Nacionalização da disputa; Um prato que se come frio...; Mobilização institucional; Propaganda digital
Nacionalização da disputa
A disputa nacional envolvendo direita e esquerda, Lula e Bolsonaro, promete contaminar as eleições municipais em todo país, principalmente nas cidades polo como Varginha que possuem horário eleitoral no rádio e televisão sendo transmitidos para centenas de outras cidades. Este processo não é algo bom para as cidades, que embora façam parte do Brasil, possuem seus próprios problemas e precisam focar nisso e não nas disputas nacionais. A participação direta de Bolsonaro e Lula nas articulações e até nos palanques Brasil afora vão dar às eleições de 2024 uma espécie de “terceiro turno” das eleições de 2022. Em Minas algumas cidades já estão na rota do discurso esquerda x direita e com previsão de participação direta de Lula ou Bolsonaro nos palanques locais. Em Varginha não teremos um candidato do PT, mas teremos um nome apoiado pela legenda, que será o deputado estadual Cleiton Oliveira (PV). O parlamentar possui boa entrada no PT e medalhões petistas como o deputado Odair Cunha vão tentar trazer o presidente para subir em palanques em Minas. Cidades como Contagem e Juiz de Fora são algumas que terão Lula no palanque petista municipal. No caso de Varginha, acredito que os adversários de Cleiton Oliveira devem torcer mais que ele para que Lula venha à cidade. Afinal, segundo as últimas pesquisas, a presença de Lula no palanque em Varginha mais atrapalha que ajuda! A conferir
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No campo da direita também já temos confirmação da participação de Bolsonaro em algumas cidades como Uberlândia e Belo Horizonte e muitas outras cidades pleiteiam a vinda do ex-presidente para subir no palanque nas eleições municipais, é o caso de Varginha. O Partido Liberal vai lançar candidatura própria aqui, mas ainda não há força política o suficiente do candidato local para assegurar que o ex-presidente venha a Varginha. Mas certamente que haverá gravação de vídeo de Bolsonaro pedindo votos ao candidato do PL local e isso vai se replicar nas redes sociais e será também exibido no horário eleitoral de rádio e TV. Outro cabo eleitoral que também não se tem notícia se virá ou não a Varginha para subir no palanque ou apoiar um nome local é o governador Romeu Zema (Partido Novo). O governador disse que tem compromisso com o prefeito Verdi Melo, que o apoiou na reeleição em 2022, mas isso de nada adianta pois Verdi não é o candidato! Assim, Zema está liberado para apoiar quem quiser na cidade, mesmo porque o Partido Novo, ao qual Zema está filiado, não tem candidato próprio em Varginha. Se as eleições fossem hoje, por certo nenhum dos grandes cabos eleitorais nacionais (Lula, Bolsonaro e Zema) viriam presencialmente à cidade, mas o apoio de cada um deles será explorado pelos partidos locais. O que não podemos permitir é que as questões nacionais sobreponham os problemas municipais que precisam ser debatidos agora. Temas como mobilidade urbana, saúde, educação e segurança pública precisam ser abordados pelos candidatos e não pelo padrinho político de cada um! Afinal, mesmo que queiram e seja do interesse de muitas pessoas que os temas nacionais sejam debatidos, a eleição é municipal!
Atividade turística em MG cresce mais de 15 vezes acima da média nacional em fevereiro
A cultura em Minas Gerais é a grande impulsionadora do turismo e foi fator determinante para que o estado alcançasse um recorde histórico no início de 2024. Manifestações populares como o Carnaval da Liberdade e o projeto Minas Santa fizeram com que o crescimento das atividades turísticas em Minas, no mês de fevereiro, superasse a média nacional no mesmo período em mais de 15 vezes. A movimentação do turismo no estado aumentou 4,9%, enquanto a média no país foi de aproximadamente 0,3% no mesmo período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda de acordo com o IBGE, Minas Gerais também é líder no desempenho turístico acumulado nos últimos 12 meses, de março de 2023 a fevereiro de 2024, com crescimento de 12,6%, superior ao dobro da média nacional, que foi de 4,9%. Outro destaque importante é que, de acordo com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Minas foi o terceiro estado brasileiro a receber mais turistas internacionais em fevereiro, superando, por exemplo, destinos tradicionais do Nordeste. Propulsor fundamental da economia da criatividade em Minas Gerais, a cultura é sinônimo de geração de emprego e renda, além de contribuir efetivamente para o recorde da atividade turística no estado. Em fevereiro, o segmento foi responsável por 368.289 empregos em Minas, Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Já no turismo, em fevereiro deste ano, o estoque de postos de trabalho no setor chegou a 400.519, um aumento de 7% – ou 28 mil novos empregos formais – em relação ao mesmo mês do ano passado.
