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Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
 
Antonina, cidade dos capelistas, querido Paraná
12/10/2005
 


As ruas de Antonina preservam características históricas: paralepipedos e casarões centenários
- Ai, que saudades de Antonina!

- Hum! E ela é bonita?

- Se é bonita?! É linda! Sempre sinto vontade de revê-la quando penso no Paraná...

- Como ela é?

- É pequena, atraente, doce, singela, austera, acolhedora...

- Nossa! Que mulher maravilhosa deve ser!!

- Mulher?! Cara, estou falando é de uma pequena cidade paranaense!

Dizem que em 1712 instalou-se na região, em busca de ouro, o sargento-mor Manoel do Vale Porto. Outras famílias também foram atraídas pelo metal reluzente e, aos poucos, foi surgindo um pequeno povoado.


Lixo a céu aberto denuncia a falta de cuidado para com a natureza em Antonina.


- Interessante! Sabe de uma coisa? Quando você me conta suas histórias, entro no túnel do tempo... Sei que naquela época era tudo muito difícil, porém a natureza, ainda intocada, certamente devia ser exuberante!

- Se era! Só para que saiba: o local onde o sargento foi morar chama-se Graciosa. Hoje, muitos anos depois, ainda há na região reservas intocadas de Mata Atlântica, e a natureza é um espetáculo!

- Espetáculo por quê?

- Espera! Primeiro você deve descobrir as edificações históricas pertencentes aos capelistas.

- Capelistas?


O imaginário popular encontrou solução artística para uma parede sem vida

-Sim! Em 1714 foi erguida uma capela em homenagem a Nossa Senhora do Pilar. Aos poucos, com a chegada de novos colonos, surgiu o povoado Capela. O nome Antonina só foi dado ao lugar quando o povoado passou à categoria de vila.

Tratou-se de uma homenagem a Dom Antonio, príncipe da Beira, filho de Dom João Vl.

- Incrível, não é?

- Mais que isso! Antonina já foi um porto importante, e teve seu período áureo ligado à produção da erva-mate.

- O que eu posso ver por lá?

- A escolha é farta. Se você gosta de esportes de aventura, deslize pelas corredeiras do rio Cachoeira em um bote inflável. Ou pratique rafting. Caso queira sentir-se um montanhista, escale o pico Paraná, um dos mais altos do sul do Brasil. Visite o Recanto do Rio do Nunes e banhe-se nas límpidas e frias piscinas naturais do balneário, e depois mergulhe nas águas atlânticas da Prainha... Oh, delícia!


A revitalização do patrimônio histórico em Antonina, PR


- Existe um setor histórico?

- O setor histórico é simplesmente o centro da cidade! Está sendo recuperado e revitalizado. Para que tenha uma idéia, o complexo industrial Matarazzo, a Igreja do Senhor Bom Jesus do Saivá, a Igreja São Benedito – que abrigava os escravos foragidos, a estação ferroviária, a Igreja Matriz – que deu origem à cidade, todo esse patrimônio encanta o visitante que se apaixona por Antonina à primeira vista! 

- Nossa! Deve ser lindo, então!

- Mais ou menos! Alguns casarões estão ruindo; as fachadas e placas de identificação dos estabelecimentos comerciais poluem muito o visual da cidade... Uma lástima! Pra você ter uma idéia, na praça Beira Mar o lixo é jogado in natura, a céu aberto, poluindo os rochedos e as águas cristalinas daquele trecho da costa...


Capelista, como são chamados os nativos em Antonina, leva melodia aos passantes.


- E você acha que isso pode ser resolvido?

- Sem dúvida! O importante é conscientizar a população e a administração da cidade! Se isso for feito, Antonina se tornará um exemplo para região, para o Paraná, para o Brasil. Assim, a cidade poderá receber de braços abertos e com competência os que a amam, e também aqueles que desejam conhecê-la...

- É isso aí, cara! Falou e disse!

 
 
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