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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
O Segredo do Graça; O retorno; Indústria e Emprego; Técnica e articulação
15/01/2017
 
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O Segredo do Graça

Conforme a coluna antecipou, o professor Francisco Graça Moura caiu da presidência da Fundação Cultural de Varginha, após intenso desgaste com vários produtores culturais da cidade, o que teria precipitado sua saída da Fundação. Todavia, por sua habilidade política e também trabalho desenvolvido, Graça Moura não ficou a ver navios! Assumiu a Secretaria de Habitação e Promoção Social e continua no primeiro escalão da Prefeitura de Varginha. Uns dizem que por seu trabalho reconhecido na Fundação Cultural, Graça Moura foi alçado ao cargo de secretário. Outros dizem que Graça Moura “sabe demais e conhece mistérios secretos de gente poderosa” e naturalmente, não seria deixado na mão! De qualquer forma, o tempo na Fundação Cultural serviu para que Graça Moura não saia por ai “pisando na cabeça de ninguém, pois a união dos ofendidos pode derrubar o ofensor”. A lição vale ouro, para nós cidadãos, pois no novo cargo, Graça Moura vai lidar com os mais pobres e desprotegidos da cidade, bem diferente dos produtores culturais que sabem protestar e fazer barulho político na cidade!

O retorno

A nomeação do empresário rural, Marcos Paiva Foresti, como secretário de Agricultura é o recomeço de uma era para o setor rural/agrícola da cidade. Este importante setor vinha perdendo representantes na política local. O “último bastião” desta área que chegou a mandar na cidade, foi o empresário Renato Rezende Paiva, que parece ter abandonado de vez a política, se limitando a articulações políticas de bastidores apenas.

Marcos Foresti é um representante do mesmo setor. Em Varginha são muitos os agricultores, pequenos cafeicultores e pessoas ligadas ao cooperativismo e sindicalismo rural que já não tem mais o mesmo poder político de antes. Perderam espaço para áreas como o comércio e serviços que reúnem também várias pessoas na cidade e estão expandindo a cada dia. A nomeação de Foresti é um aceno político do governo aos cafeicultores, cooperados e as famílias tradicionais da cidade que sempre lideraram este setor. Por certo que o setor rural não voltará a ter o poder político que tinha há 50 anos porem com sua chegada à Secretaria, o setor volta a ter legítimo representante no governo.

Indústria e Emprego

O último governo de Antônio Silva foi marcado pela intensa crise nacional e até mesmo pela derrubada da ex-presidente Dilma, que deixou a indústria e a economia em frangalhos. Ainda assim, o secretário de Indústria Pedro Gazola conseguiu trazer algumas poucas empresas para Varginha, alem de solucionar o problema com o fechamento da Café Solúvel. Porém é fato que a pasta deixou muito a desejar em razão das carências da cidade na criação de empregos e geração de renda. É público que o Executivo de Varginha não tem qualquer proximidade com entidades como a Federação das Indústrias de Minas – Fiemg, ou mesmo a Confederação Nacional da Indústria - CNI ou ainda participa de fóruns empresariais a fim de captar empresas para se instalarem na cidade. Na maior parte das vezes o Executivo municipal depende de “esmolas” do Governo do Estado, com suas estruturas como Indi e BDMG para fornecer informações sobre quais empresas têm interesse de investir na região! Percebam que não se tem informação do secretário municipal de Indústria sair para prospectar novos investimentos, nem mesmo participar de qualquer fórum empresarial ou reunião da Fiemg ou CNI! Espera-se que neste governo, tenhamos mais esforço e boas novas!

Técnica e articulação

A nomeação do empresário Charles Barry foi mais uma das nomeações técnicas do prefeito Antônio Silva, e também acertada, visto que o empresário entende da área e possui bom relacionamento com os interlocutores do setor. Todavia o empresário Barry ainda agrega outras virtudes que podem contribuir com o governo: tem bom relacionamento com diversos outros setores políticos. Barry já foi candidato a vereador pelo PMDB, onde possui amigos, apoiou o deputado federal Dimas Fabiano na última eleição, mantendo bom relacionamento no PP, além de ser visto como figura neutra simpática pelos opositores petistas deste governo.

É certo que o governo de Antônio Silva vai precisar de pessoas neutras para fazer a ponte política com outros entes como o governo estadual e federal, sem precisar comprometer politicamente a administração local. Secretários neutros como Barry possuem gancho político para pedir recursos em âmbito federal, estadual e buscar apoio de deputados estaduais e federais sem trazer desgaste ou vinculação política para o governo municipal. Além disso, o empresário que chegou agora ao Executivo tem outra virtude: não mais deseja ser candidato a vereador, o que elimina qualquer tipo de ciúmes dos atuais vereadores quanto ao trabalho de alguns secretários. 

Afinal, nomes como o de Honorinho, Marcos Foresti, Leandro Acayaba etc podem sempre ser vistos como concorrentes pelos vereadores, coisa muito comum nas administrações municipais. Barry já começou a atuação em sua pasta trazendo de volta o Banho da Doroteia, tradicional grito de Carnaval em Varginha, porém seu maior desafio será trazer de volta o Carnaval, a Feira da Paz e estruturar o aeroporto, rodoviária e o zoológico da cidade, estruturas que estão vinculadas a Secretaria de Turismo, hoje ocupada por Barry Charles Sobrinho.

