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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Combustível mais barato; Aprendendo a caminhar juntos; Falta muito; Administrando pela web?
06/05/2020
 

Combustível mais barato

O Procon divulgou pesquisa de preços dos combustíveis vendidos no Brasil. Os preços da gasolina aditivada, da gasolina comum, do etanol, do diesel comum e do diesel S10 caíram, respectivamente, 8,46%, 7,86%, 15,19%, 4,84% e 3,90% em relação à pesquisa realizada nos dias 22 e 24 de março. No comparativo com a pesquisa feita em abril de 2019, também foi registrada queda da gasolina aditivada, gasolina comum, etanol, diesel comum e diesel S10, respectivamente, 4,58%, 3,67%. No Sul de Minas também vemos o mesmo comportamento dos preços em Poços de Caldas, Pouso Alegre e Passos. Em Varginha não tivemos uma pesquisa específica dos preços dos combustíveis, contudo, a percepção do consumidor é de que os preços não caíram tanto assim! Aliás, os preços dos combustíveis na cidade custam a cair, talvez seja porque a fiscalização seja pequena e ineficaz. Vale destacar que alguns postos da cidade são “reconhecidos” por vender combustível falsificado ou caro demais. Ainda assim, a fiscalização custa a chegar e o consumidor é quem precisa “sofrer e sentir no bolso”.

Aprendendo a caminhar juntos

Talvez seja a experiência e o espírito conciliador do atual prefeito, talvez seja o conforto de ficar em casa sem trabalhar com geladeira cheia do Judiciário ou talvez seja o constrangimento do Ministério Público de apenas aparecer para criticar e pouco participar das soluções! Não se sabe, mas até aqui, Executivo municipal e setor produtivo levam adiante a abertura gradual do comércio, fazendo fiscalizações e punições para impedir aglomerações, salvar vidas e empregos. Ainda não se tem um diagnóstico das ações, o que é uma falha, mas se a medida “não der certo, o número de contaminados vai crescer e entregar a falha, ou apontar o sucesso da medida liderada pelo Executivo”. O ponto chave das ações de reabertura de Varginha é que, desta vez, liderados pelo prefeito Vérdi Melo, setores importantes da comunidade como autoridades médicas, comerciantes, Judiciário, MP entre outros foram ouvidos e sondados sobre sua participação. Isso fez com que, mesmo sem autorização expressa todos integrassem a decisão de retomar o comércio de forma gradual. É um ponto positivo para a Prefeitura de Varginha, na medida em que muitas outras cidades que não conseguiram a mesma sinergia e ainda possuem setores brigando na Justiça por conta da escolha do caminho a tomar. Mas fica a advertência à Prefeitura de Varginha, é preciso melhorar a fiscalização, principalmente nos bairros e zona rural. Também cabe a Prefeitura de Varginha e autoridades de saúde informarem a análise dos números para saber se a retomada não está aumentando a contaminação e manter os investimentos na saúde.

Qual o tamanho do tombo?

A Prefeitura de Varginha já fechou o primeiro mês de combate a pandemia mas não informou todos os números da doença e seus impactos na cidade. Diversas instituições e governo estão fazendo balanços diários ou semanais dos impactos da doença, diferentes da Prefeitura de Varginha. Não me refiro aqui ao número de doentes e contaminados, isso é fácil acompanhar pelos balanços da Secretaria Estadual e Municipal de Saúde, além da imprensa que cobrem a Covid 19. Estou falando aqui dos números econômicos, tão alarmados pela Associação Comercial, Fiemg e outros tantos representantes do setor produtivo. Estes números são tão importantes quanto os dá saúde. Qual a queda na arrecadação da Prefeitura de Varginha? Qual a queda no valor de recursos disponível/circulante na economia local? Qual a queda das vendas no comércio? Quais os setores mais impactados e quais medidas o Executivo municipal tomou para apoiar tais setores econômicos e salvar empregos e vidas? Sim, digo vidas porque fome, desemprego, violência e desastres econômicos causam enorme perda de vidas! Um pai de família sem emprego e sem dinheiro para comida vai assaltar, matar ou mesmo morrer diante das dificuldades. Porque a Prefeitura de Varginha não informa de quanto foi a queda na arrecadação e como esta seu caixa? Não informa se vai levar adiante a tomada de empréstimo junto a Caixa Econômica Federal para fazer obras de recapeamento na cidade, como definido no início do ano? Será que existem estes estudos e respostas no Executivo municipal? Será que existe planejamento do que fazer com os cerca de R$ 16 milhões que o Governo Federal vai enviar para Varginha no combate ao Covid 19 e seus reflexos? A conferir!

