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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Entrevista com candidato a prefeito pelo PTB, Antônio Silva
29/09/2016
 
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Fechando a rodada de entrevistas com os candidatos a prefeito de Varginha, a Coluna Fatos e Versões, do Jornal Gazeta de Varginha, em parceria com o Site Varginha Online, publica hoje a entrevista com o prefeito Antônio Silva (PTB), que tenta a reeleição. A publicação da entrevista acontece hoje, e não na sexta, como anteriormente planejado, em razão do calendário eleitoral, previsto pela Justiça Eleitoral. Todavia, a entrevista concedida pelo prefeito e publicada hoje também será analisada pela coluna que publicará suas ponderações em breve. Segue abaixo a entrevista completa do candidato a reeleição, Antônio Silva.

 

01 - No início do seu programa eleitoral o senhor foi punido com um direito de resposta para o ex-prefeito, Eduardo Corujinha. A razão desse direito de resposta é que não estava explicada a origem da dívida que o senhor mencionava. Gostaria que o senhor explicasse a origem dessa dívida?

Perfeitamente, Rodrigo, boa tarde a você e a toda a equipe aqui da Gazeta, especialmente da Coluna Fatos e Versões, da qual sou leitor assíduo. Aliás, você aí um crítico político de muita competência, com colocações pertinentes e é um prazer estar aqui. Bem, o problema é o seguinte: inegavelmente nós assumimos uma dívida de R$ 130 milhões e sempre que se fala nessa dívida referem-se a uma dívida que eu fiz no Fapen, lá em 1997, da ordem de R$ 3 milhões de reais quando tínhamos de assumir toda aquela infraestrutura, as desapropriações para trazer a Walita. Essa dívida, quando saí da prefeitura deixei tudo equacionado, naquela hora eu passei o pagamento dos aposentados que a prefeitura, para fortalecer o Fapen vinha fazendo, mas na verdade, o Fapen, que é o fundo de aposentadoria, que deveria fazer esses pagamentos, coincidia justamente com valor da parcela. Era uma dívida legal, feita com autorização legislativa, a Câmara autorizou o empréstimo. Então esse valor seria irrisório para uma arrecadação na Prefeitura, já naquela época de 2001, com a vinda da Walita, na ordem de R$ 50 milhões de reais. E, no entanto, essa dívida não foi paga. E ela corrigida ela chega hoje a R$ 20 milhões de reais. Mas o problema são R$ 110 milhões, sendo R$ 70 e tantos milhões de uma atualização de um cálculo atuarial que a prefeitura não chegou, ela não compareceu, não pagou, fez um parcelamento em 2008 e não pagou uma parcela aí depois, ao final de 2012, um final financeiramente melancólico, ela nos deixou essa dívida de R$ 130 milhões. Então, o direito de resposta deveu-se a fazer exatamente isso que estou fazendo aqui agora, mostrando cada parcela dessa dívida. Então R$ 70 milhões foi de um cálculo atuarial que a gestão 2009-2012 não efetuou nenhum pagamento, e esse cálculo foi feito, parece que o parcelamento, em 2008 ou 2009 e ela acabou chegando a 70 e tantos milhões de reais quando assumimos a prefeitura. O resto foram dívidas também previdenciárias, falta de recolhimento de cotas do empregador, não apenas da prefeitura mas também do Hospital Bom Pastor e na Fundação Cultural e dívida do regime de previdência geral do INSS. E fora o resto, fornecedores, ticket de alimentação, somando exatamente os 130 milhões. 

02 – Prefeito, o ex-prefeito, Eduardo Corujinha, deixou no caixa da prefeitura cerca de R$ 104 milhões em verbas captadas para a construção de escolas, creches e outros equipamentos públicos. Gostaria de saber do senhor quais obras estão sendo entregues e foram construídas com estas verbas? E quanto de verba captada o senhor vai deixar para o próximo prefeito?

