque em reuniões do Legislativo, meios de comunicação e bate papos das pessoas pela rua, que reclamam do serviço. A transporte coletivo urbano movimenta milhões de reais e demanda melhorias constantes, mesmo porque, o valor da tarifa aumentou recentemente, sem investimentos aparentes. A Audiência Pública tem o objetivo de colocar em discussão esse serviço que é tão importante e necessário para a população. A iniciativa é um pedido do vereador Zacarias Piva (PP), e vai reunir as principais autoridades envolvidas no assunto. Foram convidados para participar: representantes da Autotrans, do Departamento de Trânsito do Município, de instituições de ensino e outras autoridades. A população, no geral, também está convidada e poderá fazer questionamentos e emitir opiniões. Entre os assuntos que mais deverão ser destacados estão a implantação da bilhetagem eletrônica, o transporte escolar, o transporte de deficientes físicos, ampliação de linhas e do número de veículos para atender aos passageiros, cobrança de passagem para pessoas entre 60 e 65 anos, cancelamento do passe escolar para alunos do Cefet-MG e outros temas. É muito importante que a população participe para poder questionar e, também, apresentar sugestões para a melhoria desse serviço.

Tapa Buraco e enche bolso

A terceirização de duas empresas para auxiliar nos trabalhos da Secretaria municipal de Obras na operação tapa buraco, possibilitará, segundo o governo, a recuperação de todas as ruas da cidade, em um prazo de dois meses.  Nesse período serão tapados cerca de 20 mil metros quadrados de buracos.  O trabalho será feito em parceria com a equipe da Secretaria de Obras, que nesses quatro meses já conseguiu dar manutenção em cerca de 15 mil metros quadrados de ruas, priorizando as vias de maior fluxo de veículos e os corredores do transporte coletivo urbano.

 Agora, com os trabalhos em conjunto, o serviço será acelerado, atendendo a todas as localidades igualitariamente, atendendo aos apelos da comunidade que convive com os buracos deixados pela administração passada. O governo atual mostra agilidade em dar solução a problemas corriqueiros da administração, como a manutenção das ruas. Porém, há que se dizer que o preço pago as empreiteiras para esta reforma é algo muito salgado, e cada dia “sangra mais” os cofres municipais. Um convênio entre os municípios da Ambasp para a compra de uma usina de asfalto para uso conjunto de todas as cidades seria o ideal e inteligente para poupar dinheiro e cuidar das vias públicas. Não se sabe porque idéias assim não prosperam! Mais curioso ainda é que, em meio a esta briga entre Executivo e Legislativo para dar à Copasa o destino do lixo na cidade, nos fez lembrar da “lenda misteriosa” de uma usina de asfalto que teria sido disponibilizada pela Copasa para o município, para que este reparasse os muitos buracos feitos pela estatal nas ruas da cidade. A usina que chegou e ser exposta e até apresentada em programa eleitoral sumiu, como alias, some o dinheiro público que nunca é suficiente para pagar as empreiteiras locais que costumeiramente reparam as ruas da cidade.

Parceria que dá certo

Difícil ver uma parceria entre governos que possa ser aplaudida, ainda mais quando se tem tantos “rancores políticos” como os que se vê entre os governos de Varginha, Belo Horizonte e Brasília. Mas a ação coordenada para a realização de cirurgias de catarata que ocorre de tempos em tempos em Varginha é uma ação a ser aplaudida. Todos os anos centenas de pessoas que sofrem com catarata são operadas em Varginha, com recursos do governo federal, nos hospitais públicos da rede estadual e municipal, e toda a operação é coordenada pela secretaria municipal de saúde. As operações saem a custo zero para o paciente, normalmente, pessoas humildes que teriam que desembolsar cerca de R$ 6 mil caso fossem operar na iniciativa privada. A Secretaria municipal de Saúde decidiu por realizar as cirurgias agendadas já no mês de maio. Inicialmente serão chamados 170 pacientes, seguindo a  lista daqueles que operaram uma vista. Para os outros pacientes as cirurgias serão disponibilizadas a partir de julho, momento em que as triagens serão realizadas. Segundo a secretaria de saúde, serão realizados esforços no sentido de atender todos os pacientes que iniciaram o tratamento e também os novos que serão oportunamente incluídos. Em Varginha, mesmo com as rusgas políticas entre município, estado e união, os profissionais de saúde tem dado, neste caso, exemplo a ser seguido, ao priorizar a vida humana, acima das questões políticas. Bom mesmo seria se o exemplo fosse estendido a toda a cadeia administrativa governamental!

