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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Mau tempo?; O pai da criança; Palácio Legislativo; Empreendendo pra que?
01/07/2015
 

Mau tempo?

R$ 2.400 É quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) destinou para a compra de 15 capas de chuvas do “tipo operacional, com capuz”. O brasão do STJ será customizado na capa. O Judiciário brasileiro, embora raras exceções como alguns corajosos magistrados caçadores de corruptos, também não esta muito distante dos maus exemplos. Encastelados em seus palácios de mármore ganhando gordos salários acima do teto e imorais auxílios disso e daquilo, é certo que quando o Brasil for passado a limpo, o Judiciário não ficará livre da sujeira que se vê pelo Brasil afora!

O pai da criança

As firulas e bravatas dos políticos em Varginha estão cada dia mais engraçadas e surpreendentes. Vejam que na semana passada o presidente da Câmara, Rômulo Azevedo (PRTB) disse que, por intermédio do deputado federal Diego Andrade (PSD), Varginha receberia uma verba de R$ 90 milhões para obras no aeroporto municipal. Rapidamente o vice-prefeito Verdi Melo (PSDB) se encarregou de “esclarecer” a fala do vereador, que sabe apenas dos “derradeiros capítulos da novela sobre o aeroporto de Varginha” e não de toda a história. Há realmente um “compromisso” do governo federal em investir os R$ 90 milhões no aeroporto de Varginha, e ainda assim, tal “compromisso” conseguido do Governo Federal só ocorreu depois que o vice-prefeito Verdi e o prefeito Antonio Silva foram pessoalmente na ANAC falar com o comando da instituição. Antes disso, os deputados federais Carlos Meles (DEM), Newton Cardoso (PMDB), Leonardo Quintão (PMDB) e por derradeiro Fabio Ramalho (PV), este último líder da bancada mineira, já haviam articulado o investimento no aeroporto. Certamente que o maciço apoio parlamentar federal, inclusive do também federal Dimas Fabiano (PP), culminou com a visita de Verdi e Antônio Silva na ANAC e o compromisso informal de investimentos no aeroporto, porem, apenas depois que o município fizer sua contra-partida, que não será barata. Desta feita, a bravata de Rômulo Azevedo para dar a Diego Andrade um mérito que não lhe pertence, acabou por evidenciar a negociação encabeçada por Verdi Melo, onde a prefeitura se vê estrangulada por não ter recursos para uma contra-partida que não pode realizar agora, o que torna o “compromisso de investimento do governo federal, tão exequível quanto um cheque do Chapolin Colorado emitido ha dez anos atrás”!! Além disso, os políticos de Varginha se gabam de conseguir uma promessa de investimento de R$ 90 milhões no aeroporto de Varginha, enquanto as autoridades de Pouso Alegre já garantiram investimentos de R$ 500 milhões no aeroporto da cidade e já negociam parcerias público privadas para grandes obras no aeroporto de Pouso Alegre. Certamente que antes de contar bravatas para beneficiar amigos ou se gabar por promessas que nem mesmo estão seguradas formalmente, nossas autoridades municipais poderiam praticar a “eficiência do mineiro que trabalha e executa em silêncio”, coisa ainda longe dos políticos locais.

Palácio Legislativo

A coluna falou neste final de semana com o presidente do Legislativo Rômulo Azevedo (PRTB) sobre sua polêmica idéia de construir uma nova sede para a Câmara de Varginha. O edil está determinado e vem, inclusive, cobrando o Executivo para conseguir o provável local da milionária obra. A coluna advertiu o destemido vereador das implicações de tal desnecessária construção neste momento em que todo o Brasil esta em crise e que, principalmente em Varginha, existem obras mais prioritárias a serem construídas. Percebe-se que o prefeito Antônio Silva, já experiente político, tem “cozinhado” Rômulo, desejando que esqueça tal idéia, até para proteger esta legislatura do desgaste político/popular e grande reprovação que seria a construção de tal obra. Todavia, o presidente da Câmara, Rômulo Azevedo parece estar decidido, mesmo o assunto tendo resistência entre os vereadores. Existem edis, mais experientes, que concordam com o prefeito e boa parte da população e entendem que a Câmara não precisa de um novo palacete para se instalar. Alias, hoje o Legislativo possui confortáveis instalações no centro, e ainda assim não consegue levar o povo para acompanhar o trabalho legislativo, já pensou se a Câmara fosse nos rincões da cidade? Além disso, é necessário se ver que o passado mostrou que vereadores que aumentaram salários ou foram esbanjadores com obras no mandato, pagaram nas urnas com a perda do mandato nas eleições seguintes! Que o digam Serginho Japonês e Leandro Acayaba.

