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Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
 
Folia, música, alegria, muito desperdício e sujeira: Carnaval em Olinda
21/03/2006
 

Ao fundo avista-se o Recife

Foliões descem a ladeira

- Nossa! Que título comprido e estranho! Como música e alegria podem estar aliadas à sujeira? Não entendi...

- Muitos não compreenderão, sobretudo se forem visitantes ou turistas vindos de longe e que tiveram de conviver com embalagens de plástico e latinhas de cerveja - Schincariol, Antártica, Brahma, Skol - aos milhares, forrando desrespeitosamente os paralelepípedos seculares da cidade histórica. Garrafas, copos e sacos plásticos, quase todos ostentavam marcas de grandes empresas que desejam faturar muito, sempre mais, vendendo seus produtos durante o carnaval.


Lixo, muito lixo nas ruas de Olinda

- Entendi. Então me diga: sobra alguma coisa de belo, então?

- A música contagiante, as igrejas e capelas iluminadas contrastando o espírito religioso com a festa pagã, o desfile belíssimo dos bonecos gigantes, criação do artista plástico Silvério Botelho, que representam personalidades do Estado e habitantes da cidade...

- Deve ser fantástico!


Bonecos tradicionais no carnaval de Olinda

- Fantástico e triste. Enquanto o samba-de-coco, o frevo, o maracatu e outros ritmos empolgam os foliões, eles mesmos emporcalham a belíssima Olinda e contribuem para engordar o faturamento de empresas gananciosas. Empresas que, de longe, das sedes e das matrizes de seus negócios, desencadeiam estratégias mirabolantes de marketing e de vendas, sem em nenhum momento propor uma parceria de civilidade, o que auxiliaria a Prefeitura e seus habitantes a manterem a sua terra natal limpa, digna do esplendor das festividades carnavalescas.

- Sim, concordo. Mas os habitantes são também desleixados! Jogam o lixo no mar, nas ruas, pelas janelas e sacadas, quebram garrafas de vidro nas calçadas, tampinhas de garrafas de cerveja e de refrigerantes inundam as areias finas das praias...


O fotógrafo contagiado pela folia olindense

- Olha só! Sendo assim, devemos iniciar imediatamente um trabalho sério de conscientização popular. Isso exige investimento estratégia de ação...

- A Prefeitura de Olinda deverá promover uma reunião com representantes dos grandes fornecedores e patrocinadores do carnaval, diretores de marketing, presidentes dessas empresas que tiram proveito da festa e que têm obrigação, como cidadãos e empresários, de contribuir para que Olinda, a Capital Cultural do Brasil, faça jus ao título e se transforme também na capital do carnaval limpo e organizado...


Personagens típicos do carnaval de Olinda

- Bem-vindas Skol, Brahma, Antártica, Nova Skin, Montilla e outras marcas! Abram, porém, os seus olhos para enxergar o lixo proveniente de embalagens de seus produtos e façam algo para eliminar esse problema, contribuindo para que o Carnaval de Olinda seja civilizado. Vocês só têm a ganhar se seus nomes estiverem associados à organização, ao respeito ao cidadão e à ecologia, à civilidade, à reciclagem de materiais... e não à imundície, à destruição do patrimônio público, à poluição visual e olfativa, e ao imenso e imoral desperdício, como ocorre atualmente...

 
 
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