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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Contraditório; Saúde e Política; Desencanto; O mercado de trabalho
05/05/2017
 
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Contraditório

A coluna recebeu vários emails de servidores públicos da Prefeitura de Varginha que protestaram contra nota da Coluna a respeito da redução da jornada de trabalho na semana passada na Prefeitura de Varginha, quando os servidores trabalharam basicamente apenas na parte da manhã, em razão da “suposta greve geral” que ocorreu na última sexta, antes do feriado. Na verdade a coluna criticou tanto a redução da jornada de trabalho no referido dia quanto os inúmeros feriados e dias não trabalhados que os servidores públicos normalmente emendam quando cai algum feriado na terça ou quinta. Obviamente que este péssimo hábito de matar serviço na sexta ou segunda não é comum para o trabalhador comum da iniciativa privada, da mesma forma que tal prática do serviço público em muito prejudica quem precisa do trabalho dos servidores públicos.

Não é de graça que o trabalhador da iniciativa privada tem péssima avaliação dos serviços públicos, e a prática de matar serviço, em nada contribui para a imagem do servidor público, seja ele municipal, estadual ou federal. Aliás, para muita gente da iniciativa privada, é um sonho ter um serviço público, com reajustes anuais e diversas benesses, isso sem contar outras tantas “vantagens” do serviço público.

Todavia, a coluna não generaliza o serviço público, mesmo porque, não seria justo colocar todos os servidores na vala comum. Há muitos servidores públicos honestos e trabalhadores no serviço público, tanto municipal, estadual e federal, e estes são essenciais ao trabalho. Mas é fato que estes bons exemplos precisam se multiplicar para mudar a percepção que muitos brasileiros possuem de que servidores públicos fazem parte de uma pequena casta que “trabalha pouco e possui muitas vantagens, frente a iniciativa privada”! Que os próximos anos sejam melhores!

Perguntar não ofende

Partidos médios como PP, PSB e PSD buscam nomes para candidatar a deputado em 2018 sem depender dos grandes partidos que polarizam os escândalos de corrupção! Será que Varginha vai dar sua cota de nomes novos e limpos para as eleições de 2018?

Nesta semana em Brasília um deputado federal que não apoiou o atual governo Antônio Silva conseguiu a liberação de um importante recurso para o Hospital Bom Pastor. Será que o governo municipal está buscando novas alianças ou os parlamentares estão desesperados?

Quem explica o sumiço político do deputado estadual Dilzon Melo? Onde estaria o parlamentar que, nos bastidores, mandou nas gestões tucanas estaduais e agora desapareceu da política? Seria cansaço político ou medo de algum vazamento?

Com o afastamento de Eros Biondini (PTB) e Odair Cunha que tem vindo pouco a Varginha, são cada dia mais comuns as visitas de Dimas Fabiano à cidade! Será que o quadro de deputados federais votados em Varginha vai mudar muito em 2018?

Depois que assumiu a Coordenadoria Regional do PMDB no Sul de Minas, composta por 18 cidades, o médico Vismário Camargos de Freitas sofre maior pressão para ser candidato a deputado em 2018! Será que o Hospital Regional terá dois candidatos a deputado estadual?

Saúde e Política

O Hospital Regional do Sul de Minas é um dos 25 hospitais públicos selecionados em todo o país para participar do projeto Parto Adequado da ANS (Agência Nacional de Saúde). Nos dias 02 e 03 de maio foi realizada a Fase 2 – Presencial, com treinamentos e outras ações desenvolvidas ao longo de dois anos. A equipe do hospital que participou do treinamento presencial da Fase 2 foi composta pelo diretor geral do HRSM, Rogério Bueno; a enfermeira obstetra, Dulce; a enfermeira coordenadora da área Neonatal, Cleuma e a médica obstetra, Dra. Jovina.

