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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Aspones e Pitacos; Aprendizado; Vale a pena?; Surpresa; Altos e baixos; Maldade palaciana; Renovação com tradição; Preocupação e problema
18/10/2024
 

Aspones e Pitacos

Não é novidade que cresce abundantemente no Poder Público a quantidade de puxa sacos e aspones que vivem no entorno dos chefes de Poder dando pitacos errados e não permitindo que os líderes vejam a realidade dos governos que conduzem. Este tipo de gente, inclusive, tem sido causa de governos desastrosos e derrotas nas campanhas eleitorais. Infelizmente em Varginha temos muitos puxa sacos e aspones que orbitam o governo Verdi Melo e já começam a migrar para o entorno do futuro prefeito Leonardo Ciacci (PSD). Os pitacos errados orientam o novo governo a “retaliar aqueles que não estiveram com Ciacci desde o primeiro momento, ou aqueles que não manifestaram publicamente apoio a Ciacci”. Já o puxa-saquismo que vem aumentando desde o resultado das urnas também faz chegar sussurro ao prefeito eleito que “ele não precisava de Antônio Silva na chapa, tentando indicar que o experiente vice pouco teria contribuído na campanha”. Vejam que tais pitacos em nada contribuem para fortalecer o futuro governo, pelo contrário, apenas fustigam apoiadores e podem trazer problemas para o futuro prefeito que ainda nem sentou na cadeira. Mas tais pitacos têm encontrado um Ciacci sereno, sabedor do compromisso e responsabilidades que o aguardam. Ciacci já viu de perto muitos governos e políticos, apogeu e derrocadas de governantes que se achavam eternos e hoje amargam derrotas e solidão. O puxa saco costuma ser o primeiro a aparecer na vitória e o primeiro a abandonar na derrota, e Ciacci sabe bem disso!

Aprendizado

Mas dentre os muitos buchichos e expectativas sobre o novo governo municipal, uma coisa parece realidade para quem conhece de perto o próximo e experiente vice-prefeito. Caberá a Antônio Silva o aprendizado de ser vice, de aprender a “não mandar, acatar ordens superiores, que tecnicamente seria a voz do prefeito”. Ocorre que na boca miúda, o temor é de que outro nome ou outros nomes estejam entre Ciacci e Silva na próxima gestão. Há quem diga que Verdi Melo teria forte influência no próximo governo, o que parece realidade. Há também quem diga que, além de Verdi Melo, o atual secretário de Governo Honorinho também tenha forte influência no futuro governo, o que também não podemos deixar de reconhecer que tem fundamento. O problema é saber onde entra Antônio Silva nisso tudo? Ou seja, se no próximo governo a palavra final for do prefeito Ciacci, a segunda pessoa mais forte no futuro governo seria Honorinho, Verdi ou Antônio Silva? Este é um mistério que somente com o caminhar do governo saberemos. De qualquer forma, os puxa sacos e conspiradores apostam que desta “confusão hierárquica” pode sair o principal problema da nova gestão Ciacci. A conferir!

Vale a pena?

O que não falta neste momento é pitaco sobre a composição da próxima gestão municipal. Tanto em âmbito da Prefeitura quanto da Câmara Municipal. É certo que a composição de um terá impacto na composição de outro. Se tem gente dizendo que Verdi Melo poderia ser secretário no novo governo, também tem gente dizendo que o atual prefeito será (confortavelmente) a eminência parda da próxima gestão, sem precisar ter o desgaste de um cargo inferior ao que deixará em dezembro. Já no caso do vereador Dudu Ottoni, também presidente do Avante, as ilações sugerem que o político poderia ser secretário no próximo governo municipal, o que ajudaria o mesmo a ganhar experiência no Executivo. Afinal, Dudu Ottoni não esconde que deseja ser prefeito de Varginha no futuro. Se tal indicação se confirmar, o nome que assumiria a vaga de Dudu na Câmara seria o ex-vereador Henrique Lemes (Avante). Contudo, há quem diga que Dudu Ottoni teria caminho melhor, disputando a presidência da Câmara na próxima legislatura, contando com o apoio do então Ciacci. Este caminho parece mais vantajoso para Dudu. Neste caso, seu Partido Avante poderia indicar Henrique Lemes para uma secretaria, o que manteria a força da legenda no novo governo. A questão é saber se vale a pena para Verdi Melo ou Dudu Ottoni o desgaste de serem secretários no novo governo. Neste caso, tendo em vista que tanto Verdi Melo quanto Dudu Ottoni têm “poder de bala para pedir a vaga a Ciacci, não se trata de ter condições de integrar o primeiro escalão, mas somente saber se vale a pena?