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As duas áreas, segundo o Novo Caged, superam os 700 mil empregos formais, estando entre os principais criadores de empregabilidade do estado, tendo festivais, feiras, eventos gastronômicos, espetáculos, shows, patrimônio histórico, museus e as riquezas naturais como principais ativos dessa empregabilidade e renda. O Carnaval, por exemplo, movimentou R$ 4,7 bilhões na economia da criatividade e foi responsável pela criação de 100 mil novas vagas temporárias de trabalho no estado. O relatório do Observatório do Turismo de Minas Gerais também traz outros dados reveladores sobre o desempenho turístico do estado. No mês de fevereiro, segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram registrados 4.936 pousos de aeronaves nos aeroportos mineiros, o que representa uma variação positiva de 6,4% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado de janeiro e fevereiro, o número chega a 10.261, indicando um crescimento de 4,3% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Somente para o Minas Santa, foram mais de 90 novos voos oriundos de todo o país. Ainda de acordo com a Anac, entre janeiro e fevereiro deste ano, mais de um milhão de passageiros desembarcaram nos aeroportos mineiros. Em fevereiro, só o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, registrou um fluxo de 800.085 passageiros, crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O Aeroporto de Confins é, hoje, o segundo mais movimentado do país, superado apenas por Guarulhos, em São Paulo.
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Varginha tem muito a aprender com estas informações e números. Vejam que o Turismo não é explorado como deveria em nossa cidade e poucos recursos adquirimos por meio do Turismo, uma área que vem crescendo com vigor. Varginha é única cidade do Sul de Minas com um aeroporto estruturado e em pleno funcionamento, bem como está às margens de uma das principais rodovias do Brasil, a Rodovia Fernão Dias, sendo a “porta de entrada para regiões como o Circuito das Águas, Lago de Furnas etc”. Além disso, podemos explorar o turismo rural, gastronômico, café e também o turismo religioso. Mas a falta de projetos macros e conexões regionais que envolvam as cidades próximas e o governo estadual, bem como a falta de recursos para investimentos iniciais faz com que percamos a oportunidade de fazer crescer o turismo em Varginha e região. A dificuldade dos líderes municipais da região em construir projetos conjuntos de longo prazo faz com que temas macros como o turismo sejam deixados de lado. Vejam que também o turismo de eventos é outra oportunidade perdida em Varginha, ainda não temos um local público para grandes eventos e feiras que tenha infraestrutura de chegada, estacionamento, mobilidade urbana etc. Por certo que um espaço assim seria útil para realização de feiras, shows, etc. A Expocafé, que acontece atualmente em Três Pontas e sucedeu a antiga “Intercofee” que acontecia em Varginha, precisou se adaptar-se porque não temos na região um espaço público para grandes eventos. Isso faz com que a qualquer show ou grande feira que aconteça na cidade, todo o trânsito precisa ser mudado, há impactos no comércio e as linhas do transporte coletivo não estão adaptadas para receber o fluxo. Sem falar no sofrimento da população que participa dos eventos com infraestrutura menor e não se tem vagas de estacionamento, não há banheiros suficientes, segurança, etc. Será que vale a pena o Turismo ser tópico do plano de governo dos candidatos que estão aí prometendo que vão melhorar a cidade? Sim, com certeza!