Esses R$ 104 milhões eu não vou discutir esse valor porque eu não tenho esse dado contábil aqui na mão. Naturalmente é um valor que precisa ser confirmado. Eu não confirmo porque eu não tenho essa informação. O que eu tenho é dez obras abandonadas, “Melãozinho”, “Memorial do ET”, creche do Carvalhos, creche no Jardim Estrela, creche no Damasco, escola do Bairro de Fátima, creche do Sagrado Coração, Avenida Otávio Marques, Zoológico, Parque Zoo Botânico, todas essas obras estavam paralisadas e abandonadas, o que é diferente. Paralisadas é quando você, por exemplo, a UBS do Bom Pastor, está paralisada. Por que? Porque há oito meses o Governo do Estado está atrasado com o repasse do recurso. E é uma obra que tem recurso estadual. Creche lá da Vila Mendes, a empreiteira não nos entregou porque o Governo do Estado tinha de repassar em torno de R$ 100 mil reais e não repassou. Então, esses valores, inclusive o Melãozinho nós tomamos o prejuízo porque tivemos de devolver o dinheiro pra Caixa, diante da inviabilidade de continuação da obra. As outras obras nós retomamos e cumprimos a contrapartida do município, estamos inaugurando agora nos próximos dias a creche do Carvalhos porque só agora a empreiteira nos entregou, estamos inaugurando a creche do Estrela nos próximos dias, também que estava nesse elenco de obras paralisadas e abandonadas, a creche do Sagrado Coração, já entregamos, a escola do Fátima, já entregamos, o Zoológico que estava interditado, nós tiramos a interdição, fizemos as obras que a Advocacia Geral nos exigia, por um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) feito com o Ibama, a Avenida Otávio Marques de Paiva, completamos a obra, concluímos, e agora nós temos de refazer o asfalto, de péssima qualidade, mal fiscalizado, que está nos obrigando, está lá a obra pra quem quiser ver, estamos refazendo aquela parte da Avenida Otávio Marques que vai do trevo do Shopping até no Contorno, e vamos fazer também a parte que vai do trevo do Shopping até o Bairro Novo Horizonte. Do Bairro Novo Horizonte até a Rua Professora Helena Reis, nós concluímos essa obra, que está ali, até nas imediações da Faceca. Com relação, aí tem um detalhe muito importante, com relação às escolas, a escola do Fátima que era lá em baixo, no fundo, não saiu da base, a escola do Damasco, a creche do Damasco e a escola do Sagrado Coração teve um problema terrível. Ali mais de 2 milhões de reais, hoje corrigidos, foram pagos à empreiteira, por medições de obras que ela não fez, esse processo está na Justiça Federal, está no Ministério Público Federal, onde o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) é litisconsórcio com o município, cobrando esse prejuízo dos gestores da época, e está também, a empresa está com os bens indisponibilizados, o antigo secretário de Obras, na administração do prefeito que me antecedeu está com os bens indisponibilizados, e o prefeito é réu também nessa ação. Então, essas três escolas deram um prejuízo de 2 milhões de reais ao município, que eram também das obras abandonadas. Eu só não posso confirmar também esse valor mais de R$ 100 milhões que está um pouco estratosférico, mas tudo bem, não vou questionar porque falei em questão fazê-lo com documentos em mãos que posso fazer posteriormente, lá verificando a nossa contabilidade. 

03 - Prefeito, na última eleição municipal o senhor foi inimigo ferrenho do deputado Dimas Fabiano, ocorrendo um episódio de um vídeo e um panfleto falsos sobre sua pessoa e que o deputado estaria envolvido. Hoje o senhor acha esse apoio importante?

Olha, a política é a arte de agregar valores, agregar forças. Normalmente quando nós precisamos de alguém em Brasília, nós recorremos a deputados. Eles são eleitos para isso. Eu só corrigiria na pergunta que eu nunca fui inimigo ferrenho do Dimas Fabiano. Aquele episódio que aconteceu nas eleições de 2012 foi tratado devidamente pela Justiça Eleitoral, pela Polícia Federal. Eu não sei até que ponto o Dimas pessoalmente estaria envolvido naquilo. Simplesmente ele apoiava um outro candidato naquela hora mas em 2008 ele apoiou a minha candidatura. Em 2012 as coligações acabaram não acontecendo com o partido que ele apoiaria e ele ficou, realmente, numa posição adversa à nossa. Mas eu não sei qual o envolvimento pessoal dele. Pelo menos nunca tivemos pessoalmente nada que trave, que afetasse essa relação que impedisse um apoio político. Hoje os partidos ligados ao deputado estão na nossa coligação. E o próprio deputado, indiretamente, nos apoia e não tenho absolutamente nenhuma restrição a esse apoio porque, dizia nosso saudoso presidente Tancredo Neves, nós temos de somar. E hoje, na história política de Varginha nós temos a maior coligação já formada em eleições municipais. Hoje nós temos o apoio de 13 partidos e isso mostra que a nossa candidatura foi de integração, de união, e acima tudo, convincente, para que tantos partidos aderissem à nossa campanha. 

