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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Vitrine; Unificação policial; Marcando presença; Gargalos estaduais
25/08/2021
 
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Vitrine 

As obras de modernização do centro de Varginha continuam com obras na Rua Presidente Antônio Carlos, entre a Rua Deputado Ribeiro de Resende e a Rua São Paulo, um pedaço importante e movimentado do centro de Varginha. As obras são de adaptação e ampliação das calçadas, que visa dar maior conforto ao pedestre, favorecendo o trânsito de pessoas e não de veículo. Na verdade, o centro de Varginha já não suporta o crescimento da cidade, que tem privilegiado a movimentação de veículos em outras regiões como a Avenida Princesa do Sul e outras áreas onde as vias são mais amplas. O “velho centro”, nas proximidades do antigo prédio da Prefeitura de Varginha na rua Antônio Carlos, tende a ser ocupado por pedestres e favorecer o comércio de rua. Esta é a esperança dos comerciantes da região. Muitas obras públicas de ampliação das calçadas com a instalação de sinalização no piso e outras obras também foram realizadas na rua Delfim Moreira. Este conjunto de obras começou a pedido da Associação Comercial para favorecer o comércio da região depois da chegada do Shopping Via Café. O projeto foi ampliado depois de recursos públicos federais para a obra, que vieram por intermédio do deputado federal Dimas Fabiano, a época, acionado pelo então presidente da ACIV Leonardo Ciacci. De lá pra cá, as obras nas vias do centro da cidade não pararam mais. Contudo, a redução do volume de carros na região também impacta no volume de pessoas, e as obras que vieram para estimular a circulação de pedestres e compras (na medida em que não são realizadas de uma só vez), acabam por perturbar as compras e o próprio pedestre. Além disso, dizem que na rua Delfim Moreira, as obras não ficaram boas. Talvez o governo municipal deva atentar para a mudança de estratégia nas “obras vitrines” do centro comercial. 

Unificação policial 

As 3 delegacias da Polícia Estadual na cidade vão funcionar no Centro Administrativo, ao lado do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), Polícia Militar Rodoviária, regionais da Saúde, Planejamento e Meio Ambiente. A medida visa reduzir custos com aluguel e dar maior praticidade ao cidadão que precisa da instituição. Além disso, o Governo de Minas já vinha centralizando seus serviços no Centro Administrativo Estadual, que possui maior estrutura e prédio adaptado. A primeira unidade da Polícia Civil a ser transferida é a que fica atrás da TV Alterosa, perto da Rodoviária. Ali funcionam setores de emplacamento de veículos, inspetorias e perícia. O prédio é alugado, como diversos outros ainda utilizados pelo Governo de Minas. Com a mudança, o Estado vai economizar 240 mil reais por ano e a mudança será ainda este ano. A prefeitura vai patrocinar a adaptação do imóvel, no valor de 200 mil reais. Mesmo porque, houve uma queda de arrecadação para o Município no setor de emplacamento da ordem de R$ 1,2 milhão. O governo municipal acredita que a mudança de endereço trará melhores condições de trabalho para os servidores e atendimento para a população, o que resultará na ampliação dos emplacamentos e por consequência do aumento de arrecadação. No próximo ano serão transferidas as unidades da Praça João Gonzaga (Delegacia Regional e da Mulher) e da Benjamin Constant (em frente ao Posto Britto’s). A notícia da mudança da Polícia Civil para o Centro Administrativo do Governo de Minas causa dúvida quanto a ocupação do prédio da Justiça estadual na Vila Pinto. Ainda mais agora que o prédio novo do Fórum de Varginha foi entregue com toda pompa. A princípio, depois de muita disputa entre a Prefeitura de Varginha, que disputava o prédio do Fórum na Vila Pinto para instalar ali a Secretaria Municipal de Saúde, a Câmara de Vereadores que também desejava se instalar no local e por fim a Polícia Civil que desejava o imóvel para unificar suas instalações. Parece que o destino do local agora é incerto! Já que a Polícia Civil vai para o Centro Administrativo e a Secretaria Municipal de Saúde já foi instalada em outro prédio, qual será o destino do cobiçado imóvel do Fórum na Vila Pinto? Será que a Câmara de Vereadores deve mudar para o endereço? Qual o destino do pomposo prédio da Justiça estadual no badalado bairro Vila Pinto? 

