O ex-prefeito Antônio Silva é hoje um dos maiores enigmas da política local. Dono de um conhecimento ímpar da máquina pública municipal e um melindroso ego desconhecido do grande eleitorado, poucos conhecem bem o ex-prefeito ou sabem dos seus planos futuros. O ex-prefeito entrou pra história de Varginha por dois fatos importantes que marcaram sua vida política. O primeiro deles é a conquista de 4 mandatos de prefeito de Varginha, sem dúvida uma vitória política que mostra a liderança de Antônio Silva. Todavia, o ex-prefeito também entrou para história da política municipal ao ser o primeiro prefeito a renunciar ao cargo de comando da cidade, o que ocorreu no início da pandemia e gerou na época grande desgaste ao ex-prefeito. Muitos disseram que ele “abandonou seu eleitorado no momento em que a cidade mais precisava no início da pandemia”. Vale ressaltar que, com a renúncia de Antônio Silva ao cargo, o então vice, Verdi Melo assumiu o cargo de prefeito e conseguiu mostrar serviço, o que lhe rendeu a reeleição ao cargo. Antônio Silva e Vérdi Melo são bons amigos, mas sempre houve independência e autonomia nos projetos de ambos, mesmo quando dividiram o comando da Prefeitura de Varginha. Atualmente, Antônio Silva participa da gestão Verdi, como presidente do Centro de Desenvolvimento da Criança e Adolescente – CDCA. Percebam que Silva está afastado das urnas, mas não da política. E agora o ex-prefeito é assediado por integrantes do governo para voltar às urnas.

A maioria dos governistas querem Antônio Silva como candidato a vice prefeito na chapa governista, outros tantos acham que Antônio Silva deveria ser candidato a vereador, o que seria “uma vitória certa e mais fácil” e ainda ajudaria o governo a eleger uma grande bancada na Câmara e garantir apoio legislativo numa eventual próxima gestão. Contudo, ninguém sabe o que se passa na cabeça do ex-prefeito. Ninguém sabe qual é a disponibilidade, ânimo e apoio familiar que o ex-prefeito teria para um novo desafio político, ainda mais depois de décadas de dedicação à vida pública. Antônio Silva tem uma grande família, uma esposa mais jovem, filha na faculdade e outros filhos mais velhos, é cobrado internamente para dedicar-se à família. Mas este não é o maior dos obstáculos! O ex-prefeito sempre esteve na política municipal na condição de “chefe”, sendo o prefeito e mandando da forma como queria e não dividindo o poder. Se optar pela disputa para vereador, Antônio Silva tem tudo para ganhar, mas será um em quinze vereadores e nada garante que conseguiria chegar a presidente da Câmara, pelo contrário, seria forçado pela maioria a sucumbir às decisões de grupo, não teria mais o “mando de quando era prefeito”. Sem falar que devido a sua idade, provavelmente, “fecharia sua biografia política como vereador, cargo inferior ao de (4 vezes) prefeito, o que para um político com o perfil de Silva seria um rebaixamento”. Será que o ex-prefeito se adaptaria a vida legislativa na Câmara, sem grande staff de servidores particulares e tendo que acatar ordens da maioria ou sem o “poder de caneta do Executivo?”

Já se o ex-prefeito escolher ser vice na chapa governista, poderia fortalecer o nome de Leonardo Ciacci sendo seu vice. Mas Antônio Silva, inteligente e conhecedor das probabilidades que é, sabe que resultado de eleição é sempre um mistério e muitos de seus eleitores sabem que vice não manda! Ou seja, nem todos que gostam de Antônio Silva apoiariam Ciacci apenas por ter Silva na vice. Trocando em miúdos, Antônio Silva não conseguiria transferir seu eleitorado a Ciacci, mesmo o ex-prefeito sendo uma liderança política incontestável. Prova disso é que sua filha foi candidata a vereadora no auge da carreira política do pai e não conseguiu se eleger pois não herdou votos suficientes do então prefeito Antônio Silva. Além disso, é claro para Silva e boa parte de seu eleitorado que o ex-prefeito é deveras mais experiente e preparado que Ciacci, será que o ex-prefeito aceitaria ficar subordinado a alguém menos preparado que ele? Na linha de poder atual, o vice manda menos que o Secretário Municipal de Governo, num eventual mandato de Ciacci, nada indica que isso mudaria! Será que numa eventual gestão comandada por Leonardo Ciacci o suposto vice Antônio Silva seria tratado como “vice da mesma forma que os vices das gestões que tinham Antônio Silva como prefeito, ou seja, vices que não mandavam?” E o pior, no caso de uma derrota eleitoral de Ciacci nas urnas, tendo Antônio Silva como vice, a derrota afetaria a imagem de Ciacci e Silva? Quem perderia mais prestígio e biograficamente em caso de derrota nas urnas em 2024, o eterno vereador e vice-prefeito Leonardo Ciacci ou o prefeito de 4 mandatos Antônio Silva? Difícil analisar possibilidades, mas elas estão aí e podem acontecer!

