Caça ao emprego; Segurança e manutenção; Transporte coletivo municipal; Dificuldades sociais; Empolgado
Caça ao emprego
A retomada da economia local após a pandemia, que felizmente está diminuindo, certamente começa com o aumento das vagas de emprego. Após o anúncio de novos investimentos locais, com instalação de novas empresas e ampliações industriais na cidade. Neste contexto, a proximidade do governo municipal com o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI) tem intensificado, o que é natural tendo em vista que o Governo Zema já está no final do terceiro ano de gestão e precisa dar retornos ao interior quanto a industrialização e desenvolvimento empresarial, áreas de atuação do INDI. No Legislativo municipal foi apresentado um requerimento pedindo ao Executivo que informe quantas e quais áreas de Varginha estão disponíveis para cadastro no Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI). Por certo que quanto melhores as áreas, melhor para a atração de novas empresas e investimentos.
Caça ao emprego 02
O INDI é a agência de promoção de investimento e comércio exterior de Minas Gerais e sua missão é contribuir para o desenvolvimento do Estado por meio da atração de investimentos, apoio às empresas instaladas e promoção das exportações. A fundamentação do Legislativo para apresentar o requerimento foi que “A propositura do requerimento é necessária para angariar informações sobre a disponibilidade e o cadastramento de áreas disponíveis em nosso município para a instalação de empresas, assim como se há intenção da Administração Municipal em criar um novo condomínio industrial”, explicou o vereador propositor. Em relação a um possível novo condomínio industrial em Varginha, não se tem notícias de que a Prefeitura tenha tal interesse e disponibilidade, afinal, além da pequena extensão do município que possui área total muito pequena, os gastos para adaptação dos espaços é cada dia maior. Assim, o desafio para o governo municipal é mais que conseguir novas empresas, mas sobretudo, conseguir prospectar empresas que demandem pouco espaço e gerem emprego qualificado, com boa remuneração. Assim, o planejamento do governo municipal deveria ser qualificar a mão de obra local e criar bom ambiente de negócios, visto que, se formos depender de grandes áreas para instalação de grandes empresas, logo Varginha não vai mais gerar emprego e renda neste modelo.
Segurança e manutenção
O trabalho da Segurança Pública em Varginha, desenvolvido principalmente pela Guarda Civil Municipal para o caso de bens públicos, é diretamente ligado aos gastos municipais com manutenção das estruturas públicas como academias de rua, praças, iluminação pública e tantos outros bens comprados e mantidos com recursos públicos municipais. Quanto mais eficiente o trabalho da Guarda Municipal em proteger os bens do município, menores os gastos de manutenção para repor e reparar tais bens. Não sabemos se a Guarda Municipal possui um serviço de inteligência e investigação, a exemplo do trabalho que a Polícia Civil desenvolve, contudo, é certo que falta às forças de segurança do município (Guarda Municipal) e do Estado (Policia Civil) um trabalho de investigação para identificar e prender as gangues que atuam em Varginha destruindo o patrimônio público, pichando prédios, quebrando lâmpadas da iluminação pública e tantos outros danos. Todos os meses o governo gasta recursos para reparar tais bens e, também todo mês, vemos no Legislativo a reclamação sobre falta de reparos em estruturas públicas municipais. O vereador Dudu Ottoni apresentou em reunião da Câmara Municipal de Varginha uma indicação onde pede ao Executivo Municipal que seja feita a manutenção ou troca de equipamentos danificados que compõem a academia de rua localizada na Praça da Cemig localizada na Vila Paiva. Conforme foi relatado ao vereador, os ferros que sustentam uma barra vertical estão danificados além da quantidade de buracos que estão aumentando, podendo ceder e machucar alguém acidentalmente, assim como outros equipamentos que também estão danificados e precisam de reparos. A Guarda Municipal recebeu recentemente grandes investimentos em equipamentos e aumento de efetivo. Será que a instituição tem “departamento de investigação e inteligência” a fim de identificar tais gangues que atuam em Varginha? Será que a Polícia Civil tem parceria com a Guarda Municipal para resolver este problema crônico de vandalismo? Ou vamos continuar pagando a conta, várias vezes, pelo mesmo bem público?
