A novela não acabou
A novela do Cine Rio Branco não terminou, embora esteja em seus últimos capítulos. Depois de fechado o acordo entre as Lojas Americanas, interessada em comprar o prédio, os donos do imóvel, sem recursos para a manutenção do cinema, e das autoridades estaduais que tombaram o imóvel e desejam a preservação da fachada do cinema, o drama vivido agora é a urgente necessidade de manutenção do imóvel. Embora o vereador Zacarias Piva tenha conseguido colocar todos os interessados no Rio Branco na mesma mesa e fechar o acordo de “salvação do Rio Branco”, não ficou definido quando o acordo fechado vai “sair do papel” e permitir que as Lojas Americanas iniciem a construção de sua loja de departamentos, reformando assim o local e garantindo a sobrevivência do Rio Branco. Na semana que passou um grupo de engenheiros e arquitetos esteve no cinema para constatar que a falta de manutenção por anos a fio pode colocar em xeque os projetos futuros do cinema e principalmente, dos milhares que circulam no entorno do imóvel. A marquise do Rio Branco não corre risco iminente de queda, mas o reboco, forro e as trincas observadas pelos profissionais da engenharia podem ceder e mostram que o Rio Branco precisa de investimentos agora! E ai, quando a novela do Cine Rio Branco vai chegar ao final? Será que vamos precisar de uma morte para este desfecho? Ou melhor, teremos que ter a “morte de um patrimônio cultural ou de um transeunte do entorno do imóvel” para que medidas práticas sejam tomadas?
Dança das cadeiras
O presidente da Assembléia Legislativa de Minas, deputado Dinis Pinheiro, deixou o PSDB e foi para o PP, no apagar das luzes do prazo eleitoral para quem vai disputar as eleições de 2014. A mudança é uma clara articulação do deputado para compor a chapa majoritária que será encabeçada pelo PSDB. Possivelmente, o ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) será o candidato a governador, tendo o deputado Dinis Pinheiro (agora no PP), como candidato a vice. As mudanças partidárias mostram que o “vento que enche as velas e movem o barco de alguns políticos” é o puro interesse de entrar ou se manter no poder, e que as siglas do momento amadas ou odiadas pelo povo, são meros instrumentos para o controle político. Vê-se que nesta seara de legendas desacreditadas, os maiores culpados não são os partidos, mas sim as pessoas que compõe as legendas e movimentam a infelizmente perniciosa “engrenagem política nacional”!
Saco de bondades
Em solenidade realizada em Belo Horizonte nas dependências do BDMG (Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais), o Governador Antônio Anastasia, assinou o despacho nº 120/2013, concedendo a liberação de R$ 180.000.000,00 (Cento e oitenta milhões de Reais) para cerca de 70 municípios mineiros utilizarem na implementação de suas políticas públicas voltadas para diversas áreas e segmentos. Varginha foi um dos municípios contemplados com a liberação de recursos no valor total de R$ 5 milhões para investimento na compra de máquinas e equipamentos, visando a renovação da frota. A destinação deste recurso atende a pedidos de bastidores do deputado Dilzon Melo e do prefeito Antônio Silva, que venceram as eleições em Varginha contra o PT, prometendo intenso apoio do Governo Estadual Tucano. É fato que o “raquítico” caixa estadual esta sendo “engordado com empréstimos e financiamentos internacionais” para atender a base do PSDB em Minas, que precisa fortalecer a base de Aécio para presidente e do candidato do Palácio da Tiradentes a governador. A hora é agora! O prefeito Antônio Silva precisa mesmo cobrar do governador o merecido apoio a Varginha por sua importância política e estratégica na região. Vale lembrar que das três maiores cidades do Sul de Minas (Poços de Caldas, Varginha e Pouso Alegre), apenas Varginha é governada pela base política de Aécio e Anastasia, e se o governo Antônio Silva não “bombar em obras e investimentos” caindo no descrédito da população, não será apenas a imagem de Antônio Silva que “iria pelo ralo”, mas também a imagem de Aécio e Anastasia, que pela articulação de Dilzon Melo, foram os “fiadores políticos e administrativos” do governo municipal de Antônio Silva. Quando o governo estadual libera recursos para Varginha, esta fazendo o justo, e ainda investindo no “sepultamento político de qualquer boa lembrança” que o povo possa ter da administração municipal do PT. Se deixar o governo Antônio Silva naufragar em sua administração, o governo tucano pode ter que pagar este preço nas urnas em 2014, e certamente em 2016! Coisa que o deputado Dilzon não deseja ver né!