04 - A Prefeitura de Varginha, indo contra a aprovação do Plano de Manejo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para o Parque São Francisco, aprovou a instalação de dois loteamentos na Zona de Amortecimento do parque, uma unidade de conservação ambiental. Porquê?

Isso é uma ótima pergunta, Rodrigo. Ali o que aconteceu é que nós temos uma propriedade particular que não divide, não confronta com o Parque São Francisco, absolutamente, e isso, me parece, ter contrariado interesses ali, que não queriam que essa pessoa, proprietária desse loteamento, legítimo proprietário, tivesse barrado seu direito de lotear a área. Ora, nós temos legislação, para isso é que existe a Justiça. Se as pessoas têm seu interesse contrariado arbitrariamente pelo município, hoje a questão mais democrática, a que a pessoa tem maior facilidade se chama Ministério Público. Porque não foi acionado o Ministério Público? Pergunto eu! Então, o problema é que uma pessoa é proprietária de uma área, adquirida por seus antecessores, pelos seus pais, às vezes com sacrifício, obviamente ela tem direito de usá-la, dentro do que permite a Legislação Municipal. E não existe essa lei que impedisse que ele loteasse. Se nós impedíssemos, arbitrariamente, aí sim, ele entraria na Justiça e faria valer seu direito à livre iniciativa, o seu direito legítimo de usufruir da propriedade que possui. Eu não vejo pertinência nesse questionamento, uma pergunta a mim, prefeito, deveria questionar na Justiça. 

05 – Prefeito, na última eleição o senhor prometeu fazer milhares de casas populares e resolver o problema da falta de vagas nas creches. Todavia, chegando ao final de seu mandato o senhor não conseguiu construir todas as casas prometidas. E ainda faltam milhares de vagas nas creches.

Veja bem, nós entregamos o Cruzeiro do Sul porque tinha um Minha Casa Minha Vida em andamento. Naturalmente supriria parte do meu programa de governo. Nós estamos entregando até o fim do ano o Novo Tempo, que foi (construído) totalmente dentro do meu mandato, a outra nós já pegamos um projeto que vinha em andamento mas cumprimos tudo que competia à prefeitura, e hoje estamos nos preparando para entregar o Novo Tempo, dentro desse programa do governo federal, Minha Casa Minha Vida, que somam aí mais de mil casas. Por que não avançamos mais, aliás, é bom que se registre aqui, Rodrigo, eu fui o prefeito que mais atendeu famílias em programas habitacionais na história de Varginha, quatro mil famílias, no Imaculada, no Jardim Primavera, no Santa Terezinha, aliás, ali eu falava, eu comprei uma fazenda para fazer uma cidade. Lá tem universidade, lá tem Caic, tudo feito na minha gestão. A universidade eu que doei a área, eu que fiz a infraestrutura para a Unifenas instalar ali seu campus. O Caic foi construído, trouxe até a fábrica de Caics para Varginha. E as indústrias que ali estão instaladas, só no Imaculada. Então lá eu tenho o Novo Tempo, Jardim Primavera, Imaculada Conceição que foram mil casas, mas muito diferente do Novo Tempo. Lá a prefeitura doou, diferente do Minha Casa Minha Vida, ela doou a área, ela fez a infraestrutura e a Caixa construiu a casa, mesmo sem subsídio do Governo Federal que não existia naquela época, as prestações ficaram bastante módicas para as pessoas que conseguiram ali suas casas. O Santa Terezinha também que é o Pró Moradia, na minha gestão. Saímos dali e vamos para o São Sebastião, São Francisco, Vila Registânia, Corredor da Vargem, Corcetti, todos estes loteamentos na minha gestão. Então, naturalmente, nas condições que pegamos a prefeitura, pra você ter uma ideia, dessa dívida nós pagamos, vencida, R$ 35 milhões de reais em “cash”, que daria para fazer 700 casas iguais aquelas que estão sendo construídas no Novo Tempo, daria para construir 20 creches, daria para comprar 1.200 automóveis zero quilômetros, ou então para fazer o sonho do meu próximo mandato, um hospital da criança, dez deles daria para fazer a três milhões e meio cada um. Então tá aí explicado a questão dos programas habitacionais. Aliás, no meu programa de governo, que está aí registrado, eu vou retomar, agora já com o controle das finanças nas mãos, eu vou retomar o programa de lotes urbanizados para doações a famílias de baixa renda, para que possam, em regime de mutirão, construírem suas casas.  

