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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Pescador estrangeiro; Transportando o futuro; Marionete; Migalhas da ceia
27/12/2013
 

Pescador estrangeiro

O ex-prefeito de Eloi Mendes, Natal Cadorini (PTN) anunciou recentemente que será candidato a deputado estadual em 2014. O ex-prefeito deixou o Executivo de Eloi Mendes com alta aprovação popular e terá na cidade sua maior votação. Todavia, Natal também tem fortes ligações com Varginha, cidade onde trabalha e terá grandes apoiadores. Além disso, o largo relacionamento entre Varginha e Eloi Mendes, fizeram de Natal um político conhecido e até admirado em nossa cidade, frente ao ápice de descrédito que atingiu os políticos locais no ano passado. Há quem diga que Natal poderia conseguir cerca de 5 mil votos em Varginha, o que para alguém “de fora e sem muitos recursos” seria uma façanha política. O ex-prefeito de Eloi Mendes já conversou com o deputado federal Dimas Fabiano (PP) e Diego Andrade (PSD) a fim de construir uma dobradinha, outros políticos estão sendo procurados, a fim de agregar “estrutura financeira” a campanha do ex-prefeito que possui carisma, mas não terá como fugir dos (altos) gastos que envolvem uma campanha. 

Mercado eleitoral

Nas últimas semanas intensas articulações políticas de bastidores têm movimentado a política regional em razão das eleições de 2014. Neste contexto os vereadores são “moeda valiosa” para cabos eleitorais e apoiadores em 2014. Boatos correntes apontam que alguns vereadores de Varginha já teriam articulado candidatura em 2014, como “balão de ensaio” para ganharem destaque, “contatos e dinheiro” para 2016. Outros estariam apenas interessados em apoiar alguém a fim de ter o apoio “retribuído em 2016”. Obviamente que este “alguém” para se apoiar em 2014 precisa ter dinheiro para “pagar pela ajuda!”. Traições também estão no cardápio das articulações, que mostra claramente a falta de fidelidade partidária ou ideológica dos políticos atuais. Os vereadores precisam se articular agora, pois são valiosos aos deputados e prefeitos, tendo em vista que possuem proximidade com o povo e a maioria possui seu “curral eleitoral” para ser negociado em eleições estaduais. A negociação funciona assim: o prefeito precisa dar votos a alguns deputados, desta forma, indica alguns de “seus” vereadores para trabalharem para alguns dos parlamentares. O pagamento vem em “prestigio” para realização de obras no governo ou mesmo cargos no Executivo. Já alguns deputados mais articulados, “furam” a figura do prefeito e vão diretamente aos vereadores “negociando diretamente”. Neste caso, alguns deputados oferecem cargos em seu gabinete ou nas prefeituras onde “possuem” o prefeito ou mesmo se dispõe a “bancar” a campanha local em dobradinha, onde o vereador disputa campanha em parceria com o deputado, conseguindo assim votos em seu “curral eleitoral” para o deputado estadual ou federal que esta apoiando. Mas como estamos em tempo de “promessas não cumpridas, mensalões e Polícia Federal atuante, a melhor e mais usada modalidade de negociação é o pagamento imediato!”. Onde o vereador apóia e recebe antecipado um valor pelos seus serviços de “caçador de votos”. Nesta “modalidade”, o parlamentar municipal “vale quanto pesa, ou seja, vale pelo tanto de votos que teve nas últimas eleições ou pelo “potencial em arrumar votos”, seja através de ONGs, Igrejas, atividades esportivas, sociais etc.

Falta de querência

Um ex-candidato a prefeito em Varginha disse à coluna que o “nome do futuro” para 2016 seria o empresário Renato Paiva (DEM). “O Renato (Paiva) foi o candidato da terceira via, e teve quase 10 vezes mais (votos) que eu quando me candidatei também pela terceira via! Veja que o desejo do povo por um nome novo esta crescendo! Varginha quer renovar os rumos!” disse o ex-candidato a prefeito. Segundo a fonte ouvida pela coluna, uma nova candidatura de Renato Paiva a prefeito é uma questão de “falta de querência” (desmotivação do empresário em candidatar) muito em razão do arrependimento das vezes em que entrou na política, mas não conseguiu sucesso!

