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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Trincheiras abertas ; Meritocracia eleitoral; Manutenção x vandalismo; De olho em 2024
07/02/2023
 

Trincheiras abertas 

Está sacramentada a divisão do Legislativo municipal entre o Grupo dos Oito, liderado pelo Partido Progressista (PP) e o Grupo dos Sete, liderado pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Nas reuniões comandadas pelo novo presidente Apoliano Rios (PP) integrantes do Grupo dos Sete ficam atentos a “rabos que possam puxar”. Em reunião da semana passada, a ausência de alguns vereadores foi questionada nos bastidores. Segundo os “descontentes e minoritários sete vereadores, alguns colegas teriam faltado no plenário para comparecer na cerimônia de posse dos novos deputados eleitos”. O eventual comparecimento dos edis em tal cerimônia (se realmente ocorreu), não é irregular, mesmo porque é necessária a presença e cobrança dos vereadores junto aos deputados para que sejam destinadas emendas parlamentares a Varginha. Ninguém melhor que os vereadores locais para cobrarem os deputados que apoiaram na eleição passada para conquista de projetos e emendas. No caso em tela, o deputado federal Dimas Fabiano a exemplo do deputado estadual Prof. Cleiton Oliveira, são dos parlamentares que mais empenham recursos de emendas parlamentares para a cidade. É natural que contem com a presença de edis em cerimônias ligadas aos gabinetes, da mesma forma que o prefeito Vérdi Melo já visitou parlamentares em Brasília ou o governador em BH, utilizando inclusive, veículo oficial. Ou mesmo a vista de vereadores no gabinete do deputado federal Diego Andrade. Trocando em miúdos, se cada grupo for ficar “policiando o outro a fim de apontar falhas” vão perder tempo que poderiam estar legislando em prol da população de Varginha. Ademais, de formos “passar uma lupa" na atuação de parlamentares dos dois grupos (8 e 7) é bem possível que existam irregularidades em ambos os grupos políticos. 

Meritocracia eleitoral 

Em que pese o ainda desdém irresponsável de boa parte da população com a valorização de bons políticos, precisamos construir, a partir das lideranças populares locais, o movimento de reconhecimento eleitoral de quem defende e investe em Varginha. Trocando em miúdos, precisamos ter mecanismos para identificar os políticos que desempenham um bom papel legislativo e reconhecer tais lideranças com os votos da cidade e não perder votos locais em candidatos aventureiros que não tem compromisso com Varginha. Neste ponto, vale destacar que Varginha é um “oásis para políticos paraquedistas” que por aqui pescam dezenas, centenas e até milhares de votos e nunca conheceram a realidade dos problemas locais ou tentaram minimizá-los. Pouquíssimos parlamentares que foram votados na cidade destinaram recursos de emendas para Varginha. Então, porque tais parlamentares ainda conquistam votos aqui? Porque tais parlamentares têm aqui políticos locais como seus cabos eleitorais nas eleições? A resposta é simples: interesses individuais sendo colocados acima dos interesses coletivos. Assim, quando você, eleitor, for abordado por alguma liderança local pedindo votos para candidato “estranho” ou mesmo for abordado por candidatos de outras regiões pedindo votos aqui, verifique antes qual o histórico de realizações do candidato. O que ele já fez por Varginha? Se estes critérios forem adotados, vamos verificar que nomes como Dimas Fabiano, Professor Cleiton Oliveira, Diego Andrade, Odair Cunha e poucos outros merecem a consideração do eleitor local. E talvez, a depender dos projetos que venham a defender, merecem ou não os votos de varginhenses. 

Manutenção x vandalismo 

Tem sido cada dia mais comum a identificação de estruturas públicas com problemas devido a falta de manutenção ou alvo de vandalismo. Estou falando de lixeiras, bancos de praças, equipamentos das academias de rua, placas etc. Se formos computar os gastos dos entes públicos e estatais com o reparo dessas estruturas veremos que milhões de reais vão para o ralo por conta da falta de cuidado e policiamento na proteção destas estruturas públicas. Este não é um problema apenas das forças de segurança, mas também de toda a sociedade! A comunidade precisa aprender a zelar pelas estruturas públicas que são caras e mantidas com recursos públicos que fazem falta! A sociedade precisa aprender a denunciar vandalismos e também a cuidar de pontos de ônibus, telefones públicos, praças, placas etc. Muitas vezes é a própria sociedade que depreda bancos de ônibus, deixa a quadra do bairro destrancada, não zela pelo Conselho comunitário entre outros. O recurso público gasto nestes reparos é o dinheiro do seu imposto. 

