Atuação e planejamento; Articulação e fiscalização; Entrevistas da coluna; Ainda famoso; Desemprego
Atuação e planejamento
A coluna já falou sobre a falta de articulação de todos os setores da Prefeitura de Varginha para planejamento e atuação durante o período de isolamento, aproveitando a menor quantidade de pessoas e veículos nas ruas. Neste momento, o governo deveria aproveitar para fazer reparos e manutenções nas estruturas públicas, principalmente nas vias públicas. A sinalização em Varginha está precária em várias regiões, além da operação de tapa buracos que é deficiente. Sem falar no serviço de capina, manutenção em praças e academias de rua. Pelo que se vê não há articulação e planejamento nas ações do governo, a maioria dos funcionários públicos que ficaram em casa, e receberam salários integrais, não foram demandados para atuar nem planejar nada! Um desperdício de tempo e dinheiro público.
Articulação e fiscalização
As autoridades sanitárias de Varginha já autorizaram a abertura e flexibilização do comércio na cidade. Varginha já reabriu alguns tipos de comércio e o movimento voltou ao centro comercial da cidade. Em que pese o planejamento do comércio e seleção das áreas que podem abrir neste primeiro momento, o governo erra ao não planejar e fiscalizar o transporte público coletivo. É muito comum encontrar ônibus do transporte coletivo com superlotação, acima do permitido em tempo de pandemia. Além disso, não se tem notícia da existência e uso regular do álcool em gel no transporte coletivo, bem como a higienização correta dos veículos. Todo isso fica ainda mais grave quando não se tem fiscalização por parte do município, que sempre pecou nesta fiscalização do transporte coletivo, que aliás é sempre alvo das reclamações da população. Adianta alguma coisa a seletividade de qual comércio pode abrir se grandes aglomerações são provocadas nos horários de pico no transporte coletivo? Quem está fiscalizando? Há higienização redobrada e álcool gel no transporte coletivo?
Entrevistas da coluna
A exemplo do que tem feito nos períodos eleitorais passados, a Coluna Fatos e Versões, em parceria com o Site Varginha OnLine, estuda fazer entrevistas com líderes partidários e candidatos majoritários em Varginha. A rodada de entrevistas terá duas etapas. A primeira com representantes dos partidos políticos, falando sobre a construção da plataforma geral de gestão de cada legenda, ouvindo líderes partidários e articuladores das legendas. A forma como cada partido vai escolher seu candidato. Numa segunda rodada de entrevistas a conversa será propriamente com os candidatos oficiais, para que falem sobre suas propostas, o que já fizeram por Varginha e o que pretendem fazer pela cidade caso sejam eleitos. O projeto ainda está sendo formatado para ouvir técnicos em gestão pública quanto as possibilidades e caminhos para o próximo governo que toma posse em 2021. Os leitores da coluna já podem mandar sugestões de líderes partidários para serem ouvidos, perguntas e sugestões de técnicos que gostariam de ouvir. As entrevistas serão gravadas e postadas no site do Jornal Gazeta de Varginha e Varginha Online.
Ainda famoso
Mesmo tendo deixado o mundo político, mas querendo voltar neste ano, o ex-deputado estadual Dilzon Melo (PTB) mantém sua fama no Estado. Na semana passada, foi publicada no Jornal de Uberaba a seguinte nota. “O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) abriu uma investigação eleitoral contra o ex-secretário de Desenvolvimento Regional da gestão Aécio Neves, Dilzon Melo (PTB), e o filho dele, Dilzinho Melo, por terem distribuído presentes de Natal na cidade de Boa Esperança, na região Sul de Minas Gerais. O MPMG abriu um procedimento preparatório eleitoral para investigar “denúncia relatando a entrega de brinquedo de Natal pelos prováveis candidatos às eleições de 2020, Dilzon Melo e Dilzinho Melo. Conforme informa uma pesquisa no site do órgão. A responsável pela investigação é a promotora Andreia Nunes Durães. O Ministério Público não deu mais detalhes da investigação”, encerra a nota publicada no Jornal de Uberaba. Realmente o ex-deputado Dilzon Melo saiu do poder, contrariado e forçado pela força popular do voto. Contudo o político e sua família sempre estão pertos do poder e parece que desejam voltar a política. Dilzon Melo e seu filho Dilzinho Melo são cotados para serem candidatos a prefeito e vereador respectivamente, na cidade de Boa Esperança. Será mesmo?
