Saúde do povo e da imagem; Construindo pontes; Cara a cara; Incompetência que penaliza?
O passado te condena
O hotel de Brasília onde Zé Dirceu vai trabalhar, Saint Peter, tem histórico de rolos. Erguido pelo falecido ex-deputado federal mineiro Sergio Naya, que foi cassado e personagem de diversos escândalos, a obra ficou embargada durante anos por conta de uma irregularidade: construíram-se dois andares além do homologado no projeto. O jeitinho brasileiro que permitiu liberar o imóvel, por cima das regras, permanece um mistério. E hoje o hotel tem fama de abrigar profissionais do sexo, alias, das mais caras e belas da Capital Federal. Talvez por isso, o hotel também seja campeão em hospedar prefeitos e vereadores da nossa região do Sul de Minas. O Hotel Saint Peter contratou o quadrilheiro José Dirceu, que nada entende de hotelaria, pelo salário de R$ 20 mil mensais. O dono do Saint Peter é o empresário Paulo Abreu, amigo de Zé Dirceu, que também trabalha nos bastidores do poder e do PT para ressuscitar a extinta TV Excelsior. A pergunta que fica é: Onde Dirceu vai trabalhar no Saint Peter, seria no “lobby ou na lavanderia”?
Saúde do povo e da imagem
Na semana que passou o prefeito Antônio Silva esteve novamente em Belo Horizonte, foi acompanhado do presidente do conselho diretor do Hospital Regional do Sul de Minas, Jefferson Melo, e juntamente com o deputado Dilzon Melo, estiveram reunidos com o secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge. O grupo de políticos de Varginha foi até o secretário com uma proposta ousada de investimentos para o Hospital Regional do Sul de Minas. A proposta consiste na construção de um anexo com 140 novos leitos, 10 salas de cirurgia, um novo centro de diagnóstico e a implantação de um moderno Pronto Atendimento, indo ao encontro de um velho anseio da população varginhense: o atendimento emergencial de volta ao centro de Varginha. O projeto na sua concepção original duplicará a unidade hospitalar que possui, atualmente, 129 leitos disponíveis a população. O investimento total do empreendimento está previsto em R$ 22 milhões de reais. Note-se que entusiasmo do empresário Jefferson Melo, foi a “força motriz” que fez o prefeito de Varginha, antes avesso a idas a BH e Brasília, a fazer este esforço político em Belo Horizonte. Jefferson também acionou o pai (Dilzon Melo), que colocou sua força política em ação para que o secretário estadual de Saúde “analise com carinho” o pedido de Varginha. Claro que por parte da “ala política” o pedido pode ser transformado em “promessa eleitoreira, a fim de ganhar votos nas eleições que se aproximam”. Aliás, o governo estadual tucano é mestre e fazer este tipo de coisa em Varginha, a exemplo do prometido centro de convenções e termino da duplicação da Avenida do Contorno. Além disso, muitos querem “melhorar sua imagem” com o gesto de apoiar a recuperação do Regional. Todavia, este esforço agora pela saúde parte de alguém que esta “tomando gosto pelo desafio de reerguer o Hospital Regional e conhece o tamanho do rombo na saúde”, trata-se do empresário Jefferson Melo. E o presidente do conselho de administração do Regional tem “qualidades e habilidades próprias” para ser vencedor neste desafio. Jefferson pode requerer o apoio do prestigiado pai deputado e diante de histórico do empresário na campanha de Antônio Silva, o prefeito não se negaria a empenhar nos pedidos de Jefferson. A saúde em Varginha é um desafio, da mesma forma que conseguir alguém que, a exemplo de Jefferson, (ainda) sem mandato, esta dando a cara a tapa para moralizar as finanças do Regional. A coluna vai acompanhar de perto este esforço...
