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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Primeira batalha: A janela partidária; Distribuição de forças políticas; As chapas proporcionais; O xeque mate; Dança das cadeiras
10/04/2024
 

Primeira batalha: A janela partidária

Na primeira batalha da guerra política, a janela eleitoral é um grande e importante desafio. A janela partidária é um espaço de 30 dias, 6 meses antes das eleições, para que aqueles que têm mandato político no Legislativo possam mudar de partido sem perder o mandato. Vale destacar que os ocupantes de cargo no Executivo, como prefeitos e governadores, podem trocar de partido sem a perda de mandato. A movimentação das lideranças políticas é um indicativo das forças eleitorais que estão em formação antes das eleições. Obviamente que as lideranças políticas tendem a se juntar nas legendas e grupos políticos que acreditam ser mais fortes, onde terão mais apoio ou facilidade para elegerem. Em Varginha tivemos algumas trocas de partido por parte de vereadores, bem como muita movimentação partidária de lideranças sem mandato e pré-candidatos a vereador. Não se pode dizer que governo ou oposição ganharam nesta etapa, pois em ambos os campos houveram muitas mudanças. Contudo, muitas das mudanças de partido dos governistas se deu em razão de ganho de espaço por parte da oposição. A mudança de comando do PL foi uma clara demonstração disso, que fez os governistas refazerem todos os cálculos e estratégias.

Segunda batalha: Distribuição de forças políticas

Neste quesito, embora já tenha acabado o prazo de filiação partidária, ainda não se pode dizer quem saiu vencedor. Os governistas controlam mais legendas e possuem maioria no Legislativo, contudo a oposição tem legendas mais robustas e devem lançar dois candidatos distintos na disputa, um candidato do Partido Verde, ligado a esquerda e um candidato do Partido Liberal, com vista a conquista dos votos de direita (bolsonaristas). O tempo de rádio e TV, por hora favorece a oposição, que somada terá mais tempo que o candidato governista. Mas ainda existe a possibilidade de mudanças profundas no tabuleiro visto que algumas legendas ainda não definiram o destino e negociam com o campo governista e oposição. Além disso, há fortes rumores que mais uma legenda vai “mudar de rumo ou mudar de comando na cidade” e esta mudança foi estrategicamente construída para impedir ações de represália pelo grupo político que pode perder o apoio (o governo). Quanto às chapas majoritárias, o PV deve consolidar sua candidatura em Varginha tendo o PP na vice. Já o PSD, na última hora foi alçado a cabeça de chapa pelo governo, e caminha para ter o Avante na vice, o que ainda promete muito desconforto na base governista. A equação de forças somente deve ser consolidada após as convenções partidárias que devem ocorrer em breve, sendo depois as decisões das legendas chanceladas pela Justiça Eleitoral. Só depois disso, em tese, se pode pedir votos. Digo em tese porque já tem candidato pedindo votos, pagando cerveja, ameaçando e pagando cabo eleitoral, tudo isso nas barbas da Justiça Eleitoral e Ministério Público, e não acreditamos que os órgãos de controle terão condições de realizar uma fiscalização eficiente das muitas irregularidades cometidas neste período eleitoral.

Terceira Batalha: As chapas proporcionais

Na construção das chapas proporcionais ainda não temos informações concretas, mas os governistas possuem “armas poderosas” com nomes de destaque, que se confirmados podem impulsionar a eleição de vereadores da atual base de apoio do governo. Ocorre que embora a oposição tenha articulado o lançamento de dois candidatos a prefeito, e por consequência a possibilidade de abrigar mais candidatos a vereador e duas estratégias eleitorais, os governistas têm em seus quadros o nome do ex-prefeito Antônio Silva, que já foi sondado para candidato a prefeito, a vice-prefeito e agora a vereador! Sem dúvida Antônio Silva é um nome forte e reconhecido no mundo político municipal. Seja pelas 4 eleições a prefeito que venceu ou pela baixa renovação da classe política local, Antônio Silva está no mercado eleitoral a décadas, e se sair candidato a vereador garante sua eleição e de outros que estiverem em seu partido. Além disso, a expectativa de que tenhamos 3 candidatos a prefeito com a mesma estrutura e condições de vitória leva a crer que possamos ter no Legislativo em 2025 a eleição de três grupos políticos distintos entre os vereadores eleitos. A eleição para vereador é bem mais concorrida e difícil que a disputa a prefeito. São centenas de candidatos e a lealdade política destes candidatos a vereador, neste momento, não costuma ser o ponto forte de cada partido. Ou seja, cada candidato a vereador cuida de sua própria candidatura e o comprometimento do candidato a vereador tende a ser proporcional a popularidade de seu candidato a prefeito. Se o candidato a prefeito começar a afundar, seus próprios candidatos a vereador são os primeiros a abandoná-lo. Em Varginha, pelo menos até aqui, há plena confiança entre os candidatos a vereador que seu candidato a prefeito será o vencedor! A conferir.

