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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
MG 167; Eleições na ACIV; PT de Varginha pode apoiar nome do PV; Plano B ou Plano C?
14/12/2023
 

MG 167: é homologado resultado da licitação das Pitaco amador

A transmissão das reuniões semanais da Câmara de Varginha por meio da internet e das redes sociais são uma oportunidade única de conferir a atuação eficiente, ou não, do vereador que cada cidadão votou. Muitas vezes alguns parlamentares se destacam por boas atuações e defesas da comunidade, bem como a fiscalização do Executivo e modernização das leis, afinal estas são funções principais do Legislativo. Mas uma falha corriqueira é vista em várias legislaturas: a mistura por parte dos vereadores do palpite amador de caráter político/individual com a tentativa de contribuir com a melhoria do trânsito na cidade. Ocorre que é permitido ao vereador ou qualquer um do povo, a sugestão de melhoria no planejamento do trânsito local, que deve obedecer normas técnicas de acordo com o plano macro administrativo da cidade para o setor. Contudo, tem sido comum que vereadores, confundam as coisas e com a força político/institucional do Poder Legislativo, pressionem o governo municipal, notadamente o Departamento Municipal de Trânsito – Demutran, a atenderem pitacos que muitos vereadores, sem qualquer conhecimento técnico, encaminham ao órgão técnico de trânsito. Este tipo de interferência política e não técnica prejudica muito o planejamento de trânsito construído pensando em toda a cidade e não apenas em um desejo de eleitor ou liderança popular que pede uma passagem elevada na porta de sua casa, ou retirada de um semáforo da esquina de casa ou um quebra-molas na frente de seu bar. A interferência do Legislativo no planejamento de trânsito de Varginha precisa ser precedida de parecer técnico e não apenas político, como se vê na maioria dos palpites que os nobres edis impõem ao Departamento Municipal de Trânsito para agradar um pequeno grupo de eleitores em detrimento do regular planejamento da cidade! Uma vergonha!

Desafio da Internet wi-fi! Quem ganha é a Educação!

O processo de melhoria na Educação passa necessariamente pela digitalização da informação, investimentos em tecnologia e capacitação dos professores. Uma promessa realizada a 6 anos pelo ex-prefeito Antônio Silva, e também deste governo Verdi Melo é a instalação de internet wi-fi (sem fio) nas escolas municipais. Isso é importante para facilitar e melhorar o aprendizado, obviamente que com os cuidados e controle necessário a este tipo de internet. Todavia, a promessa não concluída do governo municipal, agora também é uma promessa do Governo estadual de Zema, que iniciou projeto piloto em BH, com vistas a instalar internet wi-fi em todas as escolas estaduais. Está lançado o desafio, será que Zema, nos próximos 3 anos colocará internet em todas as milhares de escolas estaduais de Minas, antes de Verdi cumprir a promessa de colocar internet nas dezenas de escolas públicas municipais?

ACIV: Chapa única disputa eleição em 18 de dezembro

A Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Varginha – Aciv vai enfrentar eleições para a troca de comando da instituição no próximo dia 18 de dezembro. A atual gestão, comandada por Anderson Martins, passou por muitos desafios e 2023 foi um ano de muitas “inquietações na instituição”. Em 2023 a atual diretoria planejou adquirir um terreno, construir uma nova sede e vender o atual prédio da instituição no centro da cidade. Este projeto, que não se realizou, foi uma das causas que trouxeram ao presidente Anderson Martins muitos questionamentos de sua base e, possivelmente, combustível para a criação da chapa única, encabeçada por André Yuki, disposta a suceder Martins nas próximas eleições. O comércio em Varginha sempre foi muito prestigiado por sua força e geração de empregos. Contudo, os números mostram que a Aciv em Varginha “perdeu o gás” e não acompanhou o crescimento de outras instituições congêneres como as associações comerciais de Elói Mendes, Pouso Alegre ou Alfenas etc. Isso porque os líderes locais do setor não estavam participando ativamente da entidade, seja por desinteresse ou falta de união do setor. Dizem que, tardiamente, Martins tentou resgatar a força e participação de muitos comerciantes, mas não teve sucesso, visto que nem mesmo conseguiu formar uma chapa para sucedê-lo em seu restrito grupo de apoio, como esperava no passado.

