Estado x Municípios; Governo Estadual e Federal; Expocafé 2019; A duplicação da BR 491
Estado x Municípios
A relação entre o novo governo estadual de Romeu Zema e as centenas de municípios mineiros liderados pela Associação Mineira de Municípios – AMM não começou bem! Embora o Governo Zema tenha diminuído o contingenciamento de verbas públicas destinadas aos municípios, ainda existe o represamento irregular de recursos das cidades, e isso tem causado a fúria dos prefeitos. Muitos destes municípios já enfrentam problemas estruturais e financeiros e estão com salários atrasados. Na reunião da AMM em Belo Horizonte, muitos prefeitos fizeram a analise destes primeiros dias de governo e já definiram que somente voltarão às aulas na rede municipal após o Carnaval, em março, a fim de reduzir custos. Quanto às tratativas com o governo estadual, o presidente da AMM, que é também prefeito de Moema, deve continuar a negociação com Zema, contudo, os entendimentos fechados com o governador antes da posse, parecem ter esbarrado na “equipe econômica e política” de Zema. Aliás, boa parte das reclamações do novo governo parecem ser destinadas não ao governador, mas sim ao “modo Novo” de governar! A conferir!
Governo Estadual e Federal
O governo estadual de Romeu Zema, que é a vitrine nacional do Partido Novo, está vendo aos poucos que governar não é tarefa fácil e que o discurso adotado pelo Partido Novo, quando crucificava os partidos tradicionais e forma de negociação política dos governos anteriores “não é de todo errada”! Ou melhor, quando se trata de política, muitas vezes não dá pra fazer o ideal, mas sim o possível! Trocando em miúdos, o Governo Zema, viu que o discurso anterior do Partido Novo para a gestão pública, por hora, é quase utópico na realidade de Minas Gerais. O governo viu que precisava mesmo dos milhares de cargos de confiança para tocar o governo e renomeou milhares de servidores do governo petista anterior. Em seguida, manteve parte dos bloqueios de recursos municipais, o que é manobra fiscal irregular, todavia fundamental para pagamento das dívidas urgentes do governo. Também vale destacar que Zema nomeou políticos do Novo que perderam eleição em 2018 e agora foram nomeados no Governo.
Por final, buscou entre tucanos conhecidos boa parte de seus aliados e articuladores políticos no governo e na Assembleia Legislativa, ou seja, buscou o apoio de grupos políticos tradicionais que sempre criticou! Na verdade, a coluna não está criticando o governo de Zema, pelo contrário, apoia e compreende as razões do governador para tomar tais medidas, contudo, viu-se que, na prática, o discurso de gestão do Partido Novo não é executável, pelo menos no momento. Ademais, o restante vai depender do alinhamento do Governo Zema e Governo Bolsonaro para que o governo federal dê alívio financeiro a Minas Gerais a fim de que o Novo possa ter condições de colocar em prática seu discurso de antes da campanha. Já o alinhamento de Zema e Bolsonaro é outra proposta inimaginável dentro do Novo, mas que hoje já se tornou uma realidade que os “Novos” terão que engolir!
Perguntar não ofende
A nomeação da nova Superintendente Regional de Saúde em Varginha já começou a causar estranhamentos dentro da instituição de saúde? Qual a ligação da nomeada com o setor de saúde pública estadual? Porque não foi escolhido nome de carreira no Estado?
Quando serão nomeados os demais cargos de chefia estadual nas muitas instituições públicas com diretorias sediadas em Varginha? Será que os “petistas disfarçados” serão trocados? O presidente do Partido Novo em Varginha vai continuar com o pires na mão?
O grupo UNIS e a Unifenas continuam lutando por um curso de Medicina em Varginha? Porque parece ter esfriado o entusiasmo do setor de saúde e a esperança de Varginha possuir um curso de Medicina que oxigene a área médica na região?
Quantos dos muitos assaltos e vandalismos realizados no transporte público coletivo foram investigados e solucionados pela Polícia Civil ou tiveram seus autores presos pela Polícia Militar ou pela Guarda Municipal? Há estudos sobre a violência no transporte?
Expocafé 2019
Principal evento nacional de transferência de tecnologia para a cafeicultura, a Expocafé chega a sua 22º edição em 2019. O evento acontece entre os dias 15 e 17 de maio no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em Três Pontas, atendendo a produtores de café de alta qualidade de pequeno, médio ou grande porte.
A Expocafé é uma realização da EPAMIG e Governo de Minas Gerais, com apoio institucional da Prefeitura de Três Pontas, Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Emater-MG e Consórcio Pesquisa Café. Nos últimos anos, os governos estadual e federal não foram muitos parceiros do setor agrícola cafeeiro, mesmo o setor tendo se modernizado e batido recordes de produção e exportação. O ex-governador Pimentel do PT, não tinha o carisma do setor, já o ex-presidente Temer, sempre foi mais ligado a Indústria paulista que aos agropecuaristas e cafeicultores. Já neste governo federal, com Jair Bolsonaro, tanto o presidente quanto a nova ministra da Agricultura possuem relação com o setor cafeeiro, mesmo porque a bancada ruralista está com prestígio. Além disso, o governador Zema, mesmo sendo mais próximo do comércio, sabe do valor do agronegócio, tendo suas raízes no interior onde o comércio possui maior conexão com o campo. Para Minas Gerais onde o café representa bilhões em exportações e milhares de empregos, os cafeicultores precisam ser tratados com maior destaque, pelos números que representam na economia mineira. Mesmo não tendo os números expressivos da mineração, o café é uma riqueza de “dá várias safras, diferente do minério de ferro”, e pode garantir a recuperação dos cofres do Estado. Em sua edição anterior, a Expocafé contou com 160 empresas expositoras vindas de dez estados e atraiu público de 12 mil participantes de diversas regiões do País e do exterior. A movimentação em negócios superou a marca de R$200 milhões. A programação e a técnica da Expocafé 2019 engloba ainda a realização do 10º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira e as Dinâmicas de Campo.