Surpresa

Falando no Partido Avante, a legenda conseguiu ótima colocação no cenário político para a próxima legislatura. Elegeu três vereadores e entre os nomes está Alexandre Prado, ex-presidente da OAB Varginha. O advogado vem trilhando um caminho de sucesso e reconhecimento, embora tenha enfrentado grandes desafios e até questionamentos ferrenhos de sua própria classe no período de gestão da OAB. Prado entra agora no mundo político, um espaço novo para o jovem advogado. Preparado para questões jurídicas, o mundo político não será tão desafiador para Alexandre, mas certamente demandará mais dedicação e aprendizado, pois na política nem sempre o justo e moralmente correto é praticado (Aliás, na Justiça brasileira parece que também não, mais isso já é outra história). A surpresa da vitória de Alexandre Prado para vereador vai fortalecer ainda mais seu grupo político na OAB local que lança candidato à presidência da OAB em Varginha e terá em Gustavo Chalfun o líder do grupo e nome forte para a disputa da OAB Estadual.

Altos e baixos

Na política temos muitos altos e baixos e o tempo mostra que isso é uma verdade eterna. Partidos como o PT, MDB, PP e tantos outros já tiveram seu apogeu de controlar a Prefeitura e a Câmara, ter em seus quadros nomes fortes politicamente que lideravam grandes grupos. Com a alternância de poder, o que é saudável para o meio político, vemos políticos que adorados ou odiados, podem estar em baixa ou em alta, mas não ficarão assim para sempre. Um bom exemplo disso é o deputado federal Dimas Fabiano (PP). O parlamentar já se destacou por ser um dos que mais destinou emendas parlamentares para Varginha, mesmo não dependendo da cidade para sua eleição em algumas disputas. Também não é mistério que o Partido Progressista já foi um dos mais poderosos na cidade. A força do PP remonta a época política do então prefeito Aloísio Ribeiro de Almeida, sogro do próximo prefeito Leonardo Ciacci, que inclusive começou sua vida política no PP. Todavia, o PP foi um dos partidos que mais perdeu nestas eleições, tanto em força política no Executivo, mas sobretudo em espaço no novo Legislativo municipal. Isso não significa dizer que Dimas Fabiano ou o PP estão mortos politicamente, pelo contrário! A maioria dos articuladores políticos ouvidos pela coluna apontam que é questão de tempo para que Dimas Fabiano e o PP voltem a integrar o poder municipal. Talvez não com a mesma ênfase, mas não serão esquecidos ou banidos da gestão municipal. O tempo dirá, vamos esperar!

Altos e baixos – 02

Já outro exemplo bem mais complexo é a situação do ex-deputado estadual Dilzon Melo (PL) que disputou e perdeu as eleições na cidade de Boa Esperança. Vale registrar que ganhar ou perder uma eleição “faz parte do jogo”! Diversos nomes hoje consagrados da política já perderam muitos antes de chegar a vitória! O “desconforto” para alguns nomes como Dilzon Melo é que depois de longos períodos no poder, reunindo forças políticas de ponta, como o PL que é hoje o maior partido do Brasil e uma penca de deputados estaduais e federais em Boa Esperança, Dilzon gastou um bom recurso e, ainda assim, perdeu a eleição para nome politicamente mais fraco! O que mostra a falha de estratégia em se pensar que “apoios e dinheiro são determinantes numa eleição”. É claro que são importantes, mas não garantem o resultado. No caso de Dilzon Melo, depois da derrota para a ALMG e agora a derrota na disputa para a Prefeitura de Boa Esperança, há quem diga que o ex-deputado está morto politicamente, o que até pode ser provável tendo em vista sua idade. Mas não devemos ter isso como assunto encerrado! Afinal, em Varginha, depois de quatro mandatos de prefeito, uma renúncia e idade avançada, Varginha elegeu Antônio Silva para vice-prefeito. Moral da história, a palavra nunca jamais pode ser utilizada na política!

