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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Construção eleitoral; Coragem para aumentar; Na conta do governo
16/11/2013
 

Construção eleitoral

Indicado na legislatura passada pelo vereador Henrique Lemes, o atual Senador Clésio Andrade (PMDB) deve receber em breve o título de Cidadão Honorário de Varginha. O senador é presidente da Confederação Nacional dos Transportes – CNT, responsável pelo SEST/SENAT em Varginha, além disso, Clésio Andrade é pré-candidato ao governo pelo PMDB. A assessoria do político esta identificando oportunidades de divulgar a imagem de Clésio pelo interior, razão pela qual o político deve receber seu título em Varginha neste ano, bem depois de ser indicado pelo Legislativo municipal. Certamente, a diplomação será uma reunião de autoridades ao estilo “vespeiro político”, afinal dentro do PMDB e entre os apoiadores do senador existem adversários políticos ferrenhos que deverão esta na mesma cerimônia.

Nova promessa ou promessa requentada?

Com a chegada da disputa eleitoral de 2014, que embora esteja proibida pela Justiça Eleitoral já esta nas ruas, os tucanos do governo estadual editam as promessas que construirão pelo interior para enganar o eleitor e ganhar votos. Em Varginha o engodo será a promessa de duplicar a BR 491, no trecho entre Varginha e a rodovia Fernão Dias. A proposta realmente é boa e necessária, pois a estrada possui intenso trânsito de carros e caminhões. Ocorre que as mentiras dos políticos estão ficando tão descaradas que não há mais chance de acreditar em promessas, mesmo de boas e necessárias idéias como esta duplicação. A primeira “perna curta” da mentira é que o Governo Estadual Tucano já pro-meteu a mais de 8 anos a construção de um centro de convenções em Varginha, que nunca saiu do papel. Aliado a isso, o mesmo governo tucano de Anastasia e Aécio, também prometeu o término da duplicação da avenida do Contorno, em seu trecho de responsabi-lidade do Governo de Minas, que vai do trevo de saída para Eloi Mendes, até o trevo de saída para Três Pontas. Não precisa dizer que esta obra também não saiu do papel. Agora que as promessas antigas já não decolam mais, os tucanos estaduais vêem com a nova promessa de duplicar a BR 491 até a Fernão Dias! E ai esta a segunda “perna curta” da mentira, pois os articuladores da campanha de Aécio Neves esqueceram que, em Varginha, nas eleições municipais de 2012, os então candidatos, Antônio Silva e Verdi Melo já prometeram a mesma duplicação da BR 491 até a Rodovia Fernão Dias. O mais trágico politicamente, para não dizer hilário com a cara do povo é que tanto o governo municipal do PTB, de Antônio Silva, quanto o governo estadual tucano são adversários políticos do PT e agora prometem fazer uma obra de responsabilidade do governo federal? Se não estão cumprindo nem as responsabilidades que lhes são impostas por lei, agora vão gastar dinheiro para duplicar uma estrada federal? Me poupem! O povo não é tão trouxa assim, ou é?

Coincidências e armações

Dias após a aprovação sem licitação da entrega do aterro sanitário de Varginha para a gerencia da Copasa por 26 anos, coincidentemente, o prefeito de Varginha se encontra em BH com o deputado federal Bilac Pinto, que é secretário da SEDRU, responsável pela Copasa, e com o secretário estadual de Meio Ambiente, Adriano Magalhães. Também por coincidência, diversos prefeitos do entorno de Varginha, pertencentes a AMBASP também estavam presentes. Segundo a assessoria, todos foram se reunir com o governador Anastasia. Certamente, nada se falou sobre a futura criação de um aterro sanitário regional em Varginha, aos moldes do que ocorre em Lavras, onde a Copasa recebe lixo de outras cidades e fatura uma bela grana para enterrar este lixo sem tratamento adequado. “Varginha pode não estar sendo, ainda, apontada como o lixão das cidades da Ambasp”, mas certamente, a idéia passa na mente das autoridades estaduais e da Copasa, que agora no controle do aterro de Varginha, vai obedecer apenas ordens do governo estadual que deseja votos, não dos varginhenses que desejam tratamento eficiente e ecológico do lixo! A estes últimos vai competir apenas pagar a conta no final!

