Iniciativa transforma caixotes de madeira em um bar exótico. |
- Por que motivos eu iria passar alguns dias em Belo Horizonte se, como você diz, a cidade anda feia e suja?
- "Esqueça tudo o que, em tese, determina o bom senso. Em 1992, no distante bairro João Pinheiro, o desempregado Carlos Damião aceitou o convite de um concunhado, dono de um sacolão no pedaço, para nos fins de tarde preparar e vender uns espetinhos na porta do seu estabelecimento.”
- ?! Você pirou, rapaz? Eu pergunto gato e você me responde lebre... Eu, hein! Que raio de frase é esta? É sua?
- Não, não é! É o relato que faz Renato Moraes, grande conhecedor da vida boêmia de Belo Horizonte, sobre aquele ambiente.
- E a casa fica cheia?
"Aqui não vagam mesas, vagam lugares", lema do botequim Casa Cheia. |
- "Aqui não vagam mesas, vagam lugares”, é o lema do bar que justifica plenamente o seu nome, permanentemente ocupado nos horários de pico por um público A, B, C, D, E... como o de todo mercado central, onde está instalado. Só que durante muito tempo não foi bem assim... Fruto da abnegação da matriarca Maria Nazareth e, no meio do caminho, de seus filhos, que a ajudaram a firmar nome, prestígio e clientela. E já lá se vão quase 50 anos desde que ela, junto com o saudoso marido, José Francisco, sentaram praça no principal centro de abastecimento de Belo Horizonte da época.
- Mais um pouquinho desse mundo agitado da noite... Não é um sonho?
- Aproveite e ouça o que foi escrito por ele sobre o Pedacinhos do Céu:
Ausier Vinícius dos Santos empunhando o cavaquinho. |
"Juntas, a reverência ao ídolo musical maior, Waldir Azevedo, e a fé católica do casal selaram o acordo em torno do nome do bar. Nome de uma música do compositor, Pedacinhos do Céu se tornou em curto tempo uma meca dos adeptos do choro em Belo Horizonte, posto que ocupa desde sua fundação em 1996. Inicialmente no bairro Dona Clara, a céu aberto, e logo em seguida nos altos do Caiçara, seu endereço atual permanece com a mesma fórmula que o consagrou: a mulher Célia administrando, e o marido Ausier Vinícius dos Santos empunhando o cavaquinho à frente de seu grupo de chorões”.
- Nossa! E se eu quisesse algo do mar na capital mineira?
- Continue ouvindo o que Renato Moraes escreveu sobre o Bar do Careca, o Pescador: "Esqueça os senões ao aspecto do local, com suas vinte mesas e cadeiras rústicas que ganharam a companhia de uma foto ampliada do proprietário e família com a apresentadora de TV Ana Maria Braga, registro de sua participação no programa dela. Vale o que está descrito no cardápio: traíra sem espinha, lambari e piramutaba, em tamanhos e porções variados. Para complemento, arroz branco ou com alho, batatas fritas e cerveja gelada. O resto pode ou não ser conversa de pescador, mas Amarildo (que não costuma fazer contas) contabiliza 250/300 quilos de peixes consumidos no boteco a cada fim-de-semana”.
- Estou convencido! Cite-me mais um bom motivo para seguir este final de semana para Belo Horizonte.
Na Petisqueira do Primo, o ótimo atendimento, garante o ambiente agradável. |
- Está bem. Passo para você mais uma dica do autor: O Pestiqueira do Primo: "Artífice da saborosa culinária do bar Nina, cristalizou uma feliz união Brasil-Espanha, ora incorporando receitas trazidas da sua terra natal, ora criando novidades a partir dos ingredientes descobertos no Brasil: pratos e tira-gostos que criaram uma nova linhagem, inovando o cardápio de botequins de BH. ‘Meu segredo sempre foi o tempero, à base de alho, pimenta-do-reino, pimentão espanhol em pó e açafrão’, revelou ela, anos atrás. É com temperos assim que o Primo honra e sustenta a fama de sua elaborada gastronomia. Palpitando sempre na cozinha, Nina entregou o bastão de comando à filha Maria de Los Angeles, a Relines, que, de 1995 para cá, gerencia o botequim”.
- Não é o máximo?
- Se é! Acabarei me apaixonando pela capital dos botequins!
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