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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Equívoco; Negociação; Dízimo da viúva; Legislativo; Os ausentes
24/10/2014
 

Equívoco

A chefe da assessoria de imprensa da Prefeitura de Varginha, Carla Beraldo, entrou em contato com a coluna para explicar sobre a falha ocorrida no envio de releases do Executivo na semana passada. Ocorre que, segundo a assessora, por uma falha pessoal, foi encaminhada uma matéria errada as redações da imprensa que dava conta da aprovação pela Câmara do projeto, de autoria do Executivo, que cria o cargo de agente de trânsito municipal. A matéria nem mesmo havia sido colocada na pauta do dia da Câmara na data da emissão de tal release por parte da assessora. Segunda Carla, a falha foi descoberta por sua colega, assessora de imprensa da Câmara, que informou o setor de impressa da Prefeitura, que fez a correção no mesmo dia, e informou aos órgãos de comunicação quanto ao erro. Carla Beraldo disse à coluna que assume a falha e que em nenhum momento houve a intenção de causar “desconforto ou rixa” entre os Poderes municipais, que são independentes e autônomos!

Não ganhou, mas vai levar!

Mesmo não ganhando nas urnas o mandato de deputada estadual, a ex-primeira dama petista, Geisa Teixeira que ficou como suplente de deputada, vai assumir a vaga já no início do ano, quando alguns deputados serão chamados para o governo, abrindo vagas aos suplentes. Geisa Teixeira já é vista como deputada pelos parlamentares que conseguiram a reeleição ou venceram nas urnas. A petista de Varginha deve ate participar da eleição da mesa da ALMG, onde um peemedebista ou petista deverá presidir a próxima legislatura. Com a posse de Geisa, alguns petistas locais que estavam espalhados por gabinetes de prefeituras da região ou mesmo no gabinete de um conhecido deputado federal petista, deverão “aninhar-se novamente” (semelhante a tucanos), mas agora, no gabinete da nova deputada estadual. A conferir!

Negociação

Tendo em vista as complicações no Legislativo e outras resistências internas para a criação do cargo de agente de trânsito, o Executivo já estaria negociando com emissários do Legislativo e da Guarda Municipal, que será a mais afetada caso o cargo de agente de trânsito seja criado. O prefeito Antônio Silva é experiente, não tem e não precisa ter vergonha de voltar atrás. Ainda mais porque, o prefeito sabe que, negociando, poderá conseguir seus objetivos, mas a força, corre o risco de “reavivar imagem negativa” junto a setores do funcionalismo bem como lideranças políticas locais.

Saco de bondades 

O Prefeito Antônio Silva sancionou na quinta-feira, 16 de outubro, a Lei 5.903/2014 de autoria do Executivo, que fixa em R$ 1.014,00 o novo piso salarial dos agentes comunitários de saúde e agentes de combates às endemias de Varginha, numa forma de adequação a Lei Federal nº 12.994/2014, recentemente editada pelo Governo Federal. Embora seja um programa do Governo Federal, o piso salarial fixado será pago com recursos do próprio município, até que ocorram as transferências governamentais cabíveis.  O montante de gastos com o novo piso atinge a importância mensal de R$ 28.062,30, totalizando o montante aproximado de R$ 336.747,60 por ano. O certo seria que a nova remuneração fosse adotada após o município receber os recursos da União, mas o prefeito, entendendo a importância do trabalho desenvolvido pelos Agentes, digno de elogios, achou por bem implementar a nova remuneração o mais rápido possível. O Agente Comunitário de Saúde tem como atribuição o  exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, mediante ações domiciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão do gestor municipal, distrital, estadual ou federal.

Parceria

Por iniciativa do vereador Zacarias Piva (PP), uma audiência pública que discutiu a Segurança Pública em Varginha discorreu sobre a necessidade de melhorias no presídio de Varginha. Após o ato do Legislativo, o Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS, com o apoio da Polícia Civil e outras autoridades, iniciaram uma parceria inédita em Varginha. Com a parceria o UNIS vai utilizar os alunos de engenharia da instituição na elaboração de projetos para a reforma e melhoria das instalações da cadeia local. Idéias inovadoras e união de forças assim merecem o reconhecimento da comunidade. Polícia Civil, Legislativo e Universidade merecem este mérito!

