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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Enfim juntos; Enfim separados; Própria carne; Na calada da noite
05/06/2020
 

Enfim juntos...

A coluna chegou a comentar em meses passados que o ex-vereador e ex-secretário Serginho Japonês encerrou sua participação como secretário municipal em “rivalidade a candidatura de Vérdi Melo ao governo”. Na época Serginho Japonês, ainda como secretário municipal, marcava posição como pré-candidato e tinha suas “tretas” com o então vice, Vérdi Melo, que naquele momento estava também como secretário de Antônio Silva. O tempo passou, Serginho saiu do governo para construir sua pré-candidatura a prefeito, Vérdi assumiu o governo após a renúncia de Antônio Silva e tudo mudou de lá pra cá! Serginho viu que não é fácil construir grupo e levantar recursos para uma eleição. O ex-secretário também foi vereador e presidente da Câmara, sabe como funciona o poder “da caneta e as voltas que o mundo dá”. Enfim, após meses de disputa com Vérdi Melo no período em que ambos estavam como secretário de Antônio Silva e também um tempo de “negociações pouco produtivas” no PSC onde prospectou a chance de ser candidato a prefeito, Serginho começa enfim a se aproximar do agora prefeito Vérdi Melo. Tudo leva a crer que o “prefeitável do PSC” pode somar fileira de apoio a reeleição de Vérdi Melo. Serginho não foi “vencido por Vérdi, mas sim pelas dificuldades naturais impostas a quem deseja pleitear um cargo majoritário”. Apoio, recursos, estrutura, desgaste etc, são alguns dos obstáculos que nem todos podem vencer. No “camarote eleitoral” de Varginha, formado por lideranças e empresários que são amigos de vários candidatos, a percepção é de que o atual prefeito teria aprendido uma “importante lição política que Antônio Silva levou décadas para aprender: relevar desaforos e perdoar adversários políticos”. Talvez a aproximação de Vérdi e Serginho seja uma prova desta mudança importante na personalidade do atual prefeito.

Enfim separados...

Como a vida dá voltas no mundo político! Pessoas que atuam juntas hoje podem trabalhar em campos opostos amanhã e assim funciona a vida! Por sorte, política local tem amadurecido para construir adversários que se respeitam e não mais inimigos que buscam mesas separadas. Acredito que isso seja um avanço e não um retrocesso, mesmo porque em muitos momentos é necessário que adversários políticos se unam para lutar por um bem comum, a cidade. Isso tem acontecido com cada vez mais frequência. Especificamente a coluna lista duas personalidades políticas distintas em Varginha: o reitor do Unis, Stefano Barra Gazzola e o prefeito Vérdi Melo. Ambos uniram esforços para eleger Antônio Silva há oito anos e vinham numa aliança política maior que unificava ambos e seus grupos em torno do apoio ao governo de Antônio Silva. No início Vérdi Melo, oriundo do PSDB (agora no Avantes) e Stefano Gazzola no PTB, naquele momento debaixo do “guarda chuva político” de Dilzon Melo. O tempo passou, Dilzon Melo que foi “barão da política estadual” perdeu poder e agora tenta voltar ao que era e eleger seu filho como vereador em Boa Esperança e retomar o grande poder que perdeu. Atualmente Stefano Gazzola tem “musculatura política/econômica própria” não mais precisa do “guarda-chuva de Dilzon de quem quer que seja”. Já Vérdi Melo assumiu a Prefeitura de Varginha após a renúncia de Antônio Silva e vem construindo a própria história. Saiu das “sombras do ex-prefeito” e é hoje responsável pelo caminho político próprio. Há mais razões para que Verdi e Stefano andem juntos que separados! Contudo, a vida “e alguma coisa que a coluna ainda não sabe” fez com que Stefano escolhesse não apoiar a reeleição do atual prefeito. O reitor já foi visto em reuniões políticas em torno de outros candidatos, é cobiçado pelo mundo político em razão de sua liderança educacional e sua “mente estratégica”. Sem falar que o reitor é seguido por um “exército próprio de aliados formados no UNIS”. Será que a vida trouxe o reitor e o prefeito a caminharem em rumos diferentes em 2020, após anos de “caminhos juntos”? Será mesmo que Stefano Gazzola e Vérdi Melo vão caminhar separados após anos de trabalhos juntos?

