Indicativo

A terceirização segue avançando no serviço público, exemplo disso é a estatal mineira que realiza tratamento de água e esgoto, a Copasa, que agora quer se aventurar no tratamento do lixo. A estatal gastou no primeiro trimestre R$ 85 milhões com serviços de terceiros, contra R$ 62 milhões em igual período de 2012. Em doze meses, crescimento de 37% nos gastos com serviços terceirizados. Já as despesas com pessoal próprio se limitaram a seguir a inflação: subiram 7%. Se eventualmente a Copasa ganhar, por 26 anos, a concessão para tratar o lixo de Varginha, será que a própria empresa vai fazer o serviço ou vai terceirizar o trabalho? A coluna já sabe a resposta, e você contribuinte, que vai pagar a conta, sabe o que a estatal faria?

Acredite se quiser

A assessoria da Copasa em Belo Horizonte enviou e-mail à coluna respondendo questões levantadas neste espaço. Vamos falar sobre isso na semana que vem. Entre as muitas informações prestadas, a assessora de comunicação disse que “A Copasa informa que não irá terceirizar os serviços referentes à operação do aterro sanitário de Varginha caso assine contrato com a Prefeitura Municipal. A empresa tem equipe especializada de engenheiros sanitários altamente capacitados para cuidar da operação do aterro”. Então ta, você acreditou leitor?

Lixo do lixo

Mais uma cidade no Sul de Minas com problemas no lixo, que refletiram no Executivo municipal. A situação do prefeito de Lavras, Marcus Cherem, está se complicando no Judiciário. Já ameaçado por decisões do TRE que podem lhe cassar o mandato, Cherem agora é questionado pelo MP sobre contratação de uma nova prestadora de serviços de coleta de lixo por valor muito superior ao praticado pela firma anterior. Em Varginha a coleta é feita por empresa particular, contratada na gestão passada, que precisa “sua a camisa” para receber em dia!

Informação que alivia o bolso

O vereador Armando Fortunato (PSB) quer ampliar o número de famílias carentes que recebem o benefício da tarifa social de energia elétrica da Cemig. O edil solicitou informações à estatal sobre quais são os critérios para cadastramento e inclusão de mais munícipes neste programa social e o que a Cemig tem feito para divulgar a Tarifa Social aos contribuintes locais. Segundo levantamento feito pela Cemig, cerca de 760 mil famílias já haviam realizado o cadastramento para obter o desconto da Tarifa Social em Minas, mas a estimativa é de que 1,3 milhão de residências poderiam ser beneficiadas. Vale lembrar ao vereador que, outros casos também podem ser divulgados para beneficiar pessoas e entidades das “salgadas” contas da Cemig. Sabe-se que igrejas e entidades sem fins lucrativos, reconhecidas por lei, possuem direito a abatimento de alguns impostos na conta de luz, composta em grande parte por impostos estaduais e federais. Além disso, imóveis tombados pelo patrimônio histórico e cultural, como museus, igrejas, praças etc, não pagam pela iluminação externa, que muitas vezes é cobrada pela Cemig, em razão do desconhecimento do cidadão. É preciso ter informações, pois se formos contar com a “boa vontade” do governo, nunca haverá alívio na mais alta carga tributária do mundo!

Saldão de notícias

O prefeito Antônio Silva não concedeu nenhuma entrevista coletiva para falar dos quase seis meses de governo. A explicação pode estar na própria imprensa. Silva sabe que as TVs dão “pouca bola” para os governos municipais, exceto quando acontece alguma “catástrofe administrativa”, pois desgraça na TV da ibope, de resto, as emissoras de televisão não dão destaque ao governo municipal. Nas rádios, o prefeito não tem entraves políticos, mas também não tem facilidades práticas, afinal, as duas principais emissoras da cidade, Vanguarda e Clube FM, acompanham de perto o trabalho do Executivo, mas divulgam o que dá ibope, não o que o governo deseja. No caso da Clube FM, o diretor da rádio, Carlos Costa é vereador do mesmo partido de Antônio Silva, mas anda “descontente com o governo, ou com a política, pois viu que a demanda é grande e o trabalho ou boa vontade do governo é pequeno”. Nos jornais, Antônio Silva não tem portas fechadas, mas também não tem porque ser festejado. Além disso, Gazeta e Correio do Sul são dois dos órgãos mais envolvidos nas articulações políticas estaduais, em razão disso, vivem com arrestas a acertar com o governo municipal do PTB, muito ligado ao Governo Estadual tucano, que pouco faz ou lutou pela imprensa local. Traduzindo em miúdos, os órgãos de comunicação de Varginha são distantes do governo municipal, mas em razão da apatia do governo do que qualquer outra razão. Não é habito do prefeito conceder entrevistas, fazer visitas as redações, convidar a imprensa para momentos importantes do governo, ou mesmo realizar grandes campanhas publicitária ou algo similar. O governo prefere utilizar sua mídia estatal, nem sempre confiável, composta pela rádio Melodia, TV Princesa, e diário oficial, e o prefeito tem feito uso do Facebook, onde possui página própria para falar ao público.