A volto do “Todo Poderoso”
Depois de passada a “tempestade de denúncias e acusações e inúmeras investigações oficiosas e frustradas” para tentar encontrar algo que comprometesse o “secretário todo poderoso das antigas gestões petistas” o atual governo viu que, se o antigo secretário de obras e planejamento fez algo errado, não ficou rastro! No lado petista, o ex-secretário tem visto que a oposição tem esfarinhado na resistência ao governo do PTB, e que a falta de articulação dos petistas esta crônica frente a movimentação de articuladores como Verdi Melo, Leandro Acayaba, Dilzon e Jéferson Melo. Diante disso, e precisando dar “bons resultados eleitorais em Varginha nas eleições de 2014, ficou decidido que o “todo poderoso” vai voltar a Varginha! Os maldosos dizem que o ex-secretário é no PT local uma espécie de “Zé Dirceu sem poder ou um Lula sem votos”, mas a realidade é que o ex-secretário, por sua articulação política inteligente poderia ser o “Luis Fernando Alfredo do PT ou um Dilzon Melo petista sem poder” que sabe orientar sua tropa. Vamos esperar maior movimentação na ponte aérea Varginha – BH.
Construindo pontes
O prefeito Antônio Silva tem feito um trabalho de recuperação fiscal e administrativa do Executivo para colocar o governo “ao seu modo e gosto”. Disse que havia muita coisa a “corrigir e modificar”. Porém o retorno de Antônio Silva esta adquirindo outros contornos inimagináveis. O prefeito esta “reconstruindo pontes e estabelecendo amizades, aparando arrestas que obteve em sua longa vida pública”. Com uma “eficiente rede de articuladores” que conta entre outros com, Verdi Melo, Leandro Acayaba, Luiz Fernando Alfredo, Jefferson Melo e mesmo o próprio prefeito, este governo esta reaproximando de cafeicultores, empresários, partidos e grupos políticos que antes eram avessos a Antônio Silva. Na semana que passou o prefeito doou um (valioso e bem localizado) terreno ao (endinheirado) Centro de Comércio de Café – CCC/MG, o agrado rendeu uma homenagem do CCC/MG ao prefeito na festa anual da instituição que ocorreu no Clube Campestre. E pensar que o próprio presidente do CCC quase chegou a ser candidato a prefeito e rivalizar com Antônio Silva nas eleições de 2012! Não é mistério que os cafeicultores sempre tiveram maior proximidade política com o Democrata Renato Paiva, que não comungava do retorno de Antônio Silva. Com a propalada “aposentadoria política” de Renato Paiva, o prefeito Antônio Silva entra em campo para (re)construir pontes com os cafeicultores e “roubar o espólio político” de Renato Paiva. E parece que tem ido bem...
Construindo pontes 2
O prefeito também amplia sua articulação política com a “abertura de pontes” em grupos políticos e partidos com os quais já protagonizou brigas homéricas. A coluna não pode revelar a fonte, mas há informações que atestam que uma “reforma cirúrgica” no secretariado, como alias antecipou a coluna, vai trazer para o governo no começo do ano que vem, “a simpatia” de mais um (barulhento) grupo político local, que controla um dos maiores partidos do país. E de quebra, sacramentar o “acordo político” com um deputado federal “faminto por votos em Varginha”. O secretário que sai, embora trabalhe bem, não tem apoio político, o empresário que vai entrar em seu lugar, além de entender do assunto, (milagrosamente) tem apoio unânime em seu tumultuado partido.
A “melhor (e mais cara) energia do Brasil” pode mais!
