O trabalho na campanha da Federação Brasil da Esperança, que reúne PT, PV e PCdoB continua dia após dia, mas sem entusiasmo por parte dos poucos aliados na campanha majoritária de Varginha. A federação que reúne o PSOL e a Rede Sustentabilidade, dois outros partidos de esquerda, nem mesmo lançou candidatos a vereador nestas eleições e as duas legendas dizem, nos bastidores, que a desistência de Cleiton Oliveira na disputa pela Prefeitura de Varginha foi um golpe de morte nas chances eleitorais da esquerda na cidade. Segundo fontes da Coluna no PSOL, Rede e PT, estava “tudo certo e ajustado para que Cleiton fosse o candidato da esquerda unificada, numa candidatura com recursos e um nome conhecido e com menos rejeição que um nome petista. Contudo, depois de paralisar o processo de seleção interna de candidatos a prefeito nas legendas de esquerda com a promessa que seria o candidato, Cleiton abandona a disputa e entrega um nome mais fraco e menos competitivo. Na Rede Sustentabilidade, PV e no PT os líderes dizem claramente que vão rever o apoio previsto a Cleiton em 2026! Parece que o estrago na esquerda em 2024 já está feito, agora, para Cleiton Oliveira, resta esforçar para não perder ainda mais em 2026, quando pretende ser candidato à reeleição como deputado e não terá mais a mesma força, nem confiança entre as bases locais.

Mas a campanha da Federação Brasil da Esperança continua em Varginha, mesmo que a passos de bebê. O candidato Fabiano Almeida (PV) já possui um importante compromisso nesta semana. Na próxima sexta, dia 30 de agosto, vai participar da 58 reunião do Cesul, no UNIS. O candidato a prefeito pelo PV, vai falar ao setor produtivo local, juntamente com sua vice, Miriam Santana (PT). O desafio do ainda desconhecido candidato do PV é mostrar seu projeto de governo e se fazer conhecido ao eleitor. Fabiano Almeida entrou na disputa recentemente e não conseguiu nem mesmo o apoio majoritário das legendas de esquerda na cidade, que não se empolgaram com sua candidatura. Não tivemos acesso ao plano de governo da chapa Fabiano Almeida e Miriam Santana, mas os empresários querem saber sobre os gastos públicos e obras prioritárias em uma possível gestão do candidato da Federação Brasil da Esperança, bem como a relação de um governo de esquerda com o governo estadual e parlamentares da região que não possuem a mesma linha política. Se conseguir fazer uma boa apresentação no Cesul, Fabiano Almeida pode mostrar ao setor produtivo local que possui bagagem para representar seu grupo político, em que pese a descrença das lideranças da esquerda local.

Aliás, vale destacar que o Conselho Empresarial do Sul de Minas – Cesul, coordenado pelo professor Henrique Touguinha, do UNIS, vem fazendo um impecável trabalho na escuta dos candidatos à Prefeitura de Varginha, bem como candidatos ao Senado e Governo de Minas ao longo dos anos e eleições. O Cesul há vários anos vem abrindo espaço para a classe política apresentar seus projetos e isso faz toda a diferença para integrar planos de governo com a realidade da economia e dos empresários. Afinal, nem sempre o que os políticos prometem é realizável ou permitido, sem falar que governos nada produzem! Quem produz riqueza é o setor produtivo! Cabe aos governos, distribuir a riqueza que o setor produtivo produz, mas ainda assim, muitos governos são péssimos nesta tarefa. O Cesul inova quando aproxima setor produtivo, classe política e meio acadêmico, pois embora esta mistura seja benéfica para toda região, ninguém jamais havia realizado tal tarefa com tamanha dedicação e seriedade    