Pinga fogo

A administração diz ter encontrado grande número de veículos da prefeitura estragados, o que não duvidamos. Porém o atual governo ainda não definiu se vai consertar a velharia encontrada ou vai fazer um leilão e renovar a frota? Enquanto isso, os salgados contratos de aluguel de veículos continuam como “herança maldita” da gestão passada!

O governo municipal não falou nada sobre o resultado das negociações entre Executivo e os muitos fornecedores que foram chamados para “renegociar os contratos” a fim de reduzir gastos. O atual governo conseguiu provar que a gestão passada negociava mal ao fazer bons acordos com os fornecedores? Ou esta tudo como antes no quartel de Abrantes?

Ícone do desleixo da gestão passada, o Terminal Rodoviário de Varginha recebeu visita do prefeito e depois algumas reformas foram realizadas. Mas o ritmo das obras acompanha a “velocidade dos serviços públicos brasileiros”. É provável que o investimento prometido pelo Executivo municipal na rodoviária vá acompanhar o ritmo das obras do PAC para a copa, não acham?!

A atuação deste governo, limpando o ribeirão do bairro Santa Maria, antes das chuvas, e dando apoio rápido às famílias atingidas por inundações no local, foi um exemplo de bom planejamento a ser elogiado e que precisa se estender a outras áreas do governo.

A Secretaria Estadual da Cultura veio “passear” em Varginha, onde foi recebida com pompas, plumas e paetês e não trouxe nada de projetos culturais, investimentos, ou convênios para serem assinados aqui? Será que na “visita de faz de contas” que a secretária fez ao Teatro Capitólio, não foi possível que as autoridades andassem alguns metros a mais para ver o total estado de abandono por que passa o cine Rio Branco, abandonado pelo Governo Estadual que tombou e “condenou” o imóvel, que apodrece no centro de Varginha?

A César o que é de César

Depois da atuação do deputado Dilzon Melo (PTB) e Dimas Fabiano (PP), Varginha foi incluída no lote de cidades que nesta última quarta recebeu viaturas e equipamentos do Governo do Estado para o Corpo de Bombeiros. A cidade ainda não recebeu o caminhão com a escada “magirus” para o combate de incêndios em grandes altitudes, como prédios altos, por exemplo, mas recebeu nesta etapa importantes investimentos. Será que o governo municipal vai dar a “césar o que é de césar” e reconhecer a atuação dos dois deputados? Ou a prefeitura virou “galinheiro de um galo só?”

Fora de área?

Distante dos holofotes e das articulações políticas, o empresário Carlos Honório Otoni Junior, secretário municipal de Planejamento, anda apagado neste início de governo. Nem parece o eufórico político desejoso por ser candidato a prefeito ou deputado a bem pouco tempo atrás. Honorinho filiou-se ao PMDB, onde foi lembrado para disputar a prefeitura ou uma vaga na assembléia. Na época a idéia empolgava o político, que assegurava contar com o apoio de “endinheirados” como o deputado federal Diego Andrade. Hoje Honorinho ocupa-se inteiramente com as tarefas da secretaria municipal de Planejamento, recluso ao universo interno do Executivo, e parece ter esquecido a possibilidade de voltar as disputas eleitorais! Será que o político desiludiu com os “amigos da onça” que tradicionalmente se encontra no meio político?

Fora de área 2

Falando na Família Ottoni, vale lembrar que não somente o secretário Honorinho gosta de política na família. O ex-prefeito Eduardo Ottoni que apoiou a reeleição de Corujinha em 2012, mas nos bastidores manteve intensa negociação com o então candidato Antônio Silva, também parece que anda afastado das lides políticas. Pelo menos isso é o que se tem no momento! Eduardo Ottoni ficou contrariado com a derrota do filho, Eduardo Ottoni Junior, que disputou uma vaga na Câmara Municipal, mas teve expressiva votação. O ex-prefeito e seu filho estão filiados ao PSD, onde “tomam conta” da direção do partido em âmbito municipal, para o deputado federal Diego Andrade, “mandatário chefe” da legenda na região. Ocorre que, a exemplo de muitas outras lideranças locais como o empresário Alemão do Café em Varginha e outras tantas no Sul de Minas, o PSD está repleto de lideranças municipais alinhadas politicamente ao governo estadual tucano. O próprio Eduardo Ottoni possui muitos amigos no governo estadual tucano e deve apoiar o grupo aecista em 2014. Já o deputado federal Diego Andrade (PSD) tem compromisso com a reeleição de Dilma e do PT. O problema em questão é saber se, até 2014, os aecistas do PSD em Varginha e região vão tomar o partido de Diego Andrade ou vão procurar outro “ninho partidário” para se abrigar e apoiar Aécio Neves e seus candidatos?

Perguntar não ofende

Parado na Câmara, o projeto sobre o destino do aterro sanitário de Varginha, ainda esta muito presente na vida de empresários e políticos da região, que tem interesse na matéria. Será que as articulações que tumultuavam os corredores da Câmara Municipal migraram para a Assembléia Legislativa e os escritórios na Capital?

Alguém foi multado pelo grande congestionamento na avenida Benjamim Constant, causado pela carreta do Supermercado Bretas?

A Polícia Militar vai “arregar” das suas funções do trânsito, como fez a Guarda Municipal, e fechar os olhos para as irregularidades cometidas no entorno do estacionamento privilegiado do Supermercado Bretas?