06 – Prefeito, o senhor também prometeu resolver o problema do lixo em Varginha. Porém, chegando ao final do seu governo, ainda temos o funcionamento irregular do Lixão no Corcetti, e o Aterro Sanitário não funciona. Comente?

Muito bem. O Aterro Sanitário, vamos começar por ele. Quando assumimos a prefeitura encontramos, essa é uma das obras abandonadas há anos, que estava lá sendo depredado, furtado material do aterro, em resumo, estava totalmente inviabilizada a sua operacionalidade. Quando, por uma bênção, a Copasa resolveu entrar nessa área em decorrência daquela lei federal que passou a obrigar os municípios a extinguir seus lixões. E com a entrada da Copasa, nós fizemos um trabalho de pesquisa muito amplo no Brasil para ver o que seria o custo do serviço feito pela Copasa e o serviço feito por empresas particulares que poderiam também assumir o Lixão. Então entendemos que além de ter o preço competitivo, a Copasa, por ser uma empresa estatal, e naturalmente tem um viés político na sua gestão, e social, nós teríamos muito mais confiabilidade em ter uma Copasa administrando o problema do lixo do que uma empresa particular que pressiona por aumento de preços, que pressiona por uma série de coisas, de repente, anoitece não amanhece. Nós tivemos um problema em Pouso Alegre muito sério, era uma empresa particular. Então a Copasa, nós mandamos para a Câmara uma lei, foi exaustivamente discutida e finalmente aprovada, nos autorizando a firmar um convênio, não com uma empresa, mas com o Governo do Estado. Então é um convênio que tem todo um cunho oficial, toda transparência. E a Copasa já recuperou todo o Aterro Sanitário, lá já está em condições de funcionar, ela só não o fez porque está ultimando as licenças ambientais, e o Lixão, que é o aterro “controlado”, que na verdade é um lixão melhorado vai ser totalmente agora absolvido. É um passivo ambiental que está no contrato da Copasa e que deverá ser por ela eliminado e recuperado aquela área degradada ao longo de dezenas de anos. 

07 – Porque a sua política de atração de recursos e investimentos para Varginha parece pequena quando comparada com cidades como Pouso Alegre, Poços de Caldas e Passos?