O programa Parto Adequado é um projeto da ANS em parceria com o SUS (Sistema Único de Saúde), o Ministério da Saúde, o Hospital Albert Einstein e o IHI (Institute Healthcare Improvement). O objetivo é reduzir o número de cesarianas sem indicação médica e de partos agendados. De acordo com a ANS, ainda na primeira fase do projeto, em 18 meses, houve aumento de 40% na realização de partos normais entre 35 hospitais participantes. Como consequência, foram evitadas mais de 10 mil cesarianas sem indicação médica e 400 bebês deixaram de ocupar UTIs neonatais. Participam do projeto Parto Adequado, 128 hospitais privados e 25 hospitais públicos ou beneficentes que atendem prioritariamente pacientes do SUS, além de 65 operadoras de planos de saúde. O Hospital Regional do Sul de Minas foi selecionado pelo Ministério da Saúde por ser uma entidade filantrópica que atende uma grande proporção de pacientes pelo SUS. Por ano, o HRSM realiza cerca de 2.000 partos. São dois tipos de participantes: hospitais Piloto e hospitais Seguidores. O Regional é um hospital seguidor do Hospital Maternidade Sofia Feldman, de Belo Horizonte.

Saúde e Política 2

Ações inovadoras no Hospital Regional tem sido a marca do diretor geral da entidade, Rogério Bueno (PT). O ex-vereador tem feito tratativas frequentes com o Legislativo e Executivo municipal além de manter constante contato com o Governo de Minas para tentar equilibrar as finanças e atendimento do Hospital Regional. Até aqui o trabalho de Rogério Bueno tem sido elogiado e tem demonstrado resultado.

Contudo, existe um pano de fundo político atrás deste cenário. Há especulações de que o secretário de Governo de Minas, Odair Cunha (PT) que trabalha para reeleger-se como deputado federal, ou mesmo sair como Senador, estaria pensando em lançar diretor do Regional, Rogério Bueno, como candidato a deputado por Varginha. A negociação ainda depende de muitos “poréms”visto que Rogério Bueno precisa “mostrar serviço e ganhar destaque” no posto de diretor geral do Regional, onde tem oportunidade de relacionar-se que varias pessoas de Varginha e região, o que facilitaria uma candidatura. 

Além disso, o poderoso secretário de Governo estadual precisa decidir se vai manter a parceria política com a deputada estadual Geisa Teixeira (PT), que teria se desgastado com Odair e com o PT regional depois que rejeitou ser candidata a prefeita de Varginha em 2016. Por certo que, sem o apoio de Odair e mesmo a garra do PT regional, ficaria difícil para Geisa Teixeira reeleger-se em 2018. Há especulações de que Geisa pensaria, inclusive, em mudar de partido, caso não tenha o mesmo apoio político/financeiro e partidário que obteve em 2014. De qualquer forma, é claro para quem está fora do PT que o diretor geral do Regional, Rogério Bueno, seria muito mais “afinado” com Odair Cunha, além de possuir maior “habilidade política”, portanto, seria a “bola da vez” do apoio de Odair e do PT regional. Até o momento nada está certo, mas com certeza o sucesso de Rogério Bueno na gestão do complexo Hospital Regional, está diretamente ligado ao projeto político do PT e de Odair Cunha. A conferir!     

Desencanto

Pesquisas começam a apontar desgaste da Operação Lava Jato. O apoio popular ao combate à corrupção continua forte e majoritário na sociedade, mas cresce o ceticismo em relação à eficácia da força-tarefa em moralizar o país, ainda mais depois que se viu que praticamente nenhuma das grandes autoridades políticas ou pouquíssimos partidos escapam das denúncias. Há mais dúvidas sobre os resultados efetivos das investigações. Essa desconfiança, que se manifestava desde o início das operações, deu um salto agora com a soltura de quatro réus em prisão preventiva (Eike Batista, João Cláudio Genu (tesoureiro do PP), José Carlos Bumlai (amigo de Lula) e José Dirceu), segundo uma pesquisa fechada nesta semana por instituto nacional. A decisão abalou a imagem do STF e esfriou o entusiasmo com a Lava Jato. O encanto trincou. Se os efeitos moralizantes das operações policiais ainda são duvidosos, os impactos econômicos são garantidos. E elevados. A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março, derrubou as exportações da carne em abril. Em relação a 2016, as vendas da carne suína caíram 6%, a bovina, 10%, e o frango, 14%. Por sorte, o aumento dos preços externos segurou as receitas do setor.