ACIV: Os desafios dos futuros líderes do setor

Já André Yuki assume um enorme desafio ao construir a chapa única que disputará o comando da maior e mais emblemática instituição representativa do Comércio local. Yuki precisa resgatar a força, união e participação dos comerciantes na Aciv, única forma de fazer dar certo os grandes projetos estruturantes necessários no setor. Além disso, a associação comercial de Varginha precisa reconstruir laços com outras instituições do sistema empresarial e político local e regional. O Sistema S pode ser um grande parceiro, mas é o governo municipal um dos maiores desafios. Se confirmar sua eleição em 18 de dezembro na Aciv, André Yuki precisa criar forte relação institucional com o governo municipal, ainda mais em 2024 quando teremos um ano eleitoral e a entidade precisa mostrar independência para cobrar o governo municipal e os candidatos de 2024 os compromissos empenhados. Não resta dúvida que o governo municipal e seu candidato oficial tentaram, novamente, construir na instituição um “pilar de apoio político”! Certamente que isso não pode ocorrer, mas a Aciv precisará de sabedoria e comando firme para em 2024, ao completar 100 anos, administrar sua relação institucional com os poderes públicos e principais empresas da cidade. A instituição precisa aprimorar sua relação com o Shopping Via Café, maior centro de compras da cidade. Precisa “falar a língua e trazer à participação na entidade” os pequenos comerciantes de bairros. A Aciv precisa construir caixa para estar presente nas lutas e defesas de regiões comerciais locais crescentes como no bairro Sion, Santana, Jardim Andere entre outros. A entidade precisa ter força, voz e defensores estratégicos para reduzir a carga tributária do comércio, igualar a disputa sangrenta com o mercado digital e os produtos importados que não pagam impostos e prejudicam o emprego e renda no comércio tradicional de rua no Brasil.

Nomes de destaque integram a chapa “Uma Nova ACIV: Confiança, Inovação e Ação”

Não será tarefa fácil, mas pelo que se viu até aqui, André Yuki não estará sozinho! A chapa “Uma Nova ACIV: Confiança, Inovação e Ação – CIA”, encabeçada por André Yuki, é composta por 15 outras lideranças do comércio em Varginha. A ACIV irá comemorar os 100 anos em 2024 e a chapa está realmente empolgada com os desafios e oportunidades que o futuro reserva. “Estamos confiantes de que por meio de projetos, ações e inovações com credibilidade, podemos renovar a ACIV e impulsionar o crescimento econômico e promover o bem-estar da nossa comunidade empresarial”, concluiu Yuki. Entre os principais nomes da chapa “Uma Nova ACIV: Confiança, Inovação e Ação – CIA” estão o ex-diretor da Philips Walita e presidente do Clube Campestre Nelson Kenso, que possui enorme trânsito com o “mundo econômico e político local”. Além de Felipe Flausino, reitor do UNIS, que agrega toda a necessária interlocução com o mundo acadêmico e representa uma das principais entidades educacionais de Minas. E por fim, a chapa que caminha para comandar a Aciv também será integrada pelo empresário e agricultor José Edgar Pinto Paiva, um líder regional reconhecido da cafeicultura, uma das principais atividades econômicas de Varginha e região. Sem falar que diversas outras lideranças integrantes da chapa “Uma Nova ACIV: Confiança, Inovação e Ação – CIA também farão as conexões da entidade com o comércio e outros setores. Não será a primeira vez que uma entidade importante da cidade “se reconstrói para buscar fortalecimento, mas será a primeira vez que esta reconstrução será questão de vida ou morte para a existência eficiente de uma entidade centenária, como é o caso da Aciv em 2024”. A coluna acredita que o Comércio local e os novos líderes que estão se colocando à frente deste desafio tem tudo para chegar ao sucesso! André Yuki é um empresário agregador, chega com experiência associativista e bom relacionamento.