Técnica e articulação – parte 2

Também a nomeação do ex-vereador Leandro Acayaba foi outra nomeação técnica do prefeito Antônio Silva, que procurava alguém para a espinhosa presidência da Fundação Cultural. Estrutura importante dentro do governo, a Fundação Cultural gerencia a Rádio Melodia e a TV Princesa, entre outras. Porém o comando da Fundação vinha se estranhado com vários produtores culturais.

Leandro Acayaba é um nome chave na fundação pois tem bom relacionamento com todos os produtores e com funcionários, fornecedores e agentes culturais. Leandro Acayaba é membro da Academia Varginhense de Letras e entende da Cultural sem rivalizar com os produtores e também tem a sabedoria política para não causar ciúmes ou comprar brigas desnecessárias. Além disso, Acayaba também consolida o apoio do PP e de parte da imprensa ao governo municipal. Leandro Acayaba é advogado, professor na Fadiva – Faculdade de Direito de Varginha, tem Mestrado, é Membro da Avlac – Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências. Foi vereador, presidente da Câmara Municipal, secretário municipal de Governo e diretor comercial da Rádio Vanguarda FM. Como vereador foi o autor da Lei Municipal de Incentivo a Cultura e criador do COMIC – Conselho Municipal de Incentivo a Cultura.

Safra de café é recorde

A safra mineira de café em 2016 registrou volume recorde de 30,7 milhões de sacas. O aumento é de 37,8% em relação à safra anterior e corresponde a quase 60% da produção nacional que ficou em 51,3 milhões de sacas. Os números fazem parte do quarto e último levantamento anual de safra da Conab, divulgado em dezembro (após o período de pós-colheita), confirmando as expectativas de safra recorde mineira que vinham sendo sinalizadas nos levantamentos anteriores. Em Minas Gerais a área total de café em produção ultrapassou um milhão de hectares, com aumento de 4,2% em relação à safra anterior e a produtividade média ficou em 30,4 sacas por hectare, índice 32,2% acima do resultado obtido na safra 2015. A safra estadual quanto a nacional, mesmo sendo recorde, o volume não chega a interferir na cotação do produto, uma vez que os estoques mundiais se mantinham num nível muito baixo e ainda precisam de recomposição.

Perguntar não ofende

Com o mesmo comando, a Guarda Municipal vai continuar enfrentando os mesmos levantes e insubordinações? O serviço será para todos ou será como a distribuição de cargos de confiança, que atinge apenas alguns?

Passadas as eleições, as reformas no trânsito e recapeamentos nas vias da cidade vão continuar? A falada modernização do trânsito da região comercial da rua Presidente Antônio Carlos não vai ter continuidade? Foram só promessas políticas?

A virada de ano na Praça da Mina, não apresentou problemas, o Banho da Doroteia será realizado antes do Carnaval em Varginha. Será que a Prefeitura de Varginha esta retomando a arte de realizar eventos públicos?

O Aeroporto e a Rodoviária de Varginha não possuem sinal de internet! Parece que o governo ainda tem muito a caminhar para chegar à era digital ou não está mesmo conectado ás necessidades da população?

Quais seriam as razões para que Marcio Erbst, amigo pessoal e de confiança do prefeito, ter saído do núcleo do poder e ser encaminhado para o comando do distante e inexpressivo Centro de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente – CDCA?

Novos comandos

A Ambasp, Cissul e Inprev são importantes instituições que também mudaram de comando neste início de ano. Estas instituições são importantes porque podem ser fonte de captação de recursos para a Prefeitura de Varginha.

No caso da Ambasp, a microrregional é utilizada pelo Governo do Estado para a distribuição de recursos e equipamentos. Mesmo estando passando por severa crise financeira, a Ambasp ainda pode contribuir com a Prefeitura de Varginha, fazendo a cobrando junto ao Governo de Minas dos muitos convênios que costumam atrasar pagamento e obras na cidade.

Já o Cissul faz a gerencia de parte dos recursos federais da saúde destinada aos municípios da região. O Consórcio também controla a estrutura do Samu na região, que não é pouca coisa. Aliás, ainda existem muitos “petistas disfarçados” na estrutura do Samu regional, e isso já foi informado ás autoridades federais. Existe muita “gana” nos cargos federais da região que ainda estão ocupados por petistas. O Cissul recebe verbas da saúde e faz as compensações aos municípios polo que recebem e tratam doentes de outras cidades, como é o caso de Varginha. 

No caso do Inprev, o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Varginha, a instituição é a maior credora da Prefeitura e também possui um gordo caixa, abastecido mensalmente com as contribuições previdenciárias de servidores públicos e do Executivo municipal. O Inprev vive o dilema de onde investir seu dinheiro, pois se ficar com o recurso em conta não garante o melhor investimento, se optar por emprestar recursos à Prefeitura de Varginha, como fez antigamente, inclusive para a gestão de Antônio Silva, corre o risco de “levar calote” que é bem o caso que ocorre agora, visto que o dinheiro emprestado ao Executivo ainda não foi devolvido.

Seria o caso do Inprev, Cissul e Ambasp, três instituições consolidadas fazerem seus planejamentos, livrarem-se das (más)influencias políticas e focarem no seu principal bem, no caso da Ambasp: os municípios consorciados, do Cissul: os cidadãos que buscam tratamento de saúde, e do Inprev: os aposentados e pensionistas da Prefeitura de Varginha.
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