Olha, eu acredito que tudo que apareceu disponível nos ministérios nós corremos atrás, e aquilo que foi possível conseguir nós conseguimos. Eu lamento muito ter tomado um calote do Ministério dos Esportes no Governo Dilma porque havia a liberação de um recurso para construir aqui próximo um Centro de Iniciação Esportiva, naquele programa de Olimpíadas. Nós fizemos toda a preparação do terreno, inclusive quando estávamos fazendo a terraplenagem  nos encontramos uma rocha que custou para a prefeitura um alto preço, em torno de R$ 200 mil reais, porque teve de ser uma remoção por uma empresa altamente especializada, de Poço de Caldas, acostumada à mineração, ela veio, explodiu a rocha, conseguimos deixar o terreno preparado e eu considero que Varginha foi discriminada politicamente no recurso porque nós fizemos a nossa parte e o Governo acabou nos enrolando, desculpe o termo, e não liberou o recurso. Então está ali o terreno pra quem quiser ver, nós fomos enganados, praticamente, o município de Varginha, que recolhe altas somas de tributos ao Governo Federal e ao Governo Estadual. O mesmo aconteceu nos avanços que tínhamos no Centro de Convenções, o mesmo aconteceu que ficou só na conversa a duplicação daqui até a Fernão Dias, também ficou só na conversa a duplicação do resto da Avenida do Contorno. Eu vejo aí, na verdade, uma discriminação. Estamos há oito meses esperando liberar os recursos para concluir a UBS do Bom Pastor, recursos vinculados á obra, o Estado não libera. Levaram meses e meses para liberar. Então eu acho que os deputados do partido da base aliada do Governo têm o dever de olhar para Varginha, não para a pessoa do prefeito, não para o partido do prefeito, mas para o volume de impostos que Varginha recolhe aos cofres estaduais e federais e ai sim, é uma cidade que merece ser respeitada pela importância que ela tem no contexto do estado e no contexto da federação. Nós captamos todos os recursos que estiveram disponíveis, não devolvemos nenhum recurso por obras ou por incompetência nossa, ao contrário do que aconteceu na gestão passada. Então isso nós estamos muito tranquilos, temos um departamento de atração de recursos muito comprometido, muito focado nisso, nós vigiamos isso. E outra coisa, existe ai muito engano nessa questão de recursos viu! Você faz a obra e depois você tem de operá-la. Por exemplo, você tem uma UBS, que beleza, está prontinha e agora? Cadê os médicos, cadê os enfermeiros, cadê o pessoal, e o limite de responsabilidade fiscal da folha de pagamentos, comporta as contratações? Então hoje, até para você receber recursos você precisa ser seletivo, ter discernimento do que vai fazer e avaliar as consequências da obra.  

08 – Prefeito, o senhor prometeu terminar as obras inacabadas da gestão passada, porém ainda não concluiu o Parque dos Dinossauros, no Bairro Padre Vítor e nem o Museu do ET. Comente?

O parque do Padre Vítor, o Parque dos Dinossauros, o projeto foi licitado, eu ia iniciar a obra no valor de R$ 160 mil reais. De repente, nesse departamento de captação de recursos, conseguimos uma emenda parlamentar de R$ 300 mil do deputado Eros Biondini, que está lá na Caixa, tudo aprovado, toda a documentação em ordem, aí eu tive de sustar a continuidade do processo licitatório e aguardar agora a liberação da verba que ficou retida por causa do processo eleitoral e aí sim, vamos fazer uma reforma muito além daquilo que gostaríamos de ter feito na nossa primeira licitação. Evidentemente, vencendo as eleições, vamos fazer aquela obra à altura do que merece o Bairro Padre Vítor. O Memorial do ET, a obra está em andamento. Depois de três licitações frustradas nós conseguimos que a AC Niemeyer assumisse a obra. Mas está cheio de problemas no projeto, teve de haver aditivos para correção do projeto, aquilo lá quase não teve caminho. Mas finalmente estamos quase chegando ao final. Ela não está paralisada, ela está contratada, sob a responsabilidade da empreiteira. Não está abandonada, pode ser consultada lá a AC Niemeyer, a obra tem um contrato e a parte da prefeitura, das contrapartidas da prefeitura estão rigorosamente em dia, a Caixa também tem feito os pagamentos mas há sempre um problema empreiteira e Caixa Econômica Federal e aí a prefeitura não tem, às vezes, como resolver pequenos atrasos de pagamentos que surgem, as medições que foram feitas foram pagas e eu acredito que agora, pelo menos a expectativa é que era para já ter inaugurado, mas acredito que até o fim do ano nós inauguramos. Se você rescinde o contrato, como você viu, três licitações frustradas. Então você tem de administrar com habilidade, a boa vontade da empreiteira e também a eficiência e agilidade da Caixa.  

09 - Prefeito, a segurança pública enfrenta graves problemas na cidade e faltam investimentos na área. Dizem que a Guarda Municipal perdeu eficiência em seu governo. Qual a sua meta para a segurança caso seja reeleito? 

