À deriva
Terminadas as eleições, com a vitória da reeleição, logo após as simplórias comemorações do aniversário da cidade, todo o comando do Executivo Municipal se ausentou das funções! Na segunda, dia 10 de outubro, entre os feriados do aniversário da cidade do dia 12 de outubro, não se tinha notícia da cúpula do governo na sede da Prefeitura de Varginha. Quem precisou falar com o prefeito Antônio Silva, o vice Verdi Melo, o secretário de governo Carlos Honório ou mesmo com a chefia de imprensa oficial, Carla Beraldo, foi informado que deveria ligar depois do feriado.
2020 é logo ali!
Depois que entrou na política, o vice-prefeito Vérdi Melo, afastou das atividades em seu escritório de contabilidade. O vice reeleito já havia deixado de lado o escritório desde que assumiu a presidência da Câmara, quando foi vereador. Agora com cargo garantido até 2020, e de olho na “herança política” de Antônio Silva, Vérdi Melo volta a reaproximar da contabilidade. Verdi Melo participou da solenidade de abertura do Seminário de Integração Regional do Sul de Minas, que aconteceu em Varginha. Uma realização do Conselho Regional de Contabilidade, que contou com a presença do Presidente do CRC – Rogério Marques Noé. “O Conselho está de parabéns por estas iniciativas de sair da capital e vir para o interior, promover estes debates, trazer novas informações para a categoria”, disse Vérdi em suas palavras.
Reconhecimento
O Zoológico municipal vai comemorar 50 anos no próximo dia 16 de outubro. As festividades incluem diversas atividades gratuitas para o público, como cama elástica e outros brinquedos infláveis. Haverá pipoca e brindes e muitas brincadeiras. As crianças de até 5 anos não pagam a taxa de entrada, assim como os idosos acima de 60 anos. As demais pessoas deverão levar 1kg de alimento não perecível ou uma caixa de leite longa vida que serão doados a entidade beneficente da cidade. O zoológico de Varginha passou por momentos difíceis antes de chegar aos seus 50 anos. O Parque Zoobotânico Municipal “Dr. Mário Frota”, zoológico, foi inaugurado em 1966, tendo sido tombado pelo Patrimônio Cultural de Varginha. O espaço foi reaberto em 2015, depois de ficar anos fechado devido à interdição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de um termo de Ajustamento de Conduta com a Advocacia Geral da União (AGU). O local foi tema de muita discórdia nas últimas eleições, porque teria sido abandonado pela gestão petista, todavia estaria aquém do seu potencial na gestão do PTB. O curioso é que todos os políticos querem fazer grandes investimentos e projetos mas não dizem de onde vão conseguir recursos! Certo mesmo é que, se o zoológico está em funcionamento nestes seus 50 anos, deve-se ao atual governo, que tem falhas, mas também tem méritos.
Leite derramado
Outro tema que também apareceu nas eleições municipais foi a falta de sinal de celular em alguns bairros da cidade, como o Sagrado Coração. Aquela região tem crescido rápido, e novos bairros próximos também reclamam da falta de sinal para telefone móvel. Empresários da área de telefonia se reuniram com o Executivo municipal, após as eleições, para definirem a instalação de uma antena naquele local. Todavia, pelos cálculos do projeto, a empresa teria até dois anos para instalar a antena, neste caso, alguém duvida que a falta de sinal continuará sendo problema nas eleições de 2018? A conferir!
Planejamento
O governo municipal de Varginha voltou a discutir o Plano Diretor Participativo, que curiosamente foi discutido apenas entre o governo e uma empresa contrata para “aperfeiçoar” o atual plano diretor! A população e a iniciativa privada não foram convidadas para esta última conversa! Vale ressaltar que a exemplo de outras cidades e de casos ocorridos em Varginha no passado, costuma-se chegar a construção de um bom plano diretor, que nunca é colocado em prática ou seguido á risca! Vejam que em Varginha temos a construção e entrega de bairros sem estrutura completa, com asfalto irregular, as estruturas públicas como escolas, creches são entregues com atraso, quando são entregues. A Segurança Pública é deficiente em toda a cidade e estruturas como ciclovias e transporte coletivo urbano são lendas urbanas. Aliado a isso tudo temos a total inoperância do governo quanto a políticas públicas de preservação ao meio ambiente, vejam que a prometida coleta seletiva é inexistente e nos loteamentos particulares o espaço público reservado é sempre o pior e menos adequado! Vemos claramente que, neste importante tema, o governo discursa bonito, decide sozinho, pouco executa e praticamente em nada fiscaliza! É preciso mudar! Ou vamos discutir em 2016, o plano diretor do que deveria ter sido realizado em 2010!
Longe e perto
Na frente de batalha, até aqui vitoriosa, que o Grupo Unis tem liderado em todo o Brasil, vemos o reitor Stefano Gazzola percorrendo o mundo fechando parcerias importantes para ampliar as fronteiras do Centro Universitário do Sul de Minas. Stefano tem conseguido acesso a todos os governos, personalidades políticas e instituições. Mostra que conversa com todos e que apostar no Unis é um bom negócio.
Mas uma conversa que muito interessa, todavia pouco se fala no Unis, é quando Stefano Gazzola planejaria sua “aposentadoria ou sucessão”, mesmo que temporariamente! Alias, é pouco provável que vá deixar o Unis definitivamente, afinal, o empreendimento tem seu DNA tanto quanto sua filha, visto que dedicou a vida para o crescimento do UNIS. Mas é fato que o reitor quer uma folga! O difícil e valioso é saber quando vai “tirar suas férias, e quem será seu substituto” e mais importante ainda é saber se este provável substituto vai cuidar bem do “filho lucrativo” gerado pelo reitor e se quando quiser voltar, vai devolver o comando sem apego ao Poder! Escolha difícil de fazer!