Crescem os boatos de que o ex-deputado Dilzon Melo poderá ser mesmo candidato a prefeito na cidade de Boa Esperança. Este é o desejo de seu filho, que é presidente de partido na cidade e deseja ressuscitar a carreira política de seu pai após ter perdido a eleição de deputado, depois de conquistar 6 mandatos e alcançar grande poder e influência no Legislativo mineiro. A situação do ex-deputado Dilzon Melo é semelhante a do ex-prefeito Antônio Silva, que deixou a política por uma renúncia. Já Dilzon Melo saiu da cena política com uma derrota nas urnas, mas ainda assim, depois de 6 mandatos e com arraigadas amizades e credibilidade política, a exemplo de Silva que possui vários mandatos e credibilidade. Mas no caso de Dilzon Melo, o desafio de uma eleição ao Executivo, numa cidade menor que Varginha e sem o apoio que tinha no passado, é um grande desafio. Se perder, Dilzon Melo estará perdendo mais que uma eleição, vai perder também a credibilidade biográfica, pois encerrará sua vida política não como o poderoso ex-deputado de 6 mandados, mas sim como o derrotado candidato a prefeito da pequena Boa Esperança, um posto menor que os ocupados por Dilzon no passado. Não se sabe qual será a escolha de Dilzon Melo, que também tem grande família, com filhos mais jovens e cobrança familiar para que dedique-se à família e desfrute da vida sem as cobranças da vida política a qual Dilzon esteve envolvido por décadas. A coluna conversou com um aliado (aposentado) próximo e antigo do ex-deputado que disse já estar planejando uma possível mudança de cidade para “apoiar Dilzon no desafio em Boa Esperança”. Será mesmo? Dilzon Melo conhece bem o mundo Legislativo, mas no quesito de gestão Executiva de uma cidade de interior, sem recursos sobrando e cobranças administrativas e judiciais enormes, com certeza é um mundo novo para Dilzon. Os desafios de hoje não passam nem perto de quando Dilzon foi prefeito em Varginha (1986) e, naquela época, o prefeito podia fazer o que entendesse. Por sorte, o mundo mudou, a fiscalização e a legislação também!

A janela eleitoral chegou e muitos dos políticos eleitos, como vereadores e deputados, podem agora mudar de legenda sem o risco de perda de mandato. E isso está acontecendo! Sem falar nos muitos outros ocupantes de cargos de confiança e políticos conhecidos na cidade que estão mudando de legenda com vista às negociações majoritárias das eleições de 2024. O ex-prefeito Antônio Silva teria ido para o Partido União Brasil, a pedido do deputado federal Rafael Simões (isso seria indício de alguma dobradinha em 2026?, não sabemos). Há comentários que o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Adrian Bueno, hoje no PSD, também poderia mudar de legenda indo para o União Brasil. Secretários municipais como Manoel (Social) e Milton (Esportes) são sondados para serem candidatos a vereador neste ano, o que se for verdade, fortalece a chapa governista e ainda abre espaço no primeiro escalão para que Verdi Melo negocie mais apoio aos projetos da atual administração. Existem especulações sobre outros muitos candidatos que devem sair do poder público, sejam funcionários de carreira, que podem ser candidatos sem precisar sair do cargo. Ou então ocupantes de cargos de comissão que precisam deixar o cargo para disputar eleições. A disputa para o Legislativo é bem mais complexa que a disputa para Executivo. Pois todos terão um amigo próximo ou parente que será candidato à Câmara, serão centenas de candidatos a vereador na cidade. Já a disputa para a Prefeitura de Varginha será protagonizada por 3 ou 4 candidatos, sendo possível que tenhamos até 6 candidatos a prefeito.