Transporte coletivo municipal
O tamanho da malha viária a ser atendida pelo transporte público no município, quantos ônibus ou micro-ônibus são necessários para atender a cidade e se a Prefeitura de Varginha tem um plano B para atender a população caso não apareçam empresas interessadas em assumir o transporte público do município na licitação que deve ocorrer nos próximos meses. Esses são apenas alguns questionamentos feitos pelo Legislativo em requerimento encaminhado à administração municipal. Claro que a possibilidade de “não aparecer empresas interessadas” é quase nula, afinal Varginha é uma cidade polo onde o transporte coletivo urbano movimenta milhões de reais mensalmente. O serviço é altamente lucrativo, mesmo em cidades onde existem muitas gratuidades como a oferecida a estudantes, deficientes e idosos, modelo adotado em Varginha. É muito provável, inclusive, que o atual grupo empresarial que hoje atua na cidade, dispute novamente a licitação, com grande chance de vencer. Todavia é necessário estudar e propor uma licitação que seja positiva às empresas privadas interessadas na prestação de serviços públicos, porém com o acompanhamento municipal para não permitir que a população e o próprio Governo se encontrem reféns de uma única empresa. O ideal seria que Varginha, pelo tamanho e diversidade da cidade, pudesse ser atendida por duas empresas que concorressem pelo passageiro, como ocorria no passado com as empresas Vival e Viasul. O objetivo é assegurar que a prestação do transporte público seja realizada de forma eficiente e capaz de atender adequadamente às necessidades da população varginhense. Mas o lobby do transporte público é gigante, pois envolve empresas muito ricas, milhares de empregos diretos e indiretos, além de serem empresas “generosas com os políticos”. Trocando em miúdos, embora o ideal seja duas empresas atendendo a cidade, com veículos novos e confortáveis e tarifa justa, se conseguirmos que a atual empresa (possível ganhadora da licitação) melhore a frota e o serviço e não aumente o preço acima da inflação, já estaremos no lucro. Afinal, não sabemos se existe “coragem para mudar” o que está aí!
Dificuldades sociais
A coluna já comentou sobre a crescente dificuldade de muitas famílias que estão morando nas ruas de Varginha. Muitas delas oriundas de outras cidades da região, que vieram pra cá em busca de emprego e melhores oportunidades. A situação econômica do Brasil, agravada pela pandemia, tem multiplicado as famílias que precisam deste suporte do serviço social no município. O grande número de moradores em situação de rua que diariamente habitam a Praça São Charbel no bairro Jardim Andere, por exemplo, foi apresentado durante sessão ordinária da Câmara de Varginha. Segundo relato dos vereadores, em abril foi encaminhada ao Executivo uma indicação solicitando providências imediatas para o problema. “Pessoas em situação de rua e usuários de drogas já tomaram conta da Praça e depois de quatro meses, o problema não foi sanado e que a situação tem se agravado com o aumento no número de pessoas em situações de vulnerabilidade naquele local” destacou um vereador. Ainda de acordo com o relatado no plenário da Câmara, os moradores da praça e adjacências queixam que após o horário de maior movimentação se veem em estado de confinamento, recolhidos em suas casas, pois a importunação causada pelos moradores em estado de rua não tem limites, e com isso eles temem por sua integridade física. Varginha tem atualmente um enorme conjunto de obras estruturais em andamento, contudo, o apoio social, principalmente aos que mais necessitam, parece que não tem acompanhado a necessidade da cidade e a reclamação dos contribuintes. Será que o prefeito sabe desta deficiência no governo?
