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Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
 
São Paulo a cada estação?
10/10/2006
 

O entusiasmo dos artistas antes do vandalismo paulistano

- Recentemente foi lançado o guia turístico "São Paulo a Cada Estação"!

- Sim, eu sei! Me diz: você gostou da publicação?


Pinturas murais no túnel da Avenida Paulista, em São Paulo.

- Gostei! Porém, ao mesmo tempo, me assustei com a dinâmica de vida dos paulistanos e dos habitantes desta desvairada metrópole.


O trabalho incansável de artistas anônimos para amenizar a vida dos paulistanos

Cenas do cotidiano rural embelezavam os muros antes inóspitos do túnel

- Qual foi o susto?

- A falta de respeito para com os patrimônios históricos, os espaços e os logradouros públicos.

- Mas o que o leva a ser tão pessimista e amargo em seu relacionamento com a capital paulista?


Contatos do fotógrafo durante a produção dos artistas de rua

Ouro Preto, imortalizada por Milton da Costa, durou apenas duas estações do ano em São Paulo

- Mais de oitenta por cento da população de São Paulo não é nativa. Os primeiros imigrantes deixaram transparecer os seus sonhos através de expressões arquitetônicas nas edificações suntuosas de época e em suas moradias. Havia, de maneira harmônica, elementos de sua terra de origem que se traduziam em varandas, abóbadas, telhados de ardósia, mansardas, entradas com colunas de mármore e elementos figurativos e de decoração. Esses elementos agregavam ares europeus à realidade de uma cidade encravada no alto da Serra do Mar e debruçada sobre uma vasta porção de Mata Atlântica. A boa educação e a elegância de seus habitantes faziam com que a "Terra da Garoa" fosse uma das cidades mais charmosas do Brasil.

- Pois é! Dos anos 1950 para cá, nossa querida cidade se desfigura a cada estação. Em pleno verão, um grupo de jovens talentosos, inspirados em obras de artistas plásticos de renome, realizou pinturas murais no túnel da insípida Avenida Paulista. Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, entre outros, emprestaram suas inspirações para motivar os artistas principiantes da periferia que souberam amenizar a passagem por aquele lugar de trânsito intenso e ruidoso. No outono, os primeiros vândalos começaram a desfigurar os painéis-murais com pichações e rabiscos nos muros.


Inspirações para uma vida na grande Metrópole

Belezas murais na Cidade de Pedra

- A Prefeitura, alheia, assistia às agressões sem coibi-las!

- Como você, constatei também que, no inverno, um grupo de forasteiros destruiu de uma vez por todas as cores e as formas do belo trabalho. No presente momento, temos a impressão de que não há esperança para que o local volte a ser um colírio para os olhos dos passantes, motoristas e passageiros paulistanos.

- E a Prefeitura?

- Alheia, como de hábito, deixa esta parte nobre da cidade descaracterizada e visualmente poluída. Mais uma vez! É uma lástima!


O registro incansável dos autores da Coluna Brasilzão

Imaginação explícita nos dias tensos da capital paulistana.
 
 
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