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Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
 
Reflexões no Bairro de Santo Antônio Além do Carmo
16/09/2007
 

 Convivência das culturas portuguesa e africana

- Sigo para o Hotel. Já são 11 horas da noite. Devo descarregar as fotos que registramos em nosso passeio pelo Bairro de Santo Antônio.

- Vá. Sempre gosto de lembrar que São Salvador da Baía de Todos os Santos surgiu, de fato, com a chegada do Governador Geral do Brasil, Thomé de Souza, quando ele, em março de 1549, pisou em terras americanas. Nascia, assim, esta fantástica cidade.


Os paralelepípedos acompanham fachadas seculares

- Salvador cresceu. Viveu seu esplendor como capital do Brasil e acolheu – de maneira triste, porém contínua – escravos negros provenientes de países longínquos da Mãe África: Etiópia, Benin, Angola, Congo, Nigéria e Moçambique que, mesclados aos colonizadores, aos índios e aos imigrantes, firmaram assim o espírito da nação baiana.
- Nação Baiana?

- Sim senhor! A Bahia, em seu grito dilacerante, mescla o som distinto de suas vozes com as lágrimas derramadas pelo povo sofrido do interior; um povo dizimado pela fúria mercantilista de seus colonizadores, pela concentração urbana desordenada, pela população favelizada e faminta em solo soteropolitano, e, mesmo assim, apesar de tudo...


Testemunho do passado na Igreja do Santo Antônio

Aos poucos está sendo recuperado o casario do Santo Antônio

As fachadas intrigam pela sua beleza

- O baiano é gentil e alegre! Mas os comportamentos são distintos: a burguesia local é alheia, vira as costas para seus patrimônios, sejam eles históricos, naturais ou humanos, e é uma elite arrogante.

- E a classe média?

- Salvo raras exceções, pertence à grande massa alienada, vibra com seus representantes culturais frágeis, cantores medíocres, ginastas nos palcos que manipulam a grande massa com fórmulas musicais fáceis, sem conteúdo e num ritmo duvidoso.

- E os negros?

- Aí é interessante! Aos poucos surgem movimentos de consciência de sua força cultural e, gradativamente, buscam resgatar as suas raízes ao descobrir os laços com as suas origens do continente negro.


A força da Igreja na história de Salvador

Forte Santo Antônio Além do Carmo ou Forte da Capoeira

- Onde vivem em Salvador?


Imponência arquitetônica provinda da Corte Portuguesa

- Nas imensas e áridas periferias, em alguns bairros históricos e no agradabilíssimo Santo Antônio, local aprazível onde o casario, com suas fachadas majestosas, nos convida para um passeio por suas ruas tortuosas, adentrando os corredores longos, pés direitos amplos, que culminam em janelas que se debruçam para avistar o mar, a Baía de Todos os Santos e a Ilha de Itaparica. Um sonho!...


O badalar dos sinos em um País católico

- Você ama Salvador, não é mesmo?

- Me delicio reparando nos detalhes de suas construções de outrora, portas seculares, adornos barrocos, paralelepípedos que testemunham o passar dos anos, crianças gentis e adultos amáveis que circulam por essas bandas em total harmonia com a paisagem urbana espetacular.

- E a Salvador moderna?

- É uma outra cidade. É um outro assunto e prefiro não comentá-lo agora. A modernidade aqui é sinônimo de descartável, feio, sem qualidade. Melhor deixar pra lá...

 
 
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