Economia e autossuficiência
A coluna já comentou sobre projetos de autossuficiência energética desenvolvidos por prefeituras e empresas de todo o Brasil com a geração de energia por meio da luz solar. O processo de geração energética fotovoltaica não é um mistério. Minas Gerais por meio da Cemig, é um dos líderes deste tipo de energia. A geração independente funciona por meio da instalação de placas fotovoltaicas que podem ser instaladas em qualquer espaço aberto, em geral no telhado de residências e fábricas. A energia gerada é enviada na rede da distribuidora, no caso de Minas a Cemig, e depois descontada da conta mensal da empresa ou pessoa física. O investimento para a compra e instalação destas placas fotovoltaicas é todo financiado por bancos e empresas. Existem diversas linhas de crédito fornecidas por governos e bancos públicos, visto que o sistema de geração energética fotovoltaica e ecologicamente correto e ajuda a preservar os enormes impactos da construção de uma hidrelétrica, usina termoelétrica a óleo ou mesmo uma usina nuclear. Todavia, mesmo com todas as facilidades, vantagens e economia, o poder público de Varginha ainda não adota o processo e paga altas contas de energia. Não é mistério que mesmo com os programas de redução de gasto de energia já desenvolvidos no governo, o simples gesto de apagar a luz não é algo simples. Os valores gastos pelo município com energia elétrica já foram questionados na Câmara, sendo alvo de requerimento de informações do Legislativo. A constatação é que Varginha tem muitas prioridades, e sua liderança em alguns temas não esconde que nossa cidade é bem atrasada em outras áreas, como por exemplo, a geração de energia limpa. Já imaginou se o telhado das muitas escolas públicas ou mesmo do enorme prédio da Prefeitura de Varginha fosse ocupado por placas fotovoltaicas que geram energia limpa? Bem, se isso fosse uma realidade, neste momento o “Sol estaria pagando as altas contas de energia da prefeitura, e não nós, contribuintes!”.
Empolgado
Os colegas de trabalho do Executivo e mesmo os adversários políticos do secretário municipal de Governo estão espantados com a convicção, empolgação e trabalho realizado por Carlos Honório Ottoni Junior (Honorinho) para concretizar sua candidatura em 2022. Honorinho pode conseguir muitos votos se houver uma convergência de fatores que o beneficie. O primeiro destes fatores primordiais para o sucesso da candidatura é a união da base do governo, sem a qual o secretário não conseguirá força interna no governo para a disputa. O segundo fator é a concorrência com poucos e fracos nomes da política local. É certo que teremos outros candidatos em Varginha, mas nem todos com o mesmo apoio que Honorinho está prospectando. É preciso que os concorrentes locais do secretário de Governo municipal sejam “pequenos politicamente”, além disso, também é preciso levantar o sentimento “bairrista local” para estimular os votos em nomes da cidade, evitando assim a perda de votos para “forasteiros políticos que vem aqui apenas para pegar votos”. E um último fator que também fará muita diferença é o recurso envolvido na disputa. Atualmente as campanhas políticas dependem do fundo partidário, que aliás está a cada eleição mais gordo. Assim, é preciso que o PTB estadual, partido de Honorinho, seja “generoso” com sua candidatura. Esta sequência de fatores pode ocorrer, mas é difícil, por isso o futuro pré-candidato tem “suado a camisa”. Mas Honorinho teve um “estímulo extra” nos últimos dias, quando da visita de Igor Eto, secretário estadual de governo da gestão de Romeu Zema. O secretário está percorrendo o estado falando com prefeitos, vereadores e centenas de lideranças locais em cada cidade que visita. Igo Eto tem sido uma boa novidade para o mundo político, pois mesmo sem grande experiência política e ocupando um dos cargos mais altos da administração estadual, o secretário de governo de Zema tem se mostrado um político eficiente para conquistar apoios e muito disso deve-se a simplicidade, carisma e habilidade desenvolvida por Igor Eto em pouco tempo no cargo. Tudo isso tem levado o mundo político estadual a indicar que o secretário de Zema pode ser um forte candidato a deputado, que certamente seria bem sucedido nas urnas. Honorinho e Igor Eto conversaram muito quando da visita de secretário estadual a Varginha. Será que a empolgação de Honorinho teria vindo de alguma “inspiração”?