Olha, nós vimos uma coisa muito interessante na campanha presidencial de 2014. Todos os candidatos, principalmente aqueles que lideravam as pesquisas, que eram concorrentes mais diretos, todos eles, isso foi uma coisa que eu observei, eles inseriram nas suas falas, nos debates, nos seus programas de governo, a segurança pública como uma prioridade, com o mesmo nível de saúde, educação, coisa inédita. Exatamente por que, por causa desse avanço da violência, desse crescimento da violência, que vem intranquilizando as famílias, vem intranquilizando o comércio, os bancos, e agora, um outro fato muito grave, ela (violência) tem se estendido para a Zona Rural. A todo momento você vê aí notícias de roubos em fazendas, roubos em zona rural, sequestro, pessoas que são mantidas reféns. Uma violência enorme porque ficam lá distante de onde está sediada a polícia, isso é um problema sério que nos leva a repensar a segurança pública. Mas eu discordo, no que diz respeito à pergunta de que a Guarda perdeu espaço. Nós temos hoje na Guarda a mesma configuração em que ela foi criada. Aliás a criação da Guarda, é bom relembrar, a criação dela por lei foi na minha primeira gestão. Quando eu assumi o segundo mandato, pelas dificuldades financeiras que assumimos também, perdemos 58% de ICMS que vinha sendo arrecadado aqui eu tive de fazer mágica para manter a prefeitura em dia. Então, não pude instalá-la. Não havia também, naquela época, um quadro de insegurança que tem hoje. Então o que acontece, o meu programa de governo prevê o aumento do efetivo da Guarda, o meu programa de governo prevê a construção da sede própria da Guarda Municipal, que desde então, ela se encontra em uma casa alugada que não atende, evidentemente, suas necessidades operacionais. Quero também aumentar a questão das suas viaturas, em resumo colocar a Guarda Municipal na dimensão que a cidade precisa e a segurança pública exige. Existe um problema aí, talvez de desconhecimento, vamos admitir assim na pergunta, que a nossa Guarda não encolheu não. Nossa Guarda, lá atrás, ela extrapolou os limites que permitiam a Constituição Federal. Ela entrou em uma rota de colisão com a Polícia Militar, de uma forma equivocada, e aí o que aconteceu, a Procuradoria Geral de Justiça entrou com uma ação no Tribunal, o Tribunal concedeu uma liminar que tirou a Guarda do trânsito e tirou a Guarda de qualquer policiamento. Ela ficou voltada exclusivamente voltada para a guarda do patrimônio do município. Isto foi uma decisão judicial. Posteriormente, saiu uma lei, a 13.022, que deu à Guarda, aí sim, maiores prerrogativas, regulamentando, se não me engano, o artigo 144 da Constituição Federal. A leitura daquele artigo é clara, a guarda municipal é voltada para a guarda do patrimônio do município. É uma prerrogativa dos municípios poder criar guardas municipais e eu criei, em 92, logo depois da Constituição de 1988. Então agora é outra realidade, a prefeitura também caminha, e espero que o Brasil também caminhe pra uma outra realidade, que supere este momento de dificuldade que a economia brasileira está vivendo, que está envolvendo todas as empresas, nós temos hoje 12 milhões de desempregados no Brasil, é o quadro que hoje nós vivemos. E esse quadro recessivo na economia ele refletiu profundamente, gravemente nas nossas contas municipais. Nós temos de administrar com muita prudência, com muita competência e nada de arroubos e aventuras com o dinheiro da prefeitura. Ela não tem condições de permitir isso. A Prefeitura de Varginha tem trabalhado com muita dificuldade, com muita responsabilidade e estamos sobrevivendo, salários em dia, fornecedores em dia, a cidade funcionando, não há nenhum colapso em nenhum setor, tem falhas tem, nós temos humildade bastante para reconhecê-las, nós gastamos, por exemplo, uma fortuna em tapa buracos, você que está aqui na Gazeta, quantos anos tem esse asfalto da Av Imigrantes, nós temos 70% ou mais de pavimentação asfáltica vencida. Além dos tapa buracos que iniciamos agora, coincidentemente, porque conseguimos, nos habilitamos a um financiamento do BNDS, estamos fazendo lá a Rua Humberto Pizzo, refazendo a Avenida Otávio Marques, a Michel Mansur, a Doutor José Bíscaro, Dom Othon Mota e esse é um serviço que continuará no meu governo no próximo mandato. Nós vamos recapear, paulatinamente, os 70, 80% da cidade que precisa. O tapa buracos é paliativo e altamente deficiente seu serviço, você tapa o buraco daí a poucos dias abre outro do lado. E isso pega muito mal pra nós, mas injustamente, por que, porque você acabou de tapar o buraco mas a péssima qualidade do pavimento que já está todo trincado, daí a pouco abre um buraco do lado. Basta ver as manchas escuras do tapa buraco e você vê logo ali outro buraco que ainda não deu para tampá-lo. Então as chuvas torrenciais e generosas que tivemos, eu tenho sempre falado, abençoadas, porque todos nós queríamos, ela deu graves prejuízos à prefeitura. Eu construí aqui perto de você três pontes, aqui no Milton Costa, aqui no Santa Maria, justamente porque ela tinha uma vazão subdimensionada, e lá na Rua João Manoel Azze. Na Avenida Plínio Salgado nós estamos fazendo um projeto com uma doutora do Unis, a dra. Ivana, porque ali é uma bomba relógio prá explodir qualquer hora. Nós já tivemos demolições de casas lá, a prefeitura está pagando alugueis sociais para famílias que construíram casas em cima da canalização pluvial. E já vai comprometendo aquilo lá. Outros invadiram área da prefeitura que estamos agora, também, analisando para tomar as medidas judiciais cabíveis, serão obrigados a demolir porque não há usucapião contra o município. Então esse é o quadro que nós enfrentamos. 