Enquanto isso, na campanha governista de Leonardo Ciacci (PSD) o mantra tem sido “foco na campanha”. Ciacci e seu vice Antônio Silva estão percorrendo a cidade, principalmente bairros da periferia e visitando empresas e instituições importantes para a cidade. Sempre acompanhados com diversos candidatos a vereador com força política no local da visita do dia. Ciacci já tem na ponta da língua o discurso ao eleitor, mas ainda não enfrentou desafios de entrevistas e debates, onde será muito demandado. Já seu vice, Antônio Silva tem todo preparo político esperado de alguém que ocupou a prefeitura por 4 mandatos. Mas o eleitor ainda quer saber do porquê Silva renunciou no início da pandemia, quando a cidade mais precisou dele. Toninho poderá dividir com Ciacci as muitas polêmicas e perguntas indigestas nas entrevistas que virão. Nada que não estava previsto quando da montagem da chapa! Fato é que Ciacci e Toninho estão surfando bem neste início de campanha, mas sabem que mais cedo ou mais tarde terão que encarar adversários como o PL, que sabem muito bem bater acima e abaixo da linha da cintura.

Em meio a campanha política municipal e as muitas pesquisas em andamento, chama a atenção uma pesquisa realizada pela Associação Comercial e Industrial de Varginha – ACIV. A entidade comandada por André Yuki está debruçada na escuta dos comerciantes e nos principais problemas da entidade. A ACIV é a principal entidade local do comércio e precisa conhecer bem suas necessidades e gargalos para orientar e cobrar a classe política neste momento de mudança eleitoral. Vista como entidade forte e isenta eleitoralmente pelos candidatos, o momento atual é perfeito para que a ACIV arranque dos candidatos os compromissos do Poder Público municipal para a garantia de desenvolvimento do comércio. Temas como a melhoria do trânsito e da segurança são fundamentais para o comércio, sem falar na efetiva atuação do governo municipal em causas como a redução do pedágio na MGC 491, busca de mais voos comerciais para Varginha e, principalmente, a criação de uma política de atração de eventos para cidade. Todas estas medidas precisam de forte atuação do governo municipal e cabe, também, a ACIV cobrar a atuação do próximo prefeito nestas causas que são fundamentais para o Comércio local. A pesquisa realizada pela ACIV planeja estruturar o plano de ações da entidade, que tem entre outras coisas a cobrança do setor público nos compromissos assumidos no Plano Diretor.

Depois do fim do Varginha Tênis Clube – VTC, agora o icônico Automóvel Clube de Varginha, também está ficando na história. O Automóvel Clube já estava desativado há bom tempo, localizado em valorizada região na avenida Princesa do Sul, o clube está sendo demolido e deve abrigar novo empreendimento. Não se tem informação de como ficaram os sócios do famoso clube, que tantos eventos recebeu. A exemplo do VTC que possuía milhares de sócios, o Automóvel Clube foi perdendo recursos, sócios e chegou ao agonizante fim. Ainda não se sabe qual fim será destinada a área do Automóvel Clube, mas certamente com o fim do VTC e agora também do Automóvel Clube, outros clubes de lazer da cidade ganham mais importância como o Clube Olímpico, Clube de Varginha e o Clube Campestre. As opções de esporte e lazer oferecidas em cada um dos clubes são variadas e acessíveis a diferentes classes sociais da sociedade. Mas certamente é muito importante que toda a cidade tenha opções de esporte e lazer. Até mesmo porque o poder público local não oferece opções a toda cidade, razão pela qual os clubes ainda persistem e muitos deles com histórias que contam a cultura e o esporte da cidade, como o caso do VTC. Realmente é uma pena a perda dos dois clubes! Vamos torcer para que as perdas no esporte, lazer e cultura parem por aqui!

Falando em VTC os trabalhos da Prefeitura de Varginha no local do antigo clube estão a todo vapor. Aliás, pela “vitrine que é” o Governo Verdi quer entregar o espaço do VTC revitalizado para a população antes do final desta gestão. A área das piscinas já está sendo limpa e reparada, câmeras de vigilância foram instaladas no local e todo material está sendo inventariado. Os comerciantes que alugavam espaço dentro do VTC estão sendo “convencidos a sair”, bem como o muro externo com propaganda privada está sendo pintado. O governo Verdi planeja utilizar parte do espaço logo após as eleições e vai focar esforços nas grandes obras do governo como Mercado do Produtor, Centro de Eventos do Rio Branco, nova Avenida Sanitária, Novo Velório Municipal e agora o Espaço Esportivo do VTC, é bem possível que as obras não estejam inteiramente completas até o final do ano, mas podem apostar que serão inauguradas para garantir o “carimbo eleitoral de conquista política na placa de inauguração”. O que é até justo pelo tamanho do abacaxi que Verdi aceitou ao pegar para si a missão de mudar o destino do VTC e do antigo Cine Rio Branco, que agonizavam no centro de Varginha!  