Atacado e varejo

O deputado federal Diego Andrade (PSD) tem percorrido a região a procura de apoiadores para 2014. O parlamentar se elegeu em 2010 como o último de sua coligação, de forma que precisar ter muito mais votos em 2014, ou corre o risco de não ser eleito. E o deputado tem razões para se preocupar, vejam por exemplo que, Diego perdeu o apoio do comando do Executivo em Três Pontas, cidade que lhe deu quase 16 mil votos, perdeu também o apoio de importantes figuras em Varginha, onde teve 8 mil votos. Além disso, no Sul de Minas, maior base política de Diego Andrade, a disputa será apertada com “grandes e poderosos parlamentares disputando votos”, será uma eleição cara a disputa na região.

Dividido

A trombada entre a direção estadual do PMDB e a bancada na Assembleia Legislativa pode implodir a proposta de candidatura própria ao Governo do Estado. Partido tradicionalmente dividido, o PMDB mineiro balança entre três possíveis rumos: candidatura própria com apoio de legendas da base insatisfeitas com o PT, aliança com o PT ou com o PSDB. A manifestação feita pelo presidente estadual interino, Saraiva Felipe, e o pré-candidato a governador, Clésio Andrade, admitindo a terceira hipótese (aliança tucana) tirou o véu da baixa confiança que a bancada ainda tinha sobre a primeira, a tese da candidatura própria. Depois de Saraiva Felipe afirmar que somente ele falava em nome do partido, o deputado Cabo Júlio, apoiado pelo líder Sávio Souza Cruz, disse que a bancada da legenda na ALMG não concorda com Saraiva. “Ele não é o presidente do partido, ele ocupa o cargo ad hoc, porque o presidente eleito está licenciado (ministro da Agricultura, Antônio Andrade). Na Executiva estadual, temos cinco deputados, somos maioria, então, nós é que o desautorizamos a falar em nome do partido”, disparou Cabo Júlio, reafirmando que a orientação nacional e estadual é de veto à aproximação com os tucanos e indicativo de aliança com o PT.

E a bancada estadual não está sozinha na briga. Pensa como ela o presidente licenciado, o ministro Antônio Andrade, que disse: “ninguém pode vender aquilo que não será entregue”, referindo-se às conversas com tucanos, mantidas por Saraiva e Clésio. O vice-presidente da República, Michel Temer, ligou para o deputado Adalclever Lopes manifestando solidariedade à bancada estadual. Diante disso, se havia paciência da bancada e das lideranças nacionais, entrou em contagem regressiva a tese da candidatura própria do PMDB, que seria a 3ª via na sucessão bipolarizada entre PSDB e PT. A tendência é que seja apressada a coligação com o PT, que tem como pré-candidato a governador Fernando Pimentel (ministro do Desenvolvimento). Na formatação pretendida, Antônio Andrade entraria como vice e o empresário Josué Gomes (filho do ex-vice-presidente José Alencar) estaria cotado como candidato a senador para repetir a façanha do pai. Empresário como ele, à época (1998) sem votos, Alencar enfrentou o favorito Hélio Garcia, ex-governador tido como imbatível, e faturou o Senado. Hoje, o imbatível é o pré-candidato tucano, Antonio Anastasia (atual governador).

Transportando o futuro

Embora seja polêmico e caro aos cidadãos locais, mas um avanço na Educação, no dia 02/01/14 começa a renovação do Passe Escolar em Varginha. Cerca de 12 mil alunos da rede municipal e estadual de educação terão direito ao benefício. Poucas cidades de Minas possuem esta vantagem, ainda assim, muitas falhas no Passe Escolar precisam ser revistas. Há rumores de que muitos alunos recebem, mas não precisam do benefício, enquanto que existem alunos universitários que não tem o direito, mas por sua condição econômica fariam jus ao benefício. Além disso, é frequente a reclamação de usuários do transporte coletivo que reclamam da anarquia e falta de respeito promovido pelos alunos nos coletivos.

Marionete?

Depois do resultado da votação do projeto do Executivo que pretendia aumentar o IPTU para 2014, uma leitora da coluna encaminhou e-mail com a seguinte argumentação. “Tendo em vista o posicionamento dos vereadores republicanos Adilson Rosa - PR (votou a favor do aumento) e Adilson Pé de Chumbo – PR, (votou contra o aumento), quem seria a marionete?: Adilson Rosa na mão do prefeito ou Pé de Chumbo na mão de Adilson Rosa?”

Migalhas da ceia

Em meio aos milhões de reais que o Governo de Minas gasta com cargos de confiança e mídia oficial de promessas aos leitores, sobraram umas “migalhas da ceia” dos poderosos para encaminhar três novas viaturas para a Polícia Militar de Varginha. Em tempo, a Guarda Municipal ainda tem seus carros alugados, num salgado contrato fechado na gestão anterior.  

 
 
 
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