Um prato que se come frio...
A eleição nem começou oficialmente em Varginha e já temos diversos políticos que “não se topam” tendo que se encontrar ocasionalmente pela cidade e em compromissos públicos. Em alguns casos dá para “ver o ódio e rancor no ar”. Em conversas com líderes partidários e articuladores políticos da cidade, a coluna percebeu que está “intenso o trabalho de levantamento de informações pessoais” sobre diversas figuras políticas locais. Este tipo de “construção de dossiês” muita das vezes de nada serve politicamente no resultado final das eleições. O intuito é mesmo “ferir a imagem e buscar vingança deste ou daquele que pisou no pé de alguém e este alguém (que estava fazendo algo errado) não teve coragem de buscar reparação pelos meios tradicionais como a Justiça. Traduzindo em miúdos, é bom o eleitor ficar preparado para uma chuva de baixarias nestas eleições. Já tem história de candidato que bate na mulher, tem aquele que rouba ou deixa roubar, tem aquele que foi chifrado, tem aquele que emprega a amante no Poder Público, tem o que cheira cocaína e muitos outros que escondem a homossexualidade, e por aí vai. Teremos muitas outras barbaridades que vão chegar ao eleitor por meio de vídeos, mensagens e documentos, montagens e fotos que não devem demorar a salpicar por aí! Não acredito que o ataque seja uma boa estratégia, ainda mais o ataque à vida pessoal! Afinal, além de deselegante e muitas vezes criminoso, este tipo de coisa não deveria ser o foco de uma disputa eleitoral, que precisa analisar e debater projetos de desenvolvimento para a cidade e não a vida pessoal e problemas familiares dos candidatos. Mas quando se constroem dossiês assim, o foco não é política mesmo, trata-se apenas e tão somente de vingança. Coisas da vida!
Mobilização institucional
Começa a invadir o meio político local, principalmente entre os ocupantes dos cargos de segundo, terceiro e quarto escalão a preocupação com o futuro próximo! Afinal, Câmara e Prefeitura de Varginha possuem mais de 300 cargos de livre nomeação e centenas de outros cargos de chefia que impactam grandemente o orçamento mensal desta tropa de choque que em tempo de eleição tornam-se cabos eleitorais em tempo integral. Todos sabem que “se o chefe perder, acaba também o salário polpudo no final do mês”. E a triste realidade é que a maioria deste exército de servidores públicos, grande parte sem concurso, jamais teria condições de receber os mesmos salários e benesses na iniciativa privada, pois não são trabalhadores eficientes. Não fosse o poder público estariam desempregados, razão pela qual a mobilização institucional destes cargos de confiança neste momento. Este exército torna-se uma poderosa arma na mão dos “chefes candidatos, talvez por isso tanto brote novos cargos no poder público no Brasil”.
Propaganda digital
O Google, gigante americano do mundo digital, informou que não vai permitir propaganda política em sua plataforma nestas eleições, o que se realmente acontecer, vai impedir diversas distorções no mundo político, tributário e publicitário do Brasil. Ocorre que o Google possui ferramentas poderosas de comunicação que em todas as eleições eram utilizadas pelos candidatos para fazer propaganda eleitoral até durante a votação, o que é claramente um abuso e desigual em relação aos demais meios de comunicação nacionais que são até impedidos de comercializar anúncios de eleição. Vejam que a mídia exterior perdeu recursos importantes depois que foram proibidos os anúncios em outdoor, já as rádios e TVs são proibidas de vender espaços publicitários aos candidatos nas eleições. Contudo as rádios e TVs via web faturam alto com conteúdo pago de políticos. Nos jornais impressos a Justiça Eleitoral limitou o número e tamanho dos anúncios, mas fecha os olhos para as redes sociais que fazem anúncios e espalham notícias falsas a todo momento. Ou seja, as big tecs estrangeiras deitam e rolam sobre as regras eleitorais, já as empresas nacionais são rigorosamente tributadas, penalizadas e limitadas de atuar! Uma injustiça promovida pela Justiça brasileira!