Perguntar não ofende

O que surpreende mais: As graves ofensas pessoais e acusações criminosas levantadas pelo polêmico Juliano Rodrigues contra autoridades locais e regionais ou o aparente descaso e inércia dessas autoridades para responderem e defenderem-se?

Qual a estrutura e preparação da Justiça Eleitoral em Varginha para garantir a realização das eleições municipais com garantia de segurança sanitária aos milhares de eleitores em Varginha? Como fazer eleição sem provocar aglomeração?

Quais os números reais do Covid 19 em Varginha? Quais os critérios e parâmetros das autoridades municipais para informar os números da doença? Tais números são checados e confirmados por quem? Pode-se confiar nas informações?

Porque o Partido dos Trabalhadores não definiu ainda seu pré-candidato a prefeito? Geisa Teixeira é mesmo “estrela apagada no PT”? A legenda enfrenta divisão interna depois dos solavancos que tomou em Varginha? Quando haverá definição?

Própria carne

A coluna comenta sobre diversas legendas e autoridades políticas locais semanalmente. Sempre com muito respeito e baseado em fatos ou informações e fontes que são confirmadas pela coluna. Alguns dos pontos de vistas e análises políticas da coluna, nem sempre agradam, mas como o mundo político não é matemática, todos podem e devem ter suas próprias opiniões, mesmo que baseadas em fonte de terceiros. Para a coluna, em especial, é mais difícil comentar sobre o MDB, tendo em vista os laços familiares e amigos próximos filiados e lideranças da legenda. Contudo, mesmo assim, não poupamos críticas e elogios a atuações do partido e suas lideranças em âmbito federal, estadual e municipal. Aos mais íntimos, digo que o MDB já estourou sua “cota de bandidos” tendo em vista os muitos “maus exemplos” da legenda na vida política Brasil afora! Todavia, vale dizer, o MDB também contribuiu muito com o Brasil, com Minas Gerais e com Varginha. Destacados nomes da legenda fizeram e fazem muito pela população, a exemplo de outras legendas tradicionais no âmbito político. Mas hoje vamos falar do MDB, seus possíveis caminhos e alternativas em Minas Gerais e em Varginha. O MDB em Minas é um dos partidos com o maior número de prefeitos e vice-prefeitos (mais de uma centena), além de possuir uma bancada atuante na Assembleia Legislativa, independente da orientação e articulação de cada parlamentar. Afinal, o MDB não é reconhecido em âmbito estadual por sua “união”, já que cada deputado e muitos dos prefeitos fazem sua negociação própria com o governo estadual. Além disso, o MDB tem centenas de vereadores em Minas, que igualmente possuem vida própria e não seguem um ou dois líderes estaduais que concentram o poder, como ocorre em alguns partidos. No caso do MDB a diversidade de caciques faz da legenda um terreno fértil para que vejamos o MDB nas mais variadas composições políticas. Não por acaso a liberdade e democracia são as principais bandeiras do partido que foi ícone da redemocratização do Brasil e da constituição cidadã.

Própria carne – 02

Em Varginha o MDB vive uma história semelhante em alguns pontos com o MDB estadual. A legenda possui lideranças de diferentes setores, passou por muitas divisões internas no passado e hoje vive uma paz institucional com crescimento lento, mas contínuo. Na última eleição municipal o MDB elegeu o vereador mais votado de Varginha, Carlos Costa, radialista respeitado e com credibilidade eleitoral que o credencia para ser candidato a prefeito, vice ou mesmo tentar a reeleição em 2020. Carlos Costa não definiu seu destino, é cobiçado por várias legendas, visto como “vice dos sonhos” de muitos pré candidatos a prefeito. Carlos Costa tem total apoio da direção da legenda para o caminho que escolher tomar, tem participado das negociações da legenda quanto ao futuro do partido em Varginha. Alem disso o MDB tem outros nomes de destaque municipal como Sebastião Rogério Teixeira, industrial reconhecido na cidade pelos empregos que gera e desenvolvimento que articula à frente do Sindicato da Construção Civil - Sinduscon Lagos. Sebastião Rogério também é líder setorial na Federação das Indústrias de Minas de Gerais – Fiemg, onde é Diretor. O industrial também é visto como potencial candidato do MDB, podendo ser indicado a vice nas composições em andamento. Neste governo municipal o MDB ocupou duas pastas no primeiro escalão, Luis Fernando Alfredo, que foi controlador do Município e Barry Charles Silva Sobrinho, que deixou a legenda para ingressar no Podemos com vista as eleições deste ano. Barry é pré-candidato a vereador pelo Podemos. Porém concorreu a vereador pelo MDB e chegou a pomar posse como vereador pelo MDB em substituição a Rômulo Azevedo. O MDB de Varginha também tem o líder da engenharia, Leão Miranda, em seus quadros, embora não tenha pretensões políticas, Leão poderia ser candidato a vereador representando a engenharia local. Percebam que todas as lideranças emedebistas apontadas pertencem a nichos políticos distintos. Algumas delas inclusive “não se bicam”, mas vivem bem no mesmo partido. Algo difícil de imaginar no passado.