Falta muito

Ainda falta muita informação e trabalho das autoridades locais, que com exceção das autoridades de saúde engajadas no combate a pandemia, estão atônitas sem dar respostas à população e setores da sociedade. Exemplo disso temos o descompasso da Educação, em Varginha existem diversas escolas, faculdades etc e não se tem ao certo quando tais instituições vão retomar ou quais medidas mitigatórias estão sendo tomadas para reduzir perdas. Vale ressaltar que com a saída da secretária municipal de Educação, o setor pode demorar ainda mais para retomar as atividades. Temos ainda as Secretarias de Obras, Planejamento e tantas outras de impactos enormes em vários setores e também não estão planejando a contento o retorno ou medidas de compensação ao estado de paralisação que vivemos. A falta de planejamento vai afetar o desenvolvimento da cidade. Vejam que não sabemos como está o planejamento quanto ao transporte coletivo, sua redução ou ampliação em consonância com outros setores! Não sabemos a preparação do Serviço Municipal de Luto – Semul para amparar famílias que possam perder familiares com a pandemia, nem mesmo a capacidade disponível no cemitério municipal, por exemplo! Não se tem sintonia entre a Secretaria de Obras para aproveitar o isolamento para realizar importantes obras na cidade ou com a gestão de servidores públicos para dar férias coletivas aos setores que estão parados e recebendo integralmente! Nada disso é falado! Será que está sendo planejado e executado ou estamos parados?

Perguntar não ofende

Rosangela Carvalho deixou a secretaria de Educação. Mas não é surpresa que mais um nome de Antônio Silva deixe o governo, muitos outros ligados ao ex-prefeito vão sair. Surpresa é tentar saber, quem Vérdi Melo vai trazer para seu time na busca da reeleição?

O vereador Carlos Costa (MDB) é a “noiva cobiçada para vice em todas as conjecturas políticas sonhadas”. Tem voto, pertence a partido grande e estruturado, agrega tempo de rádio e TV e aliados importantes. Mas, será que está nos sonhos de Carlos Costa ser vice?

Na oposição não se fala em outra coisa! Quem será o nome do PT para a disputa municipal? Os partidos de esquerda vão se unir ou vão acompanhar a direita na divisão de legendas pela disputa do controle da cidade? O PP vai mesmo aceitar ser vice de Vérdi?

O publicitário varginhense Ricardo Sapi (ex-tucano e atualmente no PRTB do vice-presidente Hamilton Mourão) pode ser o candidato a prefeito em Varginha pelo PRTB. Será que a eleição municipal em Varginha pode virar o “samba do criolo doido” que está aparentando?

Questionamentos começam cedo e respostas estão atrasadas  

Através de um requerimento apresentado durante a última sessão ordinária da Câmara de Varginha, o vereador Delegado Celso Ávila solicitou ao Executivo informações referentes a um empréstimo autorizado pelo legislativo no valor de R$ R$ 4.041.000,00 (quatro milhões e quarenta e um mil reais), destinado à aquisição de máquinas, equipamentos e veículos para as secretarias. Entre os questionamentos apresentados pelo vereador, está a efetivação ou não dessa transação junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, o BDMG, qual valor contratado, taxa de juros e envio de cópia do contrato. De acordo com Delegado Celso, na época em que o projeto foi remetido à Casa, levantou-se discussões e questionamentos a respeito da real necessidade da compra dos veículos, máquinas e equipamentos e o executivo esclareceu que tais aquisições se faziam necessárias para melhorar a prestação do serviço público. “Recentemente o executivo contratou mão de obra, serviços de transportes de materiais e aluguel de máquinas pesadas. Se a Prefeitura tem seus próprios caminhões, por que há necessidade de contratar serviço de transportes de materiais? Se está adquirindo máquinas pesadas, ainda assim existe a necessidade de alugar? A frota de veículos e máquinas do executivo não são suficientes para atender à demanda de serviços?”, questionou o parlamentar. Fazendo jus à funcão fiscalizadora inerente ao cargo, o vereador considera ser de extrema importância que o executivo esclareça quais foram as aquisições feitas com os recursos do empréstimo, para quais secretarias foram destinadas e para qual finalidade serão utilizadas, evitando rumores de que a verba não foi bem aplicada.