Desemprego
Varginha fechou mais de 1.300 vagas de emprego no primeiro quadrimestre de 2020, segundo dados do Caged. Os números são reflexos da crise econômica causada pela pandemia do Covid-19. Varginha nunca teve uma política robusta de atração de investimentos e criação de empregos, tanto assim, que cidades semelhantes a Varginha vinham criando mais vagas qualificadas que a cidade. Contudo, com o início da flexibilização e retomada das atividades produtivas, será um desafio para Varginha implantar política de atração de empresas e criação de emprego e renda. Será preciso que o município ataque três grandes gargalos do empreendedorismo: 1 – alta desburocratização e tributação; 2 – falta de recursos e investimento; 3 – falta de capacitação técnica. A Prefeitura de Varginha pode atuar para gerar emprego e renda apostando no empreendedor local, valorizando o empresário da cidade. Em relação a burocracia e alta carga tributária, basta ver que Varginha foi uma das poucas cidades que aumentou o IPTU e não deu qualquer desconto na cobrança de impostos, apenas protelando a cobrança. A cidade em parceria com entidades setoriais e bancárias poderia oferecer microcrédito para pequenos empreendedores locais a fim de fomentar pequenos negócios na cidade, a exemplo de outros municípios que já tiveram exemplos bem sucedidos. Vale destacar que, nesta modalidade de empréstimo, tem-se as menores taxas de inadimplência e o maior ganho social imediato. Já em relação a falta de capacitação profissional, entidades como Sesi, Senai, Senac, Sebrae entre tantas outras instituições possuem diversos cursos de qualificação que podem ser alvo de parcerias envolvendo o poder público. Sem falar no grupo UNIS, entidade educacional parceria do Executivo que poderia, com o apoio do governo, liderar cursos de capacitação técnica empreendedora na cidade, com as carências e necessidades de Varginha e região.
A força da Imprensa Regional
Grandes jornais estão fechando suas edições impressas e migrando para o digital. Neste tempo os jornais impressos do interior mantém suas edições em papel e começam a migração para o digital mantendo edições impressas. Será que as empresas de comunicação do interior estão mais consolidadas que os grupos de comunicação das grandes cidades? Ou as pequenas empresas já praticam a política de apertar os cintos há mais tempo e, neste caso, aguentam tempo maior de crise? Revistas nacionais famosas já fecharam, grandes jornais em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte também fecharam ou estão em fase de liquidação, encerrando décadas de informação e liderança na formação de opinião pelo Brasil. Nesta semana o Jornal Diário de Uberlândia, grande jornal pertencente ao Grupo Algar, encerrou suas edições impressa e passa a funcionar apenas no digital, com a mesma credibilidade editorial e responsabilidade no trato da informação. A crise da tecnologia que chegou a imprensa revolucionando redações de grandes jornais e revistas, grandes conglomerados de rádios e televisões levando estes órgãos ao mundo digital pode acabar sendo a salvação da credibilidade da informação do mundo virtual, que no quesito informação, virou terra de ninguém. A migração dos veículos de comunicação tradicional para a versão digital está sendo referência para quem busca informação confiável no universo digital. Já nas mídias regionais, os pequenos jornais e rádios, que produzem conteúdo local, destacam-se dos grandes veículos justamente porque informam e noticiam o que acontece nas pequenas localidades. E isso é a chave de sua sobrevivência, que sempre foi sofrida, mas que agora parece mais confiável que os grandes jornalões. De qualquer forma, é nítida a percepção que, mesmo os jornais e revistas regionais estão aprofundando o processo de digitalização, não apenas para permanecer existindo e concorrendo, mas, sobretudo, para abrir novas fontes de renda. Traduzindo em miúdos, o mundo digital que multiplica informações a cada segundo vai acabar encontrando segurança e credibilidade nas matérias produzidas e checadas dos jornalistas oriundos dos veículos tradicionais como jornais e rádios. Ou seja, o modo e produzir informação de credibilidade não mudou, mas apenas a forma como ela chega ao cidadão, agora mais barata, democrática e instantaneamente!