Palácio Legislativo 2

Também vale dizer que o presidente da Câmara não poderá iniciar uma obra desta envergadura sem antes pacificar o assunto entre seus pares, o que alias será difícil de acontecer! Outro ponto a ser tratado é que, mesmo a obra sendo gerenciada pelo Crea, órgão competente e respeitado, é fato que por mais modesta que for a eventual nova sede do Legislativo sonhada por Rômulo Azevedo, tal construção iria consumir milhões de reais do caixa público municipal que ainda não conseguiu dar creches a todas as crianças de Varginha ou tratamento de saúde a todos que esperam na fila por uma cirurgia médica para salvar sua vida! O Legislativo de Varginha que já ocupou o título de ser dos mais enxutos do Sul de Minas pode ganhar as manchetes pela obra faraônica e desnecessária, num momento em que cada centavo é importante para fechar as contas da cidade. Outro fato que o presidente da Câmara ainda não atentou é quanto ao tempo da obra. Mesmo que se consiga um terreno nas próximas semanas, até que o tema seja “digerido politicamente”, o projeto seja feito e aprovado, terreno preparado, o início das obras seria apenas no final do ano, o que nos leva a afirmar que, dificilmente o presidente do Legislativo Rômulo Azevedo conseguiria inaugurar a obra dentro do seu mandato, afinal há limitações e complicações de gastos e inaugurações em ano eleitoral Ou seja, é muito provável que, se queimar seu prestígio e imagem com tal construção, a obra será inaugurada por outro presidente, que ficaria com o bônus e deixaria todos os ônus ao atual presidente Rômulo! Será que vale a pena tal desgaste?

Articulação e estratégia

A eleição de 2016 já começou, não nas ruas, mas nas articulações, nas reuniões secretas e composições que colocam na mesma mesa inimigos antigos e afasta aliados históricos. Em Varginha já tem candidatos fazendo plásticas, aplicando botox, pintando o cabelo e todo tipo de “arrumação” para se mostrar “bonito aos olhos do eleitor”. No lado oposto, há aqueles que também trabalham com a “pregação do preconceito” para com os adversários políticos, o que não é boa coisa! Não se ganha eleição xingando o adversário, mas sim, mostrando virtudes e projetos que o adversário não tem! A coluna já ouviu de várias correntes, dos muitos que vão disputar o Executivo e o Legislativo municipal o preconceito a candidato que seria “velho” ou “mulher” ou “evangélico” ou pertencente a uma determinada profissão etc! Tais preconceitos não podem prosperar, pois alem de injustos, podem na verdade, gerar processos e inclusive, perda de votos para quem for fazer campanha com a idéia de distinção de idade, raça, gênero, profissão ou qualquer outro tipo de discriminação. Não se esqueçam que muitos dos votos que elegeram prefeito pela primeira vez o então desconhecido Mauro Teixeira, na época, veio de uma infeliz colocação de um candidato sobre a mulher na política. Da mesma forma hoje, muitos se esquecem que os “mais velhos são mais experientes, e tem o que mostrar, as mulheres, são maioria do eleitorado, negros e evangélicos entre outros grupos são parcela significativa do eleitorado e votam em bloco”, assim, o melhor conselho para qualquer candidato e seus assessores é “guardar a boca, mesmo nas conversas de bastidores”. Afinal, em tempos de crescimento do mundo digital, uma fala mal colocada pode viralizar nas redes sociais e fazer do vencedor um perdedor e vice-versa!  

Empreendendo pra que?

Nos últimos meses o Grupo Unis tem mostrado toda sua pujança em investimentos e ampliações por todo o Sul de Minas, bem como parcerias entre com os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, entidades públicas e privadas dentro e fora do Brasil. O Unis tem inclusive recebido prêmios, e felicitações por suas ações, muitas delas em projetos pioneiros de forte alcance social. Tudo isso replicado diariamente pela assessoria do UNIS e das redações de imprensa da região. A frente de todos os projetos, o reitor Stéfano Gazola, que naturalmente ocupa a mídia em razão dos avanços da Educação e do meio universitário. É sabido que Stéfano Gazola tem “vocação para gerenciar” todavia, nunca enfrentou as “amarras” de uma administração pública ou o policiamento de um mandato no Legislativo, muito embora o reitor tenha o desejo de um dia ir para o mundo político eleitoral. A pergunta que fica é, Porque Stéfano nos últimos meses tem mostrado mais sua atuação vitoriosa no Unis? Afinal, o centro universitário sempre realizou muito, porem o reitor agora deixa “o anonimato do sucesso para também brilhar ao lado do UNIS”! Seria isso o indício de que Stéfano Gazola estaria prestes a vir para a política ou o esquecimento deste sonho e a entrega definitiva ao mundo educacional? 

Perguntar não ofende

- As coletas de sangue pelo Hemominas em Varginha estão sendo suficientes para atender a demanda na região? Quando as coletas voltaram a ser diárias?

- O sucesso da Expocafé em Três Pontas mostra a perda de protagonismo das lideranças cafeeiras e políticas em Varginha ou a força das lideranças de Três Pontas?

- Os esforços dos governos contra a Dengue estão surtindo efeito e ou encontrando apoio e parceria da população? Como andam os números da Dengue em Varginha?

- O que leva um vereador a começar o mandato na oposição e depois migrar para a situação ou vice versa? Será que a oposição sempre será tímida em Varginha?

- O “meio-ambiente, caminha para ficar um terço de ambiente” em Varginha, ou os prometidos investimentos da Copasa na cidade vão acontecer?

 

 
 
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