A Cemig encaminhou nota à coluna, para esclarecer sua versão sobre a informação comentada neste espaço referente a iluminação de Natal em Varginha. “Em resposta à nota “Onerosas luzes de Natal”, da Coluna Fatos & Versões, a Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig informa que participa das festividades natalinas na cidade de Varginha, como parceira e patrocinadora do Natal Alterosa para Todos - promovido pela TV Alterosa, que, já em sua 16ª edição, tornou-se um dos eventos mais tradicionais do município, marcando o início das comemorações natalinas, incrementando o comércio e o turismo na região. Para a Cemig, investir em projetos sociais e culturais não é uma questão apenas de quantidade de recursos, mas da qualidade com que eles são aplicados. O objetivo maior é atingir um grande número de pessoas, com continuidade e responsabilidade, formando redes de atuação entre diversos setores da sociedade e do meio artístico-cultural. Através da parceria com o Natal Alterosa para Todos, a Cemig, além de contribuir com a iluminação da árvore de Natal – um ícone que se tornou tradição e hoje é referência para a população, também proporciona espetáculos culturais que valorizam os artistas locais e trazem à cidade shows de indiscutível qualidade, como a apresentação das Meninas Cantoras de Petrópolis e, neste ano, os Canarinhos da Terra”. Vale destacar que a coluna tinha dito, e reafirma que, é preciso sim que a Cemig faça mais por Varginha, e a responsabilidade da decoração natalina pode sim ser melhor dividida com a Cemig. A estatal acaba de gastar R$ 1.8 milhões na decoração da Praça da Liberdade em BH, e outros tantos milhões por Minas afora, recurso este distribuído com critérios políticos ou desconhecidos. Em Varginha no projeto realizado pela TV Alterosa, onde a Cemig é parceira, a estatal gasta parcos recursos em uma região onde mais fatura. Ademais, se como diz a nota, para a Cemig o importante é a “qualidade dos gastos” e “atingir um grande número de pessoas” é de se pensar porque a estatal ainda não renovou a iluminação pública ultrapassada por lâmpadas de mercúrio, mais eficientes ou mesmo não trouxe para Varginha projetos da empresa que estão distribuindo eletrodomésticos modernos e mais econômicos a famílias carentes, para reduzir o consumo/perda de energia, entre outros. Nossa Cemig é uma das maiores pagadoras de impostos aos cofres estaduais, pois também arrecada muito já que possui um dos maiores preços de energia do Brasil. Tenho convicção que, mesmo que a direção local da estatal não queira fazer mais por Varginha, os cidadãos que pagam salgadas contas de luz, merecem mais...
Incompetência que penaliza?
O governo municipal alardeou na semana que passou que estaria parcelando multas aplicadas a Prefeitura de Varginha pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC no ano de 2011, portanto, na gestão passada. Os valores chegariam a R$ 450 mil, e se quer teriam sido contestados pela gestão anterior. O signatário desta coluna, sempre que tem a oportunidade, visita os bastidores do Executivo, seja desta gestão ou da anterior, e esta com uma séria dúvida! Tendo em vista a penúria administrativa e financeira da última gestão petista, não seria ingênuo dizer que a “irresponsabilidade administrativa” que culminou com a multa aplicada pela ANAC, não foi cometida por má fé dos petistas! O caso tem mais “cheiro de ignorância e incompetência que agora penaliza os cofres municipais”. Segundo diziam, já que o prefeito da época não tinha o “pulso de ferro exigido” no setor jurídico do antigo governo abundava o “desconhecimento e o palpitometro”. Uma pena!
Cara a cara
O prefeito foi a Tribuna Livre da Câmara na última segunda feira (02/12). Ele fez um balanço do primeiro ano de administração. Aproveitou para debitar na conta da gestão passada boa parte dos problemas que está enfrentado agora, mas não usou mais o discurso “de palanque” do início do governo. A visita ao Legislativo, embora tenha sido considerada “uma cortesia entre poderes”, na verdade foi politicamente estratégica, pois acontece em boa hora para o Executivo. Afinal Antônio Silva esta com base parlamentar robusta após o acerto com o PP e ainda colhe dividendos políticos por estar no primeiro ano de governo, além disso, conta com uma oposição pífia e desarticulada, que se deixou ser tratorada em manobras como a votação do aterro. O prefeito aproveitou para tentar seduzir os vereadores a aprovarem o reajuste da Planta Genérica de Valores, para base de calculo do IPTU. O projeto apresentado pelo Executivo se propõe a “corrigir distorções e injustiças”, mas na prática, aumenta o IPTU de gregos e troianos em Varginha. Obviamente que os vereadores, em “sã consciência política não aceitariam numa boa” o aumento de impostos, mas em se tratando da legislatura atual e as “peças raras que abrilhantam nosso Legislativo” tudo é possível, ou poderíamos dizer que tudo é “negociável”? De qualquer forma, o ato do prefeito de ir a casa Legislativa é um ato de coragem, mesmo sabendo que todos os “bons de briga” hoje estão do lado do governo. Mas ainda assim, Antônio Silva poderia ser surpreendido por qualquer enfrentamento, não administrativo ou técnico, afinal o prefeito é experiente gestor e conhecedor da máquina. Mas é fato que num enfrentamento político e até ético, baseado no que o prefeito pensava e falava a anos atrás contradiz com o que pensa e fala hoje. Certamente, o chefe do Executivo veria o quanto mudou, se para pior o melhor, só o tempo dirá!