
![]() Descida da Serra do Mar rumo a Paraty |
- Me conte algo sobre aquela viagem que tanto o impressionou...
- Qual delas?
- Aquela! De Paraty!
- Ah! Nunca me esquecerei! Ao nos aproximarmos da bela cidadezinha, o tempo estava encoberto. Sabe aquele delicioso aroma de mato, de terra molhada, de frutas silvestres? Pois é! A natureza exalava odores de Mata Atlântica! Nuvens avançavam pelos caminhos sinuosos da região montanhosa, enquanto seguíamos em direção ao antigo porto.
![]() Estalagem Mercado de Pouso ao lado da Igreja de Santa Rita |
- Como vocês chegaram até lá?
- Descobrimos, em meio à penumbra matinal, a sinalização turística referente a um dos trechos pavimentados do Caminho do Ouro. Era um imenso totem que sinalizava a passagem da antiga via dos tropeiros por aquelas bandas.
- Qual foi a sua sensação ao penetrar aquelas terras onde ainda se tem a impressão de retornar ao Brasil profundo?
- Nem te conto! Cansados, sonolentos, porém maravilhados pelo esplendor natural da Serra da Mantiqueira e de suas áreas protegidas e praticamente intocadas, chegamos à pequena cidade fundada por Mém de Sá, no final do século 16.
![]() O rico artesanato é encontrado nas simpáticas lojinhas |
- Como se chamava o povoado na época? É verdade que ele desempenhou importante papel na história do Brasil Imperial?
- Importante? Mais do que isso: crucial! A localidade era conhecida pelo nome de Nossa Senhora dos Remédios de Parati, e em seu porto foram embarcadas, rumo ao continente europeu, toneladas de ouro vindas das Minas Gerais. Desta forma, a Metrópole acabou sendo o destino de imensa parte da riqueza extraída do solo brasileiro.
![]() O bucolismo convive em harmonia com o turismo |
- Onde vocês dormiram?
- Nos hospedamos em uma charmosa pousada de onde, a pé, seguimos o passeio por magníficas e importantes edificações históricas: a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, onde representações da via-sacra e da Virgem Maria compõem o seu belíssimo acervo religioso; a Capela Nossa Senhora das Dores, que reverencia a mãe natureza parecendo contemplar o Oceano Atlântico de sua fachada voltada para as águas marinhas; a Igreja Nossa Senhora do Rosário; a de Santa Rita, a mais antiga da cidade, onde o Galo dos Ventos aparenta cantar e contar histórias do alto da Torre Sineira, desde a sua inauguração em 1722...
![]() Pousadas de charme oferecem conforto aos visitantes |
- Havia muita gente em Paraty?
- Pelo contrário! A cidade estava praticamente vazia! As ruas – calçadas de pedras irregulares e tomadas na parte central de seu leito pela preamar – refletiam nas poças d’água os sobrados seculares, os soberbos casarões e seus largos muros guarnecidos, alguns, por bem-cuidados e floridos arbustos. Cada construção, cada detalhe evocando recordações dos tempos áureos do Ciclo do Ouro, lembrando histórias tristes do período de decadência e de esquecimento por que passaram a cidade e seus habitantes a partir do início do século 19...
- Puxa! Mas, atualmente, o que há de interessante para se fazer em Parati?
![]() Trilhas e cachoeiras para os amantes do ecoturismo | ![]() Calçamento da Estrada Real |
- Meu amigo, se não bastasse o memorável banho de História que se toma visitando essa bela cidade, teríamos ainda a natureza exuberante da região, o artesanato, a saborosa culinária, as programações artísticas... Anote o que eu lhe digo: hoje, ainda no início do terceiro milênio, Paraty se auto-afirma como um dos principais pólos turístico-culturais do País!
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