Não tem agenda de candidato a prefeito

O deputado estadual Cleiton Oliveira (PV) é o pré-candidato a prefeito de Varginha pela federação partidária que reúne PV, PCdoB e PT, mesmo que isso não seja uma unanimidade entre os três partidos. Ainda assim, Cleiton já conseguiu apoio de grupos políticos importantes como o PP e pode ter como vice uma vereadora e ex-presidente da Câmara. Contudo, maldosos de plantão pregam que “Cleiton já não tem agenda de candidato a prefeito”. Instigando um receio que vem crescendo nos bastidores políticos de que o deputado não vai aceitar o desafio de ser candidato a prefeito em Varginha. Para alguns opositores de Cleiton, o deputado que estava gostando da história de ser candidato a prefeito em Varginha “vai amarelar” e já voltou a vida legislativa com temas estaduais e viagens a sua base pelo Sul de Minas. Dizem que Cleiton Oliveira teria percebido o risco de uma derrota comprometedora e a divisão do PT em relação ao apoio a sua candidatura. Bem como, a união com o PP teria desgastado o parlamentar com parte de sua base. Acreditam que Cleiton já teria definido por não ser candidato, abrindo a vaga para alguém do PT, que não tem ninguém com densidade política para tal, mas insiste em ter candidato. O “corpo mole” de Cleiton Oliveira teria sido, inclusive, a razão da ida de Zacarias Piva do PP para o PL, com objetivo de sair candidato a prefeito. Mas vale pontuar que tal teoria da conspiração contra Cleiton Oliveira parte de seus adversários no governo, que pretendem apoiar Leonardo Ciacci, ou seja, é preciso esperar para ver se trata de especulação ou estratégia. O tempo dirá!

O xeque mate

Com o final do prazo para filiação partidária para as eleições de 2024 o Avante se consolida como uma importante força política local. O partido é pequeno nacionalmente, mas foi importante para abrigar Verdi Melo quando de sua candidatura em 2020. De lá pra cá, o partido recebeu lideranças governistas como o vereador Dudu Ottoni e novos nomes da sociedade como o (agora ex) presidente da OAB Varginha, Alexandre Prado, entre outros. O vereador Dudu Ottoni caminha para ser o candidato a vice-prefeito na chapa governista, o que traz apoio da deputada federal Greice Elias e boa parte de seus eleitores locais para o pré-candidato Leonardo Ciacci. Contudo, Dudu Ottoni deixa uma reeleição certa na Câmara para disputar como vice, o que pode significar um enfraquecimento do Avante no Legislativo se a legenda não conseguir eleger outro vereador para seu lugar! Quem sabe Alexandre Prado será o sucessor de Dudu Ottoni na Câmara? Será possível, talvez! Prado é uma liderança recente na cidade, testado na OAB, mas ainda uma incógnita nas urnas. Pode destacar para despontar em outra área que não a advocacia, ou pode se frustrar como já ocorreu com outros colegas do Direito. Já Dudu Ottoni, conseguindo emplacar a vice de Ciacci, dá um xeque mate em muitos que tentavam a vaga e “vai conseguindo a força seu espaço na base governista”.