Investimento e semelhanças

Nestes dois anos o Hospital Bom Pastor fez reformas importantes e adquiriu novos equipamentos, como um tomôgrafo inaugurado recentemente. As conversas de bastidores apontam que o grave problema de falta de medicamentos, que chegou a ocorrer na gestão passada, já não existe mais no Bom Pastor, embora ainda existam muitos obstáculos para serem superados pelo hospital. Também o Hospital Regional, nestes dois anos, vem realizando muitas obras e investimentos. Não se ouve mais falar no cancelamento de cirurgias em razão da falta de pagamentos a laboratórios, médicos etc, como era comum na gestão passada. Muito embora ainda reste muito a pagar da milionária dívida do Hospital Regional. Os dois hospitais públicos possuem duas semelhanças. A primeira delas é o fato de terem passado por sérias dificuldades no passado recente e agora conseguirem fôlego para sensível melhora. A segunda é que não são administrados por médicos, mas sim por empresários administradores, reconhecidos pela dureza das decisões e cobrança dos resultados. Diferente das gestões de médicos, que além de dar prejuízo, costumam não apresentar resultados satisfatórios. Afinal, embora hospitais trabalhem com vidas, na verdade, são empresas! O curioso é que as medidas amargas adotadas pelos administradores dos dois hospitais, e que por deveras vezes foram criticadas, hoje se mostram acertadas. Vale destacar que a escolha dos “gestores de cada hospital foi personalíssima e de caráter político afetivo”. No Bom Pastor, “comanda o chicote” o empresário Luiz Fernando Alfredo, amigo e homem de confiança do prefeito Antônio Silva. O que dizem de Luis Fernando: “pequeno na estatura, mas gigante na entrega de resultados!”. Já no Hospital Regional, quem “comanda o chicote” é o empresário Jefferson Melo, filho do deputado Dilzon Melo, que foi o padrinho de sua indicação no Regional. O que dizem de Jefferson: “com o dobro da simpatia, 100% da articulação, 50% do dinheiro, e 10% dos inimigos do pai deputado, Jefferson vai escolher o dia que assentará na cadeira de Antônio Silva ou do próprio pai na ALMG”.

Dízimo da viúva

A Associação Comercial e Industrial de Varginha – ACIV, embora seja parceria de primeira hora da Gazeta, não entrou em contato com a coluna ou este diário, e publicou uma nota de esclarecimento onde alega contribuir, dentro de suas possibilidades, com as campanhas de interesse dos empresários, bem como a campanha para iluminação pública decorativa de Natal na cidade. A nota da entidade se deu em razão da pergunta divulgada pela coluna, que questiona o porque da Prefeitura de Varginha pagar sozinha a iluminação decorativa de Natal, enquanto outras entidades, como a Cemig e ACIV, “dariam esmolas” para tal iluminação. A coluna entrou em contato com o presidente da ACIV, Aloísio Ribeiro de Almeida para esclarecer tal equívoco. Na verdade, o entendimento “esmola” mencionado na coluna, não se refere a ACIV, entidade tradicional, porem com poucos recursos para investimento, mas que ainda assim, procura desempenhar seu papel. A coluna se refere ao valor ou contribuição para a decoração natalina dada pela Cemig, uma das maiores empresas de energia da América Latina, grande empresa com receita bilionária, que cobra uma das mais altas tarifas de energia elétrica do Brasil. Além disso, a iluminação pública é responsabilidade única e ainda exclusiva da Cemig em Varginha. Neste contexto, em relação a receita da Cemig, reafirmo a pergunta: a Cemig vai continuar destinando “esmolas” para a decoração natalina em Varginha? Afinal, quando quer, a estatal gasta milhões de reais em decoração natalina em outras cidades, ou mesmo em futilidades que não sua missão precípua. Quanto a ACIV, guardadas as circunstancias, se assemelha a “viúva das parábolas de Jesus Cristo, que mesmo solidária e fiel no pouco, dando dízimo de uma única moeda, ainda esta dando muito mais do que pode, num gesto de boa fé e confiança em dias melhores”. A contribuição da ACIV nas campanhas locais e robusta, para a receita que a entidade possui! Certamente, se tivesse a receita da Cemig, a “viúva” ajudaria bem mais!

Legislativo

Nesta semana uma decisão judicial mudou os quadros do Legislativo Municipal. Uma sentença com trânsito em julgado da Justiça Federal, determinou a perda de mandato do vereador Rômulo Azevedo Ribeiro (PRTB). No lugar do advogado Rômulo, assume o empresário Charles Barry Silva Sobrinho (PMDB), que tomará posse na próxima segunda, dia 27/10. Com a posse do empresário Barry, o PMDB volta a ter representante no Legislativo municipal após vários anos fora do Poder. Barry é empresário ligado aos movimentos culturais e possui bom trânsito político no Executivo e Legislativo, não se encaixando, a primeira vista, como oposição ou situação. As ligações partidárias e amizades do novo vereador junto ao governo estadual eleito, que terá um peemedebista como vice-governador (Antônio Andrade) e possivelmente outro peemedebista como presidente da ALMG a partir de 2015, vão render a Barry uma possível confortável na Câmara. A coluna conversou com o novo vereador e vai voltar a falar do recém chegado vereador.

Os ausentes

Mantido o padrão das eleições anteriores, a abstenção deve aumentar cerca de 4% no segundo turno em relação ao primeiro. No dia 5, 19,39% dos eleitores deixaram de votar. No domingo, a abstenção deve ir a 23%. No primeiro turno os votos nulos e brancos para presidente somaram 9,64%, percentual que tende a se repetir ou crescer no segundo. Juntando-se esses votos inválidos ao número previsto de ausentes nas urnas, tem-se mais de 30% de eleitores propensos a não participar da escolha do governo. O que significa que o próximo presidente não terá o voto da maioria dos eleitores, mas de uma parcela menor, talvez inferior a 40%. A turma dos ausentes vem subindo a cada eleição, sistematicamente, desde a primeira direta para presidente. Em 1989, o índice de abstenção no segundo turno presidencial foi de 14,4%; em 2010 chegou a 21,5%, um recorde que agora está para ser quebrado.
 
 
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