Foi publicado no diário oficial da última sexta 21/04 a decisão da Chamada Pública nº 001/2023. Na referida publicação o Executivo municipal de Varginha busca credenciar instituições de ensino privadas e/ou comunitárias, interessadas em se habilitar para a prestação de serviços educacionais, visando a oferta de vagas para o atendimento das crianças excedentes da Rede Municipal de Ensino, conforme critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal da Educação. Após o devido processo legal, por inexigibilidade de licitação, o governo municipal decidiu pela aceitabilidade da Proposta de Credenciamento apresentada pela instituição Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC (Colégio Cenecista Catanduvas). Traduzindo em miúdos, a Prefeitura de Varginha vai contratar o Colégio Cenecista Catanduvas, (instituição de ensino tradicional e respeitada em Varginha) para oferecer Educação básica com a qualidade da iniciativa privada aos alunos da rede pública municipal que não conseguirem vagas na rede pública. A iniciativa já acontece em outras cidades e demonstra maturidade e modernidade do governo nos investimentos em Educação, bem como valoriza a rede de ensino privada local, que poderá receber mais recursos e fazer mais investimentos, bem como interagir com o governo na melhoria da Educação na cidade. A Prefeitura de Varginha também fez investimentos semelhantes na área de educação profissionalizante através de parceria com o Senai e empresa local de construção civil, beneficiando todo o setor da construção civil que tem ampliado as contratações e os investimentos na cidade. Contudo, o governo municipal precisa ficar atento para a qualidade do ensino “comprado da iniciativa privada, bem como na constante melhoria do ensino público de suas escolas a fim de reduzir a diferença do aprendizado entre os alunos”.

As eleições municipais de 2024 já são uma realidade nas principais cidades da região, onde comandar o Executivo ou Legislativo municipal pode significar uma profícua e poderosa carreira política, servindo de trampolim para futura eleição de deputado ou mesmo poderosos cargos públicos em âmbito estadual e federal. Em Varginha as legendas que estavam apagadas e sem movimentação já começam a regularizar sua situação perante a Justiça Eleitoral, bem como intensificar conversas, muitas delas sigilosas, com nomes interessados em disputar cargos em 2024. Nesse xadrez político temos duas incógnitas que ainda podem causar reviravolta na política local. A primeira delas é o desejo do Partido dos Trabalhadores de lançar candidato próprio nas grandes cidades de Minas, inclusive Varginha! Contudo, hoje a legenda não tem nome nem organização e militância local capaz de suportar ou articular uma candidatura própria competitiva para 2024. A segunda incógnita é a definição do governador Zema se vai ou não ter candidato oficial nas eleições de 2024 em Varginha. Da mesma forma que o PT, o governo Zema quer construir aliados pelo interior a fim de garantir apoio político a uma eventual candidatura de Zema à Presidência em 2026. Todavia, os articuladores de Zema analisam que, se as eleições municipais fossem hoje, o governador ficaria “no muro” nas eleições de Varginha, visto que dois grupos políticos aliados devem lançar candidato a prefeito e o governador não pode correr o risco de “queimar-se ou escolher errado numa cidade da importância de Varginha”. Assim, o Partido dos Trabalhadores – PT, mesmo com a importância e destaque local que teve no passado, pode por vaidade forçar uma candidatura própria e dividir ainda mais a oposição e o campo da esquerda na cidade. Da mesma forma que o Partido Novo e Zema, por insegurança e falta de habilidade política na cidade, podem deixar de escolher e apoiar fortemente um único nome na disputa para não melindrar partidos da base. Correndo por fora, se o deputado estadual professor Cleiton Oliveira (PV) foi mesmo candidato a prefeito de Varginha em 2024, poderá resolver as duas incógnitas ditas pela coluna. Primeiro porque Cleiton Oliveira tem condições de receber apoio da esquerda (inclusive o PT), bem como também agregar apoio de legendas de direita como o Partido Progressista e mesmo o PSDB ou MDB. Todavia, pelo perfil radical que o parlamentar tem adotado quanto ao governo Zema, destacando-se entre os adversários políticos do governador na ALMG, é bem possível que Zema queira descer do muro e escolher candidato em Varginha, no caso de Cleiton Oliveira entrar na disputa. Será? A conferir!     