O favorito
Além de líder atual das pesquisas, o pré-candidato a governador pelo PT, Fernando Pimentel (ministro do Desenvolvimento) também é favorito em quaisquer cenários diante de seis opções rivais apresentadas. Nesses cenários avaliados, em um contexto estadual polarizado entre PT e o PSDB e respectivos aliados, o petista venceria a todos individualmente: o vice-governador, Alberto Pinto Coelho (PP), o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), o presidente regional do PSDB, Marcus Pestana, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimenta da Veiga (PSDB), e o atual prefeito da capital, Marcio Lacerda (PSB). Os dados fazem parte da pesquisa contratada e divulgada pelo PR (Partido da República). De acordo com os dados, apurados pelo instituto Multidados Pesquisa Profissional Avançada, Pimentel teria 44% contra 25% de Alberto Pinto; 45% contra 26% de Dinis Pinheiro; 50% contra 22% de Marcus Pestana; 45% contra 29% de Pimenta da Veiga e 42% contra 32% de Marcio Lacerda. Essa foi a primeira vez que o nome de Pimenta da Veiga aparece em uma pesquisa. Ele foi reinserido na política mineira pelo presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, após 10 anos fora de Minas e da política. A pesquisa foi feita de 12 a 19 de setembro e ouviu 2.009 pessoas em 169 municípios sorteados aleatoriamente em todas as microrregiões mineiras, incluindo todos com mais de 100 mil eleitores. A margem de erro é de 3% e o intervalo de confiança é de 94%. Além do formato tradicional estimulado, no qual o eleitor manifesta sua preferência entre os nomes apresentados, o instituto recorreu a outra fórmula, chamada “pergunta em profundidade”, quando, além do nome, apresenta, numa 2ª etapa, pequeno perfil deles. Como sabemos, pesquisa não ganha eleição, mas é um fator que intimida muito quem não aparece bem nas sondagens eleitorais.
O favorito 2
Confirmando as expectativas e o grande medo dos adversários, o governador Antonio Anastasia (PSDB) é o favorito na disputa pela única vaga ao Senado em 2014. Ele obteve a preferência de 68% dos entrevistados. Por conta disso, nenhum dos rivais, seja do PMDB ou do PT, tem interesse na disputa. Mas como disse a coluna, pesquisa é expectativa de um futuro que ainda não foi definido. Os dados divulgados agora ainda não contemplam uma possível candidatura ao Senado de Josué Gomes da Silva (PMDB), filho do ex-vice-presidente José Alencar, e nem uma candidatura majoritária do PSB, a mais nova força política nacional criada depois da união de Marina Silva e Eduardo Campos, que vão querer construir uma chapa forte em Minas, 2º maior colégio eleitoral do país.
Cresce o Filhotismo
Depois do ex-deputado federal Virgílio Guimarães que “pendurou a chuteira” e elegeu o filho em seu lugar na Câmara, a exemplo de muitos outros políticos, no Sul de Minas teremos outro exemplo de “filhotismo político”, onde um cacique coloca um parente no meio político para ocupar seu espaço para não perder poder. As bases do deputado e secretário de Estado Carlos Melles (DEM) deverão ser herdadas pelo filho Cristiano, que será candidato em 2014, no lugar do pai. Carlos Melles já resistiu a toda pressão para deixar a Secretaria de Estado de Obras e Transportes. Agora se organiza para sobreviver à reforma administrativa prevista em janeiro. Ele está preparando um sucessor nas suas bases com o plano de não disputar um novo mandato parlamentar pelo DEM. E assim poder continuar no cargo até o fim do governo Anastasia. Outro caso de sucessão política familiar no alto escalão do governo mineiro: o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, também está passando o seu grupo político e o mandato de deputado para um filho, Caio.