Apoio e união do Legislativo
A queda de braço entre membros do Executivo municipal, estadual e federal em meio a pandemia não parece ser a mesma no Legislativo. Enquanto prefeitos brigam com governadores e todos estes brigam com o presidente da República quanto a recursos e forma de tratar a saúde e a economia em meio ao isolamento. Os parlamentares brasileiros, e ai me refiro a deputados federais, estaduais e vereadores, em comparação aos representantes do Executivo, dão show de união na captação de recursos e aprovação a medidas necessárias para combater a doença. Todas as medidas propostas no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa e na Câmara de Varginha foram aprovadas rapidamente para permitir a ação de socorro às pessoas e a economia. Um destes exemplos é a liberação de recursos para 65 hospitais de Minas Gerais, por parte da bancada mineira na Câmara Federal, através do Fundo Nacional de Saúde, ligado do Sistema Único de Saúde – SUS. Os valores liberados para cada hospital público foi calculado de acordo com o número de leitos oferecidos para o SUS em cada instituição. Em Varginha o Hospital Regional do Sul de Minas, com 105 leitos vai receber R$ 255 mil, já o Hospital Bom Pastor, com 102 leitos oferecidos ao SUS vai receber R$ 248 mil. O deputado federal Dimas Fabiano foi um dos responsáveis por esta conquista a Varginha. Igualmente o parlamentar já conseguiu diversas outras ações e recursos para a cidade, por meio de ação parlamentar no governo federal e interlocução com a liados políticos de sua base em esfera municipal e estadual. Sem ação de publicidade direcionada diretamente ao eleitor, Dimas Fabiano atua atendendo sua base de deputados estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias. Com um robusta rede de lideranças populares que atuam em conjunto para conquistas à população, Dimas Fabiano vai empodeirando líderes comunitários que vão crescendo na cadeia de poder. Lideres comunitários se tornam vereadores, que depois viram vice-prefeitos e prefeitos e por fim chegam a deputados estaduais. Trocando em miúdos, embora Dimas Fabiano não tenha aparato midiático e digital chegando diretamente aos eleitores por redes sociais e jornais, sua estrutura de apoio possui hoje a maior rede de lideranças populares de Varginha, com apoiadores em diversos partidos. Queiram ou não, com a renuncia de Antônio Silva, seguida de sua queda de popularidade, Dimas Fabiano tornou-se o maior cabo eleitoral da cidade, uma vez que o atual prefeito será candidato a reeleição.
Tática de Zema fortalece prefeitos e esvazia poder de deputados
O governador Romeu Zema sempre enfrentou problemas com o Legislativo mineiro desde que assumiu o governo. A relação de seu governo com a Assembleia Legislativo não encontrou um interlocutor do governo que tivesse “habilidade e tinta na caneta” para bem relacionar com os parlamentares. Atualmente com “poucas trocas” entre governo e parlamento, muito em razão da pandemia que reduziu as articulações, é possível ver que Zema tem mudado o foco de sua relação política. Os demais governadores sempre se relacionavam mais com deputados que com os prefeitos. Estes últimos eram recebidos e atendidos por meio dos deputados e não pelo governador. Afinal, os governadores acham mais fácil se relacionar com 77 deputados estaduais do que com 853 prefeitos por toda Minas Gerais. Já o governador Zema, talvez por seu perfil diferente do político tradicional, preferiu o caminho mais difícil no equilíbrio político estadual. Zema tem ampliado a cada dia sua agenda com prefeitos e viagens ao interior. Nota-se que o governador tem feito grande esforço para manter de pé o acordo com os prefeitos para pagar os repasses constitucionais atrasados dos municípios, retidos na gestão petista passada. Vejam que Zema já cogitou reduzir os duodécimos constitucionais aos demais poderes e instituições e nada fala quanto a deixar de pagar o convênio firmado com os prefeitos. Isso mostra que Zema deseja valorizar o interior, mesmo arriscando comprar briga feia com deputados estaduais e lideranças do Tribunal de Justiça e Ministério Público. Não se acredita que o governo estadual vá mesmo reduzir substancialmente os repasses aos demais poderes, mas apenas o enfrentamento do problema dos repasses constitucionais, mostra que o governo tem coragem (ou loucura) para colocar na mesa um problema crônico que é a criação de “servidores de segunda categoria” na esfera estadual. Na medida em que os parcelamentos de salários e todo o aperto do caixa estadual é suportado apenas pelos servidores do Executivo e não pelos servidores da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Ministério Público. A conferir!