10 – Prefeito, vários produtores culturais reclamam da forma como a Fundação Cultural é conduzida. Se reeleito o que pretende mudar nessa área?

Bom, já começa no meu programa de governo uma coisa que estou reeditando do meu primeiro mandato: conselho deliberativo eleito pela comunidade cultural. E, evidentemente, a par dessa crítica que os produtores culturais estão fazendo, nós temos de reconhecer também o que houve de positivo. A Fundação Cultural investiu muito na economia criativa, nos artesãos, ela investiu muito na folia de reis, deu toda transparência nas subvenções. O Comic (Conselho Municipal de Incentivo à Cultura) funcionou muito bem, só não funcionou este ano, exatamente pela falta de recursos, no fechamento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Então este ano ela foi mais modesta nos investimentos, fez aquele resgate naquele espaço extraordinário na antiga Estação Ferroviária com a construção do Corredor Cultural. Hoje, realmente, ali é uma área muito bonita, muito agradável, evitou-se com aquele fechamento, as depredações, os vandalismos e pichações constantes que faziam lá no prédio da Estação. Ali hoje abriga a sede da Fundação Cultural, ali abriga a Academia Varginhense de Letras, a Casa da Cultura foi totalmente restaurada, mudou-se o museu pra lá, a casa foi restaurada na nossa gestão, na gestão atual da Fundação Cultural. Muitos recursos que dependiam de organização política e burocrática da Fundação Cultural foram obtidos neste mandato. Eu quero aqui enaltecer o trabalho do professor Francisco Graça Moura, e de toda a sua equipe.  

Prefeito, o senhor tem 30 segundos para suas considerações finais.

Eu gostaria de resumi-las nas minhas congratulações a vocês aqui da Gazeta, pelo jornalismo profissional, pela forma imparcial com que se conduziram nessa campanha eleitoral, e parabenizá-lo, Rodrigo, pela sua coluna, como já disse lá no início, pela forma democrática como conduziu este trabalho de entrevistar todos os candidatos e permitir que eles expusessem suas ideias. Então eu acho que a minha palavra é de agradecimento, e agradecer ao povo varginhense e dizer que estou colocando meu nome novamente à disposição por entender que fiz um trabalho correto, não tivemos escândalos, não tivemos polêmicas, não tivemos corrupção. Estamos com a consciência tranquila e, evidentemente, se merecermos a confiança do povo mais uma vez eu estou aí para trabalhar, com todo o amor, com todo compromisso, com todo vigor, pela cidade que todos nós amamos. Muito obrigado!

 

 

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