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Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
 
Recife: Inferno ou Paraíso?
22/08/2006
 

Um dos poucos exemplares no Brasil da árvore Baobá

 O casario preservado do Recife Antigo contrasta com edifícios modernos

A publicidade indevida poluí o Centro Histórico

- O que é o Recife?

- Diz o médico pernambucano Josué de Castro, quem primeiro mapeou o drama da fome no Brasil: “É essa planície constituída de ilhas, penínsulas, alagados, mangues e pauís envolvidos pelos braços d’água dos rios que, rompendo passagem através da cinta sedimentar das colinas, se espraiam remansosos pela planície inundável”.

- Sem dúvida! A realidade com o decorrer da história, a partir do século 16, fez com que a atual capital pernambucana abrigue hoje quase dois milhões de habitantes em seus bairros populares, em 490 favelas e na convivência com um trânsito intenso e com muita violência nos bairros periféricos. Uma tristeza!


Espetáculo deslumbrante registra o riquíssimo passado histórico

- Qual é então o interesse de seguir para lá? Você me surpreende!

- Pois é! Recife é certamente a capital Cultural do nordeste. A presença holandesa, ocupação que foi capitaneada pelo Conde Maurício de Nassau, e a forte presença das primeiras comunidades judaicas trouxeram para o Novo Mundo ares europeus, atitudes civilizadas de uma parte do planeta que carrega em sua trajetória hábitos culturais milenares.


Influência européia na arquitetura do início do século XX

- Cidade cosmopolita, Recife encanta e assusta. O centro histórico ainda guarda relíquias arquitetônicas da época áurea do Ciclo da Cana-de-açúcar e preserva comportamentos que nos foram legados pelos povos vindos dos Países Baixos e da pátria-mãe Portugal.

- Me fascinam as obras de arte de Frans Post e de Albert Eckhout que deixaram em suas pinturas informações preciosas sobre as realidades de época. Um olhar europeu face à exuberância da natureza dos trópicos.

- E a música?


Detalhes do pouco que restou do patrimônio arquitetônico

- Ah, meu amigo! O ritmo pernambucano é contagiante! O Maracatu, o Forró, o Coco e o Frevo fazem com que a população esbanje alegria; uma população hospitaleira que, em sua harmonia, mantém viva a cultura regional, apesar dos contrastes e invasões que pouco a pouco vão descaracterizando a cidade histórica: edifícios altíssimos, arquitetonicamente mal concebidos e com acabamento precário; sujeira pelas ruas; trânsito caótico e calçadas mal pavimentadas afastam o turista e o viajante ávidos por conhecimento e pelo lazer cultural no Recife Antigo, região deixada à própria sorte, desfazendo-se e desmoronando-se com o passar do tempo e com o descaso dos recifenses. Uma lástima!


Recifenses convivem com lixo e sujeira por toda a Capital
 
 
 
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