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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Rei posto, rei morto?; Mais insatisfeitos?; Reabertura; Sangue novo, novos resultados!
05/02/2021
 

Rei posto, rei morto?

Na última quarta feira foi aniversário do ex-prefeito Antônio Silva, que comemorou 79 anos sendo parabenizado por centenas de mensagens nas redes sociais, algumas ligações e poucas visitas de amigos e correligionários. Antônio Silva entrou para a história política de Varginha pelos 4 mandatos como prefeito e mesmo no momento em que quis sair da política, também o fez “entrando pra história” ao ser o primeiro prefeito a renunciar a Prefeitura de Varginha. O ex-prefeito tem boa relação com Vérdi Melo e conhece bem boa parte do atual governo. Poucos dos seus ex-secretários lembraram-se dele na última quarta, talvez seja em razão do velho ditado, “rei posto, rei morto”. Além disso, com 79 anos, muitos não esperam mais “eleições na carreira de Antônio Silva”, o que na teoria pode ser verdade, mas, na prática pode não ser! Antônio Silva realmente pensou em candidatar-se a vereador em 2020, falou com parte de sua família e com os poucos verdadeiros amigos sobre a volta à política. Foi desaconselhado da disputa em 2020. Vale lembrar, ainda, que líderes como Miguel Arraes em Pernambuco, ou Ulisses Guimarães em Brasília viveram grandes vitórias políticas com 80 e 70 anos, não sendo a idade um limitador para a política, e sim a liderança e prestígio político e social. Antônio Silva gosta do mundo político, por isso buscou ser prefeito 4 vezes e passou décadas na vida pública. Não foi obrigado a isso, mas o fez por escolha e desejo! E mesmo de pois de sua saída da política ainda mantém bons números de aceitação e aprovação junto a população, o que certamente o credenciam a, se quiser, voltar ao cenário político. Aliás, a falta de “corajosos novos nomes locais ou nomes politicamente competitivos” pode muito bem trazer de volta Antônio Silva para a disputa do cargo que ele mais cobiçou e se sentiria confortável: deputado!

Rei posto, rei morto? - 02

Claro que o ex-prefeito não vai confirmar isso agora, aliás ele nunca confirmou nenhuma candidatura até ser “ungido pelo grupo político para pacificar disputas e pelo nome sem manchas”. Além disso, Silva precisaria convencer sua família, este sim um grande desafio, visto que sua dedicação a política lhe roubou importantes momentos com a família. Mas, sem dúvida, uma candidatura de Antônio Silva a deputado em 2022, no ápice de seus 80 anos, seria mais que oportuna para sua história política, seria também necessária para o governo Vérdi. Afinal, se o ex-prefeito fosse candidato teria obviamente o apoio exclusivo oficial e imediato de Vérdi sem reclamações de qualquer um da base governista onde tantos querem a vaga deixada por Dilzon Melo. De quebra, uma eventual candidatura de Antônio Silva não daria chance de crescimento político para adversários deste governo como Zacarias Piva (PSL) ou Professor Cleiton (PSB). Sem falar que o ex-prefeito teria chances reais de vitória com uma boa votação em cidades como Três Corações, Monsenhor Paulo, Carmo da Cachoeira e Elói Mendes, cidades influenciadas por Varginha, de onde Antônio Silva certamente sairia com mais de 20 mil votos. Vale dizer, ainda, que uma candidatura de Silva seria a oportunidade de “volta ao cenário político” para nomes hoje distantes do governo Vérdi, como Aristides Ribas Filho, Leandro Acayaba, Luiz Fernando Alfredo, Márcio Erbst e tantos outros. Já para o ex-prefeito, seria um fechamento com chave de ouro, num cargo bem mais tranquilo e menos cobrado que a função de prefeito, sem falar na melhor remuneração e maior prestígio. Antônio Silva só precisaria ser novamente “picado pela mosca azul da política”, será? A conferir!

Mais insatisfeitos?