PL terá candidato a prefeito

Depois das últimas semanas conturbadas do Partido Liberal o (atual) maior partido do Brasil vai mesmo ter candidato a prefeito, e não será o recém empossado presidente da Comissão Provisória do PL, vereador Daniel de Freitas (Dandan), mas o advogado e ex-vereador Zacarias Piva. A decisão foi pacificada na legenda depois que Piva deixou o PP para entrar no PL e foi fortalecido com pesquisa de bastidores que indicou o crescimento de suas intenções de voto. Dandan será candidato a vereador, e o PL terá chapa completa em 2024. Nos bastidores é esperado que o vice de Piva sairá da atual base de apoio de Verdi Melo, pois apostam no descontentamento de muitos na base que não tiveram os pedidos atendidos nas negociações políticas em curso. E no governo não faltam descontentes, mas o receio de reclamar impede que os próximos passos das negociações aconteçam de imediato. A expectativa é de que nas próximas semanas algumas legendas passem por importantes mudanças e, por falta de espaço, muitos podem mudar de lado. Já no governo, não faltam aqueles que reconhecem a falta de espaço para abrigar aliados, principalmente na composição política liderada por Ciacci. Em contrapartida, dizem que na oposição, o que falta é “humildade”! Seja do pré-candidato do PL, do PV e sobretudo do parlamentar federal que coordena boa parte da oposição. Mas nesta disputa pré-eleitoral pela disputa do maior número de legendas, a acusação de “salto alto” é algo recorrente de ambos os lados: governo e oposição. O certo e surpresa das movimentações políticas da última semana é que Piva será o nome do PL para a disputa da Prefeitura de Varginha. Aliás, isso confirma o que disse a coluna no passado recente de que Piva não seria o candidato a prefeito do Partido Progressista, e pelo que vimos, realmente não será!

Dança das cadeiras

Também na semana passada houve a acomodação política para os secretários que deixaram o governo com vista à disputa eleitoral de 2024. Leonardo Ciacci deixou a Secretaria de Administração e Milton Júnior deixou a Secretaria de Esportes e Lazer. Ciacci vai disputar a prefeito, já Milton Júnior deve sair a vereador. Outros nomes que passaram pelo primeiro escalão também vão disputar o Legislativo e são candidatos competitivos. Vale ressaltar que quem ocupa uma secretaria municipal, por menor que seja, adquire visibilidade, cria relação com a imprensa e com a massa de servidores públicos municipais, além de construir relação com entidades importantes, sociedade civil organizada e milhares de eleitores nas ações públicas promovidas pelas secretarias ao longo do mandato. Ou seja, ocupar uma secretaria pode ser um bom trampolim para o Legislativo, para quem trabalhar bem! O prefeito Vérdi Melo ainda não definiu oficialmente quem serão os substitutos dos secretários que saem, nem mesmo de outras vagas em aberto no governo, mas é certo que o espaço será preenchido pela base de apoio do governo, que tem fome de cargos. E o prefeito Vérdi Melo estuda cuidadosamente o time que terá neste final de governo, sabendo que a fotografia do início da gestão será bem diferente da fotografia do final de governo. Verdi não pretende “pendurar a chuteira” e, quem sabe o que o futuro planeja...

Curso de Medicina: Unis e Hospital Regional do Sul de Minas vão atuar juntos

Um marco significativo para a educação e a saúde na região do Sul de Minas, o Grupo Unis e o Hospital Regional de Varginha firmaram um termo de convênio que promete enriquecer a formação médica local. O acordo possibilitará aos alunos do futuro curso de Medicina do Unis acesso a aulas práticas e estágios na nova unidade do Hospital, proporcionando uma experiência de aprendizado ímpar e alinhada com as demandas reais da profissão. Na reunião que fechou o convênio entre as instituições estiveram presentes o comando do Unis e do Hospital Regional do Sul de Minas. Com essa parceria estratégica entre o Grupo Unis e o Hospital Regional do Sul de Minas, a expectativa é que o ensino médico na região atinja novos patamares de qualidade, preparando profissionais capacitados para enfrentar os desafios do sistema de saúde com excelência e humanidade. O convênio entre os UNIS e o Regional demorou a sair em virtude de “burocracias legais e mesmo a disputa entre o Unis e a Faculdade de Ciências Médicas de BH”. As duas instituições de ensino veem como fundamental o convênio com a rede hospitalar pública para oferecer estágio e treinamento prático aos alunos. O Unis já havia fechado convênio com a rede municipal de saúde (Hospital Bom Pastor, Centro de Oncologia, Hospital da Criança e UPA). Contudo, o Hospital Regional, que já havia fechado convênio com a Faculdade de Ciências Médicas de BH, é a maior estrutura hospitalar de Varginha. A parceria do Hospital Regional com o Unis, e também com a Faculdade de Ciências Médicas é uma grande negociação que vai trazer diversos investimentos e sobretudo, mão de obra especializada para dentro do hospital, permitindo até ampliação de muitos serviços.
 
 
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