A vez de Pimentel

A decisão do STF derrubando o aval da Assembleia Legislativa para denúncia contra Pimentel (e governadores em geral) já era esperada, afinal, pelo que se viu nos últimos anos, as assembleias estavam, na verdade, travando a investigação de crimes comuns contra governadores. O que não reduz o peso do ato. Agora, sem a blindagem das assembleias, os governadores vão passar sufoco diante das novas investidas do MP e do STJ.

Em Minas a decisão será um divisor de águas, pois dependendo da velocidade da atuação do Judiciário, Pimentel pode até estar inelegível ou com pouco apoio político para concorrer a reeleição. Além disso, o Governo estado petista pode se ver em outra briga interna, visto que, se Pimentel não for o candidato, certamente nomes como Odair Cunha, Reginaldo Lopes entre outros podem quere brigar pra ocupar a vaga do PT. Já por parte do PMDB, que tem dado apoio a Pimentel, a perspectiva de poder pode ser maior que a permanência no governo Pimentel até 2018, e por consequência, os dois líderes atuaais do PMDB em Minas, Adalclever Lopes (Presidente da Assembleia) e Antônio Andrade (vice-governador) podem voltar as boas e o partido vir a lançar um candidato ao governo. Nesta semana em Brasília, o deputado federal Rodrigo Pacheco, que preside a poderosa Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, disse que provavelmente o PMDB não vai realizar eleições dos diretórios neste ano, prorrogando o mandato das executivas estaduais e municipais. Neste caso, o PMDB em Minas que está nas mãos de Antônio Andrade, chegaria em 2018 no controle da legenda e com um governo estadual fragilizado, o que reforçaria a candidatura própria do PMDB em Minas. A conferir!

O mercado de trabalho

As mudanças no mercado de trabalho já estão ocorrendo, antes da reforma no setor. Neste primeiro trimestre, o IBGE constatou um aumento expressivo de contratações sem carteira assinada: 461 mil. Isso, em meio ao fechamento de vagas formais de emprego. Agora, os trabalhadores informais (10,2 milhões) já representam quase um terço dos que têm carteira (33,5 milhões). O avanço do trabalho informal divide os analistas. Para alguns, é um sinal positivo de que as empresas estão começando a recontratar pessoal. Para outros, o movimento reforça temores de precarização do trabalho no país: a expectativa de reforma trabalhista já estaria levando empresas a antecipar a flexibilização das regras da CLT na hora da contratação. Restam muitas dúvidas quanto ao mercado de trabalho após as reformas impostas no Congresso, todavia, uma mudança que a população quer ver é o enquadramento, também, dos servidores públicos. Não dá para deixar o amargo das leis para a iniciativa privada, enquanto boa parte do poder público ainda vive o doce das vantagens trabalhistas e previdenciárias.

Plano B

Ao menos quatro pré-candidatos à ALMG estão carregando o nome do ex-prefeito de BH, Márcio Lacerda no interior. São potenciais “dobradinhas” para sua eventual eleição à Câmara Federal. Lacerda já foi lançado para governador pelo PSB. Inclusive, em Varginha, Lacerda deverá ter o apoio do médico e ex-vereador Armando Fortunato, que pode ser candidato a deputado estadual. Se o projeto de Márcio Lacerda em ser governador não decolar até o início da campanha em 2018, ele poderá mudar a candidatura para deputado federal. Neste caso, Armando Fortunato estaria trazendo para Varginha mais um federal com chances de morder grande número de votos na cidade e depois “sumir do mapa” como alias é bem comum acontecer. Sem mandato, Lacerda não pretende ficar, ainda mais depois que foi citado nas delações premiadas da Odebrech.

 
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