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Coluna | Viver Consciente
Willes S. Geaquinto
willesterapeuta@bol.com.br
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

Site: www.viverconsciente.com.br
 
Fácil, extremamente fácil
18/09/2008
 
Não causa espanto, muito menos encanto, que no “Arraial das Catanduvas”, entre etês, dinossauros, múmias, lobos, raposas, gatos, serpentes, palhaços e paraquedistas para todos os balaios e gostos, ao som do hit pop da banda J. Quest, tenha vindo à tona uma aparente e inusitada fórmula para ganhar eleições. Porém, como nada é verdadeiramente novo nesse “cantão das maravilhas”, trata-se simplesmente de adotar uma velha prática muito mais próxima de candidatos a papai-noel, bonzinhos demais da conta, a prometer brinquedos fartos e em dobro para a criançada ingênua e esperançosa às vésperas de um Natal imaginário.

As promessas são despudoradas, megalomaníacas e por vezes risíveis, mas, feitas de encomenda para falsear a vontade do eleitor incauto, ávido por mágicas e milagres, que, se levados a efeito deixariam à “multiplicação dos pães”, há mil anos luz. Ocorre que desta feita para cumprirem-se todas as promessas o objeto a ser multiplicado, por dez ou alhures, é nada mais nada menos que o orçamento financeiro do Arraial, coisa difícil de realizar, isso sem citar a jura desvairada e quimérica de não cobrar imposto dos aldeões de pouca renda que são a maioria, coisa que, cá pra nós, nem o mais humilde romeiro acreditaria. E por falar em romaria, só falta alguém com muito amor pelo Arraial prometer ônibus para romarias à Aparecida do Norte.

Como cantavam os antigos “o que dá pra rir, também dá pra chorar”, o que traduzido e atualizado pode muito bem significar que seria trágico se não fosse cômico, ou vice-versa. Na seara dos candidatos menores (nada a ver com os 7 anões), ou seja, dos pretensos edis. A porção Alice( ou seria Merlin?) é estapafúrdia e pujante em ignorância. Seguindo à risca a máxima filosófica de botequim de que “prometer e coçar é só começar”, prometem, sem pudor ou rubor, criar secretarias, postos de saúde, quadras esportivas, conjuntos habitacionais e um tanto nada desprezíveis de outras bugigangas do gênero. Como, se eleitos, fossem dividir com o Alcaide-Mor o poder de executar tais benemerências, que, a bem dos trocadilhos, provavelmente ficarão apenas nas querências.

Tudo fácil, extremamente fácil. Inda mais se os aldeões-eleitores também tomarem da poção fantasiosa e emburrecedora servida pelos pinóquios de plantão no horário eleitoral gratuito que todos nós, mesmo ignorando, pagamos a conta. Enquanto televisões e rádios não possuírem um detector de mentiras capaz de apontar o que é verdadeiro ou falso nas promessas eleitorais, sabemos que fica difícil a distinção. Porém, creio que, ainda, sobra-nos inteligência, bom senso e capacidade de racionalizar, elementos de fundamental importância para fugir das fábulas e dos contos de fadas que candidatos transvestidos de magos ou duendes tentam nos fazer crer.

No mais, eu, você e todo mundo, que sabemos o quanto é duro tanto ter que trabalhar e dar muito mais do que receber, que fugimos da ignorância apesar de viver bem perto dela, não cabe demorarmo-nos na beira da estrada contando o que sobrou, pois, para quem é cidadão consciente e possui boa auto-estima, respeito é bom e a gente agradece.

Boa e real reflexão para você

* Citações musicais J.Quest/ Zé Ramalho

 
 
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