Nova fase, mesmos problemas 

Na semana que passou ocorreu a posse dos deputados estaduais, federais e senadores. Em Brasília, o governo Lula não prestigiou Minas Gerais no primeiro escalão, que tem apenas o ex-senador Alexandre Silveira como único mineiro na Esplanada. O senador Rodrigo Pacheco conseguiu a reeleição e consolida-se como o político de Minas com maior peso no Governo federal. Zema tem boa relação com Pacheco e Silveira, que serão fundamentais para viabilizar muitos dos projetos mineiros parados no governo federal. Já em Belo Horizonte, o Governo Zema perdeu a disputa e não conseguiu eleger um aliado na presidência da ALMG. Culpa da costumeira inabilidade e vaidade dos articuladores políticos do Palácio Tiradentes neste governo. Não se acredita que a relação entre o Governo Zema e o novo presidente da ALMG Tadeuzinho (MDB) seja conflituosa como foi com o ex-deputado Agostinho Patrus. Todavia, projetos de Zema como vender a Cemig e outros ativos do Estado não devem caminhar na gestão de Tadeuzinho no Legislativo. Membros do governo de Minas já estariam com tudo organizado para reiniciar a batalha visando pressionar o Legislativo Estadual com vistas à privatização da Cemig. Este assunto, o mais polêmico da pauta governista deste ano, promete ser levada a efeito com ranger de dentes, podem apostar! Vamos conferir! 

Quanto tempo dura a herança bendita? 

Desde o segundo turno das eleições presidenciais, o Brasil tem discutido muito política e pouco a economia, por conta das muitas ações e declarações do presidente Lula e integrantes de sua equipe. Vale ressaltar, inclusive, que a maioria das decisões tomadas até aqui pelo novo governo são bem polêmicas e antipopulares na sociedade ou no mercado. Mas poucos estão registrando o Brasil que Bolsonaro está entregando a Lula. A economia brasileira fechou o ano de 2022 com superávit na balança comercial de mais de US$62 bilhões, o melhor resultado desde 2013, com uma inflação controlada e emprego em ascensão. Ninguém comemorou porque são números do governo passado. E realmente, depois de tanta briga entre o Governo Bolsonaro e os grandes veículos de imprensa nacionais nada tem sido divulgado sobre a herança bendita de Bolsonaro que Lula pode liquidar em menos de um ano. A conferir 

De olho em 2024, comando da Câmara de Varginha visita deputado estadual Professor Cleiton Oliveira 

Na sexta-feira passada (3/2), logo após a posse do Legislativo estadual, os vereadores Carlinho do Padaria, Reginaldo Tristão e o presidente da Câmara de Varginha Apoliano Rios, visitaram o gabinete do deputado estadual Professor Cleiton (PV), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Curioso que o vereador Rodrigo Naves, inicialmente do mesmo grupo político de Cleiton Oliveira não foi no encontro. Durante a visita, os vereadores apresentaram planos para o deputado e buscaram apoio do parlamentar para implementação de projetos voltados à população varginhense. O deputado lembrou a importância de Varginha para seu mandato, destacando que possui um gabinete regional na cidade. No campo político local, tem crescido o comentário que Cleiton Oliveira poderia ser candidato a prefeito de Varginha em 2024. O que não seria difícil visto que o parlamentar não precisaria deixar a ALMG para candidatar-se. O deputado foi bem votado na cidade e tem aqui apoios importantes como PSB, PV e até nomes do PT e PP. Por outro lado, não é mistério que o PP de Dimas Fabiano e Apoliano Rios estão em rota de conflito com o governo Verdi e o PTB. Não seria difícil a aproximação de Cleiton Oliveira e o Grupo dos Oito vereadores liderados pelo PP de Apoliano, com vistas às eleições de 2024. Aliás, não consta no release da visita a ALMG, mas certamente os vereadores falaram das eleições de 2024 com o deputado. 