Com novo comando, PT de Varginha pode apoiar nome do PV

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Varginha anunciou uma nova executiva para o diretório municipal. Os escolhidos terão mandato de 2023 a 2025, portanto comandarão a legenda durante as eleições de 2024 e terão a difícil tarefa de tentar restaurar a legenda na cidade. A nova executiva é presidida por Silvana do Prado, nome tradicional e conhecido na legenda. Silvana tem perfil agregador, de conversa serena, mas não mais flexível que outros nomes como Paula Andréa Direne Ribeiro e José Oswaldo Furlaneto (Zé Dobrada), já conhecidos do cenário político local. Direne e Furlaneto fazem parte da nova Executiva da legenda e possivelmente vão influenciar nos rumos do partido, que parece já estar definido. Se realmente o Partido Verde (PV) decidir lançar como candidato a prefeito o deputado Cleiton Oliveira, o PT não terá outra escolha a não ser apoiar o parlamentar. O PT, PV e PCdoB estão unidos em uma federação de partidos e o caminho destas legendas precisa ser tomado de forma conjunta, obedecendo critérios como parlamentares eleitos, viabilidade de nomes disponíveis, recursos para campanha etc. Neste sentido, o PT de Varginha não possui vereador e nem deputado eleito, o que enfraquece a negociação com da legenda frente ao PV, que possui o deputado Cleiton Oliveira (PV) como deputado estadual majoritário em Varginha. Além disso, o PCdoB também vê com bons olhos a candidatura de Cleiton Oliveira, como uma possibilidade de conseguir maior apoio para as eleições de seus candidatos a vereador. Pela experiência passada, os comunistas acreditam que teriam mais espaço num governo de Cleiton, que de um petista local. Não precisa dizer que, no passado, a força política e recursos obtidos pelo PT eram sempre focados na vitória de petistas e nunca de aliados, mesmo os históricos como o PCdoB. Silvana do Prado chega ao comando do PT com a missão de “construir a narrativa na legenda para o apoio ao deputado do PV, o que não será tarefa fácil”.

PT vai conseguir apoiar o nome de outra legenda?

As lideranças do Partido Verde, bem como nomes do PCdoB já se articulam a bem tempo para conquistar a lealdade do PT, pois sabem que “tradicionalmente, petista só apoia petista”. Diante do acordo de apoio mútuo entre o PV de Cleiton Oliveira e o PCdoB não há muitos caminhos para o PT além de aceitar uma candidatura a prefeito do PV em Varginha se realmente o deputado do PV topar o desafio. O difícil para PV e PCdoB será convencer os petistas locais a trabalhar por uma chapa onde possivelmente o candidato a prefeito e nem a vice serão do PT! E piorando ainda para o PT, a candidata a vice na chapa de Cleiton Oliveira poderá ser do Partido Progressista (PP), legenda que foi “arquirrival do PT na cidade por décadas”. Neste momento que entra o desafio da nova presidente do PT, Silvana do Prado, que precisa serenar os ânimos no PT, que embora enfraquecido politicamente em Varginha, tem seu orgulho “e como tem!” Os petistas mais radicais da cidade não veem com bons olhos o apoio ao nome de outra legenda e trabalham para um nome petista. Tentam a “única receita vitoriosa que deu certo para o PT em Varginha, encontrar um nome tradicional relacionado às elites, mas com lealdade partidária ao PT. Foi assim que a legenda elegeu o saudoso Mauro Teixeira no ano passado. E para isso os petistas locais já possuem até um nome: Miguel Eduardo Paula De Luca. Não por acaso, Miguel De Luca também integra a Executiva do PT de Varginha, juntamente com Silvana do Prado, Paula Andréa e Zé Dobrada. Não seria surpresa se o PT de Varginha tentar até o último instante “gorar a candidatura de Cleiton Oliveira, para colocar em seu lugar um petista. E tem gente no PT que está trabalhando por isso!”.

Plano B ou Plano C?

Não resta dúvida que, para o PT de Varginha, ter que apoiar um nome de outra legenda e não uma chapa puro-sangue será sempre um “Plano B”, mesmo que seja apoiar um partido aliado/coligado como o PV. Mas dizem alguns articuladores políticos que o PT de Varginha pode ter ainda um “Plano C” que envolveria a anuência da candidatura de Cleiton Oliveira a prefeito de Varginha, mesmo que tivesse o PP de vice. Contudo, segundo dizem os “conhecedores do PT local”, a legenda iria focar seus recursos e trabalho de militância apenas na eleição dos seus candidatos a vereador. Ou seja, uma eleição dentro da eleição, com foco exclusivo agora na vitória de seus nomes ao Legislativo, visando ressuscitar o PT eleitoralmente em Varginha para as próximas eleições de 2026 e 2028. Se este “Plano C” acontecer, não seria a primeira vez que o PT ou outra legenda “abandona o partido coligado na mão, rifando a legenda aliada”, infelizmente isso é muito comum”; mas reflete bem como pode ser a disputa eleitoral, fria e calculista de 2024, onde amigos de outras épocas vão se apunhalar sorrindo.
 
 
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