O governo liberal e direto de Romeu Zema (Novo) tem opinião formada sobre o papel do governo e aplicação dos recursos públicos. O atual governo defende foco dos gastos em áreas prioritárias como saúde, educação, segurança etc. Enquanto que a atuação econômica como mineração e energia devem ficar com a iniciativa privada, por isso Zema trabalha para privatizar estatais como a Cemig e a Codemge. Mas a tarefa não é fácil, pois tais empresas, embora cobiçadas pelo mercado, possuem entraves políticos e burocráticos para irem a leilão. Não resta dúvida que se vendidas, as hoje estatais poderiam ser bem mais eficientes e investirem ainda mais para serem competitivas no mercado. A Copasa também é alvo da mesma ideia por parte do governo, contudo, na Copasa os problemas são ainda maiores. No campo político o Governo Zema precisa mudar a constituição para poder vender as estatais, o que por si só já se acredita pouco provável que aconteça. Mas no campo econômico, embora Cemig e Codemge sejam lucrativas e bem-vistas na economia e sociedade, a Copasa mostra-se um “abacaxi”. Pois a empresa enfrenta muitas reclamações por toda Minas, falta de investimento em algumas cidades, processos judiciais em várias outras e a negociação da dívida de Minas Gerais com a União que pode jogar a Copasa nas mãos do Governo Federal ou mesmo da iniciativa privada. O problema é que das centenas de municípios onde a Copasa presta serviços os contratos rezam que “em caso de mudança societária da empresa, os municípios atendidos têm a opção de romper o contrato antecipadamente e mudar de empresa de saneamento”. Na prática quer dizer que a Copasa tem um valor de mercado hoje, tendo em mãos contratos de prestação de serviços com centenas de municípios. Todavia, tais contratos podem ser revistos a qualquer momento se a empresa “mudar de dono”, e com uma incerteza desse tamanho e as muitas reclamações da prestação de serviço da estatal que pipocam pelo interior em ano eleitoral, o prognóstico é que a Copasa não tem condições de ser vendida, não sendo atrativa para Governo Federal ou mesmo a iniciativa privada, a mesmo que saia a preço de banana!    

Conforme antecipou a Coluna e já ocorre em todas as eleições municipais nos últimos 20 anos, a Coluna Fatos e Versões e o Portal Varginha On-line vão entrevistar os candidatos à Prefeitura de Varginha. A entrevista será no estúdio que será montado no Jornal Gazeta de Varginha para receber os candidatos. Um candidato de cada vez, juntamente com seu vice, vai responder perguntas dos leitores de Fatos e Versões e Varginha On-line, bem como perguntas do setor produtivo local e também perguntas dos outros candidatos. Cada candidato terá direito a fazer uma pergunta para cada um dos outros dois candidatos majoritários. A coluna vai procurar o comando de campanha dos candidatos Fabiano Almeida (PV), Leonardo Ciacci (PSD) e Zacarias Piva (PL) para agendar a data da entrevista, que será reproduzida em vídeo no Portal Varginha On-line e no Portal do Jornal Gazeta de Varginha, bem como transcrita na Coluna Fatos e Versões. Os leitores de Fatos e Versões podem enviar e-mail para a coluna com sugestão de perguntas aos três candidatos. O e-mail da coluna é (rs.fernandes@fiemg.com.br) as perguntas dos leitores não serão identificadas quando da entrevista. Quem ainda não leu o Programa de Governo dos candidatos a prefeito, que foi apresentado à Justiça Eleitoral quando do registro das chapas, pode fazê-lo pela internet no Portal da Justiça Eleitoral. Aliás, o ideal é que todo cidadão e eleitor consciente analise a proposta de cada candidato antes de definir em quem vai votar!