Marcando presença 

Presença cada dia mais forte em Varginha, a deputada federal Greyce Elias esteve em Varginha para evento da Polícia Civil e também para agenda parlamentar. A deputada federal tem apoiadores na cidade, como o vereador Dudu Ottoni, o ex-servidor estadual Marcão TipTop entre alguns outros. Greyce Elias já conseguiu recursos federais, por meio de emenda parlamentar, para o Hospital Bom Pastor em Varginha, como uma verba de R$ 200 mil. Na última visita que fez a cidade, a parlamentar também destacou recurso da ordem de R$ 500 mil para a compra de aparelhos no Hospital Bom Pastor, que deve chegar em breve. A parlamentar está “semeando politicamente” na cidade por meio do vereador Dudu Ottoni, que tem apoiado o Hospital Bom Pastor, pertencente a Fundação Hospitalar de Varginha – FHOMUV, comandada pelo cunhado do vereador Dudu Ottoni, o empresário Alemão do Café. Greyce Elias é mulher de destaque no cenário político mineiro, com grande prestigio junto ao presidente Bolsonaro e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. De fácil conversa e carisma pessoal ímpar, não será difícil para a deputada federal Greyce Elias garimpar muitos votos na cidade, ainda mais de contar com o apoio do vereador Dudu Ottoni e outros políticos da cidade. Os deputados federais Diego Andrade, que também apoia Hospital Bom Pastor e o deputado federal Dimas Fabiano (majoritário em Varginha), acompanham de perto a movimentação política.  

Novo fórum da Justiça Estadual 

A inauguração do novo fórum de Varginha aconteceu na última sexta-feira (20/8), no Residencial Vale das Palmeiras, com a presença de importantes lideranças do Judiciário e mundo político. Mas a transferência definitiva das atividades do Judiciário deve ser realizada apenas em setembro. Mesmo com a pandemia, a cerimônia foi concorrida e movimentada, com convidados de diversas cidades, mesmo porque a comarca de Varginha também inclui Carmo da Cachoeira e Monsenhor Paulo. O novo Fórum irá centralizar a justiça comum, atualmente realizada no fórum localizado no Bairro Vila Pinto e o Fórum de juizados especiais localizados no centro de Varginha. Ainda não se sabe da destinação do prédio do fórum na Vila Pinto. Já o prédio do Juizado Especial no centro, funciona em prédio histórico, tombado pelo Patrimônio Público. Isso irá ajudar muito aos advogados que transitam regularmente entre um fórum e outro. O novo prédio da Justiça possui cerca de 7.500 metros quadrados de construção, num imóvel de 13 mil metros, que e a exemplo do atual prédio na Vila Pinto, foi doado pela Prefeitura de Varginha. A obra durou 29 meses e custou para os cofres públicos R$23.754.826,66 (vinte e três milhões, setecentos e cinquenta e quatro mil, oitocentos e vinte e seis reais e sessenta e seis centavos) e gerou empregos diretos para mais de 300 pessoas. Quanto a estrutura, tanto as salas como as secretarias serão mais espaçosas, uma das principais reclamações dos usuários do fórum do Bairro Vila Pinto. A cerimônia de entrega do novo imóvel da Justiça Estadual contou com a presença do ministro do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha, nascido em Três Corações e que começou carreira na Justiça em Varginha, tendo sido professor na Faculdade de Direito de Varginha. Também participou da cerimônia o ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas, desembargador Nelson Missias de Moraes, importante magistrado mineiro, conhecido por sua habilidade na condução política dos interesses da Justiça e destacado prestigio também fora dos tribunais. O prefeito Vérdi Lúcio Melo e outras personalidades de várias instituições também participaram do evento. Depois da construção do fórum da Vila Pinto, que mais prestigiou a “pomposidade que a praticidade”, parece que, desta vez, os arquitetos da Justiça realizaram uma obra ampla e condizente com o crescimento e necessidade jurisdicional de Varginha. O moderno, espaçoso e caro prédio da Justiça na cidade tem tudo para abrigar representantes da Justiça, Ministério Público, Defensoria, OAB e principalmente o cidadão local com mais conforto e dignidade. 