O “inimigo” da mesa ao lado
A coluna tem recebido inúmeras gravações, documentos públicos e até mesmo documentos reservados dos governos estadual e municipal. Tais documentos são encaminhados por servidores, muitos deles descontentes ou contrariados por suas chefias imediatas. Em âmbito municipal, é comum o descontentamento de servidores com secretários e outros chefes imediatos com relatos de “assédio moral, desmandos etc”.
Num grupo de watshapp surgiu uma gravação do ex-secretário de habitação Francisco Graça Moura, que já não ocupa mais o cargo. Na gravação o ex-secretária estaria a dar uma “chamada” em uma servidora municipal. Embora em alguns momentos o ex-secretário utilize “termos peculiares ou faça alegações controversas” a cobrança da ex-integrante do primeiro escalão municipal é justa e correta.
Todavia, o ato de gravar a conversa e divulgá-la publicamente é um exemplo de como anda o “serviço público” de modo geral. O clima “belicoso e de resistência às autoridades nomeadas” tem sido cada dia mais comum, principalmente no âmbito municipal e estadual. As autoridades municipais e estaduais que antes se preocupavam em combater os “adversários do governo” de fora das administrações, agora precisam também se preocupar com os “espiões e inimigos” que podem estar logo ali, na mesa ao lado! Pelo visto, é bom redobrar a atenção quando for falar ao telefone ou contestar auxiliares no governo. O entendimento também vale para o Legislativo, aliás, a coluna tem vasta documentação sobre a administração do Legislativo municipal nas muitas gestões que passaram pelo poder!
O povo e a vida que merecem
É comum usar o ditado popular “o povo tem o governo que merece”. Contudo, quando vemos ações positivas do governo e ainda assim, a sociedade teima em ser “politicamente incorreta”, poderíamos dizer que “o povo tem mesmo a vida que merece”! A observação é em relação aos números da Dengue em Varginha, bem como a baixa participação da comunidade no enorme esforço da Prefeitura de Varginha para limpar a cidade e deixar a cidade livre da Dengue e da sujeira que tantos problemas traz para a sociedade! O mutirão de limpeza realizado pela Prefeitura de Varginha já retirou milhares de toneladas de lixo dos bairros, aliado ao serviço de limpeza pública, outras milhares de toneladas de lixo foram retiradas das ruas, córregos, matas, terrenos baldios etc. Também vale dizer que o serviço de coleta seletiva do município, (um trabalho pioneiro na região) tem investido em melhorias e tem contado com a apoio de empresas da iniciativa privada para reaproveitar toneladas de lixo descartado pela população. Tal trabalho gera renda e sustento para dezenas de famílias carentes. Todavia, a despeito de todo o trabalho realizado pelo poder público municipal e empresas socialmente e ambientalmente responsáveis, a população de Varginha pouco tem contribuído com este trabalho. Cresceram os pontos de descarte irregular de lixo, bem como temos visto a cidade suja em vários pontos, mesmo ao lado de lixeiras pelo centro, onde a população teima em jogar lixo no chão! Lamentável!
A duplicação da BR 491
Agora já é fato, a duplicação da BR 491, entre Varginha e a Rodovia Fernão Dias, que é de responsabilidade do Governo de Minas foi paralisada no meio! A obra está parada e já chegam a coluna reclamações quanto a pouca e confusa sinalização em alguns pontos da pista, que é muito movimentada. Vale dizer que a parte mais complexa foi justamente a que está inacabada, pois envolve a construção de duas pontes, sobre o Rio Palmela e Rio Verde. Tais pontes tem preço considerável, principalmente a ponte sobre o Rio Verde.
Também merece destaque a questão ambiental da duplicação, visto que enormes quantidades de “material inerte” resultante do asfalto velho da antiga rodovia. Obviamente que tal material precisa ser retirado da lateral da pista, bem como o grande volume de madeira proveniente do corte de eucaliptos na região de propriedade pública do DEER/MG. Qual a destinação deste grande volume de madeira? Será vendido, será utilizado pelo Estado? Será que existe documentação sobre a existência destes materiais? Ninguém sabe! Na verdade, ninguém sabe quando a obra será retomada, mesmo porque o governo estadual está preocupado com outras questões maiores na gestão do Governo de Minas. O governador Romeu Zema foi questionado diretamente pela coluna quando esteve na Federação das Indústrias para comentar sobre a situação pré-falimentar do Estado. Na ocasião, Zema disse que atentaria para o caso e que iria trabalhar para que a obra não fosse paralisada, porém parece que, na prática, o governador não conseguiu sucesso! A coluna destaca o desprendimento do coordenador regional do Departamento de Estradas, Edificações e Rodagem, Raimundo Zaiden, que dentro de sua atuação, conseguiu realizar o possível na execução da obra. Zaiden chegou a falar com a coluna que, sem paralisações, a previsão era de que a obra fosse concluída no final de 2019! Porém, com a paralisação vista atualmente no canteiro de obras, por certo que os trabalhos devem chegar a 2020! Será que o governo do Estado vai retomar as obras, antes que os acidentes voltam a ser manchete no trecho? A conferir!