Administrando pela web?

O ex-prefeito Antônio Silva, depois que renunciou ao cargo em plena pandemia de saúde mundial, está se transformando no que “mais odiava: um palpiteiro de plantão, com apontamentos, questionamentos e bate boca pelas redes sociais”. O ex-prefeito mantém ativamente “suas atividades políticas”, visitando obras, dando pareceres políticos, falando de aliados, adversários e fazendo “articulações e conjecturas políticas” na rede mundial de computadores. É claro que o ex-prefeito, como qualquer cidadão tem o direito de dar sua opinião! Ocorre que esse não é o comportamento rotineiro de políticos que não estão mais no cargo! A exemplo de ex-presidentes, ex-governadores etc que custam e demoram a reaparecer após sair do poder. No caso de Antônio Silva, tem um agravante, ele não precisava sair, deixou o poder porque quis! Esta é a diferença entre ele e os demais. Antônio Silva teve a oportunidade de “fazer algo concreto, ser o líder” e isso por quatro vezes na história da cidade! Se ele entende que tinha algo mais a fazer, não deveria ter renunciado! Se não tinha mais nada a realizar, não deveria ficar apontando publicamente direções aos outros que agora assumiram de onde ele parou! Não é elegante, ainda mais poucas semanas após ele ter deixado o governo! Isso pode atrapalhar muito seu sucessor, que aparentemente tem mais paciência que ele, visto que conseguiu um “acordo de paz” entre as lideranças locais para reabrir o comércio. Antônio Silva foi um dos mais atuantes prefeitos de Varginha, realizou incontáveis obras, foi um notável gestor. Contudo, a exemplo de Harry Truman, presidente americano que entrou pra história ao jogar a bomba atômica no Japão, Antônio Silva entrou pra história de Varginha com a inesperada e inédita renúncia em plena pandemia e crise econômica, num dos momentos em que a população mais precisava de um líder experiente para atravessar o tempo difícil.

Mesma árvore com frutos diferentes

A política local tem dado exemplos interessantes de como a vida pode conduzir de forma diferente pessoas com a mesma origem política e social. O Partido Progressista que em muitos momentos definiu os rumos da cidade forjou dois vereadores com histórias semelhantes, que apontam para caminhos diferentes. Eles têm origem em famílias humildes e respeitadas na cidade, ambos cursaram a Faculdade de Direito em Varginha, estiveram na presidência da Câmara e protagonizaram o comando do importante poder Legislativo e sonham em comandar o Poder Executivo municipal, onde hoje esta Vérdi Melo. Estou falando aqui de Zacarias Piva e Leonardo Ciacci, embora Piva não esteja mais no PP, toda sua história política, que alias é recente, foi construída no partido. Nesta mesma legenda ambos tiveram ensinamentos políticos e amizades semelhantes e situação política confortável, até que o desejo de comandar a Prefeitura de Varginha separou os dois! Afinal, não se sabe nenhum outro motivo que tenha feito Zacarias Piva deixar o PP, além da disputa com Ciacci para ser candidato a prefeito nas eleições de 2020. De toda forma, a união partidária que vem sendo construída ao redor de Zacarias Piva, hoje no PSL, é algo impressionante! Não porque seja admirável a união de partidos em torno de um nome “recém chegado” a política local, mas sobretudo porque, mesmo num partido e em condições melhores, Leonardo Ciacci nunca conseguiu plantar o que Piva já vem colhendo até aqui. Politicamente as chances de Piva são menores que as de Ciacci, levando-se em conta as pesquisas de opinião as quais a coluna teve acesso. Mas é certo que de inesperados vive a política! A decisão firme de um grupo de pequenos partidos em lançar um vereador “ficha limpa” para prefeito, contrasta com a “falta de liderança e aglutinação de outro vereador que tanto ameaçou e não conseguiu apoio para mudar a história da cidade”. As perspectivas eleitorais locais nunca foram boas para quem saiu da Câmara de vereadores e se candidatou a prefeito em Varginha, mas até mesmo o “azarado tem seu dia de sorte”. Se a pretensa intenção de Zacarias Piva vai ter sucesso, só Deus sabe! Por agora, o que os fatos mostram é que o “filho colocado pra fora de casa por não aceitar as regras do jogo, saiu e construiu outro lar que cresce rápido e pode se transformar numa casa tão forte e segura quanto a qual deixou no passado”!

 
 
 
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