Hospital da Criança será o novo local de atendimento à dengue em Varginha

O recém construído Hospital da Criança, localizado ao lado do Hospital Bom Pastor, em Varginha, será transformado, temporariamente, em um “Hospital de Campanha”, objetivando atender casos de dengue no município. O anúncio foi feito pelo prefeito de Varginha, Vérdi Lúcio Melo, em Tribuna Livre realizada na sessão plenária desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal de Varginha.

O Hospital de Campanha está previsto para ser inaugurado na próxima semana e deverá atender crianças e adultos. Entretanto, enquanto faltam vagas nos hospitais, a prefeitura entrou em contato com o Hospital Regional, nesta última sexta-feira (22), que disponibilizará 10 leitos para atendimentos da dengue, exclusivos à população varginhense.

Outro problema levantado pelo prefeito é a dificuldade de contratação de profissionais de saúde. De acordo com ele, o edital de contratação está aberto, mas pouquíssimos profissionais escolhem trabalhar. “Temos o concurso, mas não temos o profissional”, informou.  

Ainda de acordo com ele, para a abertura do Hospital de Campanha falta apenas o fechamento das contratações, o que, para o Secretário de Saúde, está sendo o mais difícil.

“O Hospital de Campanha servirá como um Centro Ambulatorial de Atendimento aos Acompanhamentos de Dengue, mas estamos com dificuldades na contratação de pessoas. Queremos fazer dois ambulatórios, um de pediatria e outro de adulto, mas não sabemos se conseguiremos pessoas para isso. Nosso maior medo é a gente não conseguir profissionais”, finalizou.

Em sua fala inicial, Vérdi abortou os três centros de atendimentos à dengue (PSF Imaculada, Policlínica Central e PSF Pinheiros) informando estarem “a todo vapor” e com novas contratações. Entretanto, apontou, também, para a quantidade exagerada de acompanhantes que alguns pacientes levam e fez um apelo levem apenas um acompanhante, para evitar tumulto e aliviar os espaços.

“Tem casos que um paciente leva dois, três acompanhantes. Então podemos considerar que, da grande quantidade de pessoa lá, ao menos uma pessoa é acompanhante de um paciente que está lá para tratar da dengue. Então, a demanda que nós estamos é menor do que a gente vê, uma vez que, nem todos que estão nos pontos de atendimento, estão lá para serem atendidos”, explicou o prefeito.

De acordo com o Secretário de Saúde, Dr. Adrian Nogueira, a questão da demora que a população aborda não deve ser voltada para a demora nos atendimentos, pois o que demora mesmo é o resultado dos testes.

“As pessoas às vezes ficam impacientes de esperar. Não é fácil esperar, ainda mais no estado de dengue, que você está com o corpo doendo, com febre e passando mal, mas a demora não é por causa da falta de atendimento, mas sim porque demora para ficar pronto o teste. Virou um colapso nos laboratórios, eles estão superlotados. São cerca de 7 segmentos de exames, diferente da época da covid, que era um só. Por isso existem as filas”, informou o doutor.

Vérdi também destacou os atendimentos da UPA e do Hospital Bom Pastor, dois pontos de constantes reclamações na cidade.

Após visitar a Unidade de Pronto Atendimento - UPA e, depois de receber reclamações da população, o prefeito falou sobre os atendimentos da UPA na Tribuna Livre desta segunda-feira (25).

“A UPA atende mais de 10 cidades e aí o que acaba acontecendo? Vem os pacientes da nossa cidade e da região e a situação se complica, pois não podemos omitir esses atendimentos. Além disso, a UPA tem o “protocolo de Manchester”, ou seja, se de repente chega alguém mais grave, nós temos que parar o atendimento da unidade, para dar prioridade ao paciente mais grave. É isso que eu gostaria de deixar claro”, explicou Vérdi.

Vérdi ainda deu o exemplo do Hospital Humanitas.

“Hoje, lá no Hospital Humanitas, tinha fila até na Avenida Castelo Branco, então, olha a quantidade de gente que tem pra ser atendida. É uma situação que está fugindo da curva e que nós temos que nos redobrarmos em relação à contratação de profissionais. Buscar alternativas”, finalizou.

De acordo com o prefeito, a situação do Hospital Bom Pastor é a mesma da UPA, pois ele também possui o protocolo de Manchester.

“Além de estar na mesma situação da UPA, as salas do Hospital Bom Pastor são pequenas, preparadas para atender um determinado número de pacientes e quando chega uma “avalanche” de pacientes para serem atendidos, é obviamente que vai tumultuar o atendimento, que vai ter atraso, mas todos estão sendo atendidos”, informou.