 

Coragem para aumentar

Temos que reconhecer que o prefeito Antônio Silva é mesmo um gestor público com fortes características técnicas, embora esteja cada dia mais político. Vejam que neste primeiro ano de governo o prefeito tem adotado diversas medidas “politicamente amargas”, porém administrativamente necessárias. Antônio Silva reduziu despesas, cortou cargos, tem co-brado os servidores, cortou benefícios, aumentou a tarifa de transporte, terceirizou o aterro sanitário e agora pretende aumentar o IPTU. Não é pouca coisa! O prefeito tem queimado seu “capital político” em medidas duras e algumas até necessárias, mas o que realmente se destaca e questiona não é apenas a coragem do prefeito por promover tais mudanças, mas sim a forma como tem feito e se associado para promove-las. Houve o aumento nas tarifas de ônibus, porem não ouve melhoria no transporte nem novos investimentos para melhorar o trânsito. Era mesmo necessária uma solução para o lixo em Varginha, mas precisava ser feita uma “negociação no escuro” e sem licitação para gastar o dinheiro público? É mesmo preciso uma equiparação justa dos preços do IPTU em Varginha, mas, este reajuste precisa ser feito “as escuras” como ocorreu com o aterro? Qual será a contrapartida da Prefeitura de Varginha ao contribuinte que terá seu imposto aumentado? Tudo isso precisa ser apresentado e discutido, com o povo! Antônio Silva é um gestor sensato, não faz milagres, e vai mesmo aumentar o IPTU em Varginha. Disso não tenho dúvidas, acho ate que a medida é necessária para corrigir distorções, mas é preciso que o prefeito comece a pontuar a contrapartida do governo. É necessário mostrar o que o povo vai ganhar efetivamente e de preferência de imediato, com tais “remédios amargos” propostos pela administração para sair da crise! 

Perguntar não ofende

Será que aquele médico terá um milhão de reais para devolver ao hospital, ou sua conta bancária é menor que seu pomposo ego? 

O “homem forte” das gestões petistas do saudoso Mauro Teixeira esta voltando a atuação política em Varginha? Será que esta vindo bater ou se defender? 

O reitor sumiu da cena eleitoral, não política! Foi dedica-se a universidade. Mas será que em seu coração desistiu de um dia chefiar o Executivo ou começar uma vida parlamentar em BH ou Brasília? 

O sumiço do ex-prefeito Corujinha foi proposital? Onde anda o político? Ficaram mágoas dos “companheiros” que o abandonaram a beira do caminho sem salário ou clientela? 

Na conta do governo

As empresas não vivem o melhor da economia nacional, e em Varginha diversas empresas já apresentaram queda de vendas e muitas outras até estão pedindo na Justiça a recu-peração financeira. Mangels, Steammaster, Plascar e até mesmo a Standart não vivem seus melhores momentos. Há queda de vendas e funcionários estão sendo dispensados, tudo isso a menos de dois meses do final do ano, quando se espera até um aumento de combustíveis! É difícil achar que em breve o povo não cobre isso de alguém, nos moldes das manifestações que sacudiram o país em julho. Neste caso é bom que todos os governantes e a classe política fique atenta! Vai sobrar para todo mundo, de Antônio Silva a Dilma Roussef, passando inclusive pelo deputado Diego Andrade confortável em seu luxuoso gabinete na Capital.