Saúde

O Conselho Municipal de Saúde se reuniu na semana passada para discutir o plano de ações da vigilância em Saúde de Varginha e a programação anual das ações da vigilância sanitária. A Saúde na cidade nunca foi tão falada, ainda mais nas esferas administrativas e política, ocorre que no âmbito administrativo, o que se vê é a restrição do atendimento, com fechamento do Pronto Socorro do Bom Pastor, e no âmbito político, os recursos estaduais e federais tardam a chegar e ainda esbarram nas irregularidades administrativas dos hospitais, que ficam impedidos de receber investimentos públicos. Os conselhos municipais, que deveriam ter paridade em sua composição, na verdade, ficam “na mão do governo” e não são ávidos e atentos para ver as falhas que travam as melhorias necessárias à saúde na cidade.

Mais um voo de galinha?

Depois da confusão administrativa que resultou na segunda suspensão dos vôos comerciais no aeroporto de Varginha, a prefeitura conseguiu convênio com a Prefeitura de Resende/RJ para o “empréstimo de brigadistas” que estão atuando no aeroporto até que o município forme seus próprios brigadistas. A empresa aérea TRIP pretende retornar com vôos de Varginha para Campinas/SP. As muitas empresas que perderam dinheiro com a suspensão dos voos ficaram com o prejuízo. Os muitos passageiros e empresários que foram prejudicados em razão da falta de planejamento do governo, tanto da administração passada, quanto esta nova gestão, também não terão ressarcimento. O constrangimento pelas seguidas suspensões e perda de vôos, bom, estes ainda podem piorar. Não se sabe se, desta vez, o aeroporto de Varginha vai mesmo seguir em frente com as rotas comerciais. Este governo municipal já adiantou que pretende “correr atrás do prejuízo” e recuperar o voo para Belo Horizonte. É esperar pra ver, vamos torcer para que desta vez, não seja mais um curto e melancólico voo de galinha!

Galinha cargueira

Chegou as redações o release que falava do “esforço do deputado Dilzon Melo, parceiro de primeira hora deste governo municipal”, para transformar o aeroporto de Varginha em um aeroporto internacional de cargas. Decotando todas as bajulações e informações descartáveis do texto, tem-se que, “mesmo com o total apoio do deputado estadual, Varginha perdeu o voo direto para BH, não conseguiu um curso de brigadista ou liberação para funcionamento do aeroporto, ainda assim, agora, o nobre parlamentar se propõe a transformar nosso aeroporto em internacional?” Sei, quem acreditou nessa? E ai Aristides Ribas Filho, secretário municipal de Turismo, você acredita que o Dilzon vai cumprir? Só falta combinar com o relevo em torno do nosso aeroporto, com a destruição de um armazém de café que também impede a manobra de aviões cargueiros e, claro, conseguir milhões em verbas estaduais para ampliar a pista e estrutura do nosso aeroporto, que nas últimas semanas só viu voos de galinhas dos sítios vizinhos.

Choque de realidade

O tal choque de gestão falado pelo governo tucano estadual de Aécio Neves e Anastasia, na verdade, não se apresenta em números positivos nas contas públicas, e se distancia bem da propaganda do governo na televisão. Nem mesmo a boa arrecadação do ICMS no mês passado ameniza a situação fiscal das contas do Estado, cujas receitas são comprometidas pelo aumento de despesas e pela rolagem da dívida com a União. O fato é que, nos últimos anos, o governo mineiro, embora já muito endividado, tem sido obrigado a recorrer a novos empréstimos para fazer obras e investimentos e, as vezes, até para não atrasar pagamentos. Desde 2003, a ALMG já autorizou R$ 23 bilhões em financiamentos. E boa parte foi contraída. E mais um pedido está entrando na pauta do Legislativo para empréstimos de R$ 1,15 bilhão tomados de bancos privados estrangeiros. Alguns deputados estimam que a dívida total de Minas Gerais já se aproxima de R$ 100 bilhões. Só o estoque dos débitos anteriores a 1998, (quando o tucano Eduardo Azeredo era governador), contraídos com o governo federal, chega, hoje, a cerca de R$ 70 bilhões. Isso não é mostrado na propaganda, nem propalado como o fantasioso choque de gestão!

 
 
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