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Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
 
Pobre Tietê, seus habitantes não a amam
14/02/2006
 

Igreja Matriz 

... - Hoje é sexta-feira. São oito horas da noite. Para onde estamos indo?

- Adivinhe! Imagine uma cidade agradável, de porte médio e banhada por um belo rio.

- Deixe-me pensar... Porém, antes, quero comentar sobre as rodovias do estado de São Paulo. É incrível como conseguiram pavimentar e manter suas estradas bem cuidadas. Desde que saímos tenho a impressão de que nosso carro desliza agradavelmente por um tapete de seda, sem ondulações.

- Sim. A privatização permitiu que os paulistas viessem a usufruir de uma malha rodoviária que nada perde para as dos países mais ricos e desenvolvidos do planeta. Ainda bem que não estamos em Minas Gerais... 
...- Domingo, nove horas da noite. Agora estamos de volta. Sabe o que mais me impressionou em Tietê?


A cada segundo peixes mortos e muito lixo no Rio Tietê

- Imagino que tenha sido o rio, do mesmo nome da cidade, o nosso querido Rio Tietê, que carrega em suas águas os dejetos e a podridão que os habitantes da capital e das cidades ribeirinhas despejam em seu leito. 
- Sim, fiquei chocado ao ver, da ponte Otávio Dal Coleto, a principal da cidade, os peixes mortos deslizarem constantemente, a cada segundo, junto ao lixo - garrafas de plástico , cadeiras, pneus, rodas de bicicletas, papel , enfim , muito material que poderia ser recuperado, reciclado, e que, infelizmente, é parte de um triste cenário conseqüência do descaso e do desprezo que os brasileiros têm para com a natureza de sua pátria mãe.


Em poucos minutos limpamos a calçada da cidade suja

- Você é sensível. Como se não bastasse, a administração de Tietê permite que se destruam os casarões antigos e históricos, registros de uma época em que a lavoura das terras férteis da região provinha o sustento dos habitantes da pequena e bela Freguesia da Santíssima Trindade de Curuçá a qual passou a ser município em 1842, sendo considerada esta a data da fundação da cidade.

- O que quer dizer Tietê?

- Em idioma indígena, rio profundo e corrente. Há menos de um século atrás, as águas do Tietê eram límpidas, a fauna íctica riquíssima, suas margens cobertas de mata atlântica e de vegetação que acompanhava o curso do majestoso rio.

- Que pena, não é? Percebi também que na praça doutor Elias Garcia, alías muito bonita e bem no centro, prédios de estilo arquitetônico duvidoso vão ocupando espaço em detrimento das edificações de época, dando lugar a um visual sem charme, desprovido de encanto e, sendo realmente franco, muito franco, está ficando muito feio, literalmente bastardo.


Poluição visual no centro de Tietê
- Sim, e como se não bastasse, a Prefeitura de Tietê, incompetentemente, permitiu que fossem instalados outdoors publicitários em frente à Praça o que torna o visual ainda mais poluído.

- Quanta ignorância, não é?

- Pois é. A gente fica ainda esperançoso de que um dia, um ser da terra, nascido em Tietê, tenha afinidade pela sua região e respeite o passado dessa cidade .Um representante que consiga finalmente enxergar o mal que estão fazendo a eles mesmos, tentando destruir suas próprias raízes ao apagar os vestígios do passado e ao permitir que desfigurem o que ainda restou de belo por lá .


Mapa do Brasil na parede da Escola Estadual Luís Antunes
- Sim, como o Colégio Estadual Luis Antunes, construção clássica em estilo francês, que apresenta aos seus alunos o Brasil em um belíssimo mapa desenhado em suas paredes.

- É, é fenomenal. Nunca vi nada igual em minha vida. O que podemos fazer para que não destruam mais Tietê?

- Pedir a seus habitantes que respeitem e amem a sua cidade.

 
 
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