Cissul: Nova gestão e novos líderes 

Na quinta-feira passada, 02 de fevereiro, o recém empossado deputado estadual Rodrigo Lopes participou da cerimônia de posse da nova diretoria do consórcio CISSUL SAMU, que ocorreu em Varginha, sede do Cissul. Na mesma data comemorou-se, também, os oito anos do funcionamento do serviço de urgência e emergência através do SAMU no Sul de Minas. Rodrigo Lopes foi prefeito de Andradas e um dos presidentes que estruturou o consórcio. O deputado presidiu o Consórcio entre 2017 e 2020, (4 dos 8 anos de existência do Cissul). Durante este período foi possível aumentar a estrutura do consórcio perante os municípios e, com isso, aumentar o número de municípios pagando em dia, de 58 para 143. Além disso, uma dívida de 3 mensalidades que existia à época do governo anterior foi sanada pelo Governo Zema e, com isso, a estabilidade financeira do CISSUL SAMU foi garantida. O SAMU do Sul de Minas é o maior consórcio de saúde pública do Brasil, atendendo uma população de mais de 2,5 milhões de habitantes em 153 municípios, tem 29 hospitais credenciados, 35 bases descentralizadas e um helicóptero para a realização das transferências de pacientes. Com quase 600 colaboradores, o CISSUL SAMU atende o serviço de urgência e emergência e tornou-se uma poderosa ferramenta política para unificar e criar novas lideranças regionais. O próprio deputado estadual Rodrigo Lopes é uma prova disso. O novo e prestigiado parlamentar conseguiu muitos apoios e votos por conta das relações e trabalho realizado no consórcio e certamente será mais um defensor do Cissul em âmbito estadual. O prefeito Vérdi Melo esteve presente na posse da nova diretoria do Cissul, que é sediado em Varginha. Aparentemente, o prefeito Verdi parece pouco interessado na participação ou presidência do consórcio. Quem sabe, depois de ver o exemplo do ex-prefeito da pequenina Andradas e hoje deputado estadual Rodrigo Lopes, o prefeito de Varginha passe a interagir e disputar espaço no Cissul.   

Centro de Excelência em Cafeicultura: Investimento em Varginha foca no crescimento do agronegócio 

O Centro de Excelência em Cafeicultura, que está em fase final de construção em Varginha, começou a receber os primeiros especialistas que atuarão no local. Três colaboradores, sendo um diretor, e dois analistas, já começaram a atuar em Varginha e juntam-se à equipe do Escritório Regional de Varginha do Sistema Faemg Senar, que, desde o final de 2022, já atua no prédio. O café foi o principal produto de exportação do agronegócio mineiro e muito em breve, o Centro de Excelência em Cafeicultura poderá iniciar as suas atividades para o público externo. Com a expertise e experiência dos profissionais que chegaram e dos demais que virão em breve, será possível fomentar ainda mais a cadeia produtiva do café com a promoção de capacitações, pesquisas e desenvolvimento de atividades que irão contribuir para o aprimoramento de processos e na qualificação da mão de obra envolvida em toda a cadeia produtiva. Com área construída de aproximadamente cinco mil metros quadrados e instalado em um terreno de 20 mil metros quadrados, localizado ao lado da Fazenda Experimental da Fundação Procafé, o Centro de Excelência em Cafeicultura possui espaço para exposições, centro de convenções, quatro laboratórios (um exclusivo para cafés especiais), salas de aulas e áreas para pesquisas e experimentos. O Centro de Excelência em Cafeicultura vai trazer relevância para a cafeicultura em todas as áreas produtoras do café em Minas Gerais, como o Cerrado, Chapada de Minas, Matas de Minas, Mantiqueira e Sul de Minas, além das outras regiões cafeeiras no país, como Franca, Paraná, Espírito Santo e Rondônia. Além disso, a expectativa é que o espaço se torne um hub de tecnologia e inovação no fomento de cursos de educação formal e de curta duração na área do agronegócio. A obra está bem adiantada, mas não foi totalmente concluída devido ao excesso de chuvas e também por conta de questões que não dependem do Sistema Faemg Senar, mas de fornecedores e órgãos públicos. Porém, com a chegada dos três colaboradores, o Centro de Excelência em Cafeicultura já deu início às atividades internas. Mesmo não operando em sua plenitude, essa aproximação com o mercado cafeeiro é fundamental para que o Centro de Excelência em Cafeicultura se torne referência nacional no agronegócio do café.  
 
 
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