O crédito

A coluna conversou com interlocutores do Executivo, todos satisfeitos com as articulações  e ainda festejando a recente aprovação do convênio o gerenciamento do Aterro Sanitário, que foi sagazmente aprovado no Legislativo. Para a maioria das pessoas envolvidas nesta articulação política o papel do secretário de Governo Leandro Acayaba, foi fundamental. O secretário jogou com a “fidelidade e pressão” partidária que exerce sobre os vereadores do Partido Progressiva, do qual é presidente em Varginha. Conhecedor do regimento da Câmara, pois já presidiu o Legislativo, Leandro Acayaba é quem merece o maior crédito pela aprovação do projeto do Aterro no Legislativo, embora tenha recebido total aval do prefeito e vice para “negociar amplamente para garantir o sucesso da missão”. Leandro negociou, pressionou os pepistas do Legislativo, um inexperiente, mas leal, outra experiente, mas, temerosa em afrontar, outro inteligente, mas, sem motivos próprios para transigir. Trocando em miúdos, os pepistas da Câmara “mataram no peito o desgaste pela aprovação e passaram a bola da articulação para que o secretário de governo marcasse um gol de crédito junto prefeito”. E o secretário assim o fez! Pena que a articulação foi em prol de uma aprovação nefasta para o futuro ecológico da cidade, e contrária a democracia de mercado, pois impediu a realização de concorrência para um gasto público superior a R$ 70 milhões. Ao final de tudo, a coluna perguntou aos “colegas” do primeiro escalão e demais articuladores do Executivo se, depois da atuação na aprovação do aterro, Leandro Acayaba iria receber uma “caneta com tinta” para atuar no governo. A resposta maldosa e ciumenta foi quase unânime: “o rapaz ainda tem muito pela frente para aprender”, disseram os “co-legas” do secretário de governo.

Diferenças e semelhanças

Quais as semelhanças e diferenças entre os ex-vereadores Ronaldo Louzada, Leandro Acayaba e o atual vereador Carlos Costa? Porque alguns dizem que Carlos é o novo Ro-naldo Louzada da Câmara? No que Carlos Costa se diferencia de Leandro Acayaba? Vejam que todos estes vereadores durante sua passagem pelo Legislativo foram marcados pela forte oposição ao governo e intenso rigor na fiscalização do Executivo. Os três políticos são pessoalmente boas pessoas, cada qual com sua capacidade específica para atuar na política, bem como possuem experiências de vida distintas. Acredito que fora o fato de ter fiscalizado e cobrado com intensidade o governo, mais nada aproxima politicamente os três políticos. Achar que Carlos Costa terá o mesmo fim de Ronaldo Louzada ou seguirá os mesmos caminhos de Leandro Acayaba não me parece razoável! Se não vejamos: Ronaldo Louzada sempre foi um contumaz adversário do governo quando passou pela Câmara. Ronaldo chegou as barras da inimizade pessoal com o prefeito da época. Entre os dois houve muita deselegância e falta de respeito, que chegava a impedir que um não reco-nhecesse as virtudes do outro, e ambos tinham virtudes! Carlos Costa não é assim! Mesmo porque, reconhece as virtudes do prefeito e seu governo. Não bate por bater, ou fiscaliza pelo desejo de achar algo errado! Na verdade Carlos Costa tem cumprido seu papel de fiscalizar! Foi eleito basicamente pra isso, embora tenha dado o “azar” de precisar fiscalizar um “companheiro de partido”, e vamos colocar nesta mesma panela o “gosto que Carlos Costa” tem tomado pelas bajulações e insinuações populares de que tem chances de um dia ser prefeito. Claro que isso estimula o edil a ser “dedicado” em suas “metas eleitorais”. Mas dizer que Carlos “joga pelo quanto pior melhor, não é verdade”. Vejam que no caso do ex-vereador Leandro Acayaba, que também fiscalizou fortemente o governo em sua pas-sagem pela Câmara e chegou a trocar farpas ao vivo pela rádio com o ex-prefeito do PT, ninguém imaginava que Leandro teria o fim eleitoral que teve! Leandro e Carlos Costa possuem perfis pessoais diferentes. Embora ambos desejem o melhor para a cidade, Carlos Costa é próximo do povo e tem identificação com o povo simples que representa. Mesmo sem o conhecimento político e jurídico de Leandro, a eloquência de Carlos Costa, sai do “coração”, com o calor de quem sente ou já sentiu na pele as dificuldades da qual reclama no plenário, diferente de Leandro Acayaba, que cobrava melhorias das dificuldades populares de que ouvia falar! È diferente quando se verbaliza algo que se vivi de algo que se ouviu falar. Carlos Costa tem um microfone a sua disposição, como Leandro também tinha quando legislava, com a diferença de que a proximidade do povão conseguida por Carlos Costa, fez com que o povo fosse levado a imaginar um governo encabeçado pelo radialista, algo sonhado por Leandro, mas que não aconteceu, pelo menos não nascido das classe mais baixas. 

 
 
 
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