Foi inaugurado ontem (27/04), o Centro Especializado em Reabilitação (CER II) na Fundação Varginhense de Assistência aos Excepcionais (FUVAE). No CER, serão ofertados serviços de reabilitação em equipe multiprofissional: Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Nutricionista e Técnico em Orientação e Mobilidade. O CER II homenageia Kátia Nogueira Paiva Campos, que foi importante idealizadora do projeto, além de ter dedicado 40 anos à Fuvae. A abrangência assistencial do serviço oferecido pelo CER II, será macrorregional, atendendo municípios da microrregião de Varginha, São Gonçalo, Monsenhor Paulo, Cordislândia e Elói Mendes e 53 municípios da regional de Pouso Alegre, conforme proposta habilitada pelo Ministério da Saúde. Esse apoio será de extrema importância à toda demanda reprimida existente em Varginha, afinal, mais de 700 pessoas que aguardam por próteses, adaptações ortopédicas e dispositivos adaptados para auxiliar na mobilidade, terão na Fuvae este auxílio.

O prefeito Vérdi Melo tem “pego o jeito” para gravar vídeos diversos sobre conquistas e defesas de seu governo. As primeiras gravações mostravam um político inseguro com a nova tecnologia digital e que lia com dificuldades a pequena mensagem gravada em vídeo no gabinete. Agora, Verdi Melo tem feito vídeos em locais abertos e fala com fluência e confiança, talvez treinando para o programa eleitoral de 2024! De qualquer forma, o “treinamento digital forçado enfrentado pelo prefeito será inútil se o candidato oficial não tiver também habilidade, versatilidade e familiaridade com as câmeras”. Afinal, o mundo político de hoje exige mais que carisma pessoal ao vivo, mas também um carisma que possa transparecer pelos meios digitais! Se o “meu querido candidato oficial” se firmar apenas nos tapas nas costas das andanças programadas e monitoradas pela cidade, sem se preparar para os desafios, debates e perguntas que vem por ai nas eleições, pode ser que nunca realize o sonho de sentar na cadeira de prefeito. A conferir!

A coluna tem destacado a importância do mundo digital, que vem crescendo a cada dia. Na medicina, comunicações, entretenimento, engenharia e muitos outros setores as tecnologias digitais estão revolucionando o dia-dia. Particularmente na comunicação, as plataformas digitais, redes sociais e muitas outras ferramentas estão aproximando lideranças e tornando políticos, grandes empresários, artistas famosos e atletas internacionais cada dia mais próximos do cidadão comum, que pode fazer contato direto com tais personalidades apenas com uma mensagem direta pelo Instagram ou Facebook, por exemplo. Tais ferramentas digitais mostraram sua força nas eleições passadas quando milhões de eleitores foram atingidos por mensagens diretas dos candidatos à presidência. Verdadeiros comícios digitais onde a pessoa pública pode levar sua mensagem direta ao eleitor, não precisando assim da imprensa tradicional (rádio, jornal, TV por exemplo), que faz a edição de muitas das mensagens que recebe. Contudo, os meios digitais também têm mostrado seu lado perverso com as notícias falsas, montagens facilmente construídas que podem acabar com a imagem de pessoas, empresas e instituições sérias. Sem falar que, pela facilidade de produção e disseminação, qualquer pessoa pode produzir conteúdo (verdadeiro ou não) e espalhar na rede digital, banalizando assim as informações que não são checadas pela imprensa tradicional e confirmadas pela realidade. Neste contexto, muitas instituições, empresas e agora o meio político estão voltando a valorizar a imprensa tradicional séria e comprometida com a realidade dos fatos. Isso porque, cada dia mais, o cidadão tem visto a importância do trabalho do jornalista que verifica as informações antes da divulgação, algo que nem sempre ocorre com as informações digitais produzidas e fartamente distribuídas pelas redes sociais. As empresas e instituições estão fazendo sua comunicação direta com os consumidores, sem deixar de interagir com a imprensa tradicional, que verifica e confirma as informações enviadas pelas empresas diretamente e ratifica ou não a veracidade do que foi produzido, trazendo assim mais credibilidade às informações que chegam ao cidadão.