A coluna já noticiou sobre nomes de destaque da administração passada que por variados motivos não estão mais neste governo e/ou romperam a “amizade política” com a gestão Vérdi por ações do próprio prefeito ou de seus prepostos do primeiro escalão. A maioria das “tretas” em verdade foi motivada por “ações do primeiro escalão”, visto que o prefeito Vérdi ainda mantém sua versão “paz e amor” e honrosamente tem conseguido evitar desgastes com atuais ou ex integrantes de sua base. Exemplos destes desgastes já saíram, por exemplo, da Fundação Cultural, e outros setores do governo municipal. Na semana que passou chegou a coluna que também na Fundação Hospitalar de Varginha (Fhomuv) ficaram “rusgas” para serem resolvidas. O olhar da coluna para a Fhomuv ocorreu depois que chegaram reclamações de servidores do setor com o novo inesperado e inexperiente presidente da Fhomuv, nomeado nesta administração. Um empresário do setor de café e imobiliário que começa a dar seus primeiros passos no serviço público sendo nomeado para uma função importante e técnica. Vale ressaltar que o cargo de presidente da Fundação Hospitalar de Varginha é um cargo sem remuneração, pelo menos o era na gestão anterior. Alias, o ex-presidente da Fhomuv, foi Luiz Fernando Alfredo um conhecido personagem do mundo político, experiente gestor público, que geriu com mãos de ferro o Hospital Bom Pastor e manteve atendimento de qualidade na área, mesmo que para isso mantivesse grande cobrança sobre o servidor da saúde e muito recurso público municipal. Não se sabe ao certo as razões que levaram Luiz Fernando a deixar a Fhomuv, permitindo a inédita experiência de gestão de um loteador no hospital público municipal, mas as informações que chegaram do setor indicam que três dos atuais secretários “muito colaboraram” para a mudança de gestão na Fundação Hospitalar.

Mais insatisfeitos? - 02

O primeiro dos secretários mantinha uma constante e “implicante” cobrança por cortes de recursos na saúde. O segundo secretário, que é servidor de carreira da área de saúde, foi colocado no “pedestal” por sua atuação no combate a pandemia, e aproveitou a fama repentina para implicar com o ex-presidente da Fhomuv por sua cobrança de eficiência aos servidores. Obviamente, o secretário “estava a defender-se e defender os seus colegas do serviço público municipal”. Já o terceiro secretário que “serviu a cabeça de Luiz Fernando para ser cortada”, também é o suspeito pela indicação não técnica de seu sucessor. É o mesmo secretário que também foi responsável pelo afastamento de Leandro Acayaba e pelo recente desgaste do governo com o comando da Câmara de Varginha. Não se sabe se Luiz Fernando deixou o governo Vérdi rompido com o prefeito, por sorte não! Afinal, Luiz Fernando é do grupo de Antônio Silva e mantém lealdade ao atual prefeito, em respeito ao ex-prefeito. Mas não resta dúvida que o tripé de secretários municipais que patrocinaram as mudanças na Fhomuv querem apostar na redução de recursos para saúde, proteção corporativista aos servidores e inexperiência para gestão da saúde! Será que vai dar certo? Vamos aguardar

Perguntar não ofende

Até ontem Varginha já registrava 87 mortos em razão da Covid-19 e milhares de doentes contaminados. Algumas cidades como Alfenas, Ouro Preto e diversas outras compraram vacina diretamente do Instituto Butantan/SP, será que Varginha deveria fazer o mesmo?

Nesta semana a Operação Lava Jato, que prendeu centenas de corruptos e devolveu bilhões de reais roubados aos cofres públicos foi encerrada pelo MPF. Será que não chegou a hora de criar uma nova Lava Jato para investigar o Judiciário brasileiro, uma Lava Toga?

O Departamento de Obras e Rodagem do Governo de Minas – DER/MG tem sido cobrado para fazer reparos na av. Princesa do Sul e a conclusão da duplicação de BR 491. Será que vão esperar que ocorram mortes nos acidentes para que as obras se iniciem?

A dinâmica atuação parlamentar do jovem vereador Dudu Ottoni é indício de quem quer comandar o Legislativo municipal ou de quem trabalha com foco para ocupar o Executivo municipal na próxima eleição? Ou será que seriam as duas coisas na sequência? A conferir!

Sangue novo, novos resultados!