Dá com uma mão, mas,...
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, que deve ter Varginha como cidade sede na região esta entrando em uma fase de maior estruturação e investimento. Depois do “papelão” das ambulâncias paradas e escondidas na cidade, parece que, desta vez, o povo vai mesmo ver o SAMU funcionando. O deputado federal Odair Cunha (PT), que é um parlamentar com “prestígio no governo” informou que o Ministério da Saúde, vai investir R$ 535.557,21 para aquisição de mobiliário, equipamentos de rede e tecnologia e para a reforma do prédio que irá abrigar a Central de Regulação Médica das Urgências no SAMU na macro região de Varginha. A sede do SAMU funcionará num prédio cedido desde o ano passado pela Prefeitura de Varginha. Esse será um dos maiores projetos de SAMU no Brasil em número de municípios. Ao todo, serão 153 municípios divididos em 12 microrregiões de saúde gerenciados pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Sul de Minas (Cissul). Fazem parte da rede 34 ambulâncias de suporte básico e nove de suporte avançado. A partir da Central de Regulação, o SAMU Macro Sul poderá reordenar todo o sistema de saúde da região. O repasse dos recursos será feito por meio do Fundo Nacional de Saúde, que adotará as medidas necessárias para a transferência diretamente para o Fundo Estadual de Saúde de Minas Gerais em três parcelas de R$ 350.000,00 R$ 41.765,00 e R$ 143.792,21, respectivamente.
Toma com a outra?
Em que pese a articulação do deputado Odair Cunha em prol do SAMU, não são todas as articulações e esforços do parlamentar que merecem o reconhecimento de Varginha, cidade onde Odair teve cerca de 12 mil votos. Nas movimentações políticas atuais, onde pioneiramente Varginha e o governo estadual do PSDB, tem se empenhado para trazer o aeroporto de cargas para a cidade, o que seria uma grande conquista para a região e geraria empregos e renda, o deputado federal Odair Cunha tem “pecado pelo descompromisso”. Ocorre que um aeroporto de cargas, pela magnitude do projeto precisa de grandes recursos e financiamentos federais em sua maioria, além de precisar de uma grande área de atuação, o que no caso exigiria apenas um único aeroporto em toda a região. Nos bastidores políticos, emissários de Odair Cunha, em seu nome, trabalham junto ao Governo Federal para que o aeroporto de cargas fique em Pouso Alegre, cidade administrada pelo prefeito petista Perugini que é apoiador de Odair Cunha. Se verdadeira a intenção, seria o clássico toma lá da cá, pois atualmente Varginha não é administrada pelo PT e sim por um adversário político, o que teria feito o parlamentar “perder o interesse de lutar para trazer o aeroporto de cargas para Varginha”. O caso esta na Secretaria Nacional de Aviação Civil, administrada pelo peemedebista Moreira Franco, que recebeu o prefeito Antônio Silva em Brasília, e disse nas entrelinhas, que a escolha da cidade que recebera os financiamentos para o aeroporto esta na mão da ministra petista Gleisi Hoffman, amiga de Odair Cunha. Mesmo Varginha tendo sido pioneira no projeto do aeroporto de cargas, e abrigar demanda para a obra e o maior porto seco do Sul de Minas, pode ser preterida pelo governo federal, por influencia do parlamentar petista. Um caso a ser discutido “olho no olho” com os responsáveis pela condução política do aeroporto! O deputado Odair Cunha precisa esclarecer o caso, e mostrar de que lado esta! Se é que o parlamentar tem um lado nesta história ou se tem conhecimento que seu nome esteja sendo usado com tanta veemência nas articulações políticas que envolvem a decisão de escolha do aeroporto de cargas do Sul de Minas.
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