Mas em Varginha as mudanças estão custando a acontecer. A moda digital que cresce e traz consigo os problemas como fake news ou desigualdades tributárias e estruturais entre os veículos de comunicação, inclusive com a forte responsabilização cível e criminal de alguns veículos e total falta de controle de outros ainda não foi explicitada pelos poderes públicos locais. Vejam por exemplo que nos últimos anos o Executivo e o Legislativo municipal reduziram o número de coletivas com a imprensa, ao tempo que ampliaram a produção e divulgação própria direta de conteúdo ao eleitor, sem a verificação ou contradita por parte da imprensa do que foi divulgado. Os valores gastos também estão mudando, sendo que os poderes públicos municipais já utilizam divulgações publicitárias institucionais em plataformas como Instagram, por exemplo. Contudo, tais plataformas digitais não pagam a mesma carga tributária que jornais ou rádios por exemplo. Sem falar que não geram empregos diretos na cidade como os demais veículos de comunicação. Vemos que, aos poucos, o Poder Público vai deixando de valorizar a imprensa que acompanha, fiscaliza e verifica as informações destes poderes para utilizar e patrocinar as grandes plataformas por onde divulgam o que querem sem a preocupação com a verificação dos dados ou mesmo o contraditório. Quando o prefeito de Varginha foi alvo de críticas no plenário do Legislativo, ao invés de procurar a Câmara para uma reunião aberta com os parlamentares ou mesmo convocar uma coletiva com a imprensa para fazer os esclarecimentos, preferiu gravar um vídeo e espalhar nas redes sociais. A gravação do vídeo é legítima, mas convenhamos que não tem contraditório, não há questionamentos ou mesmo cobrança de detalhes do que é dito, como acontece por exemplo em uma coletiva de imprensa ou numa reunião aberta entre poderes públicos. Já muitos dos parlamentares locais firmam-se apenas na comunicação digital para chegar aos eleitores, muitas vezes por meio de vídeos preparados onde não há interlocução direta ou então por redes sociais onde não se vê a resposta de perguntas dos eleitores. Será que a classe política de Varginha premeditadamente tenta reduzir a importância da imprensa local e seu papel fiscalizador e conferidor das atividades e deveres dos poderes públicos? Será que a classe política de Varginha teme o contraditório e o acompanhamento da imprensa que atua como os olhos da sociedade?

O prefeito de Varginha, Vérdi Melo, juntamente com o secretário de Saúde, Adrian Nogueira e o presidente da Fhomuv, Edson Antônio Menegueli reuniram-se com equipes do Hospital Bom Pastor, UPA, Vigilância Ambiental e Secretaria de Saúde nesta semana para alinhar estratégias de enfrentamento da Dengue na cidade. Os casos estão aumentando em toda MG. Um Centro de Atendimento especializado em Dengue será criado na cidade para todo atendimento necessário aquelas pessoas com sintomas da doença. Contudo, a participação e conscientização da sociedade é fundamental para o sucesso no combate ao mosquito Aedes. A Prefeitura de Varginha realiza mensalmente Mutirões da Limpeza com o recolhimento de toneladas de entulhos em diversos bairros da cidade, justamente por conta do trabalho de combate a Dengue. Todavia, a população parece que infelizmente não está consciente e envolvida neste esforço! Não vemos crescimento do comprometimento da população em acabar com os focos de nascedouros do mosquito. Não há empenho da população, que parece ver nos Mutirões da Limpeza apenas como uma oportunidade de “ganhar um frete grátis do poder público para descartar o sofá velho”. A população parece não entender a gravidade da falta de comprometimento das pessoas com a saúde pública e a fundamental necessidade de participação de todos. A Prefeitura de Varginha pode muito, mas não pode tudo! E sem a conscientização da população e maior responsabilidade de todos, ainda vamos ter muitos problemas comuns sem solução e muito recurso público jogado fora!