Própria carne – 03

Na atual conjuntura, o MDB de Varginha conseguiu um feito importante, vai lançar nestas eleições municipais chapa quase completa a vereador, cerca de 22 nomes estão dispostos a disputar uma vaga na Câmara de Vereadores pela legenda. Isso é algo difícil entre as legendas, muitas delas não vão conseguir lançar muitos nomes, seja pela limitação de candidatos, bem como o pouco número de candidatas, visto que é obrigatório no mínimo 30% das vagas serem reservadas a mulheres nas eleições proporcionais. Além disso, os custos administrativos e responsabilidades das legendas após a criação do Fundo Eleitoral é algo que deu maior responsabilidade aos partidos. Os gestores partidários que prestarem contas dos recursos públicos recebidos ou não detalharem à Justiça Eleitoral seus gastos podem responder criminalmente. O MDB de Varginha mantém conversas com todos os setores políticos locais. A legenda ainda não definiu seu rumo, mas lideranças do partidos são apoios certos a Vérdi Melo (Avantes), Rogério Bueno (PSB), Leonardo Ciacci (PP) e Zacarias Piva (PSL), ou seja, mesmo que a legenda trace um rumo formal nestas eleições, haverá “herança” de apoio a outros grupos políticos tamanha a diversidade e pluralidade do MDB, o que antes era problema, hoje não mais! O tempo de rádio e TV do MDB é o terceiro maior do Brasil, bem como o fundo partidário, que não sabemos ainda quando e quanto virá para o diretório municipal. Certo mesmo é que o partido não ameaça ter candidato a prefeito, mas trabalha para manter sua vaga no Legislativo e, se tiver um “bônus de vice”, não perderá a oportunidade! A conferir!

Na calada da noite

As reuniões sigilosas realizadas na calada da noite em Varginha para definir nomes e números para as eleições de 2020 estão tomando rápido o caminho das redes sociais. O “profissionalismo e competência” dos articuladores políticos de antigamente que sabiam guardar segredo e apresentar as razões certas para chegarem ao resultado esperado, agora foram trocados por “amadores empodeirados” que batem boca pelas redes sociais e negociam sem apresentar quesitos técnicos e muito menos com resultados positivos esperados, pelo contrário. O que temos visto são blefes atrás de blefes, ofensa pessoais e crimes cibernéticos, injúrias e difamações. A maturidade de muitos lideres locais não chegou ao ponto de sentarem todos na mesma mesa para debater a cidade e não apenas nomes. Construírem juntos um projeto de desenvolvimento e não de poder. Os partidos grandes e tradicionais, muitos deles já fragilizados pelos escândalos e ineficácia administrativa desejam voltar aos tempos quando mandavam sozinhos. Partidos médios e combativos ainda carecem de competência política para aprender a somar, observar as semelhanças e não as diferenças. Já as novas legendas, recém-chegadas ao mundo político, precisam deixar de achar que são donas da verdade e que, por nunca terem chegado ao poder, são mais honestas que honestas ou competentes que outras agremiações. Todos os partidos são falhos e passiveis de escândalos, uns mais que outros tendo em vista a condução regional. Mesmo porque, o problema não está nas legendas e sim nas pessoas que conduzem as instituições, os homens passam e as instituições ficam. As pessoas roubam, causam escândalos e desvios, as instituições ficam para amargar a vergonha ou pagarem o preço dos malfeitos de seus líderes!
 
 
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