Anti-eventos
A falta de uma política de recepção a eventos ou de estimular a atração de realizações em Varginha tem se tornado um problema para Varginha. A cidade não se entende quanto a realização de shows, peças teatrais, seminários, encontros de classe etc. A começar que não temos o prometido Centro de Eventos e a legislação da cidade costuma cobrar caro e fiscalizar pouco tudo que se pretende realizar em Varginha.
Vejam que os produtores culturais na cidade reclamam que a Fundação Cultural mantém as portas do Teatro Capitólio fechada aos empreendedores locais. Além disso, há uma “cultura anti-eventos” na política pública da cidade que dificulta a realização de shows aqui. È comum relatarmos o descontentamento de produtores musicais quanto a dificuldade e alto preço dos impostos para realizar shows na cidade.
Prova disso é que cidades como Lavras, Alfenas, Pouso Alegre e até a pequena Eloi Mendes oferece atrações musicais e culturais com mais frequência que Varginha. Já nesta semana, a realização de um encontro de medicina na cidade movimentou o VTC e o Parque de Exposições em grandes eventos ocorridos na cidade. Porem, a falta de normatização e fiscalização fez com que vários incidentes entre os realizadores dos eventos e as autoridades municipais entrassem em rota de colisão.
Isso acontece porque Varginha não possui uma política pública de atração de eventos, não possui estrutura para isso, e a situação se agrava quando é percebido uma grande “má vontade” por parte do poder público para receber visitantes e turistas ou mesmo empresários do setor de entretenimento! Autoridades cegas que não percebem que os eventos lotam bares, restaurantes, hotéis e movimentam a cidade! Não fosse o turista e visitante de outras cidades, nossa economia estaria ainda pior e possivelmente, nosso Shopping Via Café já teria fechado as portas! Será que vamos conseguir desenvolver um programa de atração de eventos para a cidade que garanta tranquilidade e segurança aos moradores, bem como sensação de bem estar e hospitalidade aos visitantes?
Dança das cadeiras
A coluna já falou com três atuais secretários municipais que, garantem, existirão grandes mudanças no próximo governo municipal. A coluna também conversou com dois políticos que, juram, estarão no primeiro escalão do próximo governo. Além disso, tem-se que a eleição de um Legislativo mais “plural vai demandar mais espaço e vagas no Executivo para atender os vereadores eleitos”. Vejam que mais siglas estão representadas na próxima legislatura. Também vale ressaltar que Antônio Silva foi reeleito por uma aliança de 13 partidos, que se subentende vão querer integrar o governo. Trocando em miúdos, “o cobertor será pequeno para agasalhar tantos com frio”! E olha que ainda não está certo como ficará a Mesa Diretora da Câmara em 2017, quando serão também indicados os ocupantes dos vários cargos comissionados do Legislativo. Assim, o xadrez político do novo governo precisará dosar bem os cargos e cotas para a composição da próxima administração. Certo mesmo é que a “cota pessoal” do prefeito, se for atender todos, será a menor possível! Será mesmo?
Meia-idade
Segundo dados estatísticos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 5.496 candidatos a prefeito eleitos no primeiro turno em 2016, a maioria tem entre 50 e 54 anos. Para vereador, a média de idade cai um pouco: a maior parte dos eleitos têm de 40 a 44 anos. O prefeito mais jovem tem 21 anos e foi eleito em Milagres do Maranhão (MA). O prefeito mais idoso, por sua vez, tem 88 anos e foi eleito em Catende, no Pernambuco. Para aqueles que questionavam a idade de Antônio Silva que, creio, tenha por volta de 74 anos, dá pra ver que não estamos no topo da lista dos mais “experientes” segundo os governistas, ou “ultrapassados” segundo a oposição!
Solução para o sufoco
Segundo boas fontes, o governo mineiro já está atrasando até os repasses obrigatórios de ICMS aos municípios, por falta de dinheiro em caixa. O que corrobora a informação dada pelo atual governo municipal de que existem obras na cidade que estão com a entrega atrasada por falta de pagamentos do governo estadual. Todavia, negociações em curso em torno do pagamento da folha salarial do Estado, hoje operado pelo Banco do Brasil, podem gerar os recursos extras para o pagamento do 13º dos 630 mil funcionários do governo mineiro. Pelo menos esse é o plano que o secretário da Fazenda, José Afonso Bicalho, revelou neste fim de semana.
Visão de fora
De modo geral, as matérias sobre as eleições no Brasil na mídia internacional destacaram a baixa presença de eleitores nas urnas e a derrota devastadora do Partido dos Trabalhadores (PT) – como os aspectos mais negativos do pleito. Curioso como a visão do resultado das urnas é diferente do ponto de vista dos partidos. Afinal, para tucanos, “o PT foi massacrado por seus erros e o PSDB esta sendo coroado por sua postura”. Já para petistas, o “PT esta sofrendo o golpe das elites por sua política social ao longo do seu governo”. Já para os muitos outros partidos envolvidos no petrolão como PP, PMDB, PTB etc, “entre mortos e feridos, vários continuam no poder e vão precisar se adaptar a nova realidade da política sem dinheiro de propina”. E para o povo que já cansou de escândalos, a sensação e de que, aos poucos, a Justiça que não é feita nos tribunais, o povo executa nas ruas por meio do voto nas urnas! E que as mudanças não deixem de acontecer!
Perguntar não ofende
Rogério Bueno será nomeado para qual cargo estadual? Natal Cadorini vai ocupar qual posto no governo da Mutuca? E os partidos de esquerda, vão continuar firmes com Armando Fortunato em 2018?