Chega à Coluna a informação de que Lourival Oliveira, um velho e conhecido ex-assessor da Câmara, que também já foi secretário municipal na gestão do ex-prefeito Aloisio Ribeiro de Almeida, teria voltado à Prefeitura de Varginha com cargo de confiança. O propósito deste retorno seria o fortalecimento da campanha de Ciacci que pretende ter no novo aliado um dos coordenadores da campanha. Conhecido do mundo político, Lourival Oliveira tem presença marcante, querido por uns e odiado por outros, mas um conhecedor dos muitos grupos e lideranças políticas existentes na cidade. Lourival Oliveira já esteve em vários grupos políticos, inclusive com o Partido Progressista do deputado federal Dimas Fabiano, que hoje é um dos maiores adversários da candidatura de Ciacci. Falando em Partido Progressista, as negociações entre o PP e o PV estão fluindo com intensidade e aliados de ambos os partidos já trabalham juntos e fazem postagens em redes sociais. O trabalho de bastidores de formação de lideranças e preparação da militância no PP e PV já teve início. Uma novidade que parece ter se consolidado é a possível substituição da vereadora Zilda Silva no xadrez político da oposição. A vereadora que era cotada para candidata a vice -prefeita na chapa com o deputado estadual Cleiton Oliveira (PV) pode ser substituída pelo atual presidente do PP e ex-vereador Zacarias Piva, que retornou recentemente ao PP. Piva tem realizado muitas movimentações políticas internas e esteve recentemente em Brasília, juntamente com o deputado federal Dimas Fabiano, em visita ao presidente do Senado Rodrigo Pacheco. Caso realmente Zilda seja substituída por Piva na chapa com Cleiton Oliveira, a oposição perde aderência no eleitorado feminino, mas ganha combatividade e o recall das eleições passadas (2020) onde Piva foi candidato a prefeito e ficou em segundo lugar.

O deputado federal e presidente estadual do MDB Newton Cardoso Junior esteve reunido nesta segunda (11/03) em Belo Horizonte com o presidente do MDB de Varginha, professor Stefano Barra Gazola. A reunião foi agendada pelo comando da legenda para a confirmação do lançamento da candidatura própria do MDB em Varginha. Segundo presidente estadual do MDB, “Varginha é uma cidade importante de Minas Gerais e o partido não pode deixar de lançar nome próprio na cidade. Tenho certeza que o MDB, sob a liderança do Professor Stefano Gazola, saberá conduzir o processo para que a legenda volte a eleger prefeito e vereadores na cidade. A Executiva estadual e nacional dará todo apoio para que o MDB volte a comandar Varginha e leve a cidade para a liderança do desenvolvimento na região” disse Newton Junior. O presidente do MDB de Varginha Stefano Gazola colocou o nome a disposição da legenda para disputar a Prefeitura de Varginha em 2024 e a legenda vem conversando com outros partidos, já conseguindo o apoio do Solidariedade. As conversas continuam com outros partidos e lideranças políticas e comunitárias locais. Segundo Gazola, o processo político municipal no MDB está sendo consolidado a partir das eleições proporcionais (Legislativo). “Estivemos com diversas lideranças de bairro, estamos concluindo a seleção e preparação dos pré candidatos a vereador para oferecer a Varginha uma seleção de lideranças preparadas e conhecedoras dos problemas da cidade. Já temos a certeza da candidatura própria a prefeito em Varginha pelo MDB, e o apoio da Executiva estadual vem a consolidar todo o trabalho que estamos realizando desde de que assumimos a legenda em Varginha” disse Stefano Gazola. O MDB já conversou também com o Partido Novo e Gazola deve reunir-se em breve com lideranças estaduais da legenda em BH, inclusive com o governador Romeu Zema, além de empresários de diversas áreas do setor produtivo de Varginha. Stefano Gazola disse ainda que pretende reunir com lideranças da Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Varginha – ACIV, Porto Seco, Via Café, Credivar, sindicatos laborais e patronais entre outras empresas e entidades a fim de colher sugestões e conhecer de perto os problemas destes setores para aprimorar o plano de governo que o candidato do MDB irá apresentar nas eleições. “Varginha é uma cidade polo, tem problemas com meio ambiente, infra-estrutura, legislação e outras áreas que precisam estar sempre se modernizando e precisamos ouvir a sociedade, as pessoas, empresas e entidades que fazem de Varginha a cidade lider do Sul de Minas. O programa de governo que o MDB vai apresentar para o eleitor nas eleições de 2024 terá a participação de toda a sociedade, será um programa amplo, transparente e democrático. Já estamos ouvindo a população e tenho certeza que vamos apresentar a melhor proposta ao eleitor em outubro”, disse o pré-candidato.