Maldade palaciana

O secretário municipal de Governo, Carlos Honório Ottoni Júnior (Honorinho) é visto como o “super secretário da gestão Verdi é possível nome forte da gestão Ciacci”. Não seria a primeira vez em que a força de um secretário destaca-se na administração municipal e transcende gestões. Isso já aconteceu no passado com Luiz Fernando Alfredo, por exemplo, que foi “homem forte de várias gestões e ficou anos na Secretaria Municipal de Administração, e também ocupou outros cargos municipais”. O caso de Honorinho tem várias explicações, para fundamentar sua ascensão no poder Executivo. Todavia, em que pese a competência ou proximidade com os chefes de poder municipal, fato é que seu maior desgaste neste governo foi o episódio envolvendo celeuma entre boa parte dos vereadores desta legislatura e o governo municipal. O desgaste com a Câmara protagonizado por Honorinho criou, na época, o chamado Grupo dos 8, formado por 8 vereadores que formaram bloco majoritário no Legislativo e impuseram derrotas ao Governo Verdi. Conversas subterrâneas do poder municipal indicam que o “super secretário, que caminha para permanecer na próxima gestão, deveria ocupar outro posto que não a Secretaria de Governo. Isso seria uma medida preventiva, para evitar novos desgastes com o Legislativo. Afinal, mesmo tendo uma nova composição na Câmara em 2025, é certo que o “modo trator de atuar do super secretário pode semear novas intrigas, sem falar que nomes polêmicos desta legislatura foram reeleitos para a gestão 2025-2028.

Renovação com tradição

Mesmo com a derrota fragorosa do Partido Liberal em Varginha e Boa Esperança, onde Zacarias Piva e Dilzon Melo com apoiadores famosos e dinheiro perderam a eleição, o PL venceu em muitas cidades e caminha para liderar uma grande frente política para 2026. As eleições em Belo Horizonte onde o jovem Bruno Engler concorre no segundo turno, com grande chance de vencer pode coroar uma força que pode renovar a política mineira e ainda trazer apoio de tradicionais setores políticos e econômicos. Com o crescente desgaste do PT no governo federal, aliado a erros políticos do próprio presidente Lula na gestão nacional, vemos uma crescente infidelidade do centrão que migra seu apoio quando percebe que não existe candidatos competitivos na esquerda para 2026. Partidos como PSD, MDB, União Brasil entre outros já conversam com políticos que estão de olho nas eleições de 2026. Minas pode estar caminhando para uma eleição inédita em que um nome recentemente descoberto na política pode se tornar o mais jovem governador de Minas. O jovem deputado federal Nikolas Ferreira (PL) vem se destacando no mandato em Brasília, liderando a frente de atuação em prol da Educação, Infraestrutura e setores produtivos de todo Brasil. Em Minas especialmente, Nikolas Ferreira é visto com bons olhos por setores tradicionais como os evangélicos, empresários etc. A eleição de Bruno Engler na Capital, que é fortemente apoiado por Nikolas Ferreira, podem fazer com que um grande número de prefeitos (possivelmente liderados por Bruno Engler), aliados à grande número de empresários e líderes religiosos e sociais, alcem Nikolas Ferreira para candidato a governador em 2026, tendo um experiente líder empresarial como vice. Tal condição começa a ser construída, a depender da falta de novos nomes respeitados na classe política onde temos Aécio Neves e Alexandre Silveira que claramente estão envolvidos até o pescoço em escândalos recentes da política nacional.

Preocupação e problema

A avenida Otávio Marques de Paiva, principal via que começa próxima a Faceca, passa pelo zoológico e fundos do Shopping Via Café, tem sido um problema para a Prefeitura de Varginha. A construção da via apresentou problemas estruturais e de dimensionamento. A água da chuva empossava na via, depois foi o asfalto que precisou de recapeamento, poucos meses após a entrega da obra. Na sequência tivemos problemas de trânsito com acidentes e sinalização falha. Agora temos o forte odor que sai do córrego que margeia a avenida. Será que não houve planejamento e dimensionamento quando da construção da via ou faltou foi fiscalização das obras entregues?
 
 
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