Gás para crescer 

Não é de hoje que Varginha vem cobrando mais eficiência da Gasmig (subsidiária da Cemig, que atua na área de gás natural) para que a empresa amplie sua rede e passe a oferecer gás natural canalizado na cidade, o que iria desenvolver a indústria local e baratear o gás aos moradores de Varginha. Contudo, vale destacar, a ineficiência da Gasmig em Varginha é similar a ineficiência que também a Cemig possui em algumas áreas e ambas as empresas precisam de mais investimentos e melhor condução em todo o Estado. O governador Zema já fez algumas mudanças nas empresas, contudo, ainda está longe de ser o ideal. Na semana que passou, mais uma vez a Gasmig foi questionada em Varginha. O vereador Dudu Ottoni ofereceu requerimento de informações para que a Gasmig, com escritório regional em Poços de Caldas, informe como vem atuando em Varginha e se pretende ou não desenvolver sua rede de atendimento e cobertura na cidade, onde há mercado consumidor e carência de gás natural para indústrias, rede automobilística e principalmente gás canalizado para residências e condomínios. Há registros que várias indústrias como a Standart, no bairro Imaculada Conceição e muitas outras na cidade, podem e desejam adaptar sua planta industrial para o gás natural, contudo, a falta de investimentos da Gasmig tem atrasado a modernização de diversa plantas industriais na cidade. Não se sabe quando a empresa vai realizar as ampliações que tanto são cobradas, afinal, são diversas cidades que demandam por gás natural no Sul de Minas como Itajubá, Lavras, Três Corações, Varginha entre outras. Certo mesmo é que, entre as muitas cobranças que o governador Zema vai ouvir quando passar pela região a caça da reeleição, o tema Gasmig, certamente estará em pauta. 

Gargalos estaduais 

Falando em gargalos de investimentos estaduais que precisam ser analisados pelo Governo de Minas e cobrados pelas autoridades municipais e regionais, a exemplo do caso da falta de investimentos da Cemig/Gasmig, temos também a falta de estrutura do Hemominas. A instituição estadual que faz a coleta e tratamento de sangue e fornece hemoderivados à rede hospitalar da região é muito precária e precisa urgentemente de melhorias. Varginha já ofereceu terreno e recursos para que o Hemominas conclua rapidamente sua sede na cidade e amplie o serviço em Varginha. A cidade demanda enorme quantidade de hemoderivados e ainda fornece sangue para outras cidades menores. Sem estes insumos muitas operações, sejam eletivas ou de urgências, correm risco e atrasam a vida de muitas pessoas, que inclusive correm risco pela falta destes insumos. Não tem sido raro pessoas que possuem melhores condições financeiras buscarem outras cidades para fazer cirurgias, mesmo Varginha tendo bons profissionais. Isso se deve a falta de investimentos do Hemominas que não fornece insumos com eficiência para nossa região. Este é mais um problema que também será cobrado do Governo de Minas. No caso do Hemominas, ainda há um agravante, pois pelo que se verifica junto as autoridades municipais da região, a falta de boa comunicação e rápida resposta da entidade e as cidades da região parece ser um problema grave. 

Coligações e Fundo Eleitoral 

Tudo caminha para que, infelizmente, as coligações partidárias e o gordo fundo eleitoral sejam uma realidade nas eleições de 2022. Depois de muita luta e um claro avanço na legislação eleitoral, as coligações entre partidos foram banidas da política o que ajudou a valorizar as legendas e cobrar desempenho dos partidos junto ao eleitorado. Isso foi importante para que, já na eleição municipal de 2020, a classe política e os partidos fossem mais cobrados e melhorasse o resultado das urnas. Todavia, como costuma ocorrer a cada eleição federal, deputados e senadores sempre “legislam em causa própria, tentando favorecer a própria reeleição, mesmo que sejam às custas de retrocessos e alto custo à população”. Isso é o que se viu com as propostas de aumento do Fundo Eleitoral, que vai para quase R$ 6 bilhões de dinheiro público da Saúde e Educação. Bem como o sinistro retorno da possibilidade de coligações entre partidos para eleição proporcional. O desserviço das propostas de mudanças feitas pelo Congresso Nacional é enorme e compromete ainda mais a seriedade do próprio congresso, que deveria aperfeiçoar as leis e não retroceder. Por certo que a população vai saber analisar as mudanças e dar a respostas nas urnas. Colocar as eleições municipais como “cobaia” de medidas moralizadoras, para na sequência escolher a eleição federal de deputados e senadores como “máquina para manter o poder instalado nas mãos de quem já está no poder” é uma grande falta de caráter do mundo político. Certamente que os bilhões do Fundo Eleitoral teriam mais destinação na Saúde, Educação e Segurança Pública. Sabemos que a Democracia precisa ser custeada pelo povo, mas o vultuoso crescimento do Fundo Eleitoral é um desaforo ao cidadão contribuinte que não aguenta mais levar o Governo nas costas.

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