Com o início do ano legislativo e diversos novos vereadores em primeiro mandato a Câmara de Varginha está vendo uma “avalanche de indicações”, apontamentos e cobranças dos novos representantes do povo. É nítido que os vereadores estão andando pela cidade, ouvindo a população e colhendo sugestões para melhorar Varginha. Tal iniciativa é positiva e saudável, aliás, há muito tempo não vista no plenário da Câmara. Mas a inexperiência dos novos vereadores pode ocultar uma função necessária que estes novos entusiastas ainda não estão fazendo: a construção de mais participação e novas lideranças. De modo geral o povo não se interessa pelo Legislativo e pela política, o que é um erro. Razão pela qual o Legislativo precisa aproximar da população, falando a “língua do povo”, tratando de temas de interesse direto da população e principalmente, fortalecendo iniciativas que produzam novos líderes e ajude a organizar a sociedade civil. A própria renovação da Câmara foi uma mostra de que a sociedade civil, quando organizada, consegue produzir novos políticos e isso não pode parar. Todavia, a classe política, tem o péssimo habito de não estimular a produção de novos líderes o que força a cidade a possuir a mesma “visão ímpar de atuar em temas plurais”. Os novos vereadores precisam aprender logo a formar novas lideranças populares, sem medo de perder sua confortável posição na Câmara nos próximos pleitos. Pois apenas a união de líderes da sociedade vai permitir que Varginha vote, aprove e implemente as (amargas) mudanças que precisam ser feitas na cidade. O prefeito Vérdi Melo não terá, sozinho, a força para implantar as reformas que vão cortar na carne de setores importantes do funcionalismo, sociedade etc, se não puder contar com o importante apoio da Câmara, que por sua vez, precisa estar calçada nas lideranças populares responsáveis e maduras que ainda não temos e não foram formadas.

Disputa saudável que faz mal pro bolso do contribuinte

Um levantamento dos salários dos prefeitos das principais cidades do Sul e Sudoeste de Minas mostrou que a remuneração de alguns prefeitos é maior que o salário de algumas capitais de estado pelo Brasil. Hoje com a tecnologia das redes sociais, o levantamento correu rápido pelo Watshapp de diversos grupos políticos de Varginha, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Passos e tantas outras cidades que foram pesquisadas no levantamento salarial. No estudo, a cidade de Poços de Caldas ganha destaque na medida em que o salário do prefeito de lá esta em torno de R$ 28,8 mil mensais, bem mais que o salário do prefeito de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e outras 23 capitais brasileiras. A remuneração bruta dos prefeitos da região varia entre R$ 12,6 mil em Passos a R$ 28,8 mil mensais em Poços, passando por Varginha onde o prefeito recebe R$ 20,6 mil mensais. Outra curiosidade é que também em Poços de Caldas o vice-prefeito e os vereadores também recebem os maiores salários da região. O vice-prefeito de Poços de Caldas recebe R$ 15,3 mil mensais e os vereadores recebem R$ 11,3 mil cada um! O prefeito de Pouso Alegre recebe R$ 19,5 mil mensais, pouco menos que o prefeito de Varginha. Enfim, encontramos uma disputa em que estamos torcendo para que Poços de Caldas continue na frente e que Pouso Alegre supere Varginha!

Reabertura

A Prefeitura de Varginha publicou decreto em que promove a reabertura gradual do comércio e impõe algumas restrições para a volta do funcionamento. A medida era cobrada e esperada pelo setor que vem amargando prejuízos e demissões. Embora a vacinação já tenha iniciado na cidade, ainda falta muito para a “imunização de rebanho” com a vacinação de no mínimo 70% da população. Alias, proporcionalmente, Minas Gerais é um dos estados que menos vacinou até agora. Muito disso em razão dos erros e percalços de estratégia do Governo Federal que é quem coordenada todo o esforço de vacinação no Brasil. O prefeito Vérdi Melo tem enorme preocupação com o tema e também mantém grande recurso para utilizar na prevenção a doença. Contudo, a exemplo de outros milhares de prefeitos por todo o Brasil, Vérdi Melo não tem informações técnicas importantes sobre as vacinas a disposição e também não sabe o cronograma de vacinação que será adotado pelo governo federal. Em Varginha nem mesmo o grupo da linha de frente e os casos prioritários foram vacinados totalmente, lembrando que a imunização se dá apenas depois da segunda dose do imunizante. Neste cenário incerto o prefeito agiu política e tecnicamente adotando duas medidas que estão no seu controle. Primeiro o prefeito promoveu a reabertura gradual do comércio, permitindo a abertura de bares e restaurantes com regulamentação específica e cuidados próprios como distanciamento e higienização. A medida reduz a pressão do setor sobre o poder público. De outro lado, o prefeito cortou o ponto facultativo do Carnaval, que este ano, na prática, não ocorrerá pois segunda e terça haverá expediente de trabalho nas empresas da iniciativa privada e nos órgãos públicos municipais e muitas repartições públicas estaduais e federais. A medida vai impedir que o varginhense saia para viajar, comemorar o Carnaval e correr riscos de contaminação e agrave ainda mais os casos positivos de Covid-19 na cidade. As festas de réveillon onde a população saiu para comemorar foi a prova de que festejar